18.08.2013 Views

Livro de Estudo - Volume 1 - Portal do Professor - Ministério da ...

Livro de Estudo - Volume 1 - Portal do Professor - Ministério da ...

Livro de Estudo - Volume 1 - Portal do Professor - Ministério da ...

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

COLEÇÃO PROINFANTIL


PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA<br />

MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO<br />

SECRETARIA DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA


<strong>Ministério</strong> <strong>da</strong> Educação<br />

Secretaria <strong>de</strong> Educação a Distância<br />

Programa <strong>de</strong> Formação Inicial para <strong>Professor</strong>es em Exercício na Educação Infantil<br />

COLEÇÃO PROINFANTIL<br />

MÓDULO I<br />

uni<strong>da</strong><strong>de</strong> 8<br />

livro <strong>de</strong> estu<strong>do</strong> - vol. 1<br />

Mindé Ba<strong>da</strong>uy <strong>de</strong> Menezes (Org.)<br />

Wilsa Maria Ramos (Org.)<br />

Brasília 2005


AUTORES POR ÁREA<br />

Linguagens e Códigos<br />

As uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s nesta edição foram reelabora<strong>da</strong>s por Maria<br />

Antonieta Antunes Cunha, a partir <strong>da</strong>s produzi<strong>da</strong>s para a<br />

1ª edição, na qual participaram também Lydia Poleck (Uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s 1,<br />

7 e 8) e Maria <strong>do</strong> Socorro Silva <strong>de</strong> Aragão (Uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s 5 e 6).<br />

Matemática e Lógica<br />

As uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s nesta edição foram reelabora<strong>da</strong>s por Iracema<br />

Campos Cusati (Uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s 1, 2, 3 e 8) e Nilza Eigenheer Bertoni<br />

(Uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s 4, 5, 6 e 7), a partir <strong>da</strong>s produzi<strong>da</strong>s para a 1ª edição, na<br />

qual participou também Zaíra <strong>da</strong> Cunha Melo Varizo (Uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s 1,<br />

2, 3 e 8).<br />

I<strong>de</strong>nti<strong>da</strong><strong>de</strong>, Socie<strong>da</strong><strong>de</strong> e Cultura<br />

As uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s nesta edição foram reelabora<strong>da</strong>s por Terezinha<br />

Azerê<strong>do</strong> Rios, a partir <strong>da</strong>s produzi<strong>da</strong>s para a 1ª edição, na<br />

qual participou também Mirtes Mirian Amorim Maciel<br />

(Uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s 1, 3, 5 e 7).<br />

Vi<strong>da</strong> e Natureza<br />

As uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s nesta edição foram reelabora<strong>da</strong>s por João Filocre<br />

Saraiva (Uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s 2, 4, 5, 6, 7 e 8) e Nélio Marco Vincenzo Bizzo<br />

(Uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s 1 e 3), a partir <strong>da</strong>s produzi<strong>da</strong>s na 1ª edição, na qual<br />

participaram André Freire Furta<strong>do</strong> (Uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s 6, 7 e 8), Arnal<strong>do</strong> Vaz<br />

(Uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s 4 e 5) e Roberto Ribeiro <strong>da</strong> Silva (Uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s 1, 2 e 3).<br />

Projeto Gráfico, Editoração e Revisão<br />

Editora Perffil<br />

Coor<strong>de</strong>nação Técnica <strong>da</strong> Editora Perffil<br />

Carmen <strong>de</strong> Paula Cardinali, Leticia <strong>de</strong> Paula Cardinali<br />

Ficha Catalográfica – Maria Apareci<strong>da</strong> Duarte – CRB 6/1047<br />

L788<br />

<strong>Livro</strong> <strong>de</strong> estu<strong>do</strong> / Mindé Ba<strong>da</strong>uy <strong>de</strong> Menezes e Wilsa Maria Ramos, organiza<strong>do</strong>ras.<br />

– Brasília: MEC. Secretaria <strong>de</strong> Educação Básica. Secretaria <strong>de</strong> Educação a<br />

Distância, 2005.<br />

126p. (Coleção PROINFANTIL; Uni<strong>da</strong><strong>de</strong> 8)<br />

1. Educação <strong>de</strong> crianças. 2. Programa <strong>de</strong> Formação <strong>de</strong> <strong>Professor</strong>es <strong>de</strong> Educação<br />

Infantil. I. Menezes, Mindé Ba<strong>da</strong>uy <strong>de</strong>. II. Ramos, Wilsa Maria.<br />

CDD: 372.2<br />

CDU: 372.4<br />

Os <strong>Livro</strong>s <strong>de</strong> <strong>Estu<strong>do</strong></strong> <strong>do</strong> PROINFANTIL foram elabora<strong>do</strong>s ten<strong>do</strong> como base os Guias <strong>de</strong> <strong>Estu<strong>do</strong></strong> <strong>do</strong> Programa <strong>de</strong><br />

Formação <strong>de</strong> <strong>Professor</strong>es em Exercício – PROFORMAÇÃO.


MÓDULO I<br />

uni<strong>da</strong><strong>de</strong> 8<br />

livro <strong>de</strong> estu<strong>do</strong> - vol. 1


A – INTRODUÇÃO 8<br />

B – ESTUDO DE TEMAS<br />

ESPECÍFICOS 12<br />

LINGUAGENS E CÓDIGOS<br />

A ESCRITA ................................................................................................ 13<br />

Seção 1 – A escrita alfabética ................................................................. 14<br />

Seção 2 – Características <strong>da</strong> realização escrita <strong>da</strong> língua ..................... 18<br />

Seção 3 – Equívocos na consi<strong>de</strong>ração <strong>da</strong> escrita ................................... 22<br />

Seção 4 – O sistema <strong>de</strong> escrita <strong>da</strong> língua portuguesa .......................... 31<br />

MATEMÁTICA E LÓGICA<br />

ESPAÇO, FORMAS E MEDIDAS ............................................................... 41<br />

Seção 1 – As dimensões .......................................................................... 42<br />

Seção 2 – Retas: suas posições e localização ......................................... 47<br />

Seção 3 – Área e pavimentação ............................................................. 54<br />

IDENTIDADE, SOCIEDADE E CULTURA<br />

FILOSOFIA E EDUCAÇÃO ........................................................................ 67<br />

Seção 1 – O que é a Filosofia .................................................................. 69<br />

Seção 2 – A Filosofia e as ciências no nosso dia-a-dia .......................... 73<br />

Seção 3 – Filosofia e Educação ............................................................... 76<br />

VIDA E NATUREZA<br />

LIXO .......................................................................................................... 87<br />

Seção 1 – As conseqüências <strong>do</strong> <strong>de</strong>senvolvimento tecnológico ........... 87<br />

Seção 2 – Origens e tipos <strong>de</strong> lixo ........................................................... 89<br />

Seção 3 – Destino <strong>do</strong> lixo ....................................................................... 95<br />

Seção 3 – O lixo que não é lixo .............................................................. 98


SUMÁRIO<br />

C – ATIVIDADES<br />

INTEGRADAS 104<br />

D – CORREÇÃO DAS<br />

ATIVIDADES DE ESTUDO 112<br />

LINGUAGENS E CÓDIGOS ...................................................... 113<br />

MATEMÁTICA E LÓGICA ......................................................... 117<br />

IDENTIDADE, SOCIEDADE E CULTURA ............................... 120<br />

VIDA E NATUREZA .................................................................... 122


A - INTRODUÇÃO<br />

8


Caro(a) professor(a),<br />

Com esta uni<strong>da</strong><strong>de</strong>, você está concluin<strong>do</strong> uma importante etapa <strong>do</strong> PROINFANTIL:<br />

o Módulo I. Desejamos que você tenha consegui<strong>do</strong> <strong>de</strong>senvolver os objetivos<br />

previstos em to<strong>da</strong>s as áreas temáticas <strong>do</strong> volume 1 e que sua prática <strong>do</strong>cente<br />

esteja se benefician<strong>do</strong> <strong>do</strong>s conhecimentos que vem construin<strong>do</strong>.<br />

Hoje, propomos a você um conjunto <strong>de</strong> temas que favorecem a síntese <strong>do</strong>s<br />

assuntos trata<strong>do</strong>s nas diferentes áreas temáticas. Vejamos ca<strong>da</strong> um <strong>de</strong>les.<br />

Na área Linguagens e Códigos, você vai estu<strong>da</strong>r a escrita. Verá que ela é<br />

um sistema <strong>de</strong> representação gráfica, pressupon<strong>do</strong> to<strong>do</strong>s os elementos <strong>do</strong><br />

processo <strong>de</strong> comunicação. Vai além <strong>do</strong> simples <strong>de</strong>senho <strong>da</strong>s letras, envolven<strong>do</strong><br />

a capaci<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> produzir os diversos tipos <strong>de</strong> texto. Embora leitura e escrita<br />

constituam mo<strong>da</strong>li<strong>da</strong><strong>de</strong>s distintas <strong>de</strong> uso <strong>da</strong> língua, com características próprias,<br />

há muitas relações entre o ensino e o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> ambas. Assim, só se<br />

apren<strong>de</strong> a escrever len<strong>do</strong> e escreven<strong>do</strong> em situações reais <strong>de</strong> comunicação.<br />

9


Você verá também como a escrita permite superar barreiras <strong>de</strong> espaço e <strong>de</strong><br />

tempo. O <strong>do</strong>mínio <strong>de</strong>la contribui para a formação <strong>de</strong> ci<strong>da</strong>dãos conscientes e<br />

autônomos que, pelo acesso ao saber acumula<strong>do</strong>, <strong>de</strong>senvolvem condições para<br />

criar seu próprio conhecimento. Mas, em <strong>de</strong>corrência <strong>do</strong> afastamento temporal<br />

e espacial entre fonte e recebe<strong>do</strong>r, a linguagem escrita tem normas próprias<br />

<strong>de</strong> uso, valen<strong>do</strong>-se <strong>de</strong> alguns recursos, como a ortografia e a pontuação, que<br />

aproximam o escrito <strong>do</strong> que seria o fala<strong>do</strong>.<br />

A área I<strong>de</strong>nti<strong>da</strong><strong>de</strong>, Socie<strong>da</strong><strong>de</strong> e Cultura propõe a você uma reflexão sobre<br />

o seu próprio trabalho, como coroamento <strong>da</strong> introdução ao pensamento<br />

filosófico e sociológico. Você vai ver que a Filosofia é um jeito <strong>de</strong> se colocar <strong>de</strong><br />

maneira crítica frente ao mun<strong>do</strong>, sen<strong>do</strong> fun<strong>da</strong>mental para ca<strong>da</strong> ser humano<br />

e, particularmente, para o educa<strong>do</strong>r: o trabalho pe<strong>da</strong>gógico é um importante<br />

campo <strong>de</strong> reflexão crítica, que permite tratar as especifici<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>do</strong> saber<br />

teórico-prático produzi<strong>do</strong> no campo <strong>da</strong> educação. Assim, mais <strong>do</strong> que conhecer<br />

diferentes sistemas filosóficos, é importante que você apren<strong>da</strong> a filosofar, isto<br />

é, refletir criticamente sobre sua prática pe<strong>da</strong>gógica.<br />

Em Matemática e Lógica, você vai retornar à Geometria, aprofun<strong>da</strong>n<strong>do</strong> seus<br />

conhecimentos sobre o espaço, as formas e a localização. Vai trabalhar com<br />

formas unidimensionais, bidimensionais e tridimensionais, bem como apren<strong>de</strong>r<br />

a localizar corpos no espaço e pontos no mapa.<br />

Nos conteú<strong>do</strong>s <strong>de</strong> Vi<strong>da</strong> e Natureza, você vai completar o ciclo <strong>de</strong> estu<strong>do</strong> <strong>do</strong>s<br />

alimentos, focalizan<strong>do</strong> o lixo e as pragas. O assunto foi organiza<strong>do</strong> <strong>de</strong> mo<strong>do</strong><br />

que você possa conhecer as relações entre o crescimento <strong>de</strong>mográfico, o<br />

<strong>de</strong>senvolvimento tecnológico e a produção <strong>de</strong> lixo, i<strong>de</strong>ntifican<strong>do</strong> os diferentes<br />

tratamentos a<strong>de</strong>qua<strong>do</strong>s para os diversos tipos <strong>de</strong> lixo e analisan<strong>do</strong> os benefícios<br />

que po<strong>de</strong>m resultar <strong>da</strong> reciclagem <strong>de</strong> materiais <strong>de</strong>scarta<strong>do</strong>s.<br />

O estu<strong>do</strong> <strong>de</strong>sse conjunto <strong>de</strong> temas, juntamente com o <strong>Volume</strong> 2, que fecha<br />

a primeira etapa <strong>do</strong> seu curso, nos dá os elementos que faltavam para<br />

compreen<strong>de</strong>rmos completamente o eixo integra<strong>do</strong>r <strong>do</strong> Módulo I. Sugerimos<br />

que você estu<strong>de</strong> a Parte B <strong>de</strong>sta uni<strong>da</strong><strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntifican<strong>do</strong> como se expressa, em<br />

ca<strong>da</strong> área temática, a relação entre educação, socie<strong>da</strong><strong>de</strong> e ci<strong>da</strong><strong>da</strong>nia. Pense no<br />

que viemos conversan<strong>do</strong> ao longo <strong>da</strong>s uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s e prepare-se para fazermos<br />

um balanço final na Parte C.<br />

Bom trabalho!<br />

10


B – ESTUDO DE TEMAS ESPECÍFICOS<br />

12


-<br />

Linguagens e códigos<br />

A escrita<br />

ABRINDO NOSSO DIÁLOGO<br />

Estamos chegan<strong>do</strong> ao final <strong>de</strong> nosso primeiro módulo. Esperamos que tenha vali<strong>do</strong> a<br />

pena e que você tenha aprendi<strong>do</strong> bastante, tornan<strong>do</strong> sua linguagem mais eficiente<br />

e sua atuação na instituição <strong>de</strong> educação infantil ain<strong>da</strong> mais a<strong>de</strong>qua<strong>da</strong>.<br />

Nesta última uni<strong>da</strong><strong>de</strong>, nosso assunto é a escrita, esse meio tão importante <strong>de</strong><br />

interação com o mun<strong>do</strong> e <strong>de</strong> auto-expressão. De fato, sem a escrita – o outro<br />

la<strong>do</strong> <strong>da</strong> leitura –, o ser humano vê muito restringi<strong>da</strong>s suas possibili<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong><br />

crescimento, <strong>de</strong> realização pessoal e <strong>de</strong> diálogo com o outro.<br />

Nos dias atuais, enten<strong>de</strong>-se que a escrita é<br />

essencialmente um saber social. Não se ignora a<br />

necessi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> se conhecer e usar <strong>de</strong> forma a<strong>de</strong>qua<strong>da</strong><br />

as várias mo<strong>da</strong>li<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> texto que circulam em<br />

nossa socie<strong>da</strong><strong>de</strong>. Contu<strong>do</strong>, para o(a) professor(a),<br />

essa consciência é fun<strong>da</strong>mental: o conhecimento <strong>da</strong>s<br />

funções e <strong>da</strong> natureza <strong>da</strong> escrita, <strong>de</strong> como funciona<br />

o sistema alfabético e a i<strong>de</strong>ntificação <strong>de</strong> problemas<br />

<strong>da</strong> escrita são necessários para a formação <strong>de</strong> quem<br />

terá como uma <strong>da</strong>s funções principais o ensino e o<br />

<strong>de</strong>senvolvimento <strong>do</strong> gosto <strong>de</strong> ler e escrever.<br />

Saber escrever é muito mais <strong>do</strong> que conhecer as letras<br />

<strong>do</strong> alfabeto ou saber regras <strong>de</strong> ortografia, pontuação<br />

ou <strong>de</strong> estrutura <strong>da</strong> frase. Saber escrever significa,<br />

sobretu<strong>do</strong>, conhecer os usos pessoais e sociais<br />

<strong>da</strong> escrita e a<strong>de</strong>quar sua linguagem às situações<br />

específicas <strong>de</strong> ca<strong>da</strong> momento <strong>de</strong> comunicação.<br />

13


-<br />

-<br />

Com to<strong>da</strong> certeza, você já percebe isso perfeitamente e, ao longo <strong>do</strong> curso, seu<br />

entendimento <strong>do</strong> assunto será apenas amplia<strong>do</strong>. Esperamos que você não veja<br />

orali<strong>da</strong><strong>de</strong> e escrita como duas mo<strong>da</strong>li<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> uso <strong>da</strong> linguagem completamente<br />

separa<strong>da</strong>s uma <strong>da</strong> outra, e que, afinal, se convença <strong>da</strong> necessi<strong>da</strong><strong>de</strong> pessoal e<br />

social <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolver as duas formas <strong>da</strong> língua não só na sua própria expressão,<br />

como também na <strong>de</strong> suas crianças.<br />

DEFININDO NOSSO PONTO DE CHEGADA<br />

Objetivos específicos <strong>da</strong> área temática:<br />

Esperamos que, ao final <strong>do</strong>s estu<strong>do</strong>s <strong>da</strong> área temática, você seja capaz <strong>de</strong>:<br />

1. I<strong>de</strong>ntificar as características e a origem <strong>da</strong> escrita<br />

alfabética.<br />

2. I<strong>de</strong>ntificar as principais características <strong>da</strong><br />

mo<strong>da</strong>li<strong>da</strong><strong>de</strong> escrita <strong>da</strong> língua.<br />

3. Desfazer preconceitos na análise <strong>da</strong> mo<strong>da</strong>li<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

escrita <strong>da</strong> língua.<br />

4. Indicar a correspondência entre alguns fonemas e<br />

grafemas <strong>da</strong> língua portuguesa.<br />

CONSTRUINDO NOSSA APRENDIZAGEM<br />

Esta área temática está dividi<strong>da</strong> em quatro seções: a primeira trata <strong>da</strong> escrita<br />

alfabética; a segun<strong>da</strong>, <strong>da</strong>s principais características <strong>da</strong> realização escrita <strong>da</strong><br />

língua; a terceira discute preconceitos sobre a língua escrita; e a última trabalha<br />

o sistema <strong>de</strong> escrita <strong>da</strong> língua portuguesa.<br />

Esperamos que você consiga realizar a leitura e as ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>da</strong> área temática<br />

em aproxima<strong>da</strong>mente três horas e 40 minutos, dispon<strong>do</strong> <strong>de</strong> aproxima<strong>da</strong>mente<br />

55 minutos para ca<strong>da</strong> seção.<br />

Seção 1 – A escrita alfabética<br />

Objetivo a ser alcança<strong>do</strong> nesta seção:<br />

– I<strong>de</strong>ntificar as características e<br />

a origem <strong>da</strong> escrita alfabética.<br />

Você vive ro<strong>de</strong>a<strong>do</strong> <strong>de</strong> escritos. Sua vi<strong>da</strong> é em<br />

parte regula<strong>da</strong> por eles.<br />

14


Pense um pouco no seu dia-a-dia. Em primeiro lugar, você necessita ter sempre<br />

à mão seus <strong>do</strong>cumentos pessoais, que o i<strong>de</strong>ntificam oficialmente. São escritos,<br />

não é ver<strong>da</strong><strong>de</strong>?<br />

Ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> 1<br />

Agora pense nos escritos que você encontra <strong>de</strong>s<strong>de</strong> que o seu dia começa.<br />

Indique:<br />

a) A marca <strong>do</strong> seu creme <strong>de</strong>ntal:<br />

b) A marca <strong>do</strong> sabonete que você usa:<br />

c) As marcas <strong>do</strong> café e <strong>do</strong> leite que você toma pela manhã, se não têm produção<br />

própria:<br />

A caminho <strong>do</strong> trabalho na educação infantil, outros escritos chamam a sua<br />

atenção: as placas com os nomes <strong>da</strong>s ruas, <strong>da</strong>s lojas, <strong>do</strong>s bares; nomes nas<br />

pare<strong>de</strong>s; pichações nos muros; faixas ou folhetos publicitários; títulos <strong>de</strong> jornais<br />

e revistas expostos em uma banca.<br />

Ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> 2<br />

Registre abaixo um aspecto interessante <strong>de</strong> um <strong>de</strong>sses escritos.<br />

Ao chegar à instituição <strong>de</strong> educação infantil, você encontra também algum<br />

tipo <strong>de</strong> escrita, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a entra<strong>da</strong> até a sala <strong>de</strong> aula: o nome <strong>da</strong> instituição <strong>de</strong><br />

15


educação infantil, alguns cartazes, avisos, informações nos corre<strong>do</strong>res e, às<br />

vezes, frases rabisca<strong>da</strong>s nas pare<strong>de</strong>s.<br />

Depois, naturalmente, você está às voltas com to<strong>da</strong> a varie<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> textos escritos<br />

que você lê ou produz em seu trabalho diário.<br />

Ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> 3<br />

Que texto você produz no trabalho com as crianças?<br />

Com escritos <strong>de</strong>sse tipo você convive o tempo to<strong>do</strong>, e serão eles mais numerosos<br />

e varia<strong>do</strong>s conforme forem suas ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s e o grau <strong>de</strong> complexi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong><br />

comuni<strong>da</strong><strong>de</strong> em que você viver. Você já <strong>de</strong>ve ter ti<strong>do</strong> oportuni<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> ler e <strong>de</strong><br />

escrever textos bem mais complica<strong>do</strong>s <strong>do</strong> que aqueles com os quais você li<strong>da</strong><br />

na instituição <strong>de</strong> educação infantil.<br />

Importante<br />

- Lembre-se: escritos foram feitos para serem li<strong>do</strong>s. E a leitura é o principal<br />

objetivo <strong>da</strong> escrita.<br />

Para a escrita e a leitura, nós nos servimos <strong>do</strong> conhecimento <strong>de</strong> um sistema que<br />

é comum às pessoas <strong>de</strong> nossa socie<strong>da</strong><strong>de</strong>: a escrita alfabética.<br />

Ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> 4<br />

As imagens à esquer<strong>da</strong> apresentam algumas indicações que você já <strong>de</strong>ve ter visto<br />

em placas ou em cartazes. Interprete o que você observa e escreva no quadro<br />

à direita a frase que, a seu ver, seria correspon<strong>de</strong>nte a ca<strong>da</strong> imagem:<br />

16


Para interpretar as imagens <strong>da</strong> esquer<strong>da</strong>, você se serviu <strong>de</strong> uma informação<br />

iconográfica.<br />

Você já viu o que é ícone na segun<strong>da</strong> uni<strong>da</strong><strong>de</strong>, você se lembra? Volte ao texto,<br />

caso você ain<strong>da</strong> tenha alguma dúvi<strong>da</strong>.<br />

Nos quadros <strong>da</strong> direita, o sistema alfabético permitiu que você relacionasse esses<br />

sinais a uma ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> fala, crian<strong>do</strong> e escreven<strong>do</strong> frases com palavras como:<br />

- “Aqui não se <strong>de</strong>ve fumar”, ou “Proibi<strong>do</strong> fumar”<br />

- “Cui<strong>da</strong><strong>do</strong>, não toque, isso é perigoso”, ou “Veneno”<br />

- “Faça silêncio, você está perto <strong>de</strong> um hospital”<br />

Para essa ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> escrita, você se utilizou <strong>de</strong> letras maiúsculas, minúsculas, <strong>da</strong>s<br />

letras cursivas ou <strong>de</strong> fôrma. Além disso, você empregou sinais <strong>de</strong> pontuação.<br />

Esses sinais e notações são também produtos <strong>de</strong> uma convenção. São necessários<br />

porque é através <strong>de</strong>sses recursos que aquele que lê procura construir a<br />

significação <strong>do</strong>s textos, se aproximan<strong>do</strong> <strong>da</strong>s intenções <strong>do</strong> autor.<br />

A informação forneci<strong>da</strong> pelos <strong>de</strong>senhos <strong>da</strong> esquer<strong>da</strong> é compreendi<strong>da</strong> até<br />

por quem não sabe ler, enquanto nos <strong>da</strong> direita ela se dá por um sistema<br />

convencional <strong>de</strong> representação gráfica.<br />

Sistema convencional <strong>de</strong> representação gráfica é o conjunto <strong>de</strong> letras e sinais<br />

que usamos quan<strong>do</strong> escrevemos e que foi estabeleci<strong>do</strong> por acor<strong>do</strong> social através<br />

<strong>do</strong>s tempos: é o sistema alfabético.<br />

17


E você já se perguntou como e on<strong>de</strong> surgiu o nosso alfabeto?<br />

Você Sabia?<br />

- A escrita surgiu primeiramente no Oriente Médio. Acredita-se que o<br />

povo sumério foi aquele que usou a escrita pela primeira vez, ten<strong>do</strong><br />

essa técnica se expandi<strong>do</strong> e <strong>da</strong><strong>do</strong> origem a outros sistemas.<br />

- No início, o sistema <strong>de</strong> escrita foi i<strong>de</strong>ográfico – os sinais representavam idéias,<br />

e não palavras. Depois, esses sinais, os <strong>de</strong>senhos, passaram a representar<br />

os sons, e mais tar<strong>de</strong> as sílabas, até surgirem os alfabetos. Nosso alfabeto<br />

é <strong>de</strong> origem greco-latina: os romanos a<strong>da</strong>ptaram o sistema grego <strong>de</strong><br />

representação gráfica à língua latina, <strong>da</strong> qual o português se originou.<br />

Seção 2 – Características <strong>da</strong> realização escrita <strong>da</strong> língua<br />

Objetivo a ser alcança<strong>do</strong> nesta seção:<br />

– I<strong>de</strong>ntificar as principais características<br />

<strong>da</strong> comunicação escrita.<br />

O primeiro ponto fun<strong>da</strong>mental a ser salienta<strong>do</strong> na<br />

consi<strong>de</strong>ração <strong>da</strong> escrita é que o emissor não po<strong>de</strong><br />

se favorecer <strong>da</strong> proximi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>do</strong> receptor: o texto<br />

escrito raramente tem emissor e receptor próximos.<br />

As exceções existem: os bilhetinhos passa<strong>do</strong>s por<br />

<strong>de</strong>baixo <strong>da</strong> mesa numa reunião, ou <strong>de</strong> mão em mão<br />

na sala <strong>de</strong> aula, ou, ain<strong>da</strong>, as conferências e palestras<br />

“li<strong>da</strong>s” para um auditório. Mas nós sabemos que as<br />

duas situações são “especiais”. Os bilhetes acontecem<br />

na impossibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> se usar a fala, e as conferências,<br />

quan<strong>do</strong> li<strong>da</strong>s, funcionam muito mal.<br />

Algumas vezes, os emissores <strong>do</strong> que lemos<br />

escreveram o texto há alguns séculos. Nesses<br />

casos, as dificul<strong>da</strong><strong>de</strong>s cria<strong>da</strong>s pela transformação<br />

<strong>da</strong> socie<strong>da</strong><strong>de</strong> e, conseqüentemente, <strong>da</strong> língua e<br />

<strong>da</strong> cultura, tornam-se às vezes gran<strong>de</strong>s. Mas não<br />

serão obstáculos, se estivermos diante <strong>de</strong> um texto<br />

que valha a pena. Imagine se isso vai nos impedir<br />

<strong>de</strong> ler os gran<strong>de</strong>s <strong>da</strong> literatura!!!<br />

18


Por causa <strong>da</strong> distância entre emissor e receptor, a escrita não conta com as<br />

vantagens <strong>da</strong> mímica, nem <strong>da</strong> entoação, nem <strong>do</strong> ritmo <strong>do</strong> falante, tão naturais<br />

e eficazes na fala.<br />

Na escrita, o emissor tem <strong>de</strong> se valer <strong>de</strong> recursos, não só menos eficazes, mas<br />

também adquiri<strong>do</strong>s, em geral, mais penosamente através <strong>da</strong> “aprendizagem<br />

escolar”: a ortografia e a pontuação.<br />

O autor <strong>do</strong> texto escrito tem, afinal, que “esclarecer” to<strong>do</strong> um contexto com<br />

palavras e pontuação muito a<strong>de</strong>qua<strong>da</strong>s.<br />

Ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> 5<br />

Jogo dramático<br />

a) Com entoações e ritmos diferentes, fale três vezes a frase abaixo, <strong>de</strong> mo<strong>do</strong><br />

a expressar sentimentos diferentes. (Aí, pilantra po<strong>de</strong> ter senti<strong>do</strong> carinhoso<br />

ou <strong>de</strong>preciativo, por exemplo.)<br />

O pilantra me enganou.<br />

b) Escreva ca<strong>da</strong> frase que você falou, pontuan<strong>do</strong>-a <strong>de</strong> mo<strong>do</strong> a tentar <strong>de</strong>ixar<br />

claro ca<strong>da</strong> sentimento expresso.<br />

c) Pelo que você observou, são mais ricas as inflexões <strong>da</strong> voz ou os sinais <strong>de</strong><br />

pontuação?<br />

19


Imagine encontrar, na re<strong>da</strong>ção <strong>de</strong> um aluno seu, a seqüência abaixo sem<br />

pontuação alguma:<br />

Como você saiu<br />

Po<strong>de</strong> ser que tenha <strong>de</strong> chamar sua criança e pedir a ela que fale a frase, para<br />

você ajudá-la a <strong>de</strong>scobrir a melhor pontuação.Ou po<strong>de</strong> ser que o contexto o<br />

aju<strong>de</strong> a interpretar a seqüência <strong>de</strong> uma <strong>da</strong>s seguintes maneiras:<br />

a) – Como? Você saiu?!<br />

b) – Como você saiu?<br />

c) – Como? Você saiu...<br />

Ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> 6<br />

Indique, entre as frases abaixo, a que provavelmente teria como resposta, num<br />

diálogo, ca<strong>da</strong> uma <strong>da</strong>s frases pontua<strong>da</strong>s em a, b e c.<br />

( ) Saí pela janela <strong>do</strong> quarto, que estava aberta...<br />

( ) E vocês, hem? Nem pra me avisar que iam à festa!...<br />

( ) Saí mesmo. E não vejo mal algum nisso...<br />

Você vai estu<strong>da</strong>r mais sistematicamente a ortografia e a pontuação no Módulo<br />

III. Mas, até lá, seu tutor estará observan<strong>do</strong> seus escritos, fazen<strong>do</strong> comentários<br />

e <strong>da</strong>n<strong>do</strong> orientações sobre eventuais falhas nesses aspectos.<br />

A ortografia já começa a aparecer como estu<strong>do</strong> na última seção <strong>de</strong>sta uni<strong>da</strong><strong>de</strong>.<br />

Por isso, vamos salientar aqui apenas <strong>do</strong>is pontos a propósito <strong>da</strong> pontuação:<br />

1. Ela é precária para representar to<strong>da</strong> a gama <strong>de</strong> possibili<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> tons e ritmos<br />

<strong>da</strong> linguagem oral. O contexto é que vai aju<strong>da</strong>r o leitor a encontrar a melhor<br />

interpretação <strong>do</strong> texto escrito.<br />

2. Por isso mesmo ela é, em parte, subjetiva. Na reali<strong>da</strong><strong>de</strong>, os casos <strong>de</strong> pontuação<br />

obrigatória são até poucos. E as possibili<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> uso pessoal são inúmeras.<br />

Vamos <strong>da</strong>r apenas um exemplo disso. Você po<strong>de</strong> escrever:<br />

20


Eles são, mesmo, complica<strong>do</strong>s.<br />

ou<br />

Eles são mesmo complica<strong>do</strong>s.<br />

Ele vinha cabisbaixo.<br />

ou<br />

Ele vinha, cabisbaixo.<br />

Nos <strong>do</strong>is casos, as vírgulas servem para <strong>de</strong>stacar os termos “mesmo” e “cabisbaixo”.<br />

A ênfase <strong>de</strong> <strong>de</strong>termina<strong>da</strong>s expressões é freqüentemente obti<strong>da</strong> pelo seu<br />

<strong>de</strong>slocamento na frase ou pelo uso <strong>da</strong> vírgula. Aliás, <strong>de</strong>sloca<strong>do</strong>, o termo costuma vir<br />

também com vírgula. Mas esse <strong>de</strong>staque é pessoal; portanto, não obrigatório.<br />

Ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> 7<br />

Veja que expressões <strong>da</strong>s frases abaixo você po<strong>de</strong>ria <strong>de</strong>stacar através <strong>de</strong> vírgulas.<br />

Use-as conforme o caso. Se quiser, você po<strong>de</strong> <strong>de</strong>stacar mais <strong>de</strong> uma expressão<br />

na mesma frase. (Leia ca<strong>da</strong> uma em voz alta para ver como soaria na fala.)<br />

a) Naquela noite tão fria conhecemos também a morte.<br />

b) Ela não podia <strong>de</strong>finitivamente aceitar a proposta in<strong>de</strong>corosa.<br />

c) Até que enfim podiam respirar alivia<strong>do</strong>s.<br />

d) Depois <strong>de</strong> muita procura encontramos a menina sozinha e tremen<strong>do</strong>.<br />

Um outro aspecto que distingue a orali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> escrita é a questão <strong>do</strong> tempo.<br />

Enquanto na língua oral emissor e receptor estão “pressiona<strong>do</strong>s” pelo tempo, na<br />

escrita se dá o contrário: em princípio, o emissor, não estan<strong>do</strong> à frente <strong>do</strong> receptor,<br />

tem tempo para rever seu escrito e “<strong>de</strong>smanchar” ou mu<strong>da</strong>r o que achar conveniente.<br />

Por outro la<strong>do</strong>, o leitor tem tempo para, se quiser, reler o texto, e avaliá-lo.<br />

Por isso mesmo, aqueles lapsos, mu<strong>da</strong>nças <strong>de</strong> rumo, repetições, que po<strong>de</strong>m<br />

caber perfeitamente quan<strong>do</strong> falamos, não ficam bem quan<strong>do</strong> escrevemos, a<br />

menos que você tenha boas razões para isso.<br />

Você já <strong>de</strong>ve ter li<strong>do</strong> muitas vezes o poema “No meio <strong>do</strong> caminho”, <strong>de</strong> Carlos<br />

Drummond <strong>de</strong> Andra<strong>de</strong>. Sobre ele, críticos e leitores já disseram <strong>de</strong> tu<strong>do</strong>. Veja<br />

o que você acha <strong>de</strong>le.<br />

21


No meio <strong>do</strong> caminho<br />

No meio <strong>do</strong> caminho tinha uma pedra<br />

tinha uma pedra no meio <strong>do</strong> caminho<br />

tinha uma pedra<br />

no meio <strong>do</strong> caminho tinha uma pedra.<br />

Nunca me esquecerei <strong>de</strong>sse acontecimento<br />

na vi<strong>da</strong> <strong>de</strong> minhas retinas tão fatiga<strong>da</strong>s.<br />

Nunca me esquecerei que no meio <strong>do</strong> caminho<br />

tinha uma pedra<br />

tinha uma pedra no meio <strong>do</strong> caminho<br />

no meio <strong>do</strong> caminho tinha uma pedra.<br />

ANDRADE, C.D. <strong>de</strong>. Alguma poesia. In Poemas. Rio <strong>de</strong> Janeiro: José Olympio, 1959. p. 34.<br />

Voltan<strong>do</strong> à questão <strong>do</strong> tempo que, em princípio, o escritor tem à sua disposição,<br />

vemos que ele é também fun<strong>da</strong>mental para a reflexão, atitu<strong>de</strong> que sempre<br />

caracteriza a escrita, em alguma medi<strong>da</strong>.<br />

Seção 3 – Equívocos na consi<strong>de</strong>ração <strong>da</strong> escrita<br />

Objetivo a ser alcança<strong>do</strong> nesta seção:<br />

– Desfazer preconceitos na análise <strong>da</strong><br />

mo<strong>da</strong>li<strong>da</strong><strong>de</strong> escrita <strong>da</strong> língua.<br />

Na consi<strong>de</strong>ração <strong>da</strong>s características <strong>da</strong> escrita, são muito comuns enganos que<br />

acabam por criar barreiras para a sua utilização, com conseqüências <strong>de</strong>sastrosas,<br />

sobretu<strong>do</strong> para o seu trabalho na educação infantil.<br />

Há uma tendência a consi<strong>de</strong>rar a forma escrita <strong>da</strong> língua como igual à usa<strong>da</strong> na<br />

literatura: mas não é. Primeiro porque a realização escrita serve a muitos outros<br />

fins, completamente diferentes <strong>do</strong> literário. Você estu<strong>do</strong>u isso na Uni<strong>da</strong><strong>de</strong> 4,<br />

quan<strong>do</strong> focalizamos as linguagens artísticas.<br />

Po<strong>de</strong>mos escrever listas <strong>de</strong> compras, bilhetes, cartas, avisos, formulários, artigos<br />

para jornais e revistas, livros didáticos, outros tipos <strong>de</strong> livros informativos,<br />

trabalhos científicos e muitos outros.<br />

Em muitos <strong>de</strong>sses casos, a escrita não po<strong>de</strong> ser literária.<br />

Temos que consi<strong>de</strong>rar, por outro la<strong>do</strong>, que a literatura não existe apenas na<br />

forma escrita: ela aparece também na forma oral, sobretu<strong>do</strong> no folclore. Além<br />

disso, pela sua liber<strong>da</strong><strong>de</strong>, po<strong>de</strong> se valer e tem se vali<strong>do</strong> <strong>de</strong> forma sistemática,<br />

mo<strong>de</strong>rnamente, <strong>da</strong> orali<strong>da</strong><strong>de</strong>.<br />

22


Ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> 8<br />

Observe esta página <strong>do</strong> livro Cabi<strong>de</strong>lim, o <strong>do</strong>ce monstrinho, <strong>de</strong> Sylvia Orthof.<br />

No centro, vemos a narra<strong>do</strong>ra com o monstrinho Cabi<strong>de</strong>lim no colo: ele está<br />

<strong>de</strong> costas. Eles estão no quarto <strong>da</strong> narra<strong>do</strong>ra.<br />

Sylvia Orthof, Cabi<strong>de</strong>lim, o <strong>do</strong>ce monstrinho. Rio <strong>de</strong> Janeiro: Mémorias Futuras, 1986. p. 8.<br />

23


a) O que tantos lembretes revelam <strong>da</strong> personali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> narra<strong>do</strong>ra?<br />

b) Um <strong>do</strong>s lembretes revela como a narra<strong>do</strong>ra se consi<strong>de</strong>ra fisicamente e um traço<br />

psicológico seu. Transcreva-o abaixo e explique o que ele revela <strong>da</strong> narra<strong>do</strong>ra.<br />

c) Observe a lista <strong>de</strong> compras. Como você po<strong>de</strong> interpretar o corte feito em um<br />

<strong>do</strong>s alimentos?<br />

d) Que outras características <strong>da</strong> narra<strong>do</strong>ra você po<strong>de</strong> inferir pelos lembretes?<br />

Outro equívoco na análise <strong>da</strong> forma escrita <strong>da</strong> língua é consi<strong>de</strong>rá-la como<br />

caracteristicamente formal. Não é bem assim.<br />

É ver<strong>da</strong><strong>de</strong> que, em gran<strong>de</strong> parte <strong>da</strong> produção escrita em to<strong>do</strong>s os tempos, o texto<br />

é feito para durar mais e ser entendi<strong>do</strong> <strong>de</strong> maneira muito pareci<strong>da</strong> por to<strong>do</strong>s os<br />

leitores. Daí, não po<strong>de</strong>r, nesses casos, ter elementos muito variáveis no tempo e<br />

no espaço, como gírias e regionalismos, ou coloquialismos que ten<strong>de</strong>m a se alterar<br />

em pouco tempo. Vendryés, um gran<strong>de</strong> lingüista francês, disse, por isso mesmo,<br />

24


que “ninguém fala como escreve, nem escreve como fala. Se escrever como fala,<br />

será consi<strong>de</strong>ra<strong>do</strong> ignorante; se falar como escreve, será chama<strong>do</strong> pe<strong>da</strong>nte”.<br />

Ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> 9<br />

Você conhece pessoas num caso e noutro? Como você reage em ca<strong>da</strong> uma <strong>de</strong>ssas<br />

situações? (Corrige, comenta, sente-se incomo<strong>da</strong><strong>do</strong>?)<br />

A escrita tem, sim, graus <strong>de</strong> informali<strong>da</strong><strong>de</strong>, <strong>da</strong> mesma forma que a língua oral.<br />

Ambas <strong>de</strong>vem se a<strong>de</strong>quar às várias situações <strong>de</strong> comunicação: uma carta que<br />

se escreve para o diretor <strong>da</strong> escola será diferente <strong>da</strong>quela que se escreve para<br />

um conheci<strong>do</strong>, e esta, <strong>da</strong> que se escreve para um irmão.<br />

É claro que o conhecimento <strong>da</strong> língua e o nível cultural <strong>do</strong>s emissores <strong>de</strong>finirão<br />

diferenças na formali<strong>da</strong><strong>de</strong> ou na informali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> linguagem. Mas mesmo a<br />

pessoa mais estu<strong>da</strong><strong>da</strong>, com maior <strong>do</strong>mínio <strong>da</strong> língua (e até por isso mesmo),<br />

escreve mais informalmente para os íntimos.<br />

Monteiro Lobato, gran<strong>de</strong> amigo <strong>de</strong> Orígenes Lessa, pôs a seguinte <strong>de</strong>dicatória<br />

num livro com o qual não estava muito satisfeito:<br />

A Orígenes, esta meleca.<br />

Lobato.<br />

25


Ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> 10<br />

Escreva um bilhete informan<strong>do</strong> que vai se atrasar para um encontro:<br />

a) Para sua mãe.<br />

b) Para seu tutor.<br />

Esperamos que você tenha feito um bilhete bastante <strong>de</strong>scontraí<strong>do</strong> para sua<br />

mãe – registro informal – e pelo menos um pouco mais cerimonioso – registro<br />

formal, ou menos informal – para o tutor.<br />

Essa variação possível <strong>de</strong> registros na escrita ficará clara para você nos <strong>do</strong>is<br />

textos apresenta<strong>do</strong>s a seguir.<br />

TEXTO 1<br />

Pra gente que é <strong>de</strong> estra<strong>da</strong>, distância não se me<strong>de</strong> com trena. E caminhão <strong>de</strong> fôlego<br />

não pergunta aon<strong>de</strong> é que se vai. Está pronto para tu<strong>do</strong>. É o caso <strong>do</strong> meu Merce<strong>de</strong>s,<br />

que não esquenta, não me põe em fria, não me larga na curva, não apalpa trabalho<br />

e é o meu primeiro companheiro <strong>de</strong> chão por estas BRs <strong>da</strong> vi<strong>da</strong>.<br />

26


O meu segun<strong>do</strong> companheiro é o “Sozinho”. Outro dia peguei uma carga<br />

extra-pesa<strong>da</strong> para Itabaiana. Falar ver<strong>da</strong><strong>de</strong>, gosto <strong>de</strong> conforto. Se é para sofrer,<br />

que seja <strong>de</strong> <strong>do</strong>r-<strong>de</strong>-cotovelo ou por sau<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> mulher. Na<strong>da</strong> além. De mo<strong>do</strong><br />

que poltrona <strong>de</strong> caminhão tem que ser que nem colo <strong>de</strong> namora<strong>da</strong>: tem que<br />

aconchegar. Porém, antes <strong>de</strong> me acomo<strong>da</strong>r ao volante, sempre <strong>do</strong>u um trato<br />

fino na cabina-leito, abasteço os tanques <strong>de</strong> combustível, confiro a carga nos<br />

conformes, olho se não está faltan<strong>do</strong> na<strong>da</strong>. Aí eu digo:<br />

Sobe, “Sozinho”! E ele salta abanan<strong>do</strong> o rabo.”Sozinho” é meu cachorro <strong>de</strong><br />

estimação.<br />

TEXTO 2<br />

A nova Van é um utilitário tão completo que as vantagens começam na frente e<br />

não acabam nas portas traseiras. O motor na frente proporciona mais segurança<br />

ao motorista e mais espaço no compartimento traseiro.<br />

Em matéria <strong>de</strong> equipamentos, versatili<strong>da</strong><strong>de</strong> e economia, ela também não per<strong>de</strong><br />

para ninguém.<br />

27


Os <strong>do</strong>is textos fazem publici<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

d e v e í c u l o s m o t o r i z a d o s :<br />

caminhão e veículo utilitário.<br />

Têm, portanto, uma mesma<br />

intenção: convencer os possíveis<br />

leitores a comprarem os veículos<br />

anuncia<strong>do</strong>s. No entanto, para<br />

atingir esse objetivo, ca<strong>da</strong> um<br />

usou recursos diferentes. A própria<br />

imagem tem características bem<br />

distintas: uma <strong>de</strong>staca um veículo<br />

e a outra apresenta vários, como<br />

se quisessem atingir públicos<br />

distintos.<br />

Ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> 11<br />

a) As frases abaixo dizem respeito aos <strong>do</strong>is textos publicitários. Ponha nos<br />

parênteses: 1, se a afirmação se referir ao Texto 1, e 2, se se referir ao Texto 2.<br />

( ) O texto parece um <strong>de</strong>poimento pessoal.<br />

( ) O texto não apresenta aspectos <strong>de</strong> interesse particular.<br />

( ) O texto tem termos mais técnicos.<br />

( ) O texto parece se dirigir a alguém muito próximo.<br />

( ) O texto não se dirige a um receptor específico.<br />

( ) O texto usa gírias.<br />

( ) O texto usa sobretu<strong>do</strong> construções <strong>da</strong> língua-padrão.<br />

( ) O texto usa construções mais coloquiais.<br />

( ) O texto é mais informal.<br />

( ) O texto é menos informal.<br />

28


) Indique as expressões ou estruturas que revelam a informali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> um <strong>do</strong>s textos.<br />

c) Na sua opinião, qual <strong>da</strong>s duas propagan<strong>da</strong>s funciona mais? Por quê?<br />

Com relação a esses e a outros preconceitos liga<strong>do</strong>s à escrita, é fun<strong>da</strong>mental<br />

que se tenha clareza <strong>de</strong> que, para ela, vale o que vale para to<strong>da</strong> e qualquer<br />

comunicação: a a<strong>de</strong>quação ao contexto. Isso envolve <strong>de</strong>finir:<br />

Para quem escrevo?<br />

Se o escrito é para ser li<strong>do</strong> só pelo próprio emissor, o texto po<strong>de</strong> ter critérios<br />

bem a<strong>de</strong>qua<strong>do</strong>s ao escritor. Lembretes, listas e diários estão nesse caso. Aí po<strong>de</strong><br />

praticamente tu<strong>do</strong>.<br />

Resumos e esquemas também po<strong>de</strong>m ter a<br />

finali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> serem li<strong>do</strong>s só pelo emissor. Também<br />

cabe a ele <strong>de</strong>finir a sua forma, ou como esses escritos<br />

funcionam melhor para ele. É claro que o escritor<br />

po<strong>de</strong> ser orienta<strong>do</strong> sobre como tornar esses textos<br />

mais eficientes, mas a <strong>de</strong>cisão é <strong>de</strong>le. Se, ao contrário,<br />

o resumo ou o esquema vão servir a outros leitores,<br />

o cui<strong>da</strong><strong>do</strong> com a clareza será maior.<br />

O texto literário, sobretu<strong>do</strong> se se trata <strong>de</strong> ver<strong>da</strong><strong>de</strong>ira<br />

arte, parece ser inicialmente feito para o próprio<br />

autor: escrever, para ele, é um impulso inarredável,<br />

uma questão vital. Também nesse tipo <strong>de</strong> texto – já<br />

sabemos – a liber<strong>da</strong><strong>de</strong> é máxima.<br />

29


Se é escrito para outro, ou outros, a consi<strong>de</strong>ração <strong>do</strong>(s) receptor(es) passa a ser<br />

inevitável: o texto já não será o mesmo.<br />

É preciso perguntar: ele quer mesmo ler meu texto? Eu quero mesmo que ele<br />

leia meu texto? Ele será capaz <strong>de</strong> enten<strong>de</strong>r a questão, o sentimento, a idéia<br />

que eu quero expor? Ele po<strong>de</strong> se soli<strong>da</strong>rizar comigo?<br />

Sobre o que escrevo?<br />

O assunto é outro ponto crucial: se é técnico, se é pessoal, se é <strong>do</strong> <strong>do</strong>mínio<br />

<strong>de</strong> to<strong>do</strong>s os receptores, se é agradável ou não, polêmico ou não – tu<strong>do</strong> po<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>finir textos diferentes, com registros distintos.<br />

Como meu texto chegará ao meu leitor?<br />

Cartas, telegramas, bilhetes, artigos <strong>de</strong> jornal ou revista (e ca<strong>da</strong> jornal ou revista),<br />

livros didáticos, dicionários etc., chegam ao leitor <strong>de</strong> mo<strong>do</strong> diferente e, conjuga<strong>do</strong>s<br />

às questões levanta<strong>da</strong>s anteriormente, estabelecem textos muito distintos.<br />

Ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> 12<br />

Veja o que acontece com os textos <strong>do</strong>s guias <strong>do</strong> PROINFANTIL. Nossa intenção<br />

é usar uma linguagem mais <strong>de</strong>scontraí<strong>da</strong>, dialogan<strong>do</strong> ao máximo com você.<br />

Respon<strong>da</strong>-nos, com bastante franqueza:<br />

a) Você acha que conseguimos nosso objetivo?<br />

b) Que recursos você percebe que foram usa<strong>do</strong>s para isso?<br />

30


c) Você acha que po<strong>de</strong>ríamos melhorar esse diálogo? Escreva suas sugestões.<br />

Vai ser ótimo para nós.<br />

Seção 4 – O sistema <strong>de</strong> escrita <strong>da</strong> língua portuguesa<br />

Objetivo a ser alcança<strong>do</strong> nesta seção:<br />

– Indicar a correspondência entre alguns<br />

fonemas e grafemas <strong>da</strong> língua portuguesa.<br />

O sistema <strong>de</strong> representação gráfica <strong>da</strong> língua portuguesa é alfabético.<br />

To<strong>do</strong>s os sistemas alfabéticos se baseiam no princípio <strong>da</strong> correspondência entre<br />

os sons distintivos <strong>da</strong> língua (fonemas) e as letras <strong>do</strong> alfabeto (grafemas).<br />

Preste atenção nas frases que se seguem:<br />

1. A cola secou.<br />

2. A gola <strong>do</strong> casaco é gran<strong>de</strong>.<br />

3. A bola furou.<br />

4. A mola <strong>do</strong> sofá quebrou.<br />

Veja que o significa<strong>do</strong> <strong>de</strong> ca<strong>da</strong><br />

palavra que se encontra em<br />

posição <strong>de</strong> sujeito na frase (cola,<br />

gola, bola, mola) é diferente.<br />

Na língua portuguesa, /c/, /g/,<br />

/b/ e /m/ são fonemas, isto é,<br />

são sons distintivos <strong>da</strong> língua,<br />

porque, quan<strong>do</strong> pronuncia<strong>do</strong>s<br />

numa seqüência lingüística, no<br />

nosso caso / -ola /, temos como<br />

resulta<strong>do</strong> palavras com significa<strong>do</strong>s<br />

diferentes.<br />

31


Ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> 13<br />

Agora, i<strong>de</strong>ntifique, marcan<strong>do</strong> com um círculo, o fonema que colabora para a<br />

distinção <strong>de</strong> significa<strong>do</strong> nas palavras abaixo:<br />

pato, bato, mato, cato, gato<br />

/p/, /b/, /m/, /c/ e /g/ são fonemas <strong>da</strong> língua portuguesa porque contribuem para<br />

diferenciar o significa<strong>do</strong> <strong>da</strong>s palavras em que ocorrem.<br />

A representação <strong>do</strong>s fonemas ou <strong>do</strong>s sons distintivos <strong>da</strong> língua é feita nos<br />

alfabetos pelas letras ou grafemas.<br />

Entretanto, essa correspondência entre o fonema (som distintivo) e o grafema<br />

(a letra) nem sempre é perfeita, porque a escrita não reflete totalmente a<br />

reali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> fala.<br />

A correspondência é satisfatória na língua portuguesa para o grupo <strong>de</strong> fonemas /p/,<br />

/b/, /t/, /d/, /f/ e /v/, conforme pote/bote; tia/dia; faca/vaca. Mas há o caso <strong>de</strong> um mesmo<br />

fonema ser escrito com s, z, ou x, como nas palavras casar, rezar e examinar.<br />

Ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> 14<br />

Escreva, na coluna <strong>de</strong> ca<strong>da</strong> palavra, cinco outras que apresentem a mesma<br />

situação <strong>de</strong>scrita acima, com relação ao som /z/.<br />

casar rezar examinar<br />

E existe ain<strong>da</strong> o fato <strong>de</strong> o grafema representar o em palavras como , o em e<br />

o em , por exemplo.<br />

32


Ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> 15<br />

Escreva, na coluna <strong>de</strong> ca<strong>da</strong> palavra, cinco outras que apresentem a mesma<br />

situação <strong>de</strong>scrita acima, com relação aos sons representa<strong>do</strong>s pelo x.<br />

explicar exato enxuto<br />

Algumas <strong>da</strong>s razões para tantas variações são históricas e se <strong>de</strong>vem a origens<br />

e modificações sofri<strong>da</strong>s pela língua ao longo <strong>do</strong> tempo.<br />

Outra dificul<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> escrita vem <strong>do</strong> fato <strong>de</strong> que nem sempre as palavras são<br />

pronuncia<strong>da</strong>s <strong>da</strong> mesma forma. Como você já viu na Uni<strong>da</strong><strong>de</strong> 6, existe uma<br />

variabili<strong>da</strong><strong>de</strong> que acontece <strong>de</strong> pessoa para pessoa, <strong>de</strong> região para região.<br />

Ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> 16<br />

As crianças <strong>da</strong> educação infantil, quan<strong>do</strong> iniciam o contato com a escrita, às<br />

vezes tentam escrever como falam. Certamente, você já percebeu isso muitas<br />

vezes. Você teria algum exemplo bem característico disso? Apresente-o no<br />

espaço abaixo:<br />

33


Correspon<strong>de</strong>ria mais ou menos às<br />

possibili<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> escrita <strong>da</strong> palavra<br />

muintu para muito? Observe a palavra<br />

<strong>de</strong>nte: ela po<strong>de</strong> ser pronuncia<strong>da</strong> como<br />

<strong>de</strong>ntchi, <strong>de</strong>nti, <strong>de</strong>nte ou <strong>de</strong>ntch.<br />

D e t o d a f o r m a , e s s a f a l t a d e<br />

correspondência não <strong>de</strong>ve ser nunca<br />

um obstáculo para a aprendizagem <strong>da</strong><br />

escrita. Essa dificul<strong>da</strong><strong>de</strong> é supera<strong>da</strong> com o<br />

exercício efetivo <strong>da</strong> leitura e <strong>da</strong> escrita.<br />

Para que to<strong>do</strong>s possam ler e compreen<strong>de</strong>r<br />

o que está escrito, há uma convenção<br />

para o uso <strong>da</strong> mo<strong>da</strong>li<strong>da</strong><strong>de</strong> escrita <strong>da</strong><br />

língua: a ortografia.<br />

Ortografia são as regras, as maneiras que foram fixa<strong>da</strong>s para se escrever e ser<br />

compreendi<strong>do</strong> por to<strong>do</strong>s: escrever <strong>da</strong> esquer<strong>da</strong> para a direita, dividir palavras,<br />

usar letras maiúsculas e minúsculas etc.<br />

É a convenção, o acor<strong>do</strong> <strong>da</strong> socie<strong>da</strong><strong>de</strong>, que <strong>de</strong>termina que se <strong>de</strong>ve escrever<br />

casar e vazar, assim como incha<strong>da</strong> e enxa<strong>da</strong>, açougue e passo. Como você<br />

po<strong>de</strong> observar, está sen<strong>do</strong> usa<strong>da</strong> aí uma representação diferente para sons que<br />

pronunciamos <strong>da</strong> mesma forma. E isso não acontece só com a língua portuguesa:<br />

em to<strong>da</strong>s as línguas que usam a escrita, há fatos <strong>de</strong>sse tipo. Os motivos são<br />

vários: históricos, sociais e políticos.<br />

Exatamente por ser uma convenção <strong>de</strong> difícil <strong>do</strong>mínio por parte <strong>de</strong> qualquer um<br />

(não há ninguém que não tenha alguma dúvi<strong>da</strong> <strong>de</strong> ortografia), a ortografia não é o<br />

aspecto mais importante <strong>do</strong> texto escrito. A menos que sejam erros muito freqüentes<br />

e graves, a ortografia não <strong>de</strong>ve pesar muito na análise <strong>do</strong> texto, sobretu<strong>do</strong> na fase <strong>de</strong><br />

aprendizagem <strong>da</strong> escrita. A organização <strong>do</strong> pensamento, as idéias bem concatena<strong>da</strong>s<br />

e pertinentes, a originali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>do</strong> enfoque, tu<strong>do</strong> isso é mais importante.<br />

PARA RELEMBRAR<br />

- A escrita, como um sistema <strong>de</strong> representação gráfica, é um saber<br />

eminentemente social.<br />

- Dominar a escrita é ir além <strong>do</strong> <strong>de</strong>senho <strong>de</strong> letras e palavras: é ter<br />

conhecimento <strong>de</strong> seus usos e <strong>de</strong> suas funções, é saber usar os diversos<br />

tipos <strong>de</strong> texto em situações a<strong>de</strong>qua<strong>da</strong>s.<br />

34


-<br />

- Só se apren<strong>de</strong> a escrever len<strong>do</strong> e escreven<strong>do</strong> em situações efetivas <strong>de</strong> uso.<br />

- O <strong>do</strong>mínio <strong>da</strong> escrita é fator que colabora para a formação <strong>de</strong> ci<strong>da</strong>dãos<br />

conscientes e autônomos que, pelo acesso ao saber acumula<strong>do</strong>, po<strong>de</strong>m<br />

criar o seu próprio conhecimento.<br />

- A escrita, não contan<strong>do</strong> com as vantagens <strong>da</strong> proximi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>do</strong> receptor,<br />

tem a necessi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>do</strong> uso <strong>de</strong> recursos que possam aproximar o escrito <strong>do</strong><br />

que seria fala<strong>do</strong>. Ela recorre, para isso, à ortografia e à pontuação.<br />

- Em virtu<strong>de</strong> <strong>do</strong> tempo <strong>do</strong> escritor, para escrever, e <strong>do</strong> leitor, para ler, lapsos,<br />

repetições e suspensões <strong>de</strong> pensamento são pouco aceitáveis na escrita.<br />

- Não se po<strong>de</strong> consi<strong>de</strong>rar que a língua escrita é sempre igual à literária,<br />

nem que <strong>de</strong>ve ser sempre formal.<br />

- O uso constante <strong>da</strong> escrita, a reflexão sobre a língua e a orientação<br />

para pesquisa em dicionário são os únicos caminhos para se <strong>do</strong>minar a<br />

ortografia com segurança.<br />

ABRINDO NOSSOS HORIZONTES<br />

Orientações para a prática pe<strong>da</strong>gógica<br />

Objetivo específico:<br />

– <strong>de</strong>senvolver ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s nas quais as crianças<br />

compreen<strong>da</strong>m o significa<strong>do</strong> social <strong>da</strong> escrita.<br />

Ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s sugeri<strong>da</strong>s<br />

ATIVIDADE 1<br />

Objetivo <strong>do</strong>(a) professor(a): propor uma ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> significativa envolven<strong>do</strong><br />

a elaboração <strong>de</strong> um texto escrito, garantin<strong>do</strong> a função social <strong>da</strong> escrita às<br />

crianças.<br />

Conteú<strong>do</strong>s: reconto <strong>de</strong> uma história, função social <strong>da</strong> escrita.<br />

35


Orientações para o(a) professor(a):<br />

- Ao pensar no trabalho com a escrita nas salas <strong>de</strong> educação infantil, é<br />

importante sempre partirmos <strong>da</strong> garantia <strong>do</strong> trabalho com a função social<br />

<strong>da</strong> escrita. Nesta perspectiva, vale lembrar que, sempre que solicitarmos às<br />

crianças que escrevam ou ditem ao(à) professor(a) textos escritos, é preciso<br />

ressaltar quem será o <strong>de</strong>stinatário <strong>de</strong>sta produção.<br />

- Sen<strong>do</strong> assim, quan<strong>do</strong> você planejar uma ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>, como por exemplo, a<br />

escrita coletiva <strong>de</strong> uma carta, é fun<strong>da</strong>mental <strong>de</strong>terminar com as crianças<br />

para quem ela vai ser escrita. Ao <strong>de</strong>cidir, neste caso, o interlocutor <strong>do</strong> texto<br />

a ser produzi<strong>do</strong>, você estará trabalhan<strong>do</strong> com elas o gênero carta: você<br />

po<strong>de</strong> conversar sobre o porquê <strong>da</strong> escolha <strong>de</strong>ste gênero para a comunicação<br />

com o interlocutor escolhi<strong>do</strong>, garantin<strong>do</strong> assim a função social <strong>do</strong> gênero.<br />

Você também po<strong>de</strong> trabalhar, por exemplo, o gênero carta como um tipo<br />

<strong>de</strong> texto que tem características específicas em sua estrutura.<br />

Segue uma sugestão <strong>de</strong> ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> que po<strong>de</strong> ser realiza<strong>da</strong> com as crianças na<br />

qual o(a) professor(a) escreve aquilo que o grupo dita, tal como foi proposta<br />

na ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> Uni<strong>da</strong><strong>de</strong> 6 <strong>de</strong>ste módulo. Porém, a gran<strong>de</strong> intenção com<br />

esta ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> é garantir a compreensão <strong>da</strong> função <strong>da</strong> escrita, enquanto na<br />

ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> anterior nossa meta era trabalhar as diferenças <strong>da</strong> linguagem oral e<br />

<strong>da</strong> linguagem escrita.<br />

A proposta para este trabalho será a escrita coletiva <strong>de</strong> uma história conheci<strong>da</strong><br />

por seu grupo <strong>de</strong> crianças:<br />

- Escolha um livro que você costuma ler regularmente a suas crianças.<br />

- Faça algumas ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> leitura <strong>de</strong>sta história até o momento em que<br />

achar que suas crianças já memorizaram gran<strong>de</strong> parte <strong>do</strong> texto <strong>de</strong>la. Atente<br />

para o fato <strong>de</strong> que, se você quer que as crianças memorizem o máximo<br />

possível <strong>da</strong> história, é importante que você selecione um livro que tenha<br />

uma história queri<strong>da</strong> pelo grupo, que tenha uma narrativa <strong>de</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong> e<br />

que seja possível ser memoriza<strong>da</strong> ao longo <strong>de</strong> algumas situações <strong>de</strong> leitura<br />

por parte <strong>do</strong>(a) professor(a).<br />

- Diga às crianças que você tem observa<strong>do</strong> que elas gostam muito <strong>de</strong>sta história<br />

e que já a memorizaram quase por inteiro. Proponha ao grupo que ditem<br />

a história para você, para que possam levar uma cópia <strong>de</strong>la para casa e ler<br />

com os pais, parentes ou colegas.<br />

36


- Recapitule com as crianças os diferentes fatos que fazem parte <strong>da</strong> história.<br />

- Peça que elas ditem a você como a história <strong>de</strong>ve ser escrita <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o começo.<br />

- Escreva tal como as crianças ditam. Lembre-se <strong>de</strong> reler com freqüência o<br />

que já está escrito para que as crianças possam acompanhar a produção, já<br />

que ain<strong>da</strong> não são leitoras autônomas.<br />

- Lembre-se <strong>de</strong> falar em voz alta o que você está escreven<strong>do</strong> para que as crianças<br />

possam acompanhar o ritmo <strong>da</strong> escrita a<strong>de</strong>quan<strong>do</strong> o tempo <strong>de</strong> suas falas.<br />

- Quan<strong>do</strong> terminar a história diga às crianças que você irá passar a limpo o<br />

que elas ditaram e <strong>de</strong>pois irá reler para que possam <strong>de</strong>cidir se a escrita está<br />

clara, para que seus pais, parentes ou colegas possam entendê-la.<br />

- Em uma outra ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>, traga o texto dita<strong>do</strong> pelas crianças passa<strong>do</strong> a limpo<br />

e comente que irão rever o texto para avaliar se ele está bem escrito e claro<br />

para a compreensão <strong>da</strong>quelas pessoas que irão ler.<br />

- Leia ao grupo a história tal como lhe foi dita<strong>da</strong>.<br />

- Faça uma revisão com as crianças, chaman<strong>do</strong> a atenção para os fatos <strong>da</strong><br />

história, garantin<strong>do</strong> que, ao final <strong>de</strong>sta ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>, as principais partes <strong>da</strong><br />

história estejam registra<strong>da</strong>s.<br />

- Em uma outra ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>, retome com as crianças a importância <strong>da</strong> clareza<br />

<strong>da</strong> escrita para que o interlocutor possa enten<strong>de</strong>r a história e revise com<br />

elas os termos presentes no texto que são marcas <strong>da</strong> linguagem oral e que<br />

não fazem parte <strong>da</strong> linguagem escrita.<br />

- Por fim, em uma terceira e última ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> revisão, retome novamente<br />

a importância <strong>de</strong> consi<strong>de</strong>rar o interlocutor na produção <strong>da</strong> história e leia<br />

novamente o texto, apontan<strong>do</strong> para as crianças os lugares em que <strong>de</strong>vem<br />

ser coloca<strong>do</strong>s ponto final, travessão e parágrafo. Você <strong>de</strong>ve explicar às<br />

crianças porque colocar a pontuação no texto, <strong>de</strong> forma que elas possam<br />

acompanhar sua reflexão sobre o uso <strong>da</strong> pontuação na produção <strong>de</strong> um texto<br />

escrito, mas não <strong>de</strong>vemos esperar <strong>da</strong>s crianças que este seja um aprendiza<strong>do</strong><br />

conquista<strong>do</strong> na Educação Infantil. Ain<strong>da</strong> neste aspecto, você po<strong>de</strong> dizer às<br />

crianças o nome correto <strong>da</strong> pontuação ain<strong>da</strong> que elas não tenham condição<br />

<strong>de</strong> se apropriarem <strong>do</strong> que significa ca<strong>da</strong> um <strong>de</strong>les.<br />

37


- Termine esta seqüência <strong>de</strong> ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s fazen<strong>do</strong> uma cópia <strong>da</strong> história para<br />

ca<strong>da</strong> criança levar para casa ou solicitan<strong>do</strong> que elas copiem o texto que<br />

você passou a limpo para que possam, ca<strong>da</strong> uma, ter uma cópia individual<br />

<strong>da</strong> história.<br />

- Depois que as crianças levarem o texto para casa, pergunte a elas o que as<br />

pessoas que o leram acharam. Questione também se as pessoas enten<strong>de</strong>ram<br />

a história, retoman<strong>do</strong> com o grupo a importância <strong>de</strong> revisarmos os textos<br />

que escrevemos, já que aquele que irá ler a produção precisa enten<strong>de</strong>r tu<strong>do</strong><br />

o que está escrito.<br />

Des<strong>do</strong>bramentos <strong>da</strong> ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>: outras ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s semelhantes envolven<strong>do</strong> a<br />

produção coletiva <strong>de</strong> textos, como por exemplo:<br />

- listas;<br />

- receitas;<br />

- bilhetes;<br />

- cartazes;<br />

- cartas.<br />

ATIVIDADE 2<br />

Dê a suas crianças a oportuni<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> criar poemas, contos e histórias, além <strong>de</strong><br />

textos <strong>de</strong> opinião e informativos.<br />

ATIVIDADE 3<br />

Procure ter contato com professores <strong>de</strong> outras instituições <strong>de</strong> educação infantil.<br />

Crie um correio entre essas instituições: a troca <strong>de</strong> correspondência entre crianças<br />

que não se conhecem é muito produtiva.<br />

ATIVIDADE 4<br />

Aproveite to<strong>da</strong>s as oportuni<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> envio <strong>de</strong> mensagens para elaborar e<br />

escrever cartões, por motivos diversos: casamento, aniversário, Dia <strong>da</strong>s Mães,<br />

Dia <strong>do</strong>s Pais, Dia <strong>do</strong> <strong>Professor</strong>, mu<strong>da</strong>nça <strong>de</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong>, <strong>do</strong>ença etc. Esse tipo <strong>de</strong><br />

ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> permitirá a<strong>de</strong>quar a linguagem à situação e ao grau <strong>de</strong> formali<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

que a relação social exigir.<br />

38


GLOSSÁRIO<br />

Desastroso: ruim; em que há <strong>de</strong>sastre.<br />

Deslocar: tirar, ou sair <strong>do</strong> lugar.<br />

Equívoco: engano.<br />

Greco-latino: relativo ao povo grego e romano ou à sua cultura.<br />

Inarredável: <strong>do</strong> qual não se po<strong>de</strong> arre<strong>da</strong>r, fugir.<br />

In<strong>de</strong>coroso: que não tem <strong>de</strong>coro, in<strong>de</strong>cente.<br />

Inferir: concluir, <strong>de</strong>duzir por raciocínio.<br />

Pe<strong>da</strong>nte: afeta<strong>do</strong>, que gosta <strong>de</strong> se exibir.<br />

Suméria: na Antigüi<strong>da</strong><strong>de</strong>, região que correspondia aproxima<strong>da</strong>mente ao<br />

território <strong>do</strong> Iraque e que se constituiu, ao la<strong>do</strong> <strong>do</strong> Egito, no mais importante<br />

centro <strong>da</strong> civilização <strong>do</strong> Oriente.<br />

SUGESTÕES PARA LEITURA<br />

CÂMARA Jr. M. Manual <strong>da</strong> expressão oral e escrita. Petrópolis: Vozes, 1983.<br />

Pelas mesmas razões pelas quais foi indica<strong>da</strong> na uni<strong>da</strong><strong>de</strong> anterior, a obra volta<br />

aqui. Sua leitura será, sem dúvi<strong>da</strong>, proveitosa.<br />

VISCONTI, M.C. & JUNQUEIRA, Z.A. A escrita – Das pare<strong>de</strong>s ao computa<strong>do</strong>r. São<br />

Paulo: Ática, 1998.<br />

Essa obra, mais teórica, faz uma viagem sobre o significa<strong>do</strong> <strong>da</strong> escrita em to<strong>da</strong>s<br />

as suas formas, <strong>da</strong>s mais antigas até as <strong>da</strong> era <strong>da</strong> informática.<br />

39


-<br />

-<br />

Matemática e lógica<br />

Espaço, formas e medi<strong>da</strong>s<br />

ABRINDO NOSSO DIÁLOGO<br />

<strong>Professor</strong>, nesta uni<strong>da</strong><strong>de</strong>, <strong>da</strong>remos continui<strong>da</strong><strong>de</strong> ao nosso estu<strong>do</strong> sobre o espaço,<br />

as formas e a localização, inicia<strong>do</strong> na Uni<strong>da</strong><strong>de</strong> 3, e sobre medi<strong>da</strong>s, já abor<strong>da</strong><strong>do</strong><br />

na Uni<strong>da</strong><strong>de</strong> 4.<br />

O primeiro passo para o estu<strong>do</strong> <strong>da</strong> Geometria é a percepção <strong>do</strong> espaço. Essa<br />

percepção, que foi nosso objetivo <strong>de</strong> estu<strong>do</strong> na Uni<strong>da</strong><strong>de</strong> 3, também o será nesta<br />

uni<strong>da</strong><strong>de</strong>, pois é um <strong>do</strong>s elementos fun<strong>da</strong>mentais à visualização.<br />

Como a visualização é <strong>de</strong>senvolvi<strong>da</strong>, precisamos oferecer situações para que a criança<br />

<strong>de</strong>senvolva sua capaci<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> visualizar os objetos que nos ro<strong>de</strong>iam, ou seja, oferecer<br />

oportuni<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> experiências com objetos e <strong>de</strong> interação nas diferentes dimensões,<br />

visan<strong>do</strong> a compreensão <strong>da</strong> Geometria. É importante passarmos por uma experiência<br />

com o mun<strong>do</strong> físico para chegarmos às abstrações trabalha<strong>da</strong>s na Geometria.<br />

Já vimos que a criança constrói o espaço reconhecen<strong>do</strong> os objetos através <strong>do</strong>s senti<strong>do</strong>s.<br />

Primeiramente, ela reconhece os objetos tridimensionais: bolas, cubos, bonecos, entre<br />

outros, para logo <strong>de</strong>pois i<strong>de</strong>ntificar as figuras bidimensionais: as formas geométricas<br />

planas. Essa é a manifestação <strong>do</strong> caminho que vai <strong>do</strong> espacial ao plano.<br />

Nesta uni<strong>da</strong><strong>de</strong>, vamos trabalhar com os objetos concretos como representações<br />

<strong>do</strong>s objetos geométricos que pertencem ao mun<strong>do</strong> <strong>da</strong>s idéias.<br />

Além disso, para a compreensão <strong>do</strong> mun<strong>do</strong> em que vivemos – o espaço terrestre<br />

e a construção <strong>da</strong> vi<strong>da</strong> nesse espaço –, fazemos uso <strong>da</strong>s medi<strong>da</strong>s. A medi<strong>da</strong> é o<br />

ponto <strong>de</strong> parti<strong>da</strong> para construirmos nossas casas, produzirmos nossos alimentos,<br />

comercializarmos, construirmos nossas máquinas, viajarmos pelo espaço etc.<br />

Medir supõe uma repetição <strong>de</strong> uma uni<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> medi<strong>da</strong> e po<strong>de</strong>mos, então,<br />

enten<strong>de</strong>r que essa repetição <strong>de</strong>ve cobrir to<strong>do</strong> o intervalo sem <strong>de</strong>ixar lacunas<br />

ou mesmo fazer superposições. É bom parar por aqui, porque são tantas as<br />

situações em que medimos, que é praticamente impossível enumerá-las.<br />

DEFININDO NOSSO PONTO DE CHEGADA<br />

Objetivos específicos <strong>da</strong> área temática:<br />

Ao finalizar seus estu<strong>do</strong>s, você po<strong>de</strong>rá ter construí<strong>do</strong> e sistematiza<strong>do</strong><br />

aprendizagens como:<br />

41


-<br />

1. Diferenciar formas tridimensionais <strong>da</strong>s unidimensionais e bidimensionais.<br />

2. I<strong>de</strong>ntificar retas, retas que se interceptam, retas perpendiculares, retas não-<br />

perpendiculares e retas paralelas.<br />

3. Estabelecer relação entre quanti<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> quadra<strong>do</strong>s e uni<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> medi<strong>da</strong><br />

<strong>de</strong> área.<br />

CONSTRUINDO NOSSA APRENDIZAGEM<br />

Esta área temática está dividi<strong>da</strong> em três seções: a primeira trata <strong>da</strong>s dimensões;<br />

a segun<strong>da</strong> i<strong>de</strong>ntifica as retas, posições e localização; a terceira trata <strong>de</strong> área e<br />

pavimentação.<br />

Esta uni<strong>da</strong><strong>de</strong> vai ser anima<strong>da</strong>. Para estudá-la, você vai precisar mais <strong>do</strong> que<br />

papel, lápis e borracha. Você vai utilizar papel sem pauta para <strong>de</strong>senhar,<br />

régua, tesoura, cola, linha ou fita a<strong>de</strong>siva. Vai necessitar também <strong>de</strong> uma caixa<br />

vazia pequena (como, por exemplo, uma caixa <strong>de</strong> remédio) e <strong>de</strong> canudinhos<br />

colori<strong>do</strong>s para estu<strong>da</strong>r a segun<strong>da</strong> seção (4 vermelhos, 4 amarelos e 4 azuis, ou<br />

<strong>de</strong> outras cores, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> que sejam <strong>de</strong> três cores diferentes).<br />

Seria bom, também, que você tivesse à mão a Uni<strong>da</strong><strong>de</strong> 3, <strong>de</strong> tal mo<strong>do</strong> que você<br />

pu<strong>de</strong>sse consultá-la facilmente.<br />

Para estu<strong>da</strong>r esta área temática, você gastará em torno <strong>de</strong> três horas e 48 minutos,<br />

cerca <strong>de</strong> uma hora na seção 1, uma hora e 20 minutos na seção 2 e uma hora e 28<br />

minutos na seção 3.<br />

Já separou tu<strong>do</strong>? Verifique. Não falta na<strong>da</strong>? Então, mãos à obra!<br />

Seção 1 – As dimensões<br />

Objetivo a ser alcança<strong>do</strong> nesta seção:<br />

– Diferenciar formas tridimensionais <strong>da</strong>s<br />

unidimensionais e bidimensionais.<br />

Vamos continuar nossa observação <strong>do</strong> que ocorre ao nosso re<strong>do</strong>r, como fizemos<br />

na Uni<strong>da</strong><strong>de</strong> 3.<br />

42


Tininha pergunta ao Tonho:<br />

– Tonho, você viu como a caixa ficou achata<strong>da</strong>?<br />

– É mesmo, ela ficou rente ao asfalto, e antes ela era alta. Sabe o que essa caixa<br />

me fez lembrar? Um monte <strong>de</strong> cartas <strong>de</strong> baralho. Outro dia eu estava ven<strong>do</strong> o<br />

pessoal jogar, e aquele monte <strong>de</strong> cartas que ficava no centro <strong>da</strong> mesa parecia<br />

a caixa antes <strong>de</strong> ficar achata<strong>da</strong>.<br />

– Que idéia a sua!!!<br />

– Tininha, preste atenção! Quan<strong>do</strong> você tem uma só carta, ela fica chata,<br />

pareci<strong>da</strong> com a caixa que vimos ser atropela<strong>da</strong> pelo caminhão. Como as cartas<br />

<strong>do</strong> baralho são to<strong>da</strong>s iguais e têm a mesma largura e o mesmo comprimento,<br />

quan<strong>do</strong> a gente empilha direitinho uma sobre a outra, elas ficam com a forma<br />

pareci<strong>da</strong> à <strong>da</strong> caixa antes <strong>de</strong> ter si<strong>do</strong> achata<strong>da</strong>.<br />

– Ah, é mesmo! O monte <strong>de</strong> cartas tem uma largura e um comprimento, mas<br />

tem também uma altura. Que outras coisas têm uma altura, uma largura e um<br />

comprimento?<br />

– Uma porção <strong>de</strong> coisas. As casas, os móveis, o copo, até mesmo a gente...<br />

– Epa, espera aí! Sabe o que eu estou pensan<strong>do</strong>, Tonho?<br />

– Se você não falar, como vou saber?<br />

– Ih, cre<strong>do</strong>... Que, se a gente voar um pouquinho com o nosso pensamento, nós<br />

po<strong>de</strong>mos ver a caixa achata<strong>da</strong> como se ela tivesse apenas duas medi<strong>da</strong>s: uma<br />

largura e um comprimento.<br />

– Sabe que é mesmo?<br />

Você sabia?<br />

Os objetos que possuem largura, comprimento e altura são<br />

objetos típicos <strong>do</strong> espaço tridimensional. Apesar <strong>de</strong> vivermos<br />

num mun<strong>do</strong> tridimensional, a partir <strong>de</strong>le po<strong>de</strong>mos ir mais<br />

longe <strong>do</strong> que nossos olhos po<strong>de</strong>m alcançar e perceber .<br />

Por exemplo, tanto a caixa achata<strong>da</strong> quanto o quadro <strong>de</strong><br />

giz, a superfície <strong>de</strong> uma mesa ou a tela <strong>da</strong> TV são objetos<br />

que utilizamos como se tivessem apenas duas dimensões.<br />

Assim, esses objetos representam objetos geométricos<br />

bidimensionais. Além <strong>do</strong>s objetos bidimensionais, temos os<br />

unidimensionais, ou seja, aqueles objetos que possuem apenas<br />

uma medi<strong>da</strong>. Por exemplo, quan<strong>do</strong> dizemos que o comprimento<br />

<strong>do</strong> fio <strong>de</strong> eletrici<strong>da</strong><strong>de</strong> é <strong>de</strong> 10m, estamos consi<strong>de</strong>ran<strong>do</strong> apenas<br />

uma dimensão, o seu comprimento. O fio representa um objeto<br />

geométrico unidimensional.<br />

43


Ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> 1<br />

I<strong>de</strong>ntifique quais <strong>do</strong>s objetos abaixo são unidimensionais, bidimensionais ou<br />

tridimensionais.<br />

Unidimensionais Bidimensionais Tridimensionais<br />

<strong>Professor</strong>(a), você se lembra <strong>da</strong> conversa <strong>da</strong> Tininha e <strong>do</strong> Tonho no início <strong>de</strong>sta<br />

uni<strong>da</strong><strong>de</strong>?<br />

O que Tininha e Tonho observaram foram objetos com duas e três dimensões. Deve<br />

ficar claro que, quan<strong>do</strong> nos referimos às cartas como um objeto bidimensional,<br />

estamos <strong>de</strong>sprezan<strong>do</strong> a espessura <strong>da</strong> carta e apenas consi<strong>de</strong>ran<strong>do</strong> sua largura e<br />

comprimento, representan<strong>do</strong> um objeto geométrico bidimensional. Do mesmo<br />

mo<strong>do</strong>, com o unidimensional representa<strong>do</strong> por um fio, estamos <strong>de</strong>sprezan<strong>do</strong> a<br />

espessura <strong>do</strong> fio. Como dissemos na introdução, li<strong>da</strong>r com os objetos concretos é<br />

parte fun<strong>da</strong>mental para chegarmos às abstrações trabalha<strong>da</strong>s na geometria.<br />

Você já reparou como nós vivemos ro<strong>de</strong>a<strong>do</strong>s <strong>de</strong> objetos tridimensionais, mas<br />

44


utilizamos parte <strong>de</strong>les como se fossem unidimensionais e bidimensionais?<br />

Fazemos isso a partir <strong>do</strong> nosso pensamento e <strong>de</strong> experiências com esses objetos.<br />

Pense num pintor e em como ele representa tão bem uma paisagem, uma casa,<br />

as pessoas, os objetos que fazem parte <strong>do</strong> nosso cotidiano etc.<br />

É, sem dúvi<strong>da</strong>, são inúmeras as situações que po<strong>de</strong>mos imaginar sobre a<br />

representação <strong>de</strong> figuras tridimensionais como se fossem bidimensionais. Vamos<br />

analisar esta:<br />

Uma caixa <strong>de</strong> remédio, por exemplo, é um objeto tridimensional e ca<strong>da</strong> uma <strong>de</strong><br />

suas faces é bidimensional. Se abrirmos uma caixa, por exemplo, <strong>de</strong>scolan<strong>do</strong> suas<br />

faces, encontraremos um objeto plano. Nesse caso, dizemos que planificamos a<br />

caixa. Se unirmos os la<strong>do</strong>s novamente, voltaremos para o objeto tridimensional.<br />

(Você lembra como fez o <strong>da</strong><strong>do</strong> na Uni<strong>da</strong><strong>de</strong> 4? Naquela ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>, <strong>de</strong>smontan<strong>do</strong><br />

a caixinha, você teve oportuni<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> transformar um objeto tridimensional<br />

em um objeto bidimensional. Logo em segui<strong>da</strong>, construin<strong>do</strong> o <strong>da</strong><strong>do</strong>, você<br />

transformou um objeto bidimensional em um objeto tridimensional).<br />

Com objetos <strong>de</strong> uma dimensão posso construir o esqueleto <strong>de</strong> uma caixa (objeto<br />

tridimensional). Para isso, basta juntar os canudinhos como se os estivéssemos<br />

colan<strong>do</strong> nas <strong>do</strong>bras <strong>da</strong> caixa, como mostra a Figura 1.<br />

Observe como é fácil construir um objeto <strong>do</strong> espaço tridimensional a partir<br />

<strong>de</strong> uma folha <strong>de</strong> papel (objeto bidimensional). Coloque o seu papel sobre o<br />

<strong>de</strong>senho <strong>da</strong> Figura 2 e <strong>de</strong>pois cole as partes conforme o indica<strong>do</strong>.<br />

Olhe bem a Figura 1. Pegue a sua caixa <strong>de</strong> remédio e os seus canudinhos<br />

(4 vermelhos, 4 amarelos e 4 azuis) e tente colocar os canudinhos como estão<br />

na Figura 1.<br />

Fig. 1<br />

45<br />

Fig. 2


Coloque os canudinhos bem na <strong>do</strong>bra <strong>da</strong> caixa. Os amarelos na altura, os<br />

vermelhos no comprimento e os azuis na largura, e <strong>de</strong>pois amarre-os ou gru<strong>de</strong>-<br />

os com fita a<strong>de</strong>siva. Você tem o esqueleto <strong>da</strong> caixa.<br />

Agora <strong>de</strong>ixe o esqueleto <strong>de</strong> la<strong>do</strong>, pegue a caixa e abra-a nas duas partes.<br />

Coloque a caixa aberta em cima <strong>da</strong> mesa: agora ela está plana, dizemos que<br />

ela foi planifica<strong>da</strong>.<br />

Observe bem a posição <strong>do</strong>s canudinhos e suas cores. Elas representam as três<br />

dimensões <strong>do</strong> objeto: altura, comprimento e largura.<br />

Ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> 2<br />

Observe à sua volta e faça uma lista <strong>do</strong> maior número possível <strong>de</strong> objetos<br />

tridimensionais e <strong>de</strong> objetos bidimensionais.<br />

Ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> 3<br />

Experimente:<br />

- Construir uma caixa com uma folha <strong>de</strong> papel. (Você po<strong>de</strong> utilizar o mol<strong>de</strong><br />

<strong>da</strong> Figura 2. É só colocar uma folha <strong>de</strong> papel por cima <strong>da</strong> figura e copiar, e<br />

<strong>de</strong>pois recortar e montar).<br />

- Construir o esqueleto <strong>de</strong> uma caixa com canudinhos.<br />

- Desmanchar uma caixa e <strong>de</strong>ixá-la plana.<br />

Leve os objetos no encontro <strong>de</strong> sába<strong>do</strong>, para fazer uma exposição.<br />

46


Seção 2 – Retas: suas posições e localização<br />

Objetivo a ser alcança<strong>do</strong> nesta seção:<br />

– I<strong>de</strong>ntificar retas, retas que se interceptam,<br />

retas perpendiculares, retas não perpendiculares<br />

e retas paralelas.<br />

<strong>Professor</strong>(a), vamos localizar pontos no mapa. Vamos ver a importância <strong>de</strong><br />

pontos <strong>de</strong> referência para nos localizarmos numa ci<strong>da</strong><strong>de</strong>, no nosso esta<strong>do</strong>, no<br />

nosso país. Além disso, vamos estu<strong>da</strong>r posições entre retas.<br />

Tonho e Jerry conversam.<br />

– Jerry, vou passar o feria<strong>do</strong> <strong>da</strong> Semana Santa na casa <strong>de</strong> minha avó, em Rio<br />

Bonito, e o Dico me pediu para entregar uma encomen<strong>da</strong> a um parente <strong>de</strong>le.<br />

Ele me <strong>de</strong>u esse bilhete. Só que não entendi na<strong>da</strong> <strong>de</strong>ssa história <strong>de</strong> rua paralela,<br />

perpendicular... Você enten<strong>de</strong>?<br />

– Eu não. Sei lá o que é esta história <strong>de</strong> perpendicular, paralela! Vamos mostrar<br />

para a Dona Meire.<br />

Tonho e Jerry vão até Dona Meire.<br />

– Dona Meire, tenho uma missão importantíssima para cumprir.<br />

– Nossa, Tonho, o que há <strong>de</strong> tão importante assim?<br />

– Tenho que entregar uma encomen<strong>da</strong> <strong>do</strong> Dico em Rio Bonito, só que não sei chegar<br />

ao lugar. Apesar <strong>de</strong> ele ter me <strong>da</strong><strong>do</strong> esse bilhete com tu<strong>do</strong> o que eu tenho que fazer,<br />

não consegui enten<strong>de</strong>r na<strong>da</strong> <strong>do</strong> que ele disse. Só faltou ele dizer quantos passos eu<br />

tinha que <strong>da</strong>r... Ele está na 7ª série e escreveu uma porção <strong>de</strong> coisas complica<strong>da</strong>s.<br />

– Posso ver o bilhete?<br />

“Tonho, para você chegar à casa <strong>de</strong> minha<br />

prima, você vai pela rua 7 <strong>de</strong> Setembro<br />

até chegar à Ven<strong>da</strong> <strong>do</strong> Capa<strong>do</strong>. Bem em<br />

frente à ven<strong>da</strong>, começa a rua 15 <strong>de</strong><br />

Novembro.<br />

Nessa rua, que é perpendicular à rua 7<br />

<strong>de</strong> setembro, você segue até chegar à rua<br />

<strong>da</strong>s Flores, on<strong>de</strong> você vira à esquer<strong>da</strong>.<br />

47


A rua <strong>da</strong>s Flores é inclina<strong>da</strong> em relação à rua 15 <strong>de</strong> Novembro.<br />

Você an<strong>da</strong> até chegar à rua <strong>do</strong> Sol, on<strong>de</strong> você vira à direita.<br />

É aí na rua <strong>do</strong> Sol on<strong>de</strong> mora a minha prima.<br />

Essa rua é paralela à 15 <strong>de</strong> Novembro. A casa <strong>da</strong> minha prima é a<br />

terceira casa à esquer<strong>da</strong>.<br />

Dico”<br />

– Mas o que você não enten<strong>de</strong>u? – pergunta Dona Meire.<br />

– Ah, Dona Meire! Isso <strong>de</strong> perpendicular, paralela... Sei lá o que é isso!!! Esse<br />

bilhete me <strong>de</strong>u um nó na cabeça.<br />

– Tu<strong>do</strong> bem, vou explicar para vocês o que são essas coisas <strong>de</strong> perpendicular<br />

e paralela. Para isso, gostaria que vocês trouxessem para a aula <strong>de</strong> amanhã<br />

caixinhas <strong>de</strong> remédio vazias e 12 canudinhos, sen<strong>do</strong>: 4 vermelhos, 4 amarelos<br />

e 4 azuis.<br />

– Para que isso, Dona Meire? A gente nem está <strong>do</strong>ente, nem na<strong>da</strong>. – diz<br />

Jerry.<br />

– Amanhã vocês verão.<br />

No outro dia, Tonho se aproxima <strong>de</strong> Dona Meire.<br />

– Dona Meire, consegui esta caixa <strong>de</strong> remédio e esses canudinhos com Seu<br />

Romil<strong>do</strong>. Mas o que a senhora vai fazer com essas coisas?<br />

– Quero que vocês preguem os canudinhos nos cantos <strong>da</strong>s caixas que vocês<br />

trouxeram, assim como fiz com a minha (Figura 3).<br />

48<br />

Fig. 3


Dona Meire chama a atenção <strong>da</strong>s crianças:<br />

– Olhe só, menina<strong>da</strong>. O que vocês po<strong>de</strong>m dizer <strong>do</strong>s la<strong>do</strong>s <strong>da</strong>s caixas?<br />

– Hum!! Parecem ser retângulos e quadra<strong>do</strong>s. – diz Tonho.<br />

– Isso mesmo. E, como já vimos, os ângulos forma<strong>do</strong>s pelos la<strong>do</strong>s <strong>de</strong> um retângulo<br />

ou <strong>de</strong> um quadra<strong>do</strong> me<strong>de</strong>m 90 graus. Além disso, vejam só os canudinhos: o<br />

que vocês percebem?<br />

Jerry repara:<br />

– A minha caixa não tem quadra<strong>do</strong>s.To<strong>do</strong>s os la<strong>do</strong>s <strong>da</strong> caixa são retângulos.<br />

– É isso mesmo, Jerry. Muito bem. Mas não tem importância se algumas caixas<br />

têm la<strong>do</strong>s quadra<strong>do</strong>s e retangulares e outras têm la<strong>do</strong>s só retangulares.<br />

– <strong>Professor</strong>a! <strong>Professor</strong>a! Eu vejo que uns canudinhos se cruzam, como os<br />

vermelhos com os amarelos, e outros não, como os amarelos com os amarelos<br />

ou os vermelhos com os vermelhos.<br />

– É isso aí, Jerry. Para o caso <strong>do</strong>s canudinhos vermelhos e amarelos, que se<br />

cruzam forman<strong>do</strong> ângulos <strong>de</strong> 90 graus, falamos que eles são perpendiculares<br />

uns aos outros. Nos outros casos que você falou, dizemos que os canudinhos<br />

são paralelos, porque eles não se cruzam.<br />

– Uau!!! – exclama Tonho.<br />

– E aí, Tonho? Agora, você seria capaz <strong>de</strong> enten<strong>de</strong>r o bilhete <strong>do</strong> Dico?<br />

– Agora acho que sim, professora.<br />

Então, vou passar uma tarefa para vocês to<strong>do</strong>s. Representem num mapa as<br />

informações que estão no bilhete <strong>do</strong> Dico, i<strong>de</strong>ntifican<strong>do</strong> a casa <strong>da</strong> prima <strong>do</strong> Dico.<br />

Ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> 4<br />

Faça você também a tarefa que Dona Meire<br />

<strong>de</strong>u para os meninos. Utilize o mapa (Figura 4)<br />

e complete com as informações que faltam.<br />

49<br />

Fig. 4


Tanto os canudinhos quanto as ruas estão representan<strong>do</strong> retas que são chama<strong>da</strong>s<br />

<strong>de</strong> retas perpendiculares e <strong>de</strong> retas paralelas. No <strong>de</strong>senho <strong>do</strong> en<strong>de</strong>reço, além<br />

<strong>de</strong> retas perpendiculares e paralelas, temos uma reta inclina<strong>da</strong>. Nesse caso, as<br />

retas que representam o cruzamento <strong>da</strong> rua <strong>do</strong> Sol com a rua <strong>da</strong> Flores formam<br />

um ângulo diferente <strong>de</strong> 90º. Você percebeu isso?<br />

Terminologia<br />

Retas perpendiculares:<br />

retas que se interceptam<br />

forman<strong>do</strong> ângulos <strong>de</strong><br />

90 0 .<br />

As retas são ilimita<strong>da</strong>s.<br />

Po<strong>de</strong>mos tomar uma parte <strong>da</strong> reta, como a parte colori<strong>da</strong>.<br />

Chamamos essa parte <strong>de</strong> segmento <strong>da</strong> reta.<br />

Você sabia?<br />

- A numeração <strong>da</strong>s casas <strong>de</strong> uma ci<strong>da</strong><strong>de</strong> em geral é forma<strong>da</strong> por<br />

números pares <strong>de</strong> um la<strong>do</strong> e ímpares <strong>do</strong> outro. O número <strong>da</strong> casa<br />

é aproxima<strong>da</strong>mente a distância em metros <strong>do</strong> início <strong>da</strong> rua. Dessa<br />

forma, se o número <strong>da</strong> casa que você está procuran<strong>do</strong> é 452, ela fica<br />

aproxima<strong>da</strong>mente a 452m <strong>do</strong> início <strong>da</strong> rua.<br />

Dona Meire continua a aula:<br />

Retas inclina<strong>da</strong>s: retas<br />

que se interceptam<br />

e formam ângulos<br />

diferentes <strong>de</strong> 90 0 .<br />

– Existe uma outra forma <strong>de</strong> encontrar um en<strong>de</strong>reço numa ci<strong>da</strong><strong>de</strong>. Vamos pegar<br />

o mapa <strong>de</strong> Turvelândia. Ele tem a forma <strong>de</strong> um retângulo, e, observan<strong>do</strong> melhor,<br />

vemos umas linhas forman<strong>do</strong> quadra<strong>do</strong>s. Na ver<strong>da</strong><strong>de</strong>, essas linhas são segmentos<br />

<strong>de</strong> retas perpendiculares entre si e paralelas aos la<strong>do</strong>s <strong>do</strong> retângulo. Num <strong>do</strong>s la<strong>do</strong>s<br />

<strong>do</strong> retângulo, vemos as letras: A, B, C, D, E, F, G e H. Vamos chamar esse la<strong>do</strong> <strong>de</strong><br />

altura. O outro la<strong>do</strong>, on<strong>de</strong> vemos os números 1, 2, 3, 4, 5 e 6, vamos chamar <strong>de</strong><br />

50<br />

Retas paralelas: retas que<br />

não se interceptam.


ase <strong>do</strong> retângulo. Os números indicam faixas <strong>do</strong> mapa paralelas à sua altura, e as<br />

letras indicam faixas paralelas à base. Para localizarmos a igreja, por exemplo, temos<br />

que ver no mapa o quadra<strong>do</strong> on<strong>de</strong> ela se encontra, olhan<strong>do</strong> a letra e o número<br />

correspon<strong>de</strong>ntes a esse quadra<strong>do</strong>. No nosso caso, o quadra<strong>do</strong> correspon<strong>de</strong> à letra<br />

E e ao número 3. Veja no mapa o quadra<strong>do</strong> colori<strong>do</strong> <strong>de</strong> amarelo.<br />

Mapa <strong>de</strong> Turvelândia<br />

Suponha que o Tonho está na<br />

igreja e quer ir para a rua Mato<br />

Grosso, no nº 170. Primeiro,<br />

procuramos o nome <strong>da</strong> rua<br />

Mato Grosso; <strong>de</strong>pois, vamos<br />

i<strong>de</strong>ntificar em que local <strong>da</strong><br />

rua está o número <strong>de</strong>seja<strong>do</strong>.<br />

Já sabemos que o nº 170 se<br />

encontra entre os 100 e os 200<br />

metros <strong>do</strong> início <strong>da</strong> rua. Como<br />

ca<strong>da</strong> quadra <strong>de</strong> Turvelândia, em<br />

geral, me<strong>de</strong> aproxima<strong>da</strong>mente<br />

100 metros, o nº 170 <strong>de</strong>ve estar<br />

no quadra<strong>do</strong> correspon<strong>de</strong>nte à<br />

letra G e ao número 6. Veja o<br />

ponto vermelho no mapa.<br />

Depois <strong>da</strong> aula, a Teca foi<br />

conversar com o Jerry.<br />

– Nas férias, fui conhecer Rio Bonito, realmente é uma ci<strong>da</strong><strong>de</strong> muito bonita,<br />

com to<strong>do</strong>s aqueles prédios antigos.<br />

Tininha, que estava ouvin<strong>do</strong> a conversa, perguntou:<br />

– On<strong>de</strong> fica Rio Bonito?<br />

– Fica a pouco mais <strong>de</strong> 100km <strong>da</strong>qui.<br />

– Mas para que la<strong>do</strong>?<br />

– Para baixo <strong>de</strong> Turvelândia.<br />

– Para baixo, como? Para o la<strong>do</strong> <strong>da</strong> capital? – quer saber Tininha.<br />

– Que tal a gente olhar no mapa?<br />

Teca lembra:<br />

– Olha, Rio Bonito fica ao sul <strong>de</strong> Turvelândia.<br />

51


– Como você sabe? – pergunta Tonho.<br />

– Olha só este <strong>de</strong>senho pareci<strong>do</strong> com uma cruz no canto <strong>do</strong> mapa. Você se lembra<br />

<strong>da</strong> aula <strong>de</strong> estu<strong>do</strong>s sociais, quan<strong>do</strong> a gente apren<strong>de</strong>u os pontos car<strong>de</strong>ais: Norte,<br />

Sul, Leste e Oeste? Você lembra que o norte fica na ponta superior <strong>da</strong> cruz?<br />

– Lembro, e <strong>da</strong>í?<br />

– É só usar aquela idéia aqui.<br />

Tininha quer saber mais:<br />

– Mas vem cá, Teca, para o sul, como? Tem uma porção <strong>de</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong>s ao sul...<br />

– Procure mais ao leste <strong>de</strong> Turvelândia.<br />

– Aqui também tem aqueles risquinhos forman<strong>do</strong> quadradinhos, como no<br />

mapa <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong>. Vamos perguntar para Dona Meire que risquinhos são esses?<br />

– sugere Tonho.<br />

No outro dia, na sala <strong>de</strong> aula, Dona Meire explica:<br />

– Essas linhas chamam-se <strong>de</strong> paralelos e meridianos. São linhas imaginárias que<br />

nos aju<strong>da</strong>m a localizar os lugares no nosso planeta. Vocês observaram que, para<br />

nos localizarmos no mapa, precisamos <strong>de</strong> <strong>do</strong>is pontos <strong>de</strong> referência.<br />

Paralelo que passa pela nossa ci<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

52<br />

Mapa <strong>de</strong> Rio Bonito


No mapa <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong> usamos as letras e os números, e no mapa <strong>do</strong> esta<strong>do</strong> usamos<br />

os pontos car<strong>de</strong>ais Sul e Leste. Para nos localizarmos no planeta, usamos os<br />

paralelos e os meridianos.<br />

Como vimos, para nos orientarmos precisamos <strong>de</strong> pelo menos duas referências.<br />

No mapa <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong>, localizamos a casa <strong>de</strong> nº 170 <strong>da</strong> rua Mato Grosso no<br />

quadra<strong>do</strong> correspon<strong>de</strong>nte à letra G e ao número 6. Nós localizamos a ci<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> Rio Bonito fazen<strong>do</strong> referência aos pontos car<strong>de</strong>ais Sul e Leste. Para nos<br />

localizarmos no planeta, temos os paralelos e os meridianos. Assim, para nos<br />

localizarmos ou para localizar um objeto, precisamos <strong>de</strong> duas referências. Se<br />

<strong>da</strong>mos apenas uma referência, a localização fica completamente vaga. Como<br />

quan<strong>do</strong> dizemos que uma ci<strong>da</strong><strong>de</strong> fica ao sul <strong>da</strong> nossa ci<strong>da</strong><strong>de</strong>: ela tanto po<strong>de</strong><br />

estar a uns poucos quilômetros, como po<strong>de</strong> estar perto <strong>do</strong> Pólo Sul. Assim, é<br />

necessário completar a informação <strong>da</strong>n<strong>do</strong> outro ponto <strong>de</strong> referência. Utilizan<strong>do</strong><br />

mapas, também po<strong>de</strong>mos calcular as distâncias.<br />

Ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> 5<br />

Consi<strong>de</strong>ran<strong>do</strong> o mapa <strong>do</strong> Brasil abaixo e saben<strong>do</strong> que ca<strong>da</strong> centímetro equivale<br />

a 500km, calcule as distâncias em linha reta, sem se preocupar com estra<strong>da</strong>s<br />

nem rios ou montanhas, entre as seguintes ci<strong>da</strong><strong>de</strong>s:<br />

53


a) Fortaleza e Boa Vista.<br />

b) Manaus e Brasília.<br />

c) Campo Gran<strong>de</strong> e Brasília.<br />

Ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> 6<br />

Consi<strong>de</strong>ran<strong>do</strong> o mesmo mapa, cite uma ci<strong>da</strong><strong>de</strong> que se encontra:<br />

a) Ao norte <strong>de</strong> Brasília e Manaus.<br />

b) Ao sul <strong>de</strong> Porto Velho.<br />

<strong>Professor</strong>, confira suas respostas na chave <strong>de</strong> correção.<br />

Seção 3 – Área e pavimentação<br />

Objetivo a ser alcança<strong>do</strong> nesta seção:<br />

– Estabelecer relação entre quanti<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

quadra<strong>do</strong>s e uni<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> medi<strong>da</strong> <strong>de</strong> área.<br />

Para verificar a medi<strong>da</strong> <strong>de</strong> alguma coisa, precisamos medi-la. Assim, tentaremos<br />

explicar o conceito <strong>de</strong> medir. Enten<strong>de</strong>mos por medir o processo pelo qual<br />

encontramos quantas vezes uma quanti<strong>da</strong><strong>de</strong> – escolhi<strong>da</strong> como padrão ou<br />

uni<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> medi<strong>da</strong> – está conti<strong>da</strong> em outra <strong>de</strong> mesma magnitu<strong>de</strong>. O número<br />

obti<strong>do</strong> a partir <strong>de</strong>sse processo é, precisamente, a medi<strong>da</strong>.<br />

Outro dia, Dona Lur<strong>de</strong>s e Dona Sebastiana se encontraram na ven<strong>da</strong> <strong>do</strong> Seu Romil<strong>do</strong>.<br />

Dona Lur<strong>de</strong>s estava contan<strong>do</strong> que finalmente o mari<strong>do</strong> resolveu construir a casa tão<br />

sonha<strong>da</strong>. Zezinho, como não tinha na<strong>da</strong> o que fazer, ficou escutan<strong>do</strong> a conversa.<br />

54


Dona Sebastiana:<br />

– Vou trocar o piso <strong>da</strong> minha sala. Escolhi uma cerâmica vermelha quadra<strong>da</strong>.<br />

Dona Lur<strong>de</strong>s:<br />

– De que tamanho?<br />

Dona Sebastiana:<br />

– Acho que é uma cerâmica 10 x 10, ain<strong>da</strong> tenho na minha bolsa as anotações<br />

<strong>do</strong> ven<strong>de</strong><strong>do</strong>r. Estou in<strong>do</strong> para Turvelândia levar as medi<strong>da</strong>s <strong>da</strong> minha sala para<br />

o ven<strong>de</strong><strong>do</strong>r ver a quanti<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> cerâmica que preciso comprar. Tenho tu<strong>do</strong><br />

anota<strong>do</strong> aqui neste papel.<br />

Cerâmica vermelha<br />

quadra<strong>da</strong> 10 x 10 Preço<br />

R$ 6,50 o m 2<br />

Zezinho:<br />

– Se a senhora quiser, eu vejo quantas a senhora vai precisar.<br />

Dona Sebastiana:<br />

– Ora, menino, e você vai saber <strong>de</strong>ssas coisas? Parece tão complica<strong>do</strong>.<br />

Zezinho:<br />

– Que na<strong>da</strong>, Dona Sebastiana, aprendi isso aí na escola. É fácil, fácil. A senhora<br />

quer ver?<br />

Dona Sebastiana:<br />

– Quero, sim.<br />

Zezinho:<br />

– Dona Sebastiana, a senhora quer cobrir to<strong>do</strong> o piso <strong>da</strong> sala, que é 2m x 3m, com<br />

uma cerâmica 10cm X 10cm, não é mesmo? A sala é um retângulo e a cerâmica<br />

é um quadra<strong>do</strong>. Se a senhora quer cobrir to<strong>do</strong> o piso, então quer saber quantos<br />

quadra<strong>do</strong>s cabem no piso retangular, ou, em outras palavras, saber quantas fileiras<br />

<strong>de</strong> cerâmica serão necessárias para cobrir os <strong>do</strong>is metros <strong>de</strong> largura.<br />

Dona Sebastiana:<br />

– Ih, esse negócio está difícil.<br />

55


Zezinho:<br />

– Que na<strong>da</strong>. Vou fazer um <strong>de</strong>senho para a senhora ver melhor o que estou<br />

falan<strong>do</strong>. A senhora continua colocan<strong>do</strong> as fileiras uma ao la<strong>do</strong> <strong>da</strong> outra em<br />

to<strong>do</strong> o comprimento até cobrir to<strong>do</strong> o piso. Não é? Então, preciso saber quantos<br />

centímetros a sua sala tem <strong>de</strong> largura.<br />

Dona Sebastiana:<br />

– Ora, para que isso?<br />

Zezinho:<br />

– A cerâmica não me<strong>de</strong> 10cm x 10cm? Então, para saber quantos quadra<strong>do</strong>s<br />

serão necessários para a largura, preciso saber qual é a medi<strong>da</strong> <strong>da</strong> largura em<br />

centímetros. A gente sabe que a largura <strong>do</strong> piso é <strong>de</strong> 2m e que 2m = 200cm.<br />

Dona Sebastiana:<br />

– E <strong>da</strong>í?<br />

Zezinho:<br />

– Agora preciso saber quantas vezes 10cm cabem em 200cm. Para isso, vou fazer<br />

uma conta <strong>de</strong> dividir: 200 ÷ 10 = 20. A senhora vai precisar <strong>de</strong> 20 cerâmicas<br />

para cobrir a largura. Achei a quanti<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> cerâmica <strong>de</strong> que a senhora vai<br />

precisar para a largura.<br />

Dona Sebastiana:<br />

– Mas, e para o comprimento? Não estou enten<strong>de</strong>n<strong>do</strong>.<br />

Zezinho:<br />

– Para saber quantas cerâmicas são necessárias para cobrir o comprimento, calculo<br />

<strong>do</strong> mesmo mo<strong>do</strong>. Primeiro, preciso saber qual é a medi<strong>da</strong> <strong>do</strong> comprimento em<br />

56


centímetros. A gente sabe que o comprimento <strong>do</strong> piso é <strong>de</strong> 3m e que 3m =<br />

300cm. Então, para saber quantas vezes 10cm cabem em 300cm, vou fazer a<br />

seguinte conta <strong>de</strong> dividir: 300 ÷ 10 = 30.<br />

Dona Sebastiana:<br />

– E agora?<br />

Zezinho:<br />

– Bem, agora nós sabemos que, para cobrir o comprimento, vou precisar <strong>de</strong><br />

30 fileiras <strong>de</strong> cerâmicas. Isso quer dizer que vou precisar <strong>de</strong> 30 fileiras <strong>de</strong> 20<br />

cerâmicas para cobrir o piso. Agora posso colocar, no meu <strong>de</strong>senho, as 30 fileiras,<br />

ca<strong>da</strong> uma com 20 cerâmicas.<br />

20 Quadra<strong>do</strong>s<br />

Dona Sebastiana:<br />

– Agora estou começan<strong>do</strong> a enten<strong>de</strong>r. Se tenho 30 fileiras <strong>de</strong> 20 cerâmicas, quer<br />

dizer que tenho 30 vezes 20 cerâmicas.<br />

Zezinho:<br />

– Viu como é fácil? Fazen<strong>do</strong> a conta, 30 x 20 = 600 cerâmicas.<br />

Dona Sebastiana:<br />

– É só isso?<br />

30 Quadra<strong>do</strong>s<br />

Zezinho:<br />

– Não. A senhora ain<strong>da</strong> tem que saber o preço. Como o preço <strong>da</strong> cerâmica é<br />

por metro quadra<strong>do</strong>, preciso saber quantos metros quadra<strong>do</strong>s tem em 600<br />

cerâmicas. Eu sei que ca<strong>da</strong> cerâmica me<strong>de</strong> 10cm por 10cm e sua área em cm<br />

será 10 x 10 = 100cm 2 . Como vou precisar <strong>de</strong> 600 cerâmicas, e ca<strong>da</strong> cerâmica tem<br />

uma área <strong>de</strong> 100cm 2 , então 600 x 100 = 60.000, ou seja, 60.000cm 2 = 6m 2 .<br />

57


O que fizemos foi calcular a área <strong>da</strong> sala <strong>de</strong> Dona Sebastiana.<br />

A uni<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> medi<strong>da</strong> foi o centímetro quadra<strong>do</strong>, ou seja, um quadra<strong>do</strong> (que é<br />

a cerâmica) que me<strong>de</strong> 10cm por 10cm, e <strong>de</strong>pois transformamos os centímetros<br />

em metros. Como já vimos na Uni<strong>da</strong><strong>de</strong> 5, um centímetro correspon<strong>de</strong> a 1/100<br />

ou 0,01 (um centésimo <strong>do</strong> metro).<br />

Como estamos trabalhan<strong>do</strong> com centímetros quadra<strong>do</strong>s, se temos um quadra<strong>do</strong><br />

<strong>de</strong> um centímetro por um centímetro, isso equivale a dizer que temos 1/100 x 1/100<br />

<strong>do</strong> metro, ou 0,01 x 0,01 <strong>do</strong> metro, que é igual a 1/10.000, ou 0,0001. Em outras<br />

palavras, ca<strong>da</strong> centímetro quadra<strong>do</strong> correspon<strong>de</strong> a 0,0001 metro quadra<strong>do</strong>.<br />

Dessa forma, para transformar cm 2 em m 2 , temos que multiplicar por 0,0001<br />

ou 1/10.000. Foi o que fizemos para transformar 60.000cm 2 em 6m 2 .<br />

Importante<br />

- O cálculo é aproxima<strong>do</strong>: na reali<strong>da</strong><strong>de</strong>, a área coberta vai ser um pouco<br />

maior, visto que <strong>de</strong>vemos consi<strong>de</strong>rar a largura <strong>da</strong> junção entre uma<br />

Zezinho:<br />

cerâmica e outra.<br />

– Já sabemos que a área é <strong>de</strong> 6m 2 . O custo <strong>da</strong> cerâmica é <strong>de</strong> 6 x 6,50 = R$ 39,00.<br />

Dona Sebastiana:<br />

– O ven<strong>de</strong><strong>do</strong>r também disse que <strong>de</strong>vemos comprar uns 10% a mais <strong>de</strong> cerâmica,<br />

caso aconteça algum problema e seja preciso quebrar o chão.<br />

Zezinho:<br />

– Então, é preciso comprar mais 6.000cm 2 , que é 60.000 x 0,1. Assim, o total <strong>de</strong><br />

cerâmica será 6,6m 2 e o preço final, R$ 42,90.<br />

Dona Sebastiana:<br />

– Zezinho, você está muito esperto. Agora posso fazer os mesmos cálculos<br />

para saber quanto vou gastar para colocar a mesma cerâmica no meu quarto.<br />

As dimensões <strong>do</strong> meu quarto são <strong>de</strong> 2m x 2m. Mas os cálculos que você fez<br />

só mostram quanto eu tenho que pagar <strong>de</strong> cerâmica, ain<strong>da</strong> preciso pensar no<br />

cimento e na mão-<strong>de</strong>-obra.<br />

58


Ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> 7<br />

Agora você po<strong>de</strong> aju<strong>da</strong>r a Dona Sebastiana a calcular quantas cerâmicas ela vai<br />

precisar para pavimentar o quarto <strong>de</strong>la. Volte e vá acompanhan<strong>do</strong> os cálculos<br />

que o Zezinho fez para encontrar a quanti<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> cerâmica para a sala, e quanto<br />

custaria. Faça o mesmo e encontre quanto ela gastará no quarto.<br />

Nós vimos também que, com uma cerâmica quadra<strong>da</strong> coloca<strong>da</strong> la<strong>do</strong> a la<strong>do</strong>,<br />

po<strong>de</strong>mos pavimentar o chão. Existem outras figuras que pavimentam o chão,<br />

aliás, você já <strong>de</strong>ve ter repara<strong>do</strong> que há cerâmicas e azulejos <strong>de</strong> várias formas e<br />

que, com a combinação <strong>de</strong>ssas cerâmicas, po<strong>de</strong>mos formar diversos <strong>de</strong>senhos,<br />

alguns muito bonitos.<br />

Ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> 8<br />

Você viu que quadra<strong>do</strong>s cobrem uma superfície plana. É o mesmo que dizer<br />

que eles pavimentam uma superfície plana. Agora, utilize as figuras abaixo –<br />

hexágono regular e pentágono regular – para mostrar como ficariam essas duas<br />

figuras pavimenta<strong>da</strong>s por quadra<strong>do</strong>s <strong>de</strong> 1cm <strong>de</strong> la<strong>do</strong>.<br />

Fig. A Fig. B<br />

59


Importante<br />

- Dizemos que uma figura poligonal é regular quan<strong>do</strong> tem to<strong>do</strong>s os la<strong>do</strong>s<br />

iguais. O hexágono é uma figura <strong>de</strong> seis la<strong>do</strong>s (Figura A). O pentágono<br />

é uma figura <strong>de</strong> 5 la<strong>do</strong>s (Figura B).<br />

Note que essas duas figuras são polígonos regulares. Você po<strong>de</strong> notar que o<br />

quadra<strong>do</strong> toma<strong>do</strong> como uni<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> medi<strong>da</strong> facilita encontrar a medi<strong>da</strong> <strong>da</strong> área<br />

que <strong>de</strong>sejamos, pois a superfície po<strong>de</strong> ter muitas formas. Quan<strong>do</strong> a uni<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

área não preenche completamente uma figura, precisamos fazer aproximações.<br />

Ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> 9<br />

Agora que você sabe encontrar a área com o quadra<strong>do</strong> <strong>de</strong> 10cm 2 , vamos ver se<br />

você consegue encontrar a área <strong>da</strong>s figuras abaixo, consi<strong>de</strong>ran<strong>do</strong> que o quadra<strong>do</strong><br />

tem 1cm 2 . Mas primeiro vamos calcular a área <strong>da</strong> primeira figura juntos.<br />

Fig. A Fig. B Fig. C<br />

Importante<br />

- Para calcular a área, temos que saber quantos quadra<strong>do</strong>s são necessários<br />

para cobrir a figura e que ca<strong>da</strong> quadra<strong>do</strong> é a uni<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> área. No caso<br />

<strong>de</strong>ssas figuras, a uni<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> área é 1cm 2 , pois o la<strong>do</strong> <strong>do</strong> quadra<strong>do</strong> me<strong>de</strong><br />

1cm. Mãos à obra. Para encontrar a área <strong>da</strong> Figura A, temos que calcular<br />

quantos quadra<strong>do</strong>s cobrem a Figura A.<br />

60


Cálculo <strong>da</strong> área <strong>da</strong> Figura A<br />

Soman<strong>do</strong> os quadradinhos 1 e 2, temos <strong>do</strong>is<br />

quadra<strong>do</strong>s, ou 2cm 2 . Os triângulos 3 e 4<br />

juntos formam um quadra<strong>do</strong> e os triângulos<br />

5 e 6 juntos formam outro quadra<strong>do</strong>. Temos<br />

mais <strong>do</strong>is quadra<strong>do</strong>s, ou seja, mais 2cm 2 .<br />

Logo, soman<strong>do</strong> to<strong>do</strong>s os quadra<strong>do</strong>s, temos<br />

quatro quadra<strong>do</strong>s ou 4cm 2 , pois, como<br />

já sabemos (Figura A), o la<strong>do</strong> <strong>de</strong> ca<strong>da</strong><br />

quadra<strong>do</strong> me<strong>de</strong> 1cm.<br />

Agora é com você: calcule a área <strong>da</strong>s outras duas figuras.<br />

<strong>Professor</strong>(a), confira seus resulta<strong>do</strong>s na chave <strong>de</strong> correção.<br />

Como você pô<strong>de</strong> ver, as medi<strong>da</strong>s são muito importantes em nossas vi<strong>da</strong>s. Sua<br />

presença – até em coisas tão simples, como uma receita em que utilizamos<br />

medi<strong>da</strong>s bastante imprecisas – é tão sutil, que nem a percebemos.<br />

Estamos nos referin<strong>do</strong> principalmente a medi<strong>da</strong>s padroniza<strong>da</strong>s, isto é, metro,<br />

quilômetro, centímetro, litro, quilo. Essas medi<strong>da</strong>s são chama<strong>da</strong>s padroniza<strong>da</strong>s<br />

porque representam exatamente a mesma coisa em qualquer lugar <strong>do</strong> mun<strong>do</strong>.<br />

Entretanto, é comum que em ca<strong>da</strong> lugar as pessoas utilizem medi<strong>da</strong>s próprias<br />

liga<strong>da</strong>s à cultura e aos hábitos <strong>da</strong> região, como, por exemplo, a quarta <strong>de</strong><br />

polvilho, para referir-se a 1/4 <strong>de</strong> uma lata <strong>de</strong> 20 litros, ou a garrafa <strong>de</strong> cerveja,<br />

que as tece<strong>de</strong>iras <strong>do</strong> interior <strong>de</strong> Goiás utilizam para pesar os rolos <strong>de</strong> linha para<br />

tecer uma colcha.<br />

Figura B Figura C<br />

Ufa! Chegamos ao fim <strong>do</strong> Módulo I. Você conseguiu!!!<br />

61


Houve momentos em que você pensou que não conseguiria. Até que no final<br />

não foi tão difícil assim, não é?<br />

Estamos felizes por você. Esperamos que agora esteja mais anima<strong>do</strong>(a) para<br />

continuar os estu<strong>do</strong>s.<br />

Esperamos que você tenha vivi<strong>do</strong> realmente uma aventura conosco. Mas,<br />

principalmente, que o tenhamos aju<strong>da</strong><strong>do</strong> numa melhor compreensão <strong>da</strong><br />

matemática e, <strong>de</strong>ssa forma, enriqueci<strong>do</strong> a sua experiência pe<strong>da</strong>gógica, propician<strong>do</strong><br />

novas idéias para trabalhar os conteú<strong>do</strong>s <strong>de</strong>ssas áreas com seus alunos.<br />

Descanse um pouco, pois, em breve, estaremos juntos outra vez.<br />

Até o próximo módulo!<br />

PARA RELEMBRAR<br />

- <strong>Professor</strong>, vamos sintetizar os principais pontos estu<strong>da</strong><strong>do</strong>s nesta<br />

uni<strong>da</strong><strong>de</strong>,para que você possa consultar se precisar.<br />

- Retas perpendiculares:<br />

- retas que se interceptam, forman<strong>do</strong> ângulos <strong>de</strong> 90°.<br />

- Retas inclina<strong>da</strong>s:<br />

- retas que se interceptam e formam ângulos diferentes <strong>de</strong> 90°.<br />

- Retas paralelas:<br />

- retas que não se interceptam.<br />

- Para calcular a área <strong>de</strong> uma superfície, utilizamos uma outra superfície<br />

como uni<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> medi<strong>da</strong>.<br />

- Para calcular a área <strong>de</strong> qualquer figura, po<strong>de</strong>mos usar o seguinte<br />

processo: escolhemos uma uni<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> medi<strong>da</strong> e vemos quantas vezes<br />

essa uni<strong>da</strong><strong>de</strong> escolhi<strong>da</strong> cabe <strong>de</strong>ntro <strong>da</strong> figura. Em geral, essa uni<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

não preenche completamente a figura. Daí a necessi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> fazer<br />

aproximações.<br />

62


-<br />

ABRINDO NOSSOS HORIZONTES<br />

Orientações para a prática pe<strong>da</strong>gógica<br />

Objetivo específico:<br />

– é importante que o(a) professor(a) possa elaborar<br />

propostas nas salas <strong>de</strong> ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s a partir <strong>do</strong>s conteú<strong>do</strong>s<br />

abor<strong>da</strong><strong>do</strong>s nas uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s, levan<strong>do</strong> em consi<strong>de</strong>ração as<br />

a<strong>da</strong>ptações possíveis <strong>de</strong> serem feitas, <strong>de</strong> mo<strong>do</strong> que os<br />

mesmos possam ser trabalha<strong>do</strong>s <strong>de</strong> forma ativa pelas<br />

crianças. No caso <strong>de</strong>sta uni<strong>da</strong><strong>de</strong>, a proposta para as<br />

classes <strong>de</strong> crianças <strong>de</strong> 0 a 6 anos é aproximá-las aos<br />

conceitos <strong>de</strong> uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> medi<strong>da</strong>, área e tipos <strong>de</strong> retas,<br />

aproximan<strong>do</strong>-as <strong>de</strong>stes através <strong>de</strong> ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s que enfocam<br />

o aspecto lúdico – favorecen<strong>do</strong> sempre que possível o<br />

jogo simbólico e a ação direta <strong>da</strong>s crianças na relação<br />

com os objetos e materiais que geram familiari<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

com os conteú<strong>do</strong>s em questão.<br />

Ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s Sugeri<strong>da</strong>s<br />

ATIVIDADE 1<br />

Objetivo <strong>do</strong>(a) professor(a): aproximar as crianças <strong>do</strong> conceito <strong>de</strong><br />

tridimensionali<strong>da</strong><strong>de</strong>, através <strong>da</strong> confecção <strong>de</strong> brinque<strong>do</strong>s com caixas <strong>de</strong><br />

papelão ou material recicla<strong>do</strong>, em ação coletiva entre as crianças <strong>da</strong> instituição<br />

<strong>de</strong> educação infantil.<br />

Conteú<strong>do</strong>: construção <strong>de</strong> brinque<strong>do</strong>s, <strong>de</strong> mo<strong>do</strong> que as crianças possam se<br />

familiarizar com os conceitos <strong>da</strong> geometria.<br />

Orientações para o(a) professor(a):<br />

- Convi<strong>da</strong>r as crianças a confeccionar brinque<strong>do</strong>s <strong>de</strong> papelão que sejam<br />

<strong>de</strong> tamanho suficiente para que elas possam “entrar” (como casinhas ou<br />

cabanas) ou “passar por <strong>de</strong>ntro” (como túneis retilíneos ou curvilínios).<br />

- As crianças po<strong>de</strong>m ir até o lugar, na instituição <strong>de</strong> educação infantil, on<strong>de</strong><br />

se guar<strong>da</strong>m as sucatas e recolher os materiais mais a<strong>de</strong>qua<strong>do</strong>s à construção<br />

<strong>do</strong>s objetos.<br />

63


- Se for possível, fazer um bilhete para a comuni<strong>da</strong><strong>de</strong>, para que aju<strong>de</strong>m a<br />

coletar os materiais (aproveitar a oportuni<strong>da</strong><strong>de</strong> para a escrita <strong>de</strong> um bilhete<br />

visan<strong>do</strong> a função social <strong>da</strong> escrita).<br />

- De posse <strong>do</strong>s materiais, fazer em papel <strong>de</strong> <strong>de</strong>senho como po<strong>de</strong>riam ser os<br />

brinque<strong>do</strong>s a partir <strong>do</strong>s materiais que recolheram (maquete ou “esboço”).<br />

- A confecção <strong>do</strong>s brinque<strong>do</strong>s <strong>de</strong>ve se <strong>da</strong>r em etapas: montar as “pare<strong>de</strong>s”,<br />

colar e <strong>de</strong>ixar tu<strong>do</strong> bem estrutura<strong>do</strong>, colocar <strong>de</strong>talhes (recortes no papelão<br />

para janelinhas com cortininhas ou recortes <strong>de</strong> vários formatos cobertos com<br />

papel celofane ou qualquer outro transparente, para visualização, durante<br />

a brinca<strong>de</strong>ira), pintar, fazer o acabamento etc.<br />

DESDOBRAMENTO DA ATIVIDADE<br />

- Convi<strong>da</strong>r os colegas <strong>de</strong> outras salas <strong>de</strong> ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s para brincarem juntos,<br />

escreven<strong>do</strong> um convite para a turma.<br />

- Colocar placas ou cartazes que indiquem o caminho que leva ao<br />

brinque<strong>do</strong>.<br />

- Fazer uma lista <strong>de</strong> combina<strong>do</strong>s para a manutenção <strong>do</strong> brinque<strong>do</strong>, em<br />

situação em que as crianças ditam e o professor é o escriba. Afixar esta lista<br />

em local visível a to<strong>do</strong>s.<br />

ATIVIDADE 2<br />

Recorte as figuras <strong>de</strong>senha<strong>da</strong>s abaixo e, toman<strong>do</strong>-as como mo<strong>de</strong>lo, recorte<br />

outras, pelo menos 10 <strong>de</strong> ca<strong>da</strong> uma, utilizan<strong>do</strong> papéis colori<strong>do</strong>s ou folhas <strong>de</strong><br />

revistas. Cole bem juntinho uma figura ao la<strong>do</strong> <strong>da</strong> outra sobre uma folha <strong>de</strong><br />

papel sem pauta, <strong>de</strong> mo<strong>do</strong> a cobri-la. Use sua imaginação, crian<strong>do</strong> vários padrões<br />

<strong>de</strong> pisos. Se <strong>de</strong>sejar, você po<strong>de</strong> recortar essas figuras em papel branco e colorir<br />

as figuras com as cores que preferir.<br />

64


A partir <strong>da</strong> exposição, você e seus colegas po<strong>de</strong>m discutir algumas questões,<br />

como, por exemplo, a importância <strong>de</strong> escolher uma uni<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> medi<strong>da</strong> mais<br />

a<strong>de</strong>qua<strong>da</strong> quan<strong>do</strong> vamos calcular áreas <strong>de</strong> figuras em formas varia<strong>da</strong>s. Veja<br />

como cobrir com quadra<strong>do</strong>s facilita esse cálculo. Essa mesma reflexão po<strong>de</strong> ser<br />

feita com suas crianças.<br />

GLOSSÁRIO<br />

Bidimensional: que tem duas dimensões. Figura geométrica que tem<br />

comprimento e largura (ou altura).<br />

Dimensão: ca<strong>da</strong> uma <strong>da</strong>s medi<strong>da</strong>s que dão o tamanho <strong>de</strong> uma figura. Por<br />

exemplo: num bloco retangular, o comprimento, a largura e a altura são suas<br />

dimensões.<br />

COMPRIMENTO<br />

Faces: são os polígonos (toma<strong>do</strong>s como regiões planas) que formam a superfície<br />

<strong>da</strong>s figuras tridimensionais.<br />

Tridimensional: que tem três dimensões. As figuras geométricas tridimensionais<br />

são as espaciais, ou seja, aquelas que possuem comprimento, largura e altura.<br />

Unidimensional: que tem uma dimensão.<br />

SUGESTÃO PARA LEITURA<br />

MEC, <strong>Ministério</strong> <strong>de</strong> Educação e <strong>do</strong> Desporto. Parâmetros Curriculares Nacionais<br />

– Área <strong>de</strong> Matemática, 1997.<br />

LARGURA<br />

65<br />

ALTURA


-<br />

i<strong>de</strong>nti<strong>da</strong><strong>de</strong>, socie<strong>da</strong><strong>de</strong> e cultura<br />

Filosofia e educação<br />

ABRINDO NOSSO DIÁLOGO<br />

Nesta última uni<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>do</strong> Módulo I, voltamos a temas já discuti<strong>do</strong>s, <strong>de</strong> algum<br />

mo<strong>do</strong>, na nossa e nas outras áreas temáticas. Idéias que já se cruzaram em outros<br />

momentos aqui se reencontram e formam novos quadros. Como sempre, a moldura<br />

<strong>de</strong>les é a sua experiência, o seu saber <strong>de</strong> pessoa e <strong>de</strong> professor(a), que na certa foi<br />

se modifican<strong>do</strong>, se amplian<strong>do</strong> e se aprofun<strong>da</strong>n<strong>do</strong> com a vivência <strong>do</strong> trabalho.<br />

No início <strong>do</strong> curso, quan<strong>do</strong> fizemos a apresentação <strong>de</strong> nossa área temática,<br />

dizíamos que imaginávamos que você <strong>de</strong>via ter pensa<strong>do</strong> que seria difícil estu<strong>da</strong>r<br />

alguma coisa muito nova, como a Filosofia, a Sociologia e a Antropologia.<br />

Dizíamos que algumas novi<strong>da</strong><strong>de</strong>s costumam assustar, pois a gente não sabe direito<br />

<strong>do</strong> que se trata e acha que não vai saber li<strong>da</strong>r com elas <strong>de</strong> maneira correta.<br />

Agora que estamos chegan<strong>do</strong> ao fim <strong>do</strong> nosso Módulo I, na certa você já tem<br />

uma outra idéia, não é mesmo?<br />

Quan<strong>do</strong> falamos sobre o conhecimento, em nossa Uni<strong>da</strong><strong>de</strong> I, fizemos a distinção<br />

entre as diversas formas <strong>de</strong> conhecimento que temos quan<strong>do</strong> nos relacionamos<br />

com a reali<strong>da</strong><strong>de</strong>. Vimos as características <strong>do</strong> conhecimento crítico. Neste<br />

momento, vamos pensar um pouco mais sobre essa forma <strong>de</strong> conhecimento,<br />

estu<strong>da</strong>n<strong>do</strong> o que é a Filosofia e como ela se relaciona, juntamente com as<br />

ciências, com a Educação.<br />

Na Uni<strong>da</strong><strong>de</strong> 6, em que discutimos a ética, nos referimos a uma situação comum no<br />

cotidiano <strong>do</strong> trabalho na escola, na sala <strong>de</strong> ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s: nem sempre costumamos<br />

– até por falta <strong>de</strong> tempo – voltar um olhar crítico sobre nossa prática e os seus<br />

fun<strong>da</strong>mentos. Poucas vezes paramos para pensar, isto é, tomamos distância<br />

<strong>do</strong> trabalho e o avaliamos criticamente. É como se o trabalho se <strong>de</strong>senvolvesse<br />

“naturalmente”, mesmo com os inúmeros <strong>de</strong>safios que encontramos to<strong>do</strong> dia.<br />

Somente quan<strong>do</strong> nos encontramos em situações difíceis, que nos obrigam a<br />

olhar <strong>de</strong> um jeito diferente o que estamos viven<strong>do</strong> e realizan<strong>do</strong>, é que buscamos<br />

refletir para encontrar saí<strong>da</strong>s.<br />

O que veremos agora é que, quan<strong>do</strong> procuramos fazer um exercício <strong>de</strong> reflexão,<br />

estamos crian<strong>do</strong> espaço para que a Filosofia esteja presente no campo <strong>de</strong> nosso<br />

trabalho pe<strong>da</strong>gógico.<br />

67


-<br />

-<br />

Se você conseguiu <strong>de</strong>senvolver bem seu trabalho nas outras uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s, perceberá<br />

que tu<strong>do</strong> o que estivemos estu<strong>da</strong>n<strong>do</strong> antes estava, <strong>de</strong> certo mo<strong>do</strong>, preparan<strong>do</strong><br />

você para aquilo que vamos discutir agora. E você verá que, antes <strong>de</strong> conhecer<br />

“pessoalmente” a Filosofia, você já tinha ouvi<strong>do</strong> falar <strong>de</strong>la e cruza<strong>do</strong> com ela<br />

em seu caminho <strong>de</strong> professor(a).<br />

Ao estu<strong>da</strong>r esta uni<strong>da</strong><strong>de</strong>, você po<strong>de</strong>rá<br />

verificar que se confirma o que um<br />

pensa<strong>do</strong>r muito importante <strong>do</strong> século<br />

XVIII, Emmanuel Kant, afirmou: “Não se<br />

apren<strong>de</strong> Filosofia, apren<strong>de</strong>-se a filosofar”.<br />

Aqui, em nossa proposta, queremos<br />

reforçar essa afirmação mais <strong>do</strong> que<br />

conhecer os sistemas filosóficos ou o que<br />

disseram os pensa<strong>do</strong>res. É importante que<br />

você possa fazer o exercício <strong>de</strong> refletir,<br />

partin<strong>do</strong> <strong>de</strong> sua prática, <strong>da</strong>s questões que<br />

o(a) <strong>de</strong>safiam. E, ao encontrar as respostas,<br />

colocar novas perguntas no caminho <strong>da</strong><br />

ampliação <strong>do</strong> saber e <strong>da</strong> vi<strong>da</strong>.<br />

DEFININDO NOSSO PONTO DE CHEGADA<br />

Objetivos específicos <strong>da</strong> área temática:<br />

Ao finalizar seus estu<strong>do</strong>s, você po<strong>de</strong>rá ter construí<strong>do</strong> e sistematiza<strong>do</strong><br />

aprendizagens como:<br />

1. Caracterizar a Filosofia como uma forma <strong>de</strong> pensamento crítico.<br />

2. I<strong>de</strong>ntificar a importância <strong>da</strong> atitu<strong>de</strong> crítica <strong>da</strong> Filosofia e <strong>da</strong>s ciências na vi<strong>da</strong><br />

cotidiana.<br />

3. Reconhecer o significa<strong>do</strong> <strong>da</strong> reflexão filosófica na prática <strong>do</strong>s educa<strong>do</strong>res.<br />

CONSTRUINDO NOSSA APRENDIZAGEM<br />

Esta área temática está dividi<strong>da</strong> em três seções: a primeira abor<strong>da</strong> o que é a<br />

Filosofia; a segun<strong>da</strong> fala sobre a atitu<strong>de</strong> crítica, que é própria <strong>da</strong> Filosofia e <strong>da</strong>s<br />

ciências; e a terceira faz uma reflexão sobre a Filosofia e educação. Você tem<br />

três horas e meia para estudá-las. Calculamos que você precisará <strong>de</strong> uma hora<br />

para a primeira, uma hora para a segun<strong>da</strong> e uma hora e meia para a terceira.<br />

68<br />

Reprodução


Como você já vem fazen<strong>do</strong>, leia atentamente o texto, volte às partes que<br />

parecerem mais importantes ou difíceis, anote o que <strong>de</strong>sejar esclarecer ou<br />

comentar com o tutor e os colegas. O que interessa, principalmente, é que você<br />

enten<strong>da</strong> corretamente os conceitos e possa utilizá-los na sua prática, no seu<br />

dia-a-dia na escola e nas diversas situações <strong>de</strong> trabalho.<br />

Seção 1 – O que é a Filosofia<br />

Objetivo a ser alcança<strong>do</strong> nesta seção:<br />

– Caracterizar a Filosofia como uma forma<br />

<strong>de</strong> pensamento crítico.<br />

Nosso primeiro esforço <strong>de</strong>ve ser o <strong>de</strong> afastar certos preconceitos que existem<br />

contra a Filosofia. O filósofo tem si<strong>do</strong> às vezes i<strong>de</strong>ntifica<strong>do</strong> como um homem<br />

“fora <strong>da</strong> reali<strong>da</strong><strong>de</strong>”, que não se preocupa com problemas concretos, que constrói<br />

certas teorias difíceis <strong>de</strong> serem compreendi<strong>da</strong>s, enfim, como alguém que não<br />

participa <strong>do</strong> que ocorre na época e no lugar em que vive. Diz-se também que<br />

ele não tem outra coisa mais importante para fazer.<br />

Essa é uma imagem falsa <strong>da</strong> Filosofia. Nós procuraremos ver qual é sua<br />

significação correta.<br />

A Filosofia é a procura constante <strong>de</strong> um saber ca<strong>da</strong> vez maior.<br />

Se você recorrer ao dicionário para saber o que é a Filosofia, vai encontrar:<br />

“Filosofia, substantivo feminino. <strong>Estu<strong>do</strong></strong> que se caracteriza pela intenção <strong>de</strong><br />

ampliar incessantemente a compreensão <strong>da</strong> reali<strong>da</strong><strong>de</strong>”. Pois é isto mesmo o<br />

que é a Filosofia: um jeito <strong>de</strong> procurar aumentar sem cessar nosso saber sobre<br />

as coisas que estão em volta <strong>de</strong> nós e sobre nós mesmos.<br />

69


“Amiza<strong>de</strong> à sabe<strong>do</strong>ria” – foi assim que ela foi <strong>de</strong>fini<strong>da</strong> pelos primeiros filósofos,<br />

na Grécia Antiga. Eles afirmavam que eram “amigos <strong>da</strong> sabe<strong>do</strong>ria”. Sabe<strong>do</strong>ria era<br />

sinônimo <strong>de</strong> conhecimento <strong>de</strong> to<strong>da</strong>s as coisas e se dizia que apenas os <strong>de</strong>uses a<br />

possuíam. Se o saber total era proprie<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>uses, o máximo que os homens<br />

podiam preten<strong>de</strong>r era se aproximar afetivamente <strong>de</strong>sse saber, procurá-lo como<br />

os amigos se procuram e buscá-lo sempre, como se busca o que se <strong>de</strong>seja.<br />

O conceito se transformou ao longo<br />

<strong>do</strong>s tempos, mas o senti<strong>do</strong> <strong>da</strong><br />

Filosofia permaneceu. Des<strong>de</strong> aquele<br />

momento até nossos dias, a atitu<strong>de</strong><br />

filosófica é a <strong>de</strong> uma busca, <strong>de</strong> uma<br />

procura constante <strong>de</strong> um saber ca<strong>da</strong><br />

vez mais amplo e aprofun<strong>da</strong><strong>do</strong>.<br />

Ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> 1<br />

Vamos retomar o que vimos até agora. Assinale como ver<strong>da</strong><strong>de</strong>iras (V) ou falsas<br />

(F) as afirmações abaixo:<br />

a) ( ) O dicionário nos diz que a Filosofia é um saber superior.<br />

b) ( ) Algumas pessoas acham que a Filosofia é um saber complica<strong>do</strong> e sem<br />

importância.<br />

c) ( ) A primeira significação <strong>do</strong> termo “Filosofia” foi “amiza<strong>de</strong> à<br />

sabe<strong>do</strong>ria”.<br />

d) ( ) Os gregos achavam que podiam ter o conhecimento <strong>de</strong> to<strong>da</strong>s as<br />

coisas.<br />

e) ( ) Des<strong>de</strong> a Antigüi<strong>da</strong><strong>de</strong> até os nossos dias, permanece o senti<strong>do</strong> <strong>da</strong> Filosofia<br />

como busca constante <strong>de</strong> saber.<br />

Na Filosofia há um exercício permanente <strong>de</strong> crítica, isto é,<br />

<strong>de</strong> um olhar que procura se voltar para a reali<strong>da</strong><strong>de</strong> no<br />

senti<strong>do</strong> <strong>de</strong> vê-la com clareza, profundi<strong>da</strong><strong>de</strong> e abrangência.<br />

Dissemos em nossa Uni<strong>da</strong><strong>de</strong> 1 que a Filosofia e as ciências são formas <strong>de</strong> conhecimento<br />

crítico, você se lembra? Vamos conversar mais um pouco sobre isso.<br />

70


A atitu<strong>de</strong> crítica quer ver claro, isto é, afastar aquilo que, algumas vezes, embaça<br />

a nossa visão, fazen<strong>do</strong> com que não enxerguemos corretamente. Por exemplo,<br />

quan<strong>do</strong> gostamos muito <strong>de</strong> uma pessoa, é difícil ver seus <strong>de</strong>feitos, suas falhas.<br />

Quan<strong>do</strong> torcemos para um time <strong>de</strong> futebol, custamos a admitir os acertos <strong>do</strong>s<br />

adversários. A crítica nos mostra que há aspectos positivos e negativos naquilo<br />

que observamos. Ela aju<strong>da</strong> a “clarear” a nossa visão.<br />

Olhar criticamente é também ver fun<strong>do</strong>, isto é, não se contentar com a<br />

superficiali<strong>da</strong><strong>de</strong>, com as aparências. A atitu<strong>de</strong> crítica procura ir às raízes, buscar<br />

os fun<strong>da</strong>mentos <strong>do</strong> que se investiga.<br />

Quan<strong>do</strong> olhamos superficialmente, po<strong>de</strong>mos <strong>de</strong>ixar <strong>de</strong> ver algumas coisas que estão<br />

encobertas e que são importantes. Quan<strong>do</strong> temos uma atitu<strong>de</strong> <strong>de</strong> indisciplina na<br />

sala <strong>de</strong> ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s, <strong>de</strong>vemos buscar o que está causan<strong>do</strong> a indisciplina. A indisciplina<br />

é o que aparece. Nós temos que buscar o que está por trás <strong>de</strong>la. Não adianta castigar<br />

as crianças sem procurar conhecer criticamente o que provoca a atitu<strong>de</strong> <strong>de</strong>les.<br />

E, por fim, o olhar crítico procura ver largo, isto é, tomar distância para procurar<br />

verificar o objeto que queremos conhecer no contexto no qual ele se encontra, com<br />

os elementos que o <strong>de</strong>terminam e os diversos ângulos sob os quais se apresenta.<br />

Temos o costume <strong>de</strong> pensar que nosso ângulo é, se não o único, pelo menos o<br />

melhor, quan<strong>do</strong> consi<strong>de</strong>ramos a reali<strong>da</strong><strong>de</strong>. E<br />

assim corremos o risco <strong>de</strong> nos enganarmos.<br />

Por exemplo, se olharmos uma moe<strong>da</strong> <strong>de</strong><br />

frente, diremos que ela é larga, mas se a<br />

olharmos <strong>de</strong> la<strong>do</strong> teremos que dizer que<br />

é estreita. Assim também ocorre quan<strong>do</strong><br />

observamos nossas crianças: vistos por um<br />

ângulo, po<strong>de</strong>m apresentar dificul<strong>da</strong><strong>de</strong>s;<br />

vistos por outro, se mostram capazes.<br />

71


Ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> 2<br />

Complete:<br />

A atitu<strong>de</strong> crítica é uma tentativa <strong>de</strong>:<br />

a) ver , isto é,<br />

b) ver , isto é,<br />

c) ver , isto é,<br />

Você se lembra <strong>do</strong>s ví<strong>de</strong>os que têm si<strong>do</strong> apresenta<strong>do</strong>s aos sába<strong>do</strong>s? Neles,<br />

muitas vezes a gente teve oportuni<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> ver <strong>de</strong> um outro ângulo as situações<br />

apresenta<strong>da</strong>s. E foi ótimo, não é? Quan<strong>do</strong> a gente olha criticamente, nem sempre<br />

<strong>de</strong>scobre coisas novas. Mas sempre po<strong>de</strong> ver <strong>de</strong> um jeito novo as coisas que já<br />

são conheci<strong>da</strong>s. Na<strong>da</strong> como ampliar nossa forma <strong>de</strong> olhar para as coisas!<br />

72


Importante<br />

- Geralmente dizemos que criticar é falar mal: “a criança criticou a<br />

professora”, “os pais criticaram a escola”, “os professores criticaram o<br />

governo”. O que dissemos sobre a atitu<strong>de</strong> crítica nos aju<strong>da</strong> a enten<strong>de</strong>r<br />

que fazer crítica a algo não significa apontar só o que é negativo. Ao<br />

olhar com clareza, com profundi<strong>da</strong><strong>de</strong> e com abrangência, temos a<br />

possibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> ver o que é bom e o que é mau, o que an<strong>da</strong> bem e o<br />

que está ina<strong>de</strong>qua<strong>do</strong>. Assim, po<strong>de</strong>mos nos esforçar para mu<strong>da</strong>r o que<br />

não está satisfatório e aprimorar o que julgamos que está in<strong>do</strong> bem.<br />

Ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> 3<br />

Agora você sabe que criticar não é “falar mal”.<br />

Respon<strong>da</strong>: Por que é importante procurar ver as coisas <strong>de</strong> vários pontos <strong>de</strong> vista,<br />

isto é, <strong>de</strong> outros ângulos além <strong>do</strong> nosso?<br />

Seção 2 – A Filosofia e as ciências no nosso dia-a-dia<br />

Objetivo a ser alcança<strong>do</strong> nesta seção:<br />

– I<strong>de</strong>ntificar a importância <strong>da</strong> atitu<strong>de</strong> crítica <strong>da</strong><br />

Filosofia e <strong>da</strong>s ciências na vi<strong>da</strong> cotidiana.<br />

A Filosofia busca conhecer criticamente o mun<strong>do</strong> – as coisas, os fatos, os seres<br />

humanos. E, para isso, ela junta seu esforço ao <strong>da</strong>s ciências, que também são<br />

uma forma crítica <strong>de</strong> conhecer.<br />

O conhecimento científico – por exemplo, a Sociologia, que se volta para a<br />

socie<strong>da</strong><strong>de</strong>; a Antropologia, que tem como objeto o ser humano; a Biologia,<br />

que estu<strong>da</strong> os fenômenos <strong>da</strong> vi<strong>da</strong> – busca uma explicação, faz uma <strong>de</strong>scrição<br />

<strong>da</strong> reali<strong>da</strong><strong>de</strong>.<br />

73


Pense no que você tem estu<strong>da</strong><strong>do</strong> na área <strong>da</strong>s ciências. Ali também há sempre<br />

necessi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> uma atitu<strong>de</strong> crítica. Procura-se <strong>de</strong>screver os processos <strong>de</strong> somar<br />

ou subtrair, <strong>de</strong> classificar elementos, <strong>de</strong> realizar experiências. Explica-se, também,<br />

por exemplo, como se organiza uma tabela <strong>de</strong> alimentos ou como se faz a<br />

representação <strong>de</strong> diferentes medi<strong>da</strong>s, não é mesmo?<br />

Aqui mesmo em nossa área temática, o que procuramos fazer em algumas<br />

uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s foi recorrer à Sociologia e à Antropologia para explicar cientificamente<br />

como se organiza a socie<strong>da</strong><strong>de</strong>, como os seres humanos criam a cultura e a<br />

História e como nosso comportamento é orienta<strong>do</strong> por valores.<br />

Ao la<strong>do</strong> <strong>do</strong> trabalho <strong>da</strong> ciência se encontra o trabalho <strong>da</strong> Filosofia, que se<br />

encontra no cotidiano quan<strong>do</strong> questionamos nossa vi<strong>da</strong>, nossa prática, nosso<br />

trabalho, nossas crenças. Quan<strong>do</strong> utilizamos a ciência para conhecer a reali<strong>da</strong><strong>de</strong>,<br />

nós observamos, fazemos experiências, registramos procedimentos, aplicamos<br />

resulta<strong>do</strong>s. Quan<strong>do</strong> olhamos as coisas <strong>de</strong> um jeito filosófico, estamos perguntan<strong>do</strong>:<br />

qual é o significa<strong>do</strong> disto? Qual é o valor que isto tem para nós?<br />

A tarefa própria <strong>da</strong> Filosofia é um esforço <strong>de</strong> compreensão, isto é, <strong>de</strong> in<strong>da</strong>gação<br />

sobre o senti<strong>do</strong> e o valor <strong>do</strong> objeto <strong>de</strong> sua investigação.<br />

Ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> 4<br />

Complete:<br />

A Ciência e a Filosofia são ambos saberes que procuram conhecer __________<br />

______________________________________________________________ o mun<strong>do</strong>.<br />

A Ciência é um esforço <strong>de</strong> _______________________________________________<br />

e a Filosofia é uma busca <strong>de</strong> ____________________________________________ .<br />

Isso quer dizer que a Ciência nos aju<strong>da</strong> a respon<strong>de</strong>r a algumas perguntas,<br />

como, por exemplo: como é o processo <strong>de</strong> reprodução <strong>do</strong>s animais? Por que<br />

há ventos fortes? Quantos são os ossos <strong>do</strong> corpo humano? Quais são os países<br />

mais ricos <strong>do</strong> mun<strong>do</strong>? Como as pessoas se relacionam? E a Filosofia nos aju<strong>da</strong><br />

a perguntar: qual é o significa<strong>do</strong> <strong>de</strong> nosso trabalho? De que vale aumentar<br />

nosso conhecimento? Como <strong>de</strong>vemos nos relacionar com as outras pessoas?<br />

Qual é o senti<strong>do</strong> <strong>de</strong> viver?<br />

74


Ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> 5<br />

Levan<strong>do</strong> em consi<strong>de</strong>ração o que afirmamos, escreva um parágrafo, explican<strong>do</strong><br />

por que Ciência e Filosofia são conhecimentos que se complementam em nossa<br />

vi<strong>da</strong> cotidiana. Utilize exemplos, se <strong>de</strong>sejar.<br />

Antonio Gramsci, um importante pensa<strong>do</strong>r político que viveu na Itália na<br />

primeira meta<strong>de</strong> <strong>do</strong> século passa<strong>do</strong>, afirmava que “to<strong>do</strong> homem é filósofo”.<br />

Com isso, Gramsci queria dizer que a Filosofia não é proprie<strong>da</strong><strong>de</strong> exclusiva<br />

<strong>do</strong>s especialistas, os estudiosos <strong>da</strong>s universi<strong>da</strong><strong>de</strong>s. Ela está ao alcance <strong>de</strong> to<strong>do</strong>s<br />

nós, embora nem sempre assumamos uma atitu<strong>de</strong> filosófica. Nós a assumimos<br />

ca<strong>da</strong> vez que nos voltamos criticamente para a reali<strong>da</strong><strong>de</strong> com a intenção <strong>de</strong><br />

compreendê-la, <strong>de</strong> superar os problemas que nos <strong>de</strong>safiam.<br />

Reprodução<br />

75


Ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> 6<br />

Assinale a alternativa correta:<br />

Quan<strong>do</strong> Gramsci afirmou que “to<strong>do</strong> homem é filósofo”, ele queria dizer que:<br />

a) a Filosofia é um tipo <strong>de</strong> saber muito fácil. ( )<br />

b) a Filosofia resolve os problemas <strong>de</strong> to<strong>do</strong>s os homens. ( )<br />

c) a Filosofia está ao alcance <strong>de</strong> to<strong>do</strong>s os seres humanos. ( )<br />

Seção 3 – Filosofia e Educação<br />

Objetivo a ser alcança<strong>do</strong> nesta seção:<br />

– Reconhecer o significa<strong>do</strong> <strong>da</strong> reflexão<br />

filosófica na prática <strong>do</strong>s educa<strong>do</strong>res.<br />

Quan<strong>do</strong> assumimos uma atitu<strong>de</strong> filosófica, procuramos fazer um exercício<br />

<strong>de</strong> reflexão, isto é, <strong>de</strong> volta sobre os problemas que nos <strong>de</strong>safiam. Portanto,<br />

a Filosofia é sempre Filosofia <strong>de</strong> alguma coisa. Por ser uma reflexão, tem um<br />

caráter teórico, mas só ganha seu senti<strong>do</strong> completo se estiver liga<strong>da</strong> à prática.<br />

Assim é que falamos em Filosofia <strong>da</strong> Ciência (quan<strong>do</strong> refletimos sobre a ciência),<br />

Filosofia <strong>da</strong> Arte (quan<strong>do</strong> olhamos criticamente a arte) e Filosofia <strong>da</strong> Religião<br />

(quan<strong>do</strong> pensamos sobre o significa<strong>do</strong> <strong>da</strong> religião). Temos, também, Filosofia<br />

<strong>da</strong> Educação, quan<strong>do</strong> voltamos nosso olhar crítico para a educação.<br />

A educação: um objeto para o qual se volta a Filosofia.<br />

A Filosofia <strong>da</strong> Educação busca, ao la<strong>do</strong> <strong>de</strong> outros saberes, por exemplo, <strong>da</strong>s<br />

ciências <strong>da</strong> educação – a Psicologia <strong>da</strong> Educação, a Sociologia <strong>da</strong> Educação, a<br />

História <strong>da</strong> Educação –, compreen<strong>de</strong>r a educação em to<strong>da</strong>s as suas dimensões.<br />

Ela procura olhar criticamente a tarefa <strong>do</strong>s educa<strong>do</strong>res e educa<strong>do</strong>ras, <strong>da</strong> escola<br />

enquanto um lugar em que se faz educação e <strong>da</strong>queles que, no interior <strong>da</strong><br />

escola, têm um ofício muito especial: o <strong>de</strong> professor, e o <strong>de</strong> professora.<br />

“O educan<strong>do</strong>: quem é, o que <strong>de</strong>ve ser, qual o seu papel no mun<strong>do</strong>; o educa<strong>do</strong>r:<br />

quem é, qual o seu papel no mun<strong>do</strong>; a socie<strong>da</strong><strong>de</strong>: o que é, o que preten<strong>de</strong>;<br />

qual <strong>de</strong>ve ser a finali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> ação pe<strong>da</strong>gógica. Estes são alguns problemas que<br />

emergem <strong>da</strong> ação pe<strong>da</strong>gógica para a reflexão filosófica.”<br />

LUKESI, C. C. . São Paulo: Cortez, 1990, p. 32.<br />

76


A. Perosa<br />

Ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> 7<br />

Consi<strong>de</strong>ran<strong>do</strong> as características <strong>da</strong> Filosofia e o que acabamos <strong>de</strong> dizer, procure<br />

apresentar, uma <strong>de</strong>finição <strong>de</strong> Filosofia <strong>da</strong> Educação.<br />

A Filosofia <strong>da</strong> Educação é:<br />

Guar<strong>de</strong> essa <strong>de</strong>finição para confrontar com as <strong>de</strong> seus colegas. Certamente, haverá<br />

jeitos diferentes <strong>de</strong> apresentar a <strong>de</strong>finição, e vocês po<strong>de</strong>rão, juntos, verificar<br />

qual é a melhor ou até mesmo montar uma <strong>de</strong>finição mais completa a partir <strong>do</strong><br />

trabalho <strong>de</strong> ca<strong>da</strong> um. O esforço coletivo traz bons resulta<strong>do</strong>s, não é?<br />

Se o trabalho na escola é objeto <strong>da</strong> reflexão que é feita pela Filosofia <strong>da</strong> Educação,<br />

é importante olhar para as características <strong>de</strong>sse trabalho. Na Uni<strong>da</strong><strong>de</strong> 3, quan<strong>do</strong><br />

estu<strong>da</strong>mos o trabalho, já começamos a conversar sobre essas características.<br />

Aqui nós procuraremos ir mais à frente, amplian<strong>do</strong> nosso estu<strong>do</strong>.<br />

Escola: lugar específico <strong>de</strong> educação.<br />

Vimos que a educação é o processo <strong>de</strong> manutenção e transformação <strong>da</strong><br />

cultura, <strong>de</strong> socialização <strong>de</strong> saberes e valores e que ela está presente em to<strong>da</strong>s<br />

as instituições sociais. To<strong>da</strong>s as instituições sociais educam, mesmo <strong>de</strong> maneira<br />

informal. Mas o trabalho educativo que se realiza na escola tem características<br />

bem diferencia<strong>da</strong>s.<br />

77<br />

Giovani Pereira


A educação que se realiza na escola é organiza<strong>da</strong> e sistemática. Nela se faz a seleção<br />

<strong>de</strong> conteú<strong>do</strong>s e a criação <strong>de</strong> técnicas que possam garantir a apreensão <strong>do</strong> saber<br />

pelos indivíduos e a atuação <strong>de</strong>stes no senti<strong>do</strong> <strong>da</strong> <strong>de</strong>scoberta e <strong>da</strong> invenção.<br />

Os conteú<strong>do</strong>s e técnicas que são seleciona<strong>do</strong>s e transmiti<strong>do</strong>s na escola não<br />

são elementos neutros. Eles são seleciona<strong>do</strong>s, transmiti<strong>do</strong>s e transforma<strong>do</strong>s<br />

em função <strong>de</strong> <strong>de</strong>termina<strong>do</strong>s interesses e po<strong>de</strong>res existentes na socie<strong>da</strong><strong>de</strong>. Na<br />

medi<strong>da</strong> em que há sempre <strong>de</strong>termina<strong>do</strong>s interesses envolvi<strong>do</strong>s na educação,<br />

ela tem um caráter político, isto é, revela valores <strong>do</strong> contexto em que vivem os<br />

indivíduos que educam e são educa<strong>do</strong>s.<br />

Ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> 8<br />

Você já estu<strong>do</strong>u o que vimos em outros momentos, na nossa área e em<br />

Fun<strong>da</strong>mentos <strong>da</strong> Educação. Mas é importante retomar. Assinale se são<br />

ver<strong>da</strong><strong>de</strong>iras (V) ou falsas (F) as afirmações seguintes:<br />

a) ( ) Só na escola se realiza um trabalho <strong>de</strong> educação.<br />

b) ( ) O objetivo principal <strong>da</strong> educação escolar é partilhar a cultura.<br />

c) ( ) O trabalho educativo <strong>da</strong> escola é organiza<strong>do</strong> e sistemático.<br />

d) ( ) A educação que se realiza na escola tem um caráter político.<br />

e) ( ) O interesse <strong>do</strong>s políticos é que controla a escola.<br />

O trabalho que <strong>de</strong>senvolvemos cotidianamente está, então, fun<strong>da</strong>menta<strong>do</strong><br />

em uma <strong>de</strong>termina<strong>da</strong> concepção <strong>de</strong> mun<strong>do</strong>, <strong>de</strong> ser humano, <strong>de</strong> educação. Nós<br />

só teremos possibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> realizar uma tarefa efetivamente transforma<strong>do</strong>ra<br />

se tomarmos consciência <strong>de</strong>ssa concepção, se a confrontarmos com outras<br />

concepções e se refletirmos sobre os valores que as sustentam.<br />

Importante<br />

- Consi<strong>de</strong>re a sua instituição <strong>de</strong> educação infantil e outras na comuni<strong>da</strong><strong>de</strong>.<br />

Você po<strong>de</strong>rá perceber na proposta que aí é <strong>de</strong>senvolvi<strong>da</strong>, no<br />

planejamento que se faz e na organização <strong>do</strong> trabalho, quais os valores<br />

e interesses que estão envolvi<strong>do</strong>s. Um planejamento que leva em conta<br />

as condições concretas <strong>da</strong>s crianças é diferente <strong>de</strong> um que procura<br />

aten<strong>de</strong>r apenas às imposições formais <strong>do</strong>s órgãos governamentais.<br />

78


Como lugar em que estão<br />

presentes valores relaciona<strong>do</strong>s<br />

principalmente com a formação<br />

<strong>do</strong>s indivíduos, a escola é um<br />

espaço no qual <strong>de</strong>ve estar presente<br />

a Filosofia <strong>da</strong> Educação, que,<br />

sen<strong>do</strong> uma reflexão crítica, nos<br />

aju<strong>da</strong> a olhar para nosso trabalho<br />

<strong>de</strong> mo<strong>do</strong> que possamos ver o que<br />

vai bem e o que é preciso mu<strong>da</strong>r.<br />

Se a crítica procura ver amplamente a prática, ela mostrará, como vimos, tanto o<br />

que vai mal como o que está bom e <strong>de</strong>ve ser manti<strong>do</strong> e melhora<strong>do</strong>. O trabalho<br />

que os educa<strong>do</strong>res e as educa<strong>do</strong>ras <strong>de</strong>senvolvem na escola tem, portanto, a<br />

possibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> ser aprimora<strong>do</strong> exatamente com a reflexão filosófica.<br />

Ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> 9<br />

Por que a reflexão filosófica po<strong>de</strong> aju<strong>da</strong>r a melhorar o trabalho <strong>do</strong>s professores<br />

e <strong>da</strong>s professoras?<br />

79<br />

Marcos Rosa<br />

Antonio Milena


Iolan<strong>da</strong> Huzak<br />

Tarefa <strong>da</strong> escola: formação <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>da</strong>nia<br />

A tarefa primordial <strong>da</strong> educação é proporcionar condições para o exercício<br />

<strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>da</strong>nia – a participação efetiva na criação e socialização <strong>da</strong> cultura e <strong>da</strong><br />

História, com a finali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> realizar o bem comum. A escola tem, diante <strong>de</strong>sse<br />

objetivo, o <strong>de</strong>safio <strong>de</strong> organizar seu trabalho no senti<strong>do</strong> <strong>de</strong> tor ná-lo ca<strong>da</strong> vez<br />

mais acessível para aqueles<br />

que têm direito a ela. As<br />

ações que nela se <strong>de</strong>sen-<br />

volvem ganharão signi-<br />

fi ca<strong>do</strong> se contribuírem<br />

para o bem coletivo, supe-<br />

ran<strong>do</strong> o individualismo e<br />

crian<strong>do</strong> possibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

participação <strong>de</strong>to<strong>do</strong>s na<br />

construção conjunta <strong>do</strong><br />

mun<strong>do</strong>.<br />

É essa a ver<strong>da</strong><strong>de</strong>ira significação <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>da</strong>nia, que não é uma questão geográfica,<br />

como alguns pensam. Já afirmamos que nascer num país não significa ser ci<strong>da</strong>dão<br />

<strong>de</strong>sse país. A ci<strong>da</strong><strong>da</strong>nia se caracteriza pelo acesso aos bens aí produzi<strong>do</strong>s, pela<br />

possibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> participar <strong>da</strong> construção <strong>de</strong>sse país e pelo reconhecimento <strong>do</strong><br />

direito <strong>de</strong> falar e ser ouvi<strong>do</strong> pelos outros.<br />

80<br />

Iolan<strong>da</strong> Huzak<br />

Ja<strong>de</strong>r <strong>da</strong> Rocha


Ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> 10<br />

Escreva a sua <strong>de</strong>finição <strong>de</strong> ci<strong>da</strong><strong>da</strong>nia. Lembre-se <strong>do</strong> que estu<strong>da</strong>mos na uni<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

anterior.<br />

Ci<strong>da</strong><strong>da</strong>nia é<br />

Para que o indivíduo seja capaz <strong>de</strong> exercer seus direitos, ele precisa estar<br />

prepara<strong>do</strong>. Preparar as pessoas para a ci<strong>da</strong><strong>da</strong>nia, <strong>de</strong> maneira responsável e<br />

comprometi<strong>da</strong>, significa ajudá-las a <strong>de</strong>senvolver suas capaci<strong>da</strong><strong>de</strong>s, colocar ao seu<br />

alcance os bens culturais e também <strong>de</strong>senvolver o espírito crítico, que permite<br />

intervir e transformar a comuni<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> que se faz parte.<br />

Este é um gran<strong>de</strong> <strong>de</strong>safio para os professores e as professoras brasileiros. Para<br />

enfrentar os <strong>de</strong>safios, é necessário <strong>de</strong>senvolver uma prática competente. Ao<br />

realizar um trabalho competente, eles po<strong>de</strong>rão colaborar na construção <strong>da</strong><br />

escola que queremos.<br />

Como verificar se nosso trabalho é mesmo competente? Recorren<strong>do</strong> à reflexão<br />

filosófica, entre outros saberes críticos, que nos aju<strong>da</strong>rá a olhá-lo com clareza,<br />

profundi<strong>da</strong><strong>de</strong> e abrangência, fazen<strong>do</strong> alterações, se necessário, e o aprimoran<strong>do</strong><br />

para caminhar na direção <strong>do</strong>s objetivos que nos propomos alcançar.<br />

Ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> 11<br />

Respon<strong>da</strong> abaixo: como seu trabalho <strong>de</strong> professor po<strong>de</strong> preparar as crianças<br />

para a ci<strong>da</strong><strong>da</strong>nia?<br />

81


Preparar para a ci<strong>da</strong><strong>da</strong>nia implica fazer um trabalho com competência. A<br />

Filosofia nos aju<strong>da</strong> a realizar um trabalho competente. Mais ain<strong>da</strong>: ela nos<br />

aju<strong>da</strong> a olhar para frente e a fazer projetos.<br />

O exercício <strong>da</strong> Filosofia tem uma dimensão <strong>de</strong> esperança.<br />

Por se caracterizar como um exercício constante <strong>de</strong> crítica, a Filosofia traz em si<br />

uma provocação: ela procura estimular a construção e a instalação <strong>de</strong> um projeto<br />

<strong>de</strong> educação que efetivamente vá ao encontro <strong>da</strong>s necessi<strong>da</strong><strong>de</strong>s concretas <strong>do</strong>s<br />

indivíduos que estão envolvi<strong>do</strong>s com o trabalho educativo.<br />

O núcleo <strong>de</strong> um projeto é a esperança, que move os educa<strong>do</strong>res e as educa<strong>do</strong>ras,<br />

no senti<strong>do</strong> <strong>de</strong> explorar as possibili<strong>da</strong><strong>de</strong>s existentes e construir novas possibili<strong>da</strong><strong>de</strong>s<br />

<strong>de</strong> intervenção cria<strong>do</strong>ra. A esperança não é algo romântico, que por si move as<br />

ações. Ela tem consistência se é gera<strong>da</strong> no interior <strong>da</strong> própria prática.<br />

Importante<br />

- A esperança existe quan<strong>do</strong> não temos certeza, mas temos possibili<strong>da</strong><strong>de</strong>s.<br />

Nós não dizemos que temos esperança <strong>de</strong> sermos aprova<strong>do</strong>s em um<br />

concurso quan<strong>do</strong> já sabemos que seremos aprova<strong>do</strong>s. Também não<br />

dizemos que temos esperança <strong>de</strong> comprar uma casa quan<strong>do</strong> ela já foi<br />

vendi<strong>da</strong> para outra pessoa. Afirmamos que temos esperança quan<strong>do</strong><br />

encontramos possibili<strong>da</strong><strong>de</strong>s em nós mesmos e em volta <strong>de</strong> nós, <strong>de</strong><br />

satisfazer nossas necessi<strong>da</strong><strong>de</strong>s e realizar nossos <strong>de</strong>sejos. Temos esperança<br />

crítica quan<strong>do</strong> nos mobilizamos, procuran<strong>do</strong> ampliar as condições para<br />

realizar um trabalho <strong>da</strong> melhor quali<strong>da</strong><strong>de</strong>!<br />

E vamos chegan<strong>do</strong> ao final <strong>de</strong> nosso Módulo I! Se você voltar às ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s<br />

<strong>de</strong>senvolvi<strong>da</strong>s anteriormente, perceberá que o que fizemos constantemente<br />

foi, <strong>de</strong> algum mo<strong>do</strong>, um exercício <strong>de</strong> Filosofia <strong>da</strong> Educação, quan<strong>do</strong> procuramos<br />

chamar atenção para aspectos fun<strong>da</strong>mentais <strong>de</strong> nossa vi<strong>da</strong> e <strong>de</strong> nosso<br />

trabalho. Nesta uni<strong>da</strong><strong>de</strong>, você terá atingi<strong>do</strong> os objetivos se enten<strong>de</strong>u o que<br />

significa uma atitu<strong>de</strong> crítica e como essa atitu<strong>de</strong> se mostra na Filosofia e – o<br />

que é mais importante – se percebeu o valor que ela tem no seu dia-a-dia <strong>de</strong><br />

professor(a).<br />

82


PARA RELEMBRAR.<br />

- A Filosofia é uma forma <strong>de</strong> conhecimento que procura aumentar sempre<br />

o nosso saber sobre o mun<strong>do</strong> em que estamos e sobre nós mesmos.<br />

- A atitu<strong>de</strong> <strong>do</strong> filósofo é uma atitu<strong>de</strong> crítica, isto é, que procura ver com<br />

clareza, profundi<strong>da</strong><strong>de</strong> e abrangência os objetos sobre os quais voltamos<br />

nosso conhecimento.<br />

- Criticar não é falar mal, não é olhar apenas para os aspectos negativos<br />

<strong>do</strong> que se observa. Criticar é olhar to<strong>do</strong>s os aspectos, para ver o<br />

que está bom e po<strong>de</strong> ser melhora<strong>do</strong> e o que está ruim e <strong>de</strong>ve ser<br />

transforma<strong>do</strong>.<br />

- Tanto a Filosofia quanto as ciências são formas <strong>de</strong> conhecimento crítico.<br />

O que as distingue é que o esforço crítico <strong>da</strong> Ciência busca explicar a<br />

reali<strong>da</strong><strong>de</strong> e <strong>de</strong>screvê-la, enquanto o <strong>da</strong> Filosofia busca compreen<strong>de</strong>r,<br />

isto é, encontrar o senti<strong>do</strong>, a significação.<br />

- Não são filósofos apenas os que estão nas universi<strong>da</strong><strong>de</strong>s ou os que<br />

escrevem livros acadêmicos. To<strong>do</strong> homem é filósofo quan<strong>do</strong> se volta<br />

criticamente para a reali<strong>da</strong><strong>de</strong>, buscan<strong>do</strong> compreendê-la.<br />

- Por ser uma reflexão, isto é, um repensar sobre alguma coisa, a Filosofia<br />

é sempre Filosofia <strong>de</strong> algo. Por exemplo, Filosofia <strong>da</strong> Ciência, Filosofia<br />

<strong>da</strong> Arte, Filosofia <strong>da</strong> Educação.<br />

- A Filosofia <strong>da</strong> Educação é uma reflexão crítica sobre o trabalho <strong>do</strong>s<br />

educa<strong>do</strong>res.<br />

- A escola é um lugar específico <strong>de</strong> educação diferente <strong>da</strong> família, <strong>da</strong><br />

igreja, <strong>do</strong>s parti<strong>do</strong>s etc. A tarefa fun<strong>da</strong>mental <strong>da</strong> escola é formar para<br />

o exercício <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>da</strong>nia, para a participação criativa na socie<strong>da</strong><strong>de</strong>.<br />

- A Filosofia <strong>da</strong> Educação reflete sobre a prática que se realiza na escola,<br />

as concepções <strong>de</strong> educação que orientam essa prática etc. Assim, ela<br />

po<strong>de</strong> auxiliar os educa<strong>do</strong>res a fazerem melhor seu trabalho.<br />

- A Filosofia <strong>da</strong> Educação aju<strong>da</strong> a olhar para frente e a criar projetos,<br />

que, para se realizarem, exigem competência e esperança.<br />

83


-<br />

ABRINDO NOSSOS HORIZONTES<br />

Orientações para a prática pe<strong>da</strong>gógica<br />

Ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s sugeri<strong>da</strong>s<br />

ATIVIDADE 1<br />

Objetivo <strong>do</strong>(a) professor(a): realizar total a<strong>de</strong>quação <strong>de</strong>sta uni<strong>da</strong><strong>de</strong>, <strong>de</strong> mo<strong>do</strong><br />

que o tratamento <strong>do</strong> conteú<strong>do</strong> seja proveitoso para as salas <strong>de</strong> ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>da</strong><br />

instituição <strong>de</strong> educação infantil, realizan<strong>do</strong> propostas como: o trabalho com<br />

jogos <strong>de</strong> regras e <strong>de</strong>bates diante <strong>de</strong> conflitos <strong>do</strong> dia-a-dia.<br />

Conteú<strong>do</strong>: aproximação à construção e ao convívio com regras para mediação<br />

<strong>do</strong> coletivo através <strong>de</strong> jogos organiza<strong>do</strong>s e diálogos, ambos media<strong>do</strong>s pelo(a)<br />

professor(a).<br />

Orientações para o(a) professor(a): O(a) professor(a) apresenta vários jogos<br />

<strong>de</strong> regras (boliche, bingo, jogos <strong>de</strong> tabuleiro, jogos <strong>de</strong> <strong>da</strong><strong>do</strong>s), <strong>de</strong>ven<strong>do</strong> ser<br />

apresenta<strong>do</strong> um jogo <strong>de</strong> ca<strong>da</strong> vez.<br />

Sobre a apresentação <strong>do</strong>s jogos:<br />

- O(a) professor(a) <strong>de</strong>ve apresentar em ro<strong>da</strong>s <strong>de</strong> conversa o jogo e suas peças,<br />

<strong>de</strong>monstran<strong>do</strong> diante <strong>de</strong> to<strong>do</strong>s o mo<strong>do</strong> <strong>de</strong> jogar, ou seja, as regras.<br />

- O(a) professor(a) convi<strong>da</strong>, na mesma ro<strong>da</strong> <strong>de</strong> conversa, um pequeno grupo<br />

<strong>de</strong> crianças para “simular” o jogo, realizan<strong>do</strong>-o <strong>de</strong> acor<strong>do</strong> com as regras,<br />

com a aju<strong>da</strong> <strong>do</strong>(a) professor(a).<br />

- Após se certificar <strong>de</strong> que o grupo <strong>de</strong> crianças já é capaz <strong>de</strong> jogar respeitan<strong>do</strong><br />

minimamente as regras, o(a) professor(a) propõe que o jogo seja realiza<strong>do</strong><br />

em pequenos grupos.<br />

- Algumas vezes, ao longo <strong>da</strong> rotina <strong>da</strong> instituição <strong>de</strong> educação infantil, o<br />

mesmo jogo <strong>de</strong>ve ser joga<strong>do</strong> em pequenos grupos, <strong>de</strong> mo<strong>do</strong> que as regras<br />

possam ser progressivamente incorpora<strong>da</strong>s.<br />

- Assim que as crianças pu<strong>de</strong>rem jogar autonomamente o jogo apresenta<strong>do</strong>, o(a)<br />

professor(a) po<strong>de</strong> recomeçar to<strong>da</strong>s a etapas, apresentan<strong>do</strong> um novo jogo.<br />

84


Des<strong>do</strong>bramento <strong>da</strong> ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>:<br />

Quan<strong>do</strong> as crianças souberem jogar com autonomia pelo menos 4 ou 5 jogos,<br />

será possível que o(a) professor(a) proponha um “cassino <strong>de</strong> jogos”, no qual<br />

as crianças são dividi<strong>da</strong>s em grupos, <strong>de</strong> mo<strong>do</strong> que ca<strong>da</strong> grupo possa jogar um<br />

jogo diferente. Ao final <strong>de</strong> ca<strong>da</strong> jogo, os grupos fazem rodízio, trocan<strong>do</strong> <strong>de</strong><br />

mesas e, conseqüentemente, <strong>de</strong> jogo. Ao final <strong>de</strong>sta ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>, to<strong>do</strong>s os grupos<br />

<strong>de</strong>vem ter joga<strong>do</strong> to<strong>do</strong>s os jogos.<br />

Importante<br />

- O(a) professor(a) não precisa se preocupar se as crianças não conseguem<br />

respeitar as regras na íntegra nem que as compreen<strong>da</strong>m com rapi<strong>de</strong>z. Na<br />

instituição <strong>de</strong> educação infantil, propomos os jogos <strong>de</strong> regra justamente<br />

para que a noção <strong>de</strong> regra (direitos e <strong>de</strong>veres <strong>de</strong> ca<strong>da</strong> um no jogo, função<br />

<strong>do</strong>s media<strong>do</strong>res <strong>do</strong> jogar – como <strong>da</strong><strong>do</strong>s, roletas, números sortea<strong>do</strong>s etc.)<br />

possa ir sen<strong>do</strong> apropria<strong>da</strong> enquanto se joga. Portanto, se as crianças<br />

criam novas regras ou “saltam” algum passo diante <strong>de</strong> ca<strong>da</strong> ro<strong>da</strong><strong>da</strong>,<br />

não há importância fun<strong>da</strong>mental, porque o próprio grupo <strong>de</strong> joga<strong>do</strong>res<br />

será o media<strong>do</strong>r <strong>do</strong> <strong>de</strong>bate que <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>rá a regra como media<strong>do</strong>r <strong>da</strong><br />

possibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> jogar, e <strong>da</strong>í, têm-se a transposição <strong>do</strong> jogo para as situações<br />

em que a regra é necessária para mediar os conflitos reais <strong>do</strong> dia-a-dia.<br />

GLOSSÁRIO<br />

Emergir: sair <strong>de</strong> on<strong>de</strong> está mergulha<strong>do</strong>, aparecer.<br />

Incessantemente: sem cessar, sem parar.<br />

Individualismo: atitu<strong>de</strong> <strong>de</strong> um indivíduo que só valoriza a si mesmo; egoísmo.<br />

Sistema filosófico: conjunto organiza<strong>do</strong> <strong>da</strong>s idéias <strong>de</strong> um filósofo ou <strong>de</strong> um<br />

grupo <strong>de</strong> filósofos.<br />

SUGESTÕES PARA LEITURA<br />

ARANHA, M. L. e MARTINS, M. H. Filosofan<strong>do</strong> – Introdução à Filosofia. São<br />

Paulo: Mo<strong>de</strong>rna, 1988.<br />

No Capítulo 5, que se intitula “O que é Filosofia?”, as autoras procuram<br />

respon<strong>de</strong>r a esta questão, <strong>de</strong>finin<strong>do</strong> o conhecimento filosófico e falan<strong>do</strong><br />

também sobre o méto<strong>do</strong> <strong>da</strong> Filosofia e sobre sua utili<strong>da</strong><strong>de</strong>.<br />

85


CORTELLA, M. S. A escola e o conhecimento – Fun<strong>da</strong>mentos epistemológicos e<br />

políticos. São Paulo: Cortez - Instituto Paulo Freire, 1998.<br />

O autor leva em consi<strong>de</strong>ração a situação <strong>da</strong> educação no Brasil <strong>de</strong> hoje e nos<br />

aju<strong>da</strong> a discutir algumas questões que estão muito próximas <strong>da</strong> nossa experiência<br />

<strong>de</strong> to<strong>do</strong> dia em sala <strong>de</strong> aula.<br />

RIOS, T. A. Ética e competência. São Paulo: Cortez, 1993.<br />

A autora procura mostrar como a Filosofia é uma auxiliar importante no trabalho<br />

<strong>do</strong>s educa<strong>do</strong>res, contribuin<strong>do</strong> para que eles sejam competentes.<br />

SEVERINO. A. J. . S. Paulo: FTD, 1994.<br />

O Capítulo 2 é <strong>de</strong>dica<strong>do</strong> exatamente ao estu<strong>do</strong> sobre “A Filosofia <strong>da</strong> Educação<br />

na formação e na prática <strong>do</strong> educa<strong>do</strong>r”. Aí, o autor fala sobre os caminhos<br />

trilha<strong>do</strong>s pela Filosofia em sua constituição histórica e mostra a importância<br />

<strong>de</strong>sse saber na educação.<br />

86


-<br />

-<br />

-<br />

Vi<strong>da</strong> e Natureza<br />

Lixo<br />

ABRINDO NOSSO DIÁLOGO<br />

To<strong>do</strong>s nós jogamos fora o que não nos serve mais:<br />

restos e <strong>de</strong>tritos. Ou seja, produzimos lixo. Esse<br />

lixo <strong>de</strong>ve ser a<strong>de</strong>qua<strong>da</strong>mente trata<strong>do</strong>, para evitar<br />

que crie problemas. Nesta uni<strong>da</strong><strong>de</strong>, vamos pensar<br />

sobre essa questão.<br />

DEFININDO NOSSO PONTO DE CHEGADA<br />

Objetivos específicos <strong>da</strong> área temática:<br />

Esperamos que ao final <strong>de</strong>sta uni<strong>da</strong><strong>de</strong> você seja capaz <strong>de</strong>:<br />

1. Descrever as interações entre o crescimento <strong>de</strong>mográfico, o <strong>de</strong>senvolvimento<br />

tecnológico e a produção <strong>de</strong> lixo.<br />

2. I<strong>de</strong>ntificar os diferentes tipos <strong>de</strong> lixo e usar diferentes critérios para<br />

classificá-los.<br />

3. Enumerar os diferentes <strong>de</strong>stinos que po<strong>de</strong>m ser <strong>da</strong><strong>do</strong>s ao lixo e analisar as<br />

implicações <strong>da</strong> escolha <strong>de</strong> ca<strong>da</strong> um <strong>de</strong>les.<br />

4. Explicar os benefícios que po<strong>de</strong>m advir <strong>da</strong> reciclagem <strong>do</strong> lixo.<br />

CONSTRUINDO NOSSA APRENDIZAGEM<br />

A Uni<strong>da</strong><strong>de</strong> 8 <strong>de</strong>sta área temática é composta por quatro seções: a primeira<br />

trata <strong>da</strong>s conseqüências <strong>do</strong> <strong>de</strong>senvolvimento tecnológico; a segun<strong>da</strong> relata as<br />

origens e os tipos <strong>de</strong> lixo em nossa socie<strong>da</strong><strong>de</strong>; a terceira discute o <strong>de</strong>stino <strong>do</strong><br />

lixo; e a quarta seção fala <strong>do</strong> lixo que não é lixo.<br />

Seção 1 – As conseqüências <strong>do</strong> <strong>de</strong>senvolvimento tecnológico<br />

Objetivo a ser alcança<strong>do</strong> nesta seção:<br />

– Descrever as interações entre o crescimento <strong>de</strong>mográfico,<br />

o <strong>de</strong>senvolvimento tecnológico e a produção <strong>de</strong> lixo.<br />

87


Lixo é to<strong>do</strong> material, sóli<strong>do</strong> ou pastoso, consi<strong>de</strong>ra<strong>do</strong> por alguém como<br />

imprestável e, portanto, sem utili<strong>da</strong><strong>de</strong> e valor para ele.<br />

Vamos analisar, pelos <strong>da</strong><strong>do</strong>s <strong>do</strong> quadro abaixo, as mu<strong>da</strong>nças por que passamos<br />

em função <strong>do</strong> <strong>de</strong>senvolvimento tecnológico e que têm conseqüências para a<br />

produção <strong>do</strong> lixo.<br />

Mu<strong>da</strong>nças no comportamento humano em face <strong>do</strong> progresso científico<br />

O homem usa as pernas para se<br />

locomover.<br />

Para <strong>da</strong>r brilho na casa se usava cera<br />

e escovão.<br />

Para a limpeza <strong>da</strong> casa se usava<br />

vassoura.<br />

A lavagem <strong>de</strong> roupa era feita em<br />

tanque.<br />

Para bater um bolo, a tigela e a<br />

colher <strong>de</strong> pau eram fun<strong>da</strong>mentais.<br />

Na agricultura a enxa<strong>da</strong> era um<br />

instrumento essencial.<br />

88<br />

Os carros substituem as pernas.<br />

Atualmente o escovão é substituí<strong>do</strong><br />

pela encera<strong>de</strong>ira.<br />

A vassoura é substituí<strong>da</strong> pelo<br />

aspira<strong>do</strong>r <strong>de</strong> pó.<br />

Os tanques são substituí<strong>do</strong>s pelas<br />

máquinas <strong>de</strong> lavar.<br />

As bate<strong>de</strong>iras elétricas substituem<br />

a colher.<br />

Os tratores vieram substituir a<br />

enxa<strong>da</strong>.<br />

Se você analisar a coluna <strong>da</strong> esquer<strong>da</strong>, vai perceber que, antigamente, a energia<br />

necessária para construir os instrumentos ou para executar as tarefas era,<br />

principalmente, a energia braçal <strong>do</strong> próprio homem. Quan<strong>do</strong> o escovão, a vassoura,<br />

a colher <strong>de</strong> pau e a enxa<strong>da</strong> ou qualquer outro objeto <strong>de</strong>ixam <strong>de</strong> ser consi<strong>de</strong>ra<strong>do</strong>s<br />

úteis e práticos, são <strong>de</strong>scarta<strong>do</strong>s e se transformam em lixo. Como não se <strong>de</strong>compõem<br />

facilmente, passam a ser motivo <strong>de</strong> preocupação para o homem.


Por outro la<strong>do</strong>, analisan<strong>do</strong> a coluna <strong>da</strong> direita, você vai perceber que, para<br />

produzir os novos instrumentos, é necessário buscar matérias-primas na natureza,<br />

além <strong>de</strong> transformá-las e construir o equipamento numa indústria sofistica<strong>da</strong>.<br />

A energia para executar tais tarefas já não é apenas a <strong>do</strong> homem, passan<strong>do</strong> a<br />

ser também a elétrica ou a <strong>de</strong> combustíveis. Quan<strong>do</strong> o carro, a encera<strong>de</strong>ira, o<br />

aspira<strong>do</strong>r <strong>de</strong> pó e outros equipamentos sofistica<strong>do</strong>s forem consi<strong>de</strong>ra<strong>do</strong>s inúteis<br />

e <strong>de</strong>spreza<strong>do</strong>s, passarão a ser lixo e ficarão por muito tempo no ambiente.<br />

Antes <strong>de</strong> 1960, os materiais <strong>de</strong> limpeza eram principalmente o sabão <strong>de</strong> banha e<br />

o <strong>de</strong>sinfetante creolina. Hoje, o sabão <strong>de</strong> banha foi substituí<strong>do</strong> pelo <strong>de</strong>tergente,<br />

cuja matéria-prima é um <strong>de</strong>riva<strong>do</strong> <strong>do</strong> petróleo. Escolher um <strong>de</strong>sinfetante é<br />

bastante complica<strong>do</strong>, pois o merca<strong>do</strong> oferece inúmeros <strong>de</strong>sses materiais <strong>de</strong><br />

limpeza.<br />

O sabão produzi<strong>do</strong> antigamente em sítios e fazen<strong>da</strong>s não era embala<strong>do</strong> e, se<br />

o fosse, seria em folhas <strong>de</strong> papel <strong>de</strong> jornal. Já o <strong>de</strong>tergente, pelo contrário,<br />

é acondiciona<strong>do</strong> em plásticos e, conseqüentemente, seu uso culmina em um<br />

resíduo – lixo – ao qual se <strong>de</strong>ve <strong>da</strong>r um <strong>de</strong>stino.<br />

Lança<strong>do</strong> no meio ambiente, o lixo levará muito tempo<br />

para se <strong>de</strong>compor.<br />

Partin<strong>do</strong> <strong>de</strong> uma análise <strong>do</strong>s resíduos <strong>de</strong>correntes <strong>da</strong> mu<strong>da</strong>nça <strong>de</strong> nossos hábitos,<br />

você po<strong>de</strong>, com certeza, fazer outras consi<strong>de</strong>rações sobre o <strong>de</strong>senvolvimento<br />

tecnológico e a produção <strong>de</strong> lixo.<br />

O crescimento <strong>de</strong>mográfico, conforme já vimos em uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s anteriores, exige<br />

maior produção <strong>de</strong> alimentos, adubos químicos para restaurar o solo, uso <strong>de</strong><br />

insetici<strong>da</strong>s e diversas outras coisas, o que acaba geran<strong>do</strong> gran<strong>de</strong> produção<br />

<strong>de</strong> resíduos. O <strong>de</strong>senvolvimento tecnológico, embora necessário, é causa<strong>do</strong>r<br />

<strong>de</strong> muitos problemas, pois leva à formação <strong>de</strong> quanti<strong>da</strong><strong>de</strong>s consi<strong>de</strong>ráveis <strong>de</strong><br />

resíduos inúteis, que com o tempo comprometem o ambiente.<br />

Seção 2 – Origens e tipos <strong>de</strong> lixo<br />

Objetivo a ser alcança<strong>do</strong> nesta seção:<br />

– I<strong>de</strong>ntificar os diferentes tipos <strong>de</strong> lixo e usar<br />

diferentes critérios para classificá-los.<br />

O lixo po<strong>de</strong> ser classifica<strong>do</strong> conforme vários critérios. Neste texto, vamos<br />

consi<strong>de</strong>rar apenas <strong>do</strong>is: a origem e a composição. Quanto à origem, o lixo po<strong>de</strong><br />

ser classifica<strong>do</strong> em <strong>do</strong>méstico, hospitalar, industrial, agrícola, radioativo etc.<br />

89


Ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> 1<br />

Preencha o quadro abaixo, classifican<strong>do</strong>,<br />

<strong>de</strong> acor<strong>do</strong> com a origem, a seguinte<br />

relação <strong>de</strong> objetos: papel, papelão,<br />

garrafas, latas, embalagens, objetos <strong>de</strong><br />

consumo (roupa, tênis, pente), artigos<br />

<strong>do</strong>mésticos (eletro<strong>do</strong>mésticos), móveis<br />

inutiliza<strong>do</strong>s, restos <strong>de</strong> alimentos, vidros,<br />

agulhas, seringas, restos <strong>de</strong> remédios,<br />

ataduras, roupas velhas, equipamentos<br />

inutiliza<strong>do</strong>s, latarias <strong>de</strong> automóveis,<br />

pneumáticos, entulhos, escombros,<br />

gangas <strong>de</strong> mineração, escória <strong>de</strong><br />

produção etc.<br />

a) Doméstico<br />

* Nas letras (d) e (e), acrescente outras origens e tipos <strong>de</strong> lixo não cita<strong>do</strong>s<br />

acima.<br />

Componentes <strong>do</strong> lixo quanto à origem<br />

é bem provável que certos tipos <strong>de</strong> <strong>de</strong>jetos (lixo) possam ser<br />

classifica<strong>do</strong>s em mais <strong>de</strong> uma coluna <strong>de</strong>sse quadro.<br />

90<br />

Medição <strong>de</strong> radiação em Goiânia.<br />

b) Hospitalar c) Industrial d) * e) *<br />

João Ramid


Ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> 2<br />

a) Liste, nas linhas abaixo, as coisas que você joga fora em sua casa.<br />

b) Como você po<strong>de</strong>ria separar esse lixo?<br />

Talvez não lhe tenham ocorri<strong>do</strong> algumas <strong>da</strong>s fontes <strong>de</strong> lixo. Leia o texto que<br />

segue abaixo e, se for o caso, complete o quadro solicita<strong>do</strong> na Ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> 1.<br />

Transcrevemos, a seguir, partes <strong>de</strong> um artigo publica<strong>do</strong> na revista Veja, <strong>de</strong> 1º<br />

<strong>de</strong> julho <strong>de</strong> 1998, sob o título Lixeira Celeste:<br />

Depois <strong>de</strong> ameaçar rios, mares e florestas, o <strong>de</strong>senvolvimento humano começa<br />

a causar problemas em outro lugar antes ecologicamente intoca<strong>do</strong>: o espaço.<br />

Des<strong>de</strong> a subi<strong>da</strong> <strong>do</strong> Sputnik, primeiro objeto envia<strong>do</strong> ao espaço há quatro déca<strong>da</strong>s,<br />

foram lança<strong>do</strong>s 3.800 foguetes e 4.600 satélites. Desses, 500 estão hoje em<br />

funcionamento. O restante foi aposenta<strong>do</strong>, <strong>de</strong>scarta<strong>do</strong> ou explodiu, <strong>da</strong>n<strong>do</strong> origem<br />

a milhares <strong>de</strong> fragmentos<br />

que se transformaram<br />

em lixo espacial à <strong>de</strong>riva.<br />

Atualmente giram em<br />

torno <strong>do</strong> planeta cerca <strong>de</strong><br />

10.000 restos <strong>de</strong> objetos<br />

artificiais, <strong>de</strong> satélites fora<br />

<strong>de</strong> ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> a fragmentos<br />

maiores que uma bola <strong>de</strong><br />

bilhar, além <strong>de</strong> mais <strong>de</strong><br />

10.000 <strong>de</strong>tritos com até<br />

10 centímetros.<br />

91<br />

Estação espacial Mir.<br />

Gamma Liaison/Nasa


(...) Até 1999, mais 300 satélites serão coloca<strong>do</strong>s em órbita. (...) A Microsoft,<br />

que preten<strong>de</strong> criar uma re<strong>de</strong> <strong>de</strong> comunicação em torno <strong>da</strong> Terra para facilitar<br />

o tráfego <strong>de</strong> informações na internet, tem o projeto <strong>de</strong> lançar mais <strong>de</strong> duas<br />

centenas <strong>de</strong> satélites até o ano 2003.<br />

(...) Embora ain<strong>da</strong> não tenha causa<strong>do</strong> nenhuma gran<strong>de</strong> catástrofe, a lista <strong>de</strong><br />

estragos provoca<strong>do</strong>s pelo lixo espacial é extensa. A estação russa Mir, que está<br />

sen<strong>do</strong> aban<strong>do</strong>na<strong>da</strong> <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> 12 anos em operação, caducou em parte por causa<br />

<strong>do</strong>s inúmeros impactos que <strong>da</strong>nificaram principalmente seus painéis solares e<br />

radia<strong>do</strong>res.<br />

Em junho <strong>de</strong> 1996, o satélite <strong>de</strong> telecomunicações francês Cerise foi <strong>de</strong>struí<strong>do</strong><br />

por um pe<strong>da</strong>ço <strong>de</strong> foguete lança<strong>do</strong> <strong>de</strong>z anos antes.<br />

(...) Em seis anos, (...) um satélite <strong>do</strong> tamanho <strong>de</strong> um ônibus, especialmente<br />

<strong>de</strong>senvolvi<strong>do</strong> para recolher informações sobre impactos sofri<strong>do</strong>s no espaço,<br />

recebeu 32.000 choques, meta<strong>de</strong> causa<strong>da</strong> por <strong>de</strong>tritos artificiais.<br />

(...) Quan<strong>do</strong> um foguete ou ônibus <strong>de</strong>cola, sua trajetória é confronta<strong>da</strong> com<br />

to<strong>da</strong> quinquilharia astronáutica. Por pelo menos três vezes já foi necessário<br />

fazer curvas <strong>de</strong> última hora na rota <strong>do</strong>s ônibus espaciais para evitar tromba<strong>da</strong>s<br />

<strong>de</strong> graves proporções. (...)<br />

Satélites e pe<strong>da</strong>ços <strong>de</strong> foguetes já congestionam a órbita <strong>da</strong> terra.<br />

O lixo po<strong>de</strong> também ser classifica<strong>do</strong> quanto à composição. Procure preencher o<br />

quadro abaixo com exemplos <strong>de</strong>sse tipo <strong>de</strong> classificação: po<strong>de</strong>m ser as categorias<br />

seco e úmi<strong>do</strong>, por exemplo.<br />

92<br />

Fernan<strong>do</strong> Gardinalli


O lixo seco é composto <strong>de</strong> papelão, papel, plásticos, isopor, teci<strong>do</strong>s, metais (latas<br />

<strong>de</strong> alumínio, latas <strong>de</strong> ferro etc.), ma<strong>de</strong>ira, vidros, louças etc.<br />

Classificação <strong>do</strong> lixo quanto à composição<br />

Lixo seco Lixo úmi<strong>do</strong><br />

O lixo úmi<strong>do</strong> é composto <strong>de</strong> restos <strong>de</strong> alimentos, cascas <strong>de</strong> frutas e legumes,<br />

galhos <strong>de</strong> árvores, folhas, papel molha<strong>do</strong>, papel e absorventes higiênicos etc.<br />

Em alguns municípios, o lixo úmi<strong>do</strong> é <strong>de</strong>nomina<strong>do</strong> lixo orgânico e se caracteriza<br />

pela sua bio<strong>de</strong>gra<strong>da</strong>bili<strong>da</strong><strong>de</strong> em um tempo relativamente curto. Esse tipo <strong>de</strong><br />

lixo é usa<strong>do</strong> para a produção <strong>de</strong> adubos.<br />

A título <strong>de</strong> curiosi<strong>da</strong><strong>de</strong>, apresentamos, no quadro abaixo, o tempo necessário<br />

para a <strong>de</strong>composição <strong>de</strong> diversos materiais encontra<strong>do</strong>s no lixo.<br />

Tempo relativo <strong>de</strong> <strong>de</strong>composição <strong>de</strong> diversos materiais<br />

Material Tempo<br />

restos <strong>de</strong> alimento<br />

papel úmi<strong>do</strong><br />

ferro<br />

alumínio<br />

plástico<br />

93<br />

dias<br />

meses<br />

anos<br />

<strong>de</strong>zenas <strong>de</strong> anos<br />

centenas <strong>de</strong> anos


Ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> 3<br />

Devi<strong>do</strong> à gran<strong>de</strong> quanti<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> lixo<br />

produzi<strong>do</strong> hoje pelo homem e também à<br />

crescente preocupação <strong>da</strong> humani<strong>da</strong><strong>de</strong> com<br />

a preservação <strong>do</strong> meio ambiente, a indústria<br />

tem procura<strong>do</strong> substituir seus produtos não-<br />

perecíveis por produtos bio<strong>de</strong>gradáveis.<br />

Faça uma lista <strong>do</strong>s objetos ou materiais<br />

<strong>de</strong>scartáveis no ambiente ou bio<strong>de</strong>gradáveis,<br />

não-polui<strong>do</strong>res.<br />

a) Polui<strong>do</strong>res b) Bio<strong>de</strong>gradáveis<br />

Ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> 4<br />

Alterar o meio ambiente significa alterar as condições <strong>de</strong> vi<strong>da</strong> <strong>da</strong>s diferentes<br />

espécies que habitam nosso planeta. Um exemplo fácil <strong>de</strong> se observar é a<br />

modificação <strong>da</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> água <strong>do</strong>s rios que banham as gran<strong>de</strong>s ci<strong>da</strong><strong>de</strong>s.<br />

A poluição <strong>do</strong>s rios coloca em risco a vi<strong>da</strong> <strong>do</strong>s peixes e torna difícil a vi<strong>da</strong> <strong>da</strong>s<br />

plantas que neles existem.<br />

Para testar como as substâncias polui<strong>do</strong>ras agem sobre as plantas, faça a seguinte<br />

ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>: no fun<strong>do</strong> <strong>de</strong> um vidro (<strong>do</strong> tipo usa<strong>do</strong> para maionese), coloque um<br />

pouco <strong>de</strong> algodão embebi<strong>do</strong> em água filtra<strong>da</strong>. Num outro vidro, coloque<br />

também um algodão embebi<strong>do</strong> na seguinte solução: meio copo <strong>de</strong> água filtra<strong>da</strong>,<br />

duas colheres <strong>de</strong> sopa <strong>de</strong> <strong>de</strong>tergente <strong>de</strong> cozinha e duas colheres <strong>de</strong> sopa <strong>de</strong><br />

óleo queima<strong>do</strong> (óleo <strong>de</strong> automóvel obti<strong>do</strong> em qualquer posto <strong>de</strong> gasolina). Em<br />

ca<strong>da</strong> um <strong>do</strong>s vidros, coloque cinco sementes <strong>de</strong> milho e os feche com a tampa.<br />

Depois <strong>de</strong> sete dias, você po<strong>de</strong>rá começar a observar o que aconteceu.<br />

94


Anote tu<strong>do</strong> e discuta as suas observações com o tutor e com seus colegas.<br />

Seção 3 – Destino <strong>do</strong> lixo<br />

Objetivo a ser alcança<strong>do</strong> nesta seção:<br />

– Enumerar os diferentes <strong>de</strong>stinos que po<strong>de</strong>m<br />

ser <strong>da</strong><strong>do</strong>s ao lixo e analisar as implicações <strong>da</strong><br />

escolha <strong>de</strong> ca<strong>da</strong> um <strong>de</strong>les.<br />

Iniciemos este tópico com uma ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>.<br />

Ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> 5<br />

Respon<strong>da</strong> às perguntas abaixo. Elas têm a finali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>spertar sua atenção<br />

para problemas relaciona<strong>do</strong>s com o lixo.<br />

a) Qual a forma <strong>de</strong> armazenamento <strong>do</strong> lixo na locali<strong>da</strong><strong>de</strong> em que você mora?<br />

b) Quais os problemas causa<strong>do</strong>s pelo lixo <strong>de</strong> sua ci<strong>da</strong><strong>de</strong>?<br />

c) Existem pessoas que reciclam lixo em sua ci<strong>da</strong><strong>de</strong> ou em sua região?<br />

95


d) Existem pessoas em sua comuni<strong>da</strong><strong>de</strong> que sobrevivem ten<strong>do</strong> o lixo como fonte<br />

<strong>de</strong> ren<strong>da</strong>?<br />

e) Que sugestões você <strong>da</strong>ria ao prefeito <strong>de</strong> sua ci<strong>da</strong><strong>de</strong> para o aproveitamento<br />

<strong>do</strong> lixo <strong>de</strong> sua comuni<strong>da</strong><strong>de</strong>?<br />

O <strong>de</strong>stino <strong>do</strong> lixo produzi<strong>do</strong> pela socie<strong>da</strong><strong>de</strong> vem acarretan<strong>do</strong> sérios problemas.<br />

Destacamos três <strong>do</strong>s principais:<br />

- Comprometimento <strong>de</strong> áreas ca<strong>da</strong> vez maiores para <strong>de</strong>pósitos <strong>de</strong> lixo. Essas<br />

áreas não po<strong>de</strong>m ser usa<strong>da</strong>s para outras finali<strong>da</strong><strong>de</strong>s, não po<strong>de</strong>m receber lixo<br />

in<strong>de</strong>fini<strong>da</strong>mente e novos espaços são exigi<strong>do</strong>s continuamente.<br />

- Danos indiretos causa<strong>do</strong>s ao<br />

ambiente, uma vez que ele<br />

compromete o ar (mau cheiro) e<br />

traz o risco <strong>de</strong> contaminar as águas<br />

subterrâneas e superficiais.<br />

- Ameaça à saú<strong>de</strong> <strong>da</strong> população,<br />

especialmente <strong>da</strong>quelas pessoas<br />

que sobrevivem a partir <strong>do</strong>s<br />

materiais retira<strong>do</strong>s <strong>do</strong>s lixões, por<br />

permitir a proliferação <strong>de</strong> insetos<br />

(moscas e baratas), ratos e outros<br />

agentes causa<strong>do</strong>res <strong>de</strong> <strong>do</strong>enças.<br />

As moscas e baratas, ao entrar em contato com o lixo, se contaminam com<br />

bactérias e fungos patogênicos. Posteriormente, contaminam os alimentos<br />

ao pousar ou passar sobre eles. Esses alimentos, quan<strong>do</strong> ingeri<strong>do</strong>s, causam<br />

<strong>do</strong>enças, <strong>de</strong>stacan<strong>do</strong>-se entre elas as diarréias, causa <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> mortali<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

infantil. Os ratos, por sua vez, po<strong>de</strong>m contaminar os alimentos e a água com<br />

uma bactéria presente na urina <strong>de</strong>les, que é a causa<strong>do</strong>ra <strong>da</strong> leptospirose,<br />

uma <strong>do</strong>ença que po<strong>de</strong> até levar as pessoas à morte.<br />

Em que local e como po<strong>de</strong>mos armazenar o lixo?<br />

96


A maioria <strong>da</strong>s ci<strong>da</strong><strong>de</strong>s envia o lixo para locais<br />

afasta<strong>do</strong>s <strong>da</strong> zona urbana, a céu aberto, para os<br />

chama<strong>do</strong>s lixões. Essa forma <strong>de</strong> armazenamento<br />

é, em curto prazo, economicamente mais<br />

barata, mas é também a forma mais polui<strong>do</strong>ra.<br />

O lixo <strong>de</strong>posita<strong>do</strong> <strong>de</strong>ssa maneira contamina o<br />

solo e os lençóis <strong>de</strong> água subterrâneos pelo<br />

chorume (líqui<strong>do</strong> escuro resultante <strong>do</strong> processo<br />

<strong>de</strong> <strong>de</strong>composição <strong>do</strong> lixo úmi<strong>do</strong>).<br />

Existem técnicas <strong>de</strong> armazenamento menos<br />

polui<strong>do</strong>ras <strong>do</strong> que o <strong>de</strong>pósito em lixões. Uma<br />

técnica é a <strong>do</strong> aterro sanitário. Nesse caso, o lixo<br />

é comprimi<strong>do</strong>, <strong>de</strong>posita<strong>do</strong> num local e coberto<br />

periodicamente. O local escolhi<strong>do</strong>, distante <strong>da</strong><br />

zona urbana, é submeti<strong>do</strong> a estu<strong>do</strong> hidrológico,<br />

<strong>de</strong> material <strong>de</strong> cobertura e <strong>de</strong> ventos. Esse méto<strong>do</strong> impe<strong>de</strong> o contato direto <strong>de</strong><br />

pessoas ou animais com o lixo, diminuin<strong>do</strong> os riscos <strong>de</strong> <strong>do</strong>enças e controlan<strong>do</strong> a<br />

proliferação <strong>de</strong> insetos e ratos.<br />

Outra técnica comumente usa<strong>da</strong> é a incineração.<br />

Esta reduz drasticamente o volume <strong>de</strong> lixo, mas seu controle <strong>de</strong>ve ser cui<strong>da</strong><strong>do</strong>so,<br />

pois a fumaça resultante <strong>da</strong> queima constitui uma nova forma <strong>de</strong> poluição. A<br />

incineração é consi<strong>de</strong>ra<strong>da</strong> a técnica i<strong>de</strong>al para o tratamento <strong>do</strong> lixo hospitalar.<br />

Ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> 6<br />

Releia cui<strong>da</strong><strong>do</strong>samente as informações anteriores e cite algumas <strong>de</strong>svantagens<br />

<strong>do</strong> uso <strong>de</strong> lixões.<br />

1.<br />

2.<br />

3.<br />

4.<br />

5.<br />

97<br />

Tarcisio Mattos


Seção 4 – O lixo que não é lixo<br />

Objetivo a ser alcança<strong>do</strong> nesta seção:<br />

– Explicar os benefícios que po<strong>de</strong>m advir<br />

<strong>da</strong> reciclagem <strong>do</strong> lixo.<br />

Nem tu<strong>do</strong> que <strong>de</strong>sprezamos é lixo. É um luxo e uma irresponsabili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong>sprezar<br />

tantas coisas que po<strong>de</strong>riam ser reaproveita<strong>da</strong>s por reciclagem.<br />

Por meio <strong>da</strong> reciclagem <strong>do</strong> lixo, ensina-se à população como combater<br />

o <strong>de</strong>sperdício, a ver o lixo como algo que po<strong>de</strong> ser útil e não como uma<br />

ameaça.<br />

Para reciclar o lixo, a população tem que ser educa<strong>da</strong> para iniciar a separação<br />

nas suas próprias casas, isto é, coletá-lo em recipientes separa<strong>do</strong>s: comi<strong>da</strong>,<br />

papéis, latas, vidros e plásticos.<br />

Restos <strong>de</strong> comi<strong>da</strong> po<strong>de</strong>m ser usa<strong>do</strong>s como adubo. O papel po<strong>de</strong> ser trata<strong>do</strong> e<br />

transforma<strong>do</strong> em livros, papel jornal, papel higiênico ou papelão. Os materiais<br />

plásticos po<strong>de</strong>m ser usa<strong>do</strong>s para fabricar outros produtos, como mangueiras,<br />

vasilhames para materiais <strong>de</strong> limpeza, brinque<strong>do</strong>s etc. Os vidros po<strong>de</strong>m ser<br />

limpos e usa<strong>do</strong>s novamente, ou ain<strong>da</strong> refundi<strong>do</strong>s para servirem <strong>de</strong> matéria-<br />

prima para a fabricação <strong>de</strong> novos vidros e garrafas. Os metais, como o alumínio<br />

<strong>da</strong>s latas, por exemplo, po<strong>de</strong>m ser reutiliza<strong>do</strong>s para a produção <strong>de</strong> novas latas<br />

e <strong>de</strong> panelas.<br />

98


-<br />

PARA RELEMBRAR<br />

- O <strong>de</strong>senvolvimento tecnológico provocou mu<strong>da</strong>nça <strong>de</strong> costumes.<br />

- A gran<strong>de</strong> quanti<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> lixo que existe atualmente <strong>de</strong>corre <strong>de</strong> <strong>do</strong>is<br />

fatores conjuga<strong>do</strong>s: o crescimento <strong>de</strong>mográfico e o <strong>de</strong>senvolvimento<br />

tecnológico.<br />

- O lixo po<strong>de</strong> ser classifica<strong>do</strong> quanto à origem e quanto à composição.<br />

- O lixo mais polui<strong>do</strong>r é o lixo não-bio<strong>de</strong>gradável.<br />

- O lixo orgânico é bio<strong>de</strong>gradável e po<strong>de</strong> ser utiliza<strong>do</strong> para a produção<br />

<strong>de</strong> adubos.<br />

- A reciclagem <strong>do</strong> lixo ensina à população como combater o <strong>de</strong>sperdício<br />

e a ver o lixo como algo que po<strong>de</strong> ser útil, e não como uma ameaça.<br />

ABRINDO NOSSOS HORIZONTES<br />

Orientações para a prática pe<strong>da</strong>gógica<br />

Objetivos específicos:<br />

– instaurar nas crianças <strong>da</strong> instituição <strong>de</strong> educação<br />

infantil a idéia <strong>de</strong> que alguns tipos <strong>de</strong> lixo po<strong>de</strong>m ser<br />

reaproveita<strong>do</strong>s através <strong>da</strong> ação direta <strong>da</strong>s crianças<br />

neste processo. É importante que o(a) professor(a)<br />

possa lembrar que ro<strong>da</strong>s <strong>de</strong> conversa <strong>de</strong>vem feitas<br />

ao longo <strong>da</strong>s ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s, para que as crianças não<br />

apren<strong>da</strong>m somente algumas técnicas <strong>de</strong> reutilização<br />

<strong>de</strong> materiais, mas que, a partir <strong>de</strong> ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s como estas,<br />

possam ir construin<strong>do</strong> a atitu<strong>de</strong> ci<strong>da</strong>dã <strong>de</strong> cui<strong>da</strong>r <strong>de</strong> seu<br />

próprio espaço, <strong>de</strong> seu entorno e <strong>da</strong> responsabili<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> ca<strong>da</strong> um ao que se refere ao reaproveitamento <strong>do</strong> lixo,<br />

visan<strong>do</strong> a preservação <strong>da</strong> comuni<strong>da</strong><strong>de</strong> em que vivemos.<br />

99


Ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s sugeri<strong>da</strong>s<br />

ATIVIDADE 1<br />

- Reaproveitar as “cargas” <strong>da</strong>s canetinhas hidrocor - ponta porosa (caso a escola<br />

as tenha), abrin<strong>do</strong> os tubos <strong>da</strong>s canetas e retiran<strong>do</strong> as cargas, que, se mistura<strong>da</strong>s<br />

com um pouquinho <strong>de</strong> álcool, se tornam uma tinta semelhante à anilina.<br />

- Organizar com as crianças uma caixa <strong>de</strong> retalhos <strong>de</strong> papel e papel com<br />

<strong>de</strong>senhos “já começa<strong>do</strong>s” e que não <strong>de</strong>ram certo. Colecionar to<strong>do</strong>s estes<br />

papéis ao invés <strong>de</strong> jogá-los no lixo. Após conseguir uma boa quanti<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> papel na caixa, o(a) professor(a) po<strong>de</strong> organizar uma ro<strong>da</strong> <strong>de</strong> conversa<br />

on<strong>de</strong> as crianças são convi<strong>da</strong><strong>da</strong>s a utilizar os retalhos como parte <strong>de</strong> uma<br />

produção <strong>de</strong> colagem e os “erros <strong>de</strong> <strong>de</strong>senhos começa<strong>do</strong>s” em um outro<br />

<strong>de</strong>senho que se transforma em um novo trabalho que incorpora os traços e<br />

marcas originais (ou seja: aproveitar o erro no <strong>de</strong>senho como parte <strong>de</strong> uma<br />

nova produção).<br />

- Experiência <strong>de</strong> reciclagem <strong>de</strong> papel para ser realiza<strong>da</strong> em sala <strong>de</strong> aula, ou<br />

na casa <strong>de</strong> alguém que tenha liqüidifica<strong>do</strong>r.<br />

Reciclan<strong>do</strong> papel<br />

Material<br />

- 1 bacia ou assa<strong>de</strong>ira<br />

- 4 colheres (<strong>de</strong> chá) <strong>de</strong> ami<strong>do</strong> para engomar<br />

- 1 peneira (com diâmetro menor que a largura <strong>da</strong> bacia ou assa<strong>de</strong>ira)<br />

- 1 liqüidifica<strong>do</strong>r<br />

- 3 folhas <strong>de</strong> jornal<br />

Procedimento<br />

1. Coloque duas folhas <strong>de</strong> jornal pica<strong>do</strong> e meio litro <strong>de</strong> água em uma bacia ou<br />

assa<strong>de</strong>ira. Deixe a mistura em repouso <strong>de</strong> um dia para o outro.<br />

2. Transfira a mistura para o copo <strong>do</strong> liqüidifica<strong>do</strong>r e acrescente quatro colheres<br />

(<strong>de</strong> chá) <strong>de</strong> ami<strong>do</strong> para engomar.<br />

3. Ligue o liqüidifica<strong>do</strong>r e o <strong>de</strong>ixe funcionan<strong>do</strong> durante <strong>do</strong>is minutos,<br />

aproxima<strong>da</strong>mente.<br />

4. Passe a mistura para a assa<strong>de</strong>ira ou bacia.<br />

100


5. Mergulhe a peneira na mistura, retire-a e exponha-a ao sol para secar. Deixe<br />

também a assa<strong>de</strong>ira ao sol. Você obterá na peneira uma folha <strong>de</strong> papel e,<br />

na assa<strong>de</strong>ira, um pe<strong>da</strong>ço <strong>de</strong> papelão.<br />

6. Faça os seguintes testes para verificar a quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>do</strong> papel obti<strong>do</strong>:<br />

- verifique se ele po<strong>de</strong> ser enrola<strong>do</strong> ou <strong>do</strong>bra<strong>do</strong> sem se rasgar;<br />

- verifique se é possível escrever com lápis ou caneta na folha sem que ela<br />

se rasgue;<br />

- verifique se é possível apagar a escrita a lápis sem que a folha se rasgue.<br />

7. Faça os mesmos testes com papel <strong>de</strong> jornal. O papel recicla<strong>do</strong> que você obteve<br />

é melhor, pior ou <strong>da</strong> mesma quali<strong>da</strong><strong>de</strong> que o papel <strong>de</strong> jornal?<br />

GLOSSÁRIO<br />

Advir: ocorrer como conseqüência; resultar.<br />

Bio<strong>de</strong>gradável: que po<strong>de</strong> ser <strong>de</strong>composto por microrganismos.<br />

Conjuga<strong>do</strong>: liga<strong>do</strong>, uni<strong>do</strong>, emparelha<strong>do</strong>.<br />

Culminar: atingir seu ponto mais eleva<strong>do</strong>.<br />

Demográfico: relativo ao estu<strong>do</strong> estatístico <strong>da</strong>s populações.<br />

Detrito: resíduo <strong>de</strong> alguma substância; fragmento; resto.<br />

Hidrológico: relativo à água.<br />

Proliferação: crescimento em número, multiplicação.<br />

Radioativo: que emite radiação eletromagnética.<br />

SUGESTÕES PARA LEITURA<br />

KRASILCHIK, M. Prática <strong>de</strong> ensino <strong>de</strong> biologia. São Paulo: Harper & Row <strong>do</strong><br />

Brasil Lt<strong>da</strong>., 3.ed., 1996.<br />

OLIVEIRA, R. O. e WYKROTA, J. L. M. Ciências: Descobrin<strong>do</strong> o Ambiente. Belo<br />

Horizonte: Ed. Formato, 1998. 4 volumes.<br />

Coleção <strong>de</strong> Ciências em quatro volumes, que trata <strong>de</strong> maneira interessante, com<br />

várias ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s, o tema <strong>de</strong>sta uni<strong>da</strong><strong>de</strong>. Recomen<strong>da</strong>mos especialmente a leitura,<br />

no vol. 1 <strong>da</strong> Lição 12: “O ambiente é <strong>de</strong> to<strong>do</strong>s”, que inclui as seções: 1 – A vi<strong>da</strong><br />

é <strong>de</strong> to<strong>do</strong>s; 2 – A palavra é … LIXO!; 3 – A Terra é <strong>de</strong> to<strong>do</strong>s; 4 – Cui<strong>da</strong>n<strong>do</strong> <strong>do</strong><br />

ambiente; vol. 3, Lição 17: “Apren<strong>de</strong>n<strong>do</strong> com a natureza”, que inclui as seções:<br />

1 – Reciclar; 2 – Papel artesanal; 3 – Coleta <strong>de</strong> lixo; vol. 4, Lição 18: “Ser humano”,<br />

que inclui a Seção 4: “Quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> vi<strong>da</strong>”.<br />

101


Ciência Hoje na Escola. Rio <strong>de</strong> Janeiro: SBPC - Global, 1997.<br />

Coleção <strong>de</strong> seis volumes organiza<strong>do</strong>s por temas, que contém as matérias<br />

publica<strong>da</strong>s na Ciência Hoje <strong>da</strong>s Crianças. Obra interessante que po<strong>de</strong> ser muito<br />

útil enquanto leitura complementar para ser utiliza<strong>da</strong> em sala <strong>de</strong> aula. Ca<strong>da</strong><br />

volume possui um encarte especial que facilita o uso programa<strong>do</strong> <strong>do</strong>s artigos<br />

e que sugere pontos <strong>do</strong> currículo em que eles po<strong>de</strong>m ser usa<strong>do</strong>s. Para melhor<br />

entendimento <strong>de</strong>sta uni<strong>da</strong><strong>de</strong>, recomen<strong>da</strong>mos especialmente a leitura <strong>do</strong> vol. 4:<br />

Meio Ambiente, no qual se encontra o texto “Chuva áci<strong>da</strong> – SOS ambiente”.<br />

Missão Terra: o resgate <strong>do</strong> planeta – Agen<strong>da</strong> 21, feita por Crianças e Jovens.<br />

São Paulo: Melhoramentos, 1994.<br />

Em junho <strong>de</strong> 1992, foi realiza<strong>da</strong> a “Cúpula <strong>da</strong> Terra”, ocasião em que foi<br />

produzi<strong>do</strong> o <strong>do</strong>cumento Agen<strong>da</strong> 21. Esta obra, em volume único, foi planeja<strong>da</strong>,<br />

escrita e ilustra<strong>da</strong> por crianças jovens <strong>de</strong> quase 100 países, com a finali<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> traduzir em linguagem acessível a to<strong>do</strong>s os principais problemas <strong>do</strong> nosso<br />

meio ambiente. Recomen<strong>da</strong>mos aos professores a leitura <strong>da</strong> Parte I: Mun<strong>do</strong><br />

Natural, em especial a seção “Mar <strong>de</strong> Problemas” e a Parte II: Mun<strong>do</strong> Humano,<br />

em especial as seções: “Lixo Perigoso”, “Operação Limpeza” e “Viven<strong>do</strong> no<br />

Limite”.<br />

TETRA PAK, Gerência <strong>de</strong> Desenvolvimento Ambiental. A embalagem e o<br />

ambiente. São Paulo, 1999.<br />

102


103


C - Ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s integra<strong>da</strong>s<br />

104


Olá, professor(a),<br />

Vamos chegan<strong>do</strong> ao final <strong>de</strong>ste primeiro perío<strong>do</strong> <strong>de</strong> trabalho. Ao longo <strong>do</strong><br />

Módulo I, você levantou uma série <strong>de</strong> questões, analisou fatos e idéias e<br />

procurou a solução <strong>de</strong> problemas. Mais <strong>do</strong> que tu<strong>do</strong>, você buscou aperfeiçoar<br />

sua prática pe<strong>da</strong>gógica. Aos poucos, você foi articulan<strong>do</strong> tu<strong>do</strong> isso em torno<br />

<strong>do</strong> eixo integra<strong>do</strong>r que, no início, era uma proposta distante e abstrata. Talvez<br />

você tenha até se pergunta<strong>do</strong> o que seriam mesmo as relações entre educação,<br />

socie<strong>da</strong><strong>de</strong> e ci<strong>da</strong><strong>da</strong>nia <strong>de</strong> que falávamos. À medi<strong>da</strong> que você foi estu<strong>da</strong>n<strong>do</strong> as<br />

uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s, o eixo integra<strong>do</strong>r foi ganhan<strong>do</strong> corpo e se tornan<strong>do</strong> mais concreto,<br />

mais consistente, incorporan<strong>do</strong> conteú<strong>do</strong>s e reflexões <strong>de</strong> ca<strong>da</strong> área temática.<br />

Ao mesmo tempo, passou a funcionar como elemento organiza<strong>do</strong>r <strong>do</strong> Módulo<br />

I, clarean<strong>do</strong> as relações <strong>do</strong>s conteú<strong>do</strong>s <strong>da</strong>s áreas específicas entre si e com a<br />

prática pe<strong>da</strong>gógica. Não foi assim?<br />

Hoje, ao completar o estu<strong>do</strong> <strong>da</strong> última uni<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong>s quatro áreas temáticas,<br />

po<strong>de</strong>mos fazer um balanço <strong>da</strong>s contribuições <strong>de</strong>sse trabalho <strong>de</strong> integração.<br />

Nosso ponto <strong>de</strong> parti<strong>da</strong> foi um conceito bastante amplo <strong>de</strong> educação, <strong>de</strong>fini<strong>da</strong><br />

como um processo cultural construí<strong>do</strong> na experiência <strong>de</strong> vi<strong>da</strong> <strong>de</strong> to<strong>do</strong>s os<br />

seres humanos. Por meio <strong>de</strong>la, apren<strong>de</strong>mos a viver no nosso grupo social e<br />

temos acesso ao patrimônio coletivamente construí<strong>do</strong> pela espécie humana.<br />

Adquirimos conhecimentos que nos permitem sobreviver, criamos e recriamos<br />

significa<strong>do</strong>s para o mun<strong>do</strong> que nos cerca. Essa concepção <strong>de</strong> educação foi<br />

trabalha<strong>da</strong> a partir <strong>do</strong>s conteú<strong>do</strong>s <strong>de</strong> to<strong>da</strong>s as áreas temáticas.<br />

Por exemplo, nos conteú<strong>do</strong>s <strong>de</strong> Linguagens e Códigos, você avançou muito<br />

na compreensão <strong>do</strong>s aspectos culturais <strong>da</strong> educação, consi<strong>de</strong>ran<strong>do</strong> o papel<br />

<strong>de</strong>sempenha<strong>do</strong> pela linguagem nesse processo. Assim, analisou a natureza e<br />

as funções <strong>da</strong> linguagem, i<strong>de</strong>ntificou diferentes tipos <strong>de</strong> signos (índice, ícone e<br />

símbolo) e apren<strong>de</strong>u a reconhecer a expressão artística. Além disso, focalizou as<br />

relações entre língua, cultura e socie<strong>da</strong><strong>de</strong>, reconhecen<strong>do</strong> as variações lingüísticas<br />

como expressão <strong>de</strong> diversi<strong>da</strong><strong>de</strong>s culturais e <strong>da</strong> varie<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong>s situações <strong>de</strong><br />

comunicação, ten<strong>do</strong> fecha<strong>do</strong> tu<strong>do</strong> isso com o estu<strong>do</strong> <strong>da</strong> orali<strong>da</strong><strong>de</strong> e <strong>da</strong> escrita.<br />

105


No <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong>sses temas, você viu como a linguagem é um elemento<br />

essencial <strong>de</strong> to<strong>do</strong>s os processos culturais e, portanto, <strong>da</strong> educação.<br />

Da mesma forma, po<strong>de</strong>mos verificar que os conteú<strong>do</strong>s estu<strong>da</strong><strong>do</strong>s na área<br />

Matemática e Lógica se relacionam com o aspecto cultural <strong>da</strong> educação.<br />

Como você sabe, eles focalizaram os princípios e proprie<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>do</strong> sistema <strong>de</strong><br />

numeração <strong>de</strong>cimal, as operações com números naturais, <strong>de</strong>cimais e fracionários,<br />

os pontos <strong>de</strong> vista e a localização espacial, bem como o trabalho com figuras e<br />

outros elementos <strong>da</strong> Geometria. No <strong>de</strong>correr <strong>da</strong>s oito uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s, você viu que<br />

esses conhecimentos estão profun<strong>da</strong>mente enraiza<strong>do</strong>s nas nossas experiências<br />

cotidianas, sen<strong>do</strong> fun<strong>da</strong>mentais em muitas situações que vivemos como<br />

profissionais, consumi<strong>do</strong>res ou alunos.<br />

Essa idéia <strong>do</strong> enraizamento <strong>do</strong> processo educacional na cultura se reforça com<br />

a consi<strong>de</strong>ração <strong>do</strong>s conteú<strong>do</strong>s <strong>de</strong> Vi<strong>da</strong> e Natureza. Os conhecimentos sobre a<br />

produção, conservação, preparação e transporte <strong>de</strong> alimentos são aspectos<br />

importantes <strong>da</strong> vi<strong>da</strong> cultural. Por outro la<strong>do</strong>, a análise <strong>da</strong>s relações entre ciência,<br />

tecnologia e socie<strong>da</strong><strong>de</strong> é fun<strong>da</strong>mental para a compreensão <strong>do</strong>s processos <strong>de</strong><br />

produção no mun<strong>do</strong> contemporâneo.<br />

Mas são os conteú<strong>do</strong>s <strong>de</strong> I<strong>de</strong>nti<strong>da</strong><strong>de</strong>, Socie<strong>da</strong><strong>de</strong> e Cultura e <strong>de</strong> Fun<strong>da</strong>mentos <strong>da</strong><br />

Educação que iluminam e esclarecem completamente a natureza <strong>do</strong> processo<br />

educacional. Ao longo <strong>do</strong> módulo, você viu que, sen<strong>do</strong> um processo cultural,<br />

a educação participa <strong>da</strong> criação, transformação e conservação <strong>da</strong> cultura,<br />

median<strong>do</strong> a articulação <strong>de</strong> diferentes pontos <strong>de</strong> vista e contribuin<strong>do</strong> para a<br />

uni<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong>ntro <strong>da</strong> diversi<strong>da</strong><strong>de</strong> cultural. Você viu também que ela se faz em<br />

diferentes instituições, como, por exemplo, a família, a igreja, o sindicato, as<br />

associações civis e a instituição educativa, on<strong>de</strong> apren<strong>de</strong>mos a viver no nosso<br />

grupo cultural. Mas a ação <strong>da</strong> instituição é especial, caracterizan<strong>do</strong>-se por<br />

ser intencional e planeja<strong>da</strong>. Cabe a ela o ensino sistematiza<strong>do</strong> <strong>de</strong> conteú<strong>do</strong>s<br />

socialmente relevantes.<br />

Ficou claro para você que os conteú<strong>do</strong>s curriculares resultam <strong>do</strong> encontro <strong>de</strong><br />

vários tipos <strong>de</strong> conhecimento? Você se lembra <strong>de</strong>les e <strong>de</strong> suas relações mútuas?<br />

Para esta nossa conversa, é muito importante ter claro como, através <strong>do</strong> bom<br />

senso, os saberes cotidianos se articulam com o pensamento rigoroso <strong>da</strong> ciência<br />

e <strong>da</strong> filosofia, resultan<strong>do</strong> em novos conhecimentos. A educação compartilha<br />

esse encontro <strong>de</strong> saberes com outros processos culturais, mas na creche e pré-<br />

escola a construção <strong>do</strong> conhecimento se faz em condições muito particulares,<br />

<strong>da</strong><strong>da</strong>s pelas interações sociais <strong>da</strong>s crianças umas com as outras e com o(a)<br />

professor(a).<br />

106


Mas, ao caracterizar a educação como processo cultural, po<strong>de</strong>mos perceber que<br />

ela tem um outro la<strong>do</strong> muito importante, o social. Como parte integrante <strong>da</strong><br />

socie<strong>da</strong><strong>de</strong>, a educação é histórica, isto é, ocorre em situações reais <strong>de</strong> vi<strong>da</strong> <strong>do</strong>s<br />

seres humanos e nas suas interrelações.<br />

Nos conteú<strong>do</strong>s trata<strong>do</strong>s nas áreas I<strong>de</strong>nti<strong>da</strong><strong>de</strong>, Socie<strong>da</strong><strong>de</strong> e Cultura e<br />

Fun<strong>da</strong>mentos <strong>da</strong> Educação, você viu que vivemos em uma socie<strong>da</strong><strong>de</strong> on<strong>de</strong> as<br />

relações sociais se baseiam na <strong>de</strong>sigual<strong>da</strong><strong>de</strong>. Lembra que nos perguntamos se a<br />

educação contribui para reproduzir ou transformar essa estrutura <strong>de</strong> relações<br />

<strong>de</strong>siguais? Esperamos ter <strong>de</strong>ixa<strong>do</strong> claro que, participan<strong>do</strong> <strong>da</strong> dinâmica <strong>de</strong> uma<br />

socie<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> classes, a instituição educativa também é contraditória. Assim<br />

cria, ao mesmo tempo, as condições para a reprodução e a transformação.<br />

Porém, po<strong>de</strong> pen<strong>de</strong>r para uma ou outra, <strong>de</strong> acor<strong>do</strong> com o mo<strong>do</strong> como se<br />

organiza e aten<strong>de</strong> às necessi<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>da</strong>s crianças. Assim, existe um espaço para<br />

que a educação participe <strong>da</strong> construção <strong>da</strong> justiça social. Essa participação será<br />

tanto mais eficaz quanto mais nós, educa<strong>do</strong>res, fizermos a opção consciente <strong>de</strong><br />

dirigir nossas ações no senti<strong>do</strong> <strong>de</strong> valorizar a diversi<strong>da</strong><strong>de</strong> cultural, mas também<br />

<strong>de</strong> lutar para a superação <strong>da</strong>s <strong>de</strong>sigual<strong>da</strong><strong>de</strong>s sociais.<br />

Nas duas últimas uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s, nós nos perguntamos sobre esse último aspecto:<br />

no campo <strong>da</strong> educação, qual é o significa<strong>do</strong> <strong>de</strong> valorizar a diversi<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

cultural e, ao mesmo tempo, lutar pela superação <strong>da</strong>s <strong>de</strong>sigual<strong>da</strong><strong>de</strong>s sociais?<br />

A resposta está na construção <strong>da</strong> <strong>de</strong>mocracia e na conquista <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>da</strong>nia,<br />

que são processos interliga<strong>do</strong>s e an<strong>da</strong>m la<strong>do</strong> a la<strong>do</strong> com a educação infantil.<br />

Os textos <strong>de</strong> I<strong>de</strong>nti<strong>da</strong><strong>de</strong>, Socie<strong>da</strong><strong>de</strong> e Cultura <strong>de</strong>ram a você elementos para a<br />

construção <strong>do</strong>s valores <strong>da</strong> <strong>de</strong>mocracia e <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>da</strong>nia. Além <strong>da</strong> discussão sobre<br />

os direitos humanos e sua conquista, estes mostraram como o trabalho po<strong>de</strong><br />

ser um instrumento <strong>de</strong> opressão ou <strong>de</strong> libertação para o ser humano, conforme<br />

esteja basea<strong>do</strong> em relações sociais <strong>de</strong> exploração ou <strong>de</strong> soli<strong>da</strong>rie<strong>da</strong><strong>de</strong>. Eles<br />

argumentaram sobre a importância <strong>da</strong> moral e <strong>da</strong> ética para a educação e<br />

focalizaram as relações entre ci<strong>da</strong><strong>da</strong>nia e <strong>de</strong>mocracia, culminan<strong>do</strong> na análise<br />

<strong>da</strong> reflexão filosófica e <strong>de</strong> seu significa<strong>do</strong> na prática <strong>do</strong>s educa<strong>do</strong>res.<br />

Tu<strong>do</strong> isso serviu <strong>de</strong> base para os conteú<strong>do</strong>s trata<strong>do</strong>s na área Fun<strong>da</strong>mentos <strong>da</strong><br />

Educação, que aprofun<strong>da</strong>ram a análise <strong>da</strong>s contribuições possíveis <strong>da</strong> educação<br />

infantil para a superação <strong>da</strong>s <strong>de</strong>sigual<strong>da</strong><strong>de</strong>s sociais. Como você viu, a conquista<br />

<strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>da</strong>nia e a construção <strong>da</strong> <strong>de</strong>mocracia passam pela educação infantil, que<br />

é um direito social já conquista<strong>do</strong> em parte pelos ci<strong>da</strong>dãos brasileiros. Mas há<br />

muito por fazer, pois é preciso oferecer uma educação <strong>de</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong>. O currículo,<br />

nos diferentes níveis <strong>de</strong> concretização, expressa o que o sistema educacional,<br />

a instituição e o professor enten<strong>de</strong>m como educação <strong>de</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong>. Assim,<br />

107


vejamos como os conteú<strong>do</strong>s estu<strong>da</strong><strong>do</strong>s neste módulo po<strong>de</strong>m contribuir para o<br />

aperfeiçoamento <strong>de</strong> sua prática pe<strong>da</strong>gógica.<br />

Po<strong>de</strong>mos dizer que, neste primeiro módulo, você construiu os conhecimentos<br />

básicos para a compreensão <strong>do</strong>s direitos <strong>do</strong> ci<strong>da</strong>dão. Esses conhecimentos<br />

lhe dão uma sóli<strong>da</strong> base para apren<strong>de</strong>r mais <strong>de</strong>talha<strong>da</strong>mente, nos módulos<br />

posteriores, como planejar, <strong>de</strong>senvolver e avaliar situações <strong>de</strong> ensino que levem<br />

em conta as necessi<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> suas crianças e <strong>da</strong> comuni<strong>da</strong><strong>de</strong>.<br />

No ensino <strong>de</strong> linguagens e <strong>da</strong> língua materna, vimos que uma educação <strong>de</strong><br />

quali<strong>da</strong><strong>de</strong> exige:<br />

- o reconhecimento <strong>de</strong> que as normas lingüísticas utiliza<strong>da</strong>s pelos diferentes<br />

grupos sociais são igualmente váli<strong>da</strong>s;<br />

- a valorização, as formas <strong>de</strong> expressão peculiares a ca<strong>da</strong> grupo social;<br />

- o direito <strong>de</strong> apren<strong>de</strong>r a norma culta em situações planeja<strong>da</strong>s para aten<strong>de</strong>r<br />

às necessi<strong>da</strong><strong>de</strong>s específicas <strong>de</strong> ca<strong>da</strong> criança (ci<strong>da</strong>dão).<br />

No campo <strong>da</strong> Matemática, a educação <strong>de</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong> implica ensino significativo<br />

para a criança, levan<strong>do</strong> em conta suas vivências e estimulan<strong>do</strong> o uso <strong>de</strong> recursos<br />

pessoais <strong>de</strong> raciocínio, <strong>de</strong> cálculo e estimativas. Assim, torna-se importante aceitar<br />

diferentes caminhos e recursos utiliza<strong>do</strong>s pelas crianças para resolver problemas<br />

e operações, evitan<strong>do</strong> a memorização <strong>de</strong> regras que pouco lhes dizem.<br />

Nos estu<strong>do</strong>s <strong>de</strong> Vi<strong>da</strong> e Natureza, uma educação <strong>de</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong> tem <strong>de</strong> focalizar<br />

informações importantes para a vi<strong>da</strong> cotidiana e, ao mesmo tempo, lançar as<br />

bases para a compreensão <strong>do</strong> processo <strong>de</strong> produção <strong>do</strong> conhecimento científico.<br />

Assim, vemos que também no campo <strong>da</strong>s ciências a vi<strong>da</strong> cotidiana e a educação<br />

escolar estão entrelaça<strong>da</strong>s, caben<strong>do</strong> à creche e pré-escola respeitar e valorizar<br />

as vivências <strong>da</strong>s crianças, partir <strong>do</strong>s seus pré-conceitos (conceitos preexistentes,<br />

não preconceitos) para a construção <strong>do</strong>s conceitos científicos e instrumentalizar<br />

as crianças para a vi<strong>da</strong> na socie<strong>da</strong><strong>de</strong> e atual.<br />

Po<strong>de</strong>mos concluir que a educação tem que se articular com as vivências e<br />

as necessi<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>da</strong>s crianças e, ao mesmo tempo, lhes abrir o caminho <strong>do</strong><br />

conhecimento sistematiza<strong>do</strong>.<br />

Neste primeiro perío<strong>do</strong>, você investiu esforços para <strong>de</strong>senvolver competências<br />

que dizem respeito ao <strong>do</strong>mínio <strong>do</strong>s conteú<strong>do</strong>s <strong>da</strong> educação infantil e <strong>do</strong><br />

Ensino Médio. Ao mesmo tempo, adquiriu outras competências relaciona<strong>da</strong>s<br />

mais diretamente à ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>do</strong>cente. Apren<strong>de</strong>u a a<strong>de</strong>quar os conteú<strong>do</strong>s <strong>do</strong><br />

108


PROINFANTIL às condições <strong>de</strong> suas crianças, tornan<strong>do</strong>-se consciente <strong>da</strong> relação<br />

entre educação e vi<strong>da</strong> cotidiana e <strong>da</strong> necessi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> reconhecer e valorizar as<br />

diversi<strong>da</strong><strong>de</strong>s culturais <strong>de</strong> suas crianças. Além disso, melhorou sua capaci<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> se comunicar <strong>de</strong> mo<strong>do</strong> a<strong>de</strong>qua<strong>do</strong> a uma situação educacional.<br />

A partir <strong>da</strong>s reflexões e <strong>do</strong> que estu<strong>do</strong>u sobre a reali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> sua creche/<br />

pré-escola, ci<strong>da</strong><strong>de</strong>, esta<strong>do</strong> e país, você produziu conhecimentos no campo <strong>da</strong><br />

educação. Desejamos que tu<strong>do</strong> isso lhe traga satisfação pessoal e resulte em<br />

benefícios reais para sua formação e sua prática na escola.<br />

Como conclusão <strong>da</strong>s nossas conversas no Módulo I, queremos reafirmar que<br />

a instituição e o professor têm a responsabili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> planejar suas ações <strong>de</strong><br />

forma que elas aten<strong>da</strong>m às necessi<strong>da</strong><strong>de</strong>s e especifici<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>da</strong>s crianças. Esse é<br />

um direito <strong>de</strong>les e um <strong>de</strong>ver <strong>do</strong>s educa<strong>do</strong>res e <strong>da</strong> instituição.<br />

Mas temos <strong>de</strong> lembrar que as condições para o exercício <strong>de</strong>sse direito/<strong>de</strong>ver cabem<br />

ao governo e à socie<strong>da</strong><strong>de</strong>: não vale colocar nos educa<strong>do</strong>res ou nas crianças a<br />

culpa por to<strong>da</strong>s as <strong>de</strong>ficiências <strong>da</strong> educação brasileira. É preciso que também a<br />

<strong>de</strong>finição <strong>de</strong> políticas educacionais e a <strong>de</strong>stinação <strong>de</strong> recursos para viabilizá-las<br />

traduzam concretamente o discurso oficial sobre a importância <strong>da</strong> educação para<br />

o país e para os ci<strong>da</strong>dãos brasileiros. É nesse ponto que culmina to<strong>da</strong> a discussão<br />

em torno <strong>da</strong>s relações entre educação, socie<strong>da</strong><strong>de</strong> e ci<strong>da</strong><strong>da</strong>nia.<br />

Esses aspectos serão retoma<strong>do</strong>s e trabalha<strong>do</strong>s no Módulo II, em torno <strong>do</strong><br />

respectivo eixo integra<strong>do</strong>r.<br />

Veja, a seguir, algumas sugestões para a última reunião quinzenal. Desejamos que<br />

ela seja muito produtiva. Esperamos que nos encontremos <strong>de</strong> novo no Módulo<br />

II. Até breve!<br />

Ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> eletiva<br />

SUGESTÃO 1<br />

Faça com seus colegas uma pesquisa sobre os usos e funções <strong>da</strong> escrita nas creches<br />

e pré-escolas em que trabalham. Com base nos resulta<strong>do</strong>s que obtiverem, vocês<br />

po<strong>de</strong>rão discutir a situação <strong>da</strong> escrita em ca<strong>da</strong> instituição e no conjunto <strong>de</strong>las.<br />

Depois, juntamente com o tutor, elaborem um plano para tornar as ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s<br />

<strong>de</strong> leitura e escrita mais produtivas na prática <strong>de</strong> vocês. Veja, a seguir, algumas<br />

orientações para esse trabalho.<br />

109


Elabore um roteiro para a coleta <strong>de</strong> <strong>da</strong><strong>do</strong>s. Você po<strong>de</strong> se inspirar nas questões<br />

que propomos, mas não <strong>de</strong>ixe <strong>de</strong> a<strong>da</strong>ptá-lo à reali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> sua instituição.<br />

Leia a sugestão <strong>de</strong> roteiro que se segue apenas para tomar conhecimento. Não<br />

respon<strong>da</strong> nesta folha.<br />

1. O nome <strong>da</strong> escola é visível para alunos e visitantes? As crianças sabem o<br />

nome <strong>da</strong> instituição?<br />

2. Sua instituição é gran<strong>de</strong>? Tem escritos nos muros, nas pare<strong>de</strong>s, no pátio?<br />

Que escritos são esses?<br />

3. Você recebe comunicações escritas <strong>da</strong> direção <strong>de</strong> sua instituição, órgãos <strong>da</strong><br />

prefeitura, <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong>?<br />

4. Você escreve para esses órgãos?<br />

5. A instituição tem ou recebe algum jornal?<br />

6. Que tipos <strong>de</strong> escritos são produzi<strong>do</strong>s em sua sala <strong>de</strong> ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s?<br />

7. Esses trabalhos são li<strong>do</strong>s, expostos, comenta<strong>do</strong>s?<br />

8. Há dicionários e outros materiais <strong>de</strong> leitura em sua sala e em sua creche/<br />

pré-escola? Há livros <strong>de</strong> literatura?<br />

9. Em sua instituição há biblioteca?<br />

Levante os <strong>da</strong><strong>do</strong>s solicita<strong>do</strong>s no roteiro que utilizar, anotan<strong>do</strong> o resulta<strong>do</strong> <strong>de</strong><br />

suas observações.<br />

Organize seus <strong>da</strong><strong>do</strong>s e pense numa apresentação interessante para seus colegas,<br />

<strong>de</strong> mo<strong>do</strong> a mobilizar to<strong>do</strong> o grupo para discuti-los.<br />

SUGESTÃO 2<br />

Retome as perguntas <strong>da</strong> Ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> 5 <strong>de</strong> Vi<strong>da</strong> e Natureza. Provavelmente<br />

você e seus colegas não sabem a resposta <strong>de</strong> to<strong>da</strong>s elas. Combine com eles a<br />

realização <strong>de</strong> entrevistas com algumas pessoas e a organização <strong>de</strong> um <strong>de</strong>bate<br />

com os resulta<strong>do</strong>s que vocês obtiverem. I<strong>de</strong>ntifiquem alguns funcionários <strong>da</strong><br />

prefeitura ou pessoas que trabalham com lixo para serem entrevista<strong>do</strong>s. Veja<br />

as orientações para fazer as entrevistas no Guia Geral <strong>do</strong> PROINFANTIL.<br />

110


111


D - Correção <strong>da</strong>s ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s<br />

<strong>de</strong> estu<strong>do</strong><br />

112


LINGUAGENS E CÓDIGOS<br />

Ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> 1<br />

a) Resposta pessoal.<br />

b) Resposta pessoal.<br />

c) Resposta pessoal.<br />

Ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> 2<br />

Resposta pessoal. O aspecto interessante po<strong>de</strong> ser um elemento engraça<strong>do</strong>, uma<br />

incorreção <strong>de</strong> linguagem, uma <strong>de</strong>claração <strong>de</strong> amor num muro ou outro qualquer.<br />

Ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> 3<br />

Depoimento pessoal. Naturalmente, você escreve bilhetes para os pais,<br />

informações na lousa, informações sobre as aulas <strong>do</strong> dia etc.<br />

Ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> 4<br />

R: Proibi<strong>do</strong> fumar Perigo ou Veneno Silêncio. Área hospitalar ou Hospital.<br />

113


Ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> 5<br />

a) As entoações e os ritmos serão <strong>de</strong> acor<strong>do</strong> com o sentimento que ca<strong>da</strong> um<br />

expressar.<br />

b) Resposta pessoal. Em função <strong>da</strong>s entoações <strong>da</strong><strong>da</strong>s em (a), po<strong>de</strong> ser:<br />

O pilantra me enganou?!<br />

O pilantra me enganou!...<br />

O pilantra... me enganou!!!<br />

c) A riqueza <strong>da</strong> entoação e <strong>do</strong> ritmo <strong>de</strong> ca<strong>da</strong> um é muito maior <strong>do</strong> que a <strong>do</strong>s<br />

sinais <strong>de</strong> pontuação.<br />

Ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> 6<br />

(b) (c) (a)<br />

Ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> 7<br />

a) Naquela noite tão fria, conhecemos também a morte.<br />

b) Ela não podia, <strong>de</strong>finitivamente, aceitar a proposta in<strong>de</strong>corosa.<br />

c) Até que enfim, podiam respirar, alivia<strong>do</strong>s.<br />

d) Depois <strong>de</strong> muita procura, encontramos a menina, sozinha e tremen<strong>do</strong>.<br />

Ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> 8<br />

a) Ela é, ou se consi<strong>de</strong>ra esqueci<strong>da</strong>.<br />

b) Recomeçar a dieta. Ela se consi<strong>de</strong>ra gor<strong>da</strong> e sem força <strong>de</strong> vonta<strong>de</strong> para fazer<br />

regime. Daí ela estar sempre recomeçan<strong>do</strong> uma dieta.<br />

c) Ela cortou a carne <strong>da</strong> lista, ou ela virou vegetariana, ou o preço <strong>da</strong> carne<br />

aumentou muito.<br />

d) Observação pessoal. Mas fica clara sua afeição a muita gente, seu gosto por<br />

animais, por exemplo. Parece claro o seu bom humor.<br />

114


Ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> 9<br />

Depoimento pessoal. Mas raramente ficamos insensíveis a essas situações.<br />

Ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> 10<br />

a) Criação pessoal. Exemplo:<br />

Mamãe,<br />

Vou chegar tar<strong>de</strong> hoje pro jantar, tá?<br />

Beijo,<br />

Pedro.<br />

b) Criação pessoal. Exemplo:<br />

Preza<strong>do</strong> Paulo,<br />

Devi<strong>do</strong> a um problema em família, <strong>de</strong>vo me atrasar para a reunião <strong>do</strong><br />

sába<strong>do</strong>.<br />

Peço-lhe, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> já, <strong>de</strong>sculpas.<br />

Atenciosamente,<br />

Pedro <strong>da</strong> Silva<br />

Ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> 11<br />

a) (1) O texto parece um <strong>de</strong>poimento pessoal.<br />

(2) O texto não apresenta aspectos <strong>de</strong> interesse particular.<br />

(2) O texto tem termos mais técnicos.<br />

(1) O texto parece se dirigir a alguém muito próximo.<br />

(2) O texto não se dirige a um recebe<strong>do</strong>r específico.<br />

(1) O texto usa gírias.<br />

(2) O texto usa sobretu<strong>do</strong> construções <strong>da</strong> língua-padrão.<br />

(1) O texto usa construções mais coloquiais.<br />

(1) O texto é mais informal.<br />

(2) O texto é menos informal.<br />

115


) No Texto 1, encontramos:<br />

Pra gente que é <strong>de</strong> estra<strong>da</strong>...<br />

...não me põe em fria<br />

...tem que ser que nem colo <strong>de</strong> namora<strong>da</strong><br />

...nos conformes<br />

c) Opinião pessoal. Uma é mais séria, a outra é cheia <strong>de</strong> comparações e<br />

metáforas <strong>de</strong> gosto popular: distância não se me<strong>de</strong> com trena, que nem<br />

colo <strong>de</strong> namora<strong>da</strong>, <strong>do</strong>r-<strong>de</strong>-cotovelo etc. Parece que a primeira propagan<strong>da</strong>,<br />

trazen<strong>do</strong> <strong>da</strong><strong>do</strong>s muito corriqueiros, aparenta maior sinceri<strong>da</strong><strong>de</strong>.<br />

Ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> 12<br />

a) Resposta pessoal (que nós esperamos com muito gosto, ain<strong>da</strong> que – ou porque<br />

– apresente críticas).<br />

b) Resposta pessoal.<br />

c) Resposta pessoal.<br />

Ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> 13<br />

pato, bato, mato, cato, gato<br />

Ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> 14<br />

Lista pessoal. Alguns exemplos:<br />

casar rezar examinar<br />

pesar fazer exatamente<br />

análise cozinha exílio<br />

base produzir exímio<br />

resulta<strong>do</strong> concretizar exalar<br />

Brasil natureza êxito<br />

116


Ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> 15<br />

Lista pessoal. Alguns exemplos:<br />

explicar exato enxuto<br />

explanação existir enxerto<br />

explorar hexágono mexerica<br />

extrapolar exultar enxeri<strong>do</strong><br />

expor êxo<strong>do</strong> xícara<br />

Ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> 16<br />

Depoimento pessoal. Exemplos possíveis, entre outros:<br />

muinto, ogato, mininu, <strong>de</strong>rrepente<br />

MATEMÁTICA E LÓGICA<br />

Ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> 1<br />

Apresentação <strong>do</strong>s nomes <strong>da</strong>s figuras em três colunas distintas.<br />

Unidimensional Bidimensional<br />

Tridimensional<br />

– canudinho – carta – <strong>da</strong><strong>do</strong><br />

– cor<strong>da</strong> – quadro-<strong>de</strong>-giz – caixa <strong>de</strong> leite<br />

– linha (<strong>do</strong> carretel) – quadro (<strong>de</strong> pintura) – caixa <strong>de</strong> presente<br />

Ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> 2<br />

Esta é apenas uma resposta possível:<br />

Você po<strong>de</strong> ter encontra<strong>do</strong> inúmeros objetos diferentes <strong>de</strong>sses.<br />

Tridimensionais: tijolo, pedra, armário, árvore etc.<br />

Bidimensionais: quadro-<strong>de</strong>-giz, folha <strong>de</strong> um livro, pe<strong>da</strong>ço <strong>de</strong> teci<strong>do</strong> etc.<br />

117


Ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> 3<br />

Não se trata <strong>de</strong> resposta que se possa registrar. Não <strong>de</strong>ixe <strong>de</strong> construir os objetos<br />

e levá-los para a reunião <strong>de</strong> sába<strong>do</strong>.<br />

Ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> 4<br />

Casa <strong>da</strong> prima <strong>do</strong> Dico<br />

Ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> 5<br />

a) De Fortaleza a Boa Vista: no mapa são 5cm <strong>de</strong> distância. Se ca<strong>da</strong> centímetro<br />

correspon<strong>de</strong> a 500km, 5 centímetros vão correspon<strong>de</strong>r a 2.500km.<br />

b) De Manaus a Brasília: no mapa são 3,5cm. Se ca<strong>da</strong> centímetro correspon<strong>de</strong><br />

a 500km, 3,5 centímetros vão correspon<strong>de</strong>r a 1.750km.<br />

c) De Campo Gran<strong>de</strong> a Brasília: no mapa são 1,75cm. Se ca<strong>da</strong> centímetro<br />

correspon<strong>de</strong> a 500km, 1,75 centímetros vão correspon<strong>de</strong>r a 875km.<br />

Ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> 6<br />

Rua <strong>do</strong> Sol<br />

a) Ao norte <strong>de</strong> Brasília e Manaus: Boa Vista.<br />

b) Ao sul <strong>de</strong> Porto Velho: Campo Gran<strong>de</strong>. Po<strong>de</strong>mos obter mais respostas, como<br />

Porto Alegre, Brasília, Belo Horizonte.<br />

118<br />

Rua 15 <strong>de</strong> Novembro


Ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> 7<br />

Você <strong>de</strong>ve ter acompanha<strong>do</strong> os cálculos <strong>de</strong> Zezinho e com certeza encontrou<br />

os valores abaixo.<br />

Para você conferir seus cálculos:<br />

quanti<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> cerâmicas: 400;<br />

área <strong>do</strong> quarto: 4m 2 ;<br />

custo: 4 x 6,50 = R$ 26,00.<br />

Agora, se você pensou nos 10% a mais para o caso <strong>de</strong> acontecer algum problema,<br />

você contou com mais 4.000cm 2 , que é 40.000 x 0,1. Então, no total, Dona<br />

Sebastiana terá que comprar 4,4m 2 , e o preço final será 4,4 x 6,50 = R$ 28,60.<br />

Ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> 8<br />

Fig. A (hexágono regular)<br />

119<br />

Fig. B (pentágono regular)<br />

Você po<strong>de</strong> observar, professor, que só com quadra<strong>do</strong>s não pavimentamos<br />

completamente a figura e usamos pe<strong>da</strong>cinhos <strong>do</strong>s quadra<strong>do</strong>s para completar<br />

as partes que faltavam.<br />

Ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> 9<br />

Fig. B Fig. C<br />

Você <strong>de</strong>ve ter numera<strong>do</strong> os quadra<strong>do</strong>s <strong>da</strong>s Figuras B e C e <strong>de</strong>ve ter conta<strong>do</strong> que<br />

<strong>do</strong>is triângulos dão a área <strong>de</strong> um quadra<strong>do</strong>. Para você conferir, a área <strong>da</strong> Figura<br />

B é <strong>de</strong> 8cm 2 e a área <strong>da</strong> Figura C é <strong>de</strong> 8,5cm 2 .


IDENTIDADE, SOCIEDADE E CULTURA<br />

Observação importante:<br />

O que procuramos fazer, ao propor as ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s, foi principalmente estimular<br />

a sua reflexão sobre as idéias que apresentamos. Assim, para algumas questões<br />

não há uma única resposta certa. Há a possibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> as respostas serem<br />

bastante diversifica<strong>da</strong>s, <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>n<strong>do</strong> <strong>da</strong>s características <strong>do</strong> trabalho <strong>do</strong>s alunos/<br />

professores e <strong>do</strong> contexto no qual ca<strong>da</strong> um vive e trabalha. Mas, mesmo com<br />

essas diferenças, as informações que estão no texto são muito importantes e<br />

procuram aju<strong>da</strong>r to<strong>do</strong>s em suas respostas.<br />

Ao trazer a resposta para as questões, queremos <strong>da</strong>r uma idéia <strong>de</strong> como elas<br />

po<strong>de</strong>riam ser respondi<strong>da</strong>s por um(a) <strong>de</strong>termina<strong>do</strong>(a) professor(a). Você po<strong>de</strong>rá<br />

usá-las como referência para as suas respostas, buscan<strong>do</strong> sempre apoio nas<br />

colocações <strong>do</strong> texto.<br />

Ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> 1<br />

a) F b) V c) V d) F e) V<br />

Ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> 2<br />

A atitu<strong>de</strong> crítica é uma tentativa <strong>de</strong><br />

a) Ver claro, isto é, afastar aquilo que embaça nossa visão e nos impe<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

enxergar corretamente.<br />

b) Ver fun<strong>do</strong>, isto é, não se contentar com as aparências e a superficiali<strong>da</strong><strong>de</strong>,<br />

buscan<strong>do</strong> as raízes <strong>do</strong> que investigamos.<br />

c) Ver largo, isto é, tomar distância para ver o contexto no qual está o objeto<br />

que queremos conhecer e para vê-lo <strong>de</strong> to<strong>do</strong>s os ângulos.<br />

Ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> 3<br />

É importante ver <strong>de</strong> diversos ângulos porque a gente po<strong>de</strong> ampliar a nossa visão <strong>da</strong><br />

reali<strong>da</strong><strong>de</strong>. Se a gente olha só <strong>de</strong> um ângulo, <strong>de</strong>ixa <strong>de</strong> ver coisas importantes.<br />

120


Ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> 4<br />

A ciência e a filosofia são saberes que procuram conhecer criticamente o<br />

mun<strong>do</strong>. A ciência é um esforço <strong>de</strong> explicação e a filosofia é uma busca <strong>de</strong><br />

compreensão.<br />

Ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> 5<br />

A filosofia e as ciências são conhecimentos que se complementam porque a<br />

explicação que a ciência dá é útil para a filosofia e as questões coloca<strong>da</strong>s pela<br />

filosofia aju<strong>da</strong>m a ciência a avançar.<br />

Por exemplo: no caso <strong>da</strong>s drogas, a ciência po<strong>de</strong> mostrar quais são os efeitos<br />

e as conseqüências <strong>do</strong> seu uso, e a filosofia po<strong>de</strong> levantar questões sobre o<br />

senti<strong>do</strong> que tem esse uso para os indivíduos e para a socie<strong>da</strong><strong>de</strong>.<br />

Ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> 6<br />

Alternativa correta: c.<br />

Ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> 7<br />

A filosofia <strong>da</strong> educação é uma reflexão sobre a educação em to<strong>da</strong>s as suas<br />

dimensões. Ela procura pensar criticamente sobre a escola, o trabalho <strong>do</strong>s<br />

educa<strong>do</strong>res e os problemas que os professores encontram em sua prática.<br />

Ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> 8<br />

a) F b) V c) V d) V e) F<br />

Ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> 9<br />

A reflexão filosófica po<strong>de</strong> aju<strong>da</strong>r a melhorar o trabalho <strong>do</strong>s professores e <strong>da</strong>s<br />

professoras porque ela é uma atitu<strong>de</strong> crítica, que faz com que eles vejam o que<br />

está bom e o que está mau, e assim aprimorem o bom e mu<strong>de</strong>m o mau.<br />

121


Ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> 10<br />

Ci<strong>da</strong><strong>da</strong>nia é a participação efetiva <strong>do</strong> indivíduo na socie<strong>da</strong><strong>de</strong>, ten<strong>do</strong> condições<br />

<strong>de</strong> exercer to<strong>do</strong>s os seus direitos, <strong>de</strong> ser ouvi<strong>do</strong> e <strong>de</strong> construir junto com os<br />

outros sua vi<strong>da</strong> e sua história e a vi<strong>da</strong> e a história <strong>de</strong> sua socie<strong>da</strong><strong>de</strong>.<br />

Ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> 11<br />

Meu trabalho po<strong>de</strong> preparar os alunos para a ci<strong>da</strong><strong>da</strong>nia se eu ensino a eles o que<br />

é necessário para participar <strong>da</strong> socie<strong>da</strong><strong>de</strong>: os conteú<strong>do</strong>s <strong>de</strong> to<strong>da</strong>s as matérias,<br />

que eles vão precisar para po<strong>de</strong>rem se relacionar com os outros, trabalhar, ir em<br />

frente nos estu<strong>do</strong>s, e também os valores que procuro transmitir, fazen<strong>do</strong> com<br />

que respeitem os outros, sejam honestos e solidários, lutem por seus direitos.<br />

VIDA E NATUREZA<br />

Ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> 1<br />

a) Doméstico<br />

Papel<br />

Roupa<br />

Tênis<br />

Pentes<br />

Sapatos<br />

Restos <strong>de</strong><br />

alimentos<br />

Restos <strong>de</strong><br />

remédios<br />

Roupas velhas<br />

Componentes <strong>do</strong> lixo quanto à origem<br />

b) Hospitalar c) Industrial d) * Radioativo e) * Espacial<br />

Embalagens<br />

Vidros<br />

Agulhas<br />

Seringas<br />

Ataduras<br />

Restos <strong>de</strong><br />

remédios<br />

Papelão<br />

Garrafas<br />

Latas<br />

Entulhos<br />

Escombros<br />

Latarias <strong>de</strong><br />

automóveis<br />

Gangas <strong>de</strong><br />

mineração<br />

Pneumáticos<br />

122<br />

Vidros<br />

Seringas<br />

Luvas<br />

Aventais<br />

Óculos<br />

protetores<br />

Tonéis <strong>de</strong><br />

transporte <strong>de</strong><br />

material<br />

Restos <strong>de</strong><br />

foguetes<br />

Restos <strong>de</strong><br />

satélites


Ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> 2<br />

a) Papel, garrafas, móveis velhos, restos <strong>de</strong> remédios, papelão, roupa<br />

velha, embalagens, plásticos, latas, sapatos velhos, restos <strong>de</strong> alimentos,<br />

eletro<strong>do</strong>mésticos estraga<strong>do</strong>s.<br />

b) Esse lixo po<strong>de</strong> ser separa<strong>do</strong> em lixo <strong>de</strong> origem <strong>do</strong>méstica, lixo <strong>de</strong> origem<br />

industrial e lixo <strong>de</strong> origem agrícola.<br />

Ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> 3<br />

a) Polui<strong>do</strong>res b) Bio<strong>de</strong>gradáveis<br />

Plásticos Restos <strong>de</strong> alimentos<br />

Vidros Cascas <strong>de</strong> frutas<br />

Garrafas Folhas <strong>de</strong> árvores<br />

Isopor Papel<br />

Seringas Papelão<br />

Agulhas<br />

Latarias<br />

Classificação <strong>do</strong> lixo quanto à composição<br />

Lixo seco<br />

Vidros<br />

Garrafas<br />

Latarias<br />

Plásticos<br />

Móveis velhos<br />

Roupa velha<br />

Sapatos velhos<br />

Papel<br />

Papelão<br />

Equipamentos inutiliza<strong>do</strong>s<br />

123<br />

Lixo úmi<strong>do</strong><br />

Restos <strong>de</strong> alimentos<br />

Cascas <strong>de</strong> frutas<br />

Papel molha<strong>do</strong><br />

Folhas <strong>de</strong> plantas<br />

Papel higiênico<br />

Restos <strong>de</strong> remédios (xaropes)<br />

Restos <strong>de</strong> remédios (poma<strong>da</strong>s)


Ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> 4<br />

Os grãos <strong>de</strong> milho coloca<strong>do</strong>s no primeiro vaso se <strong>de</strong>senvolvem normalmente. Os<br />

que estão no outro vaso não se <strong>de</strong>senvolvem ou têm o seu crescimento muito<br />

prejudica<strong>do</strong>.<br />

Ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> 5<br />

a) Ca<strong>da</strong> cursista respon<strong>de</strong>rá <strong>de</strong> acor<strong>do</strong> com a situação <strong>de</strong> sua ci<strong>da</strong><strong>de</strong>.<br />

b) Ca<strong>da</strong> cursista respon<strong>de</strong>rá <strong>de</strong> acor<strong>do</strong> com a situação <strong>de</strong> sua ci<strong>da</strong><strong>de</strong>.<br />

c) O(a) cursista respon<strong>de</strong>rá <strong>de</strong> acor<strong>do</strong> com a situação <strong>de</strong> sua ci<strong>da</strong><strong>de</strong>.<br />

d) O(a) cursista respon<strong>de</strong>rá <strong>de</strong> acor<strong>do</strong> com a situação <strong>de</strong> sua ci<strong>da</strong><strong>de</strong>.<br />

e) As seguintes soluções po<strong>de</strong>m ser apresenta<strong>da</strong>s:<br />

- Criação <strong>de</strong> um aterro sanitário.<br />

- Construção <strong>de</strong> um crematório para incineração <strong>do</strong> lixo.<br />

- Coleta seletiva <strong>do</strong> lixo, visan<strong>do</strong> à reciclagem.<br />

Ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> 6<br />

1) Comprometimento <strong>da</strong> área on<strong>de</strong> o lixo é coloca<strong>do</strong>.<br />

2) Poluição <strong>do</strong> ar, po<strong>de</strong>n<strong>do</strong> provocar alergias e mal-estar nas pessoas por causa<br />

<strong>do</strong> cheiro.<br />

3) Proliferação <strong>de</strong> insetos causa<strong>do</strong>res <strong>de</strong> <strong>do</strong>enças (moscas, baratas e<br />

mosquitos).<br />

4) Proliferação <strong>de</strong> ratos, que po<strong>de</strong>m transmitir <strong>do</strong>enças.<br />

5) Doenças <strong>de</strong> pele causa<strong>da</strong>s por fungos que se <strong>de</strong>senvolvem no lixo e são<br />

leva<strong>do</strong>s pelo ar para <strong>de</strong>ntro <strong>da</strong>s casas.<br />

124

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!