Ilustração DIgItal e anImação - Portal do Professor
Ilustração DIgItal e anImação - Portal do Professor
Ilustração DIgItal e anImação - Portal do Professor
You also want an ePaper? Increase the reach of your titles
YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.
ilustração digital e animação<br />
50<br />
que geralmente cumpriam uma função meramente ilustrativa. Nas salas mais afortunadas, era possível<br />
até serem encontradas orquestras inteiras tocan<strong>do</strong>, muitas vezes com partituras originais para o filme.<br />
Então veio o sistema de sonorização no cinema, o famoso vitaphone, uma enorme máquina de<br />
projeção lançada em 1927 (que imortalizou o filme The jazz singer, com Al Jolson), que sincronizava o<br />
filme a um disco de 33 rotações um pouco melhor que aquele usa<strong>do</strong> no fonógrafo de Thomas Edison.<br />
No entanto, esse sistema tinha baixa qualidade da amplificação, causava chia<strong>do</strong> e com sua utilização era<br />
iminente a possibilidade de o disco riscar com o tempo e/ou tirar o filme de sincronismo. Contu<strong>do</strong>, o<br />
vitaphone foi um sistema pioneiro, que fez com que toda a conquista <strong>do</strong>s músicos até aquele momento<br />
precisasse recuar aos primórdios <strong>do</strong> som para o cinema. Era necessário repensar a função dramática<br />
<strong>do</strong> som, que agora poderia incluir não só música, mas também diálogos e ruí<strong>do</strong>s. A simples ilustração<br />
musical passou a ser vista como um terreno promissor. Técnicos surgiram, e os que já trabalhavam<br />
tiveram que se adequar aos novos padrões estéticos, às novas possibilidades <strong>do</strong> som combina<strong>do</strong> à<br />
imagem em movimento.<br />
c) Música estrutural<br />
Norman Roger, compositor canadense de trilhas sonoras e responsável pela trilha da famosa<br />
animação premiada pelo Oscar, O velho e o mar, ministrou o workshop Música e Animação durante o<br />
Festival Anima Mundi de 2000. Os tópicos a seguir, sobre música estrutural, foram extraí<strong>do</strong>s de suas<br />
falas durante essa oficina:<br />
A música pode identificar situações ou personagens, tornan<strong>do</strong>-se desnecessário repetir imagens<br />
para essas identificações. Só um som já faz a associação ao personagem, sem que ele precise aparecer.<br />
Quan<strong>do</strong> a música tem uma linha, segue uma cadência normal e contínua, e se essa linha em<br />
algum momento se altera, isso costuma indicar que algo diferente vai acontecer.<br />
O drama de uma cena pode não estar exatamente na música, mas na sua repetição por situações<br />
em ritmo diferencia<strong>do</strong>, tanto num crescen<strong>do</strong> como numa súbita interrupção.<br />
O início e o fim de uma música são muito importantes. Quan<strong>do</strong> se termina uma melodia, há um<br />
momento muito dramático no filme. Se um diálogo começa logo após o final de uma música, é como<br />
se um spot fosse direciona<strong>do</strong> a ele, dramatizan<strong>do</strong>-o, valorizan<strong>do</strong>-o.<br />
A música comumente marca keyframes na animação. Em cartoons, marca o movimento para<br />
ampliá-lo.<br />
REFERÊnCiaS<br />
Livros e artigos<br />
BARBEIRO, Ana. Cinema de Animação e Educação Artística no Ensino Básico. In: Conferência Nacional<br />
de Educação Artística, 2007 Casa da Música, Universidade <strong>do</strong> Minho, Porto. Disponível em: . Acesso em: 05 dez. 2009.<br />
HALAS, John; MANVELL, Roger. A técnica da animação cinematográfica. Tradução de Roberto Raposo. Rio<br />
de Janeiro: Civilização Brasileira/Embrafilme, 1979.