proposTAs pArA o TrAnsporTe ferroviário de pAssAgeiros ... - CBTU
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1. inTrodUÇÃo<br />
7º Concurso <strong>de</strong> Monografia <strong>CBTU</strong> 2010 − A Cida<strong>de</strong> nos Trilhos<br />
O Brasil atravessa uma grave crise <strong>de</strong> mobilida<strong>de</strong>, urbana e interurbana, <strong>de</strong>corrente<br />
<strong>de</strong> políticas públicas urbanas equivocadas ao longo <strong>de</strong> muitas décadas, resquícios <strong>de</strong> uma<br />
industrialização a qualquer preço (tendo como conseqüência a ocorrência <strong>de</strong> gran<strong>de</strong>s fluxos<br />
migratórios das Regiões menos <strong>de</strong>senvolvidas para as Regiões mais <strong>de</strong>senvolvidas do país), além<br />
da falta <strong>de</strong> investimentos em infraestrutura <strong>de</strong> transporte público <strong>de</strong> massa, especificamente sobre<br />
trilhos, urbano e interurbano, com o uso e a ocupação do solo urbano <strong>de</strong> forma <strong>de</strong>sor<strong>de</strong>nada<br />
(primordialmente em nossas maiores cida<strong>de</strong>s), <strong>de</strong>correntes <strong>de</strong> planos diretores ineficazes<br />
(quando não inexistentes), e dissociados da implantação do transporte <strong>ferroviário</strong> <strong>de</strong> passageiros<br />
urbano (<strong>de</strong> média e alta capacida<strong>de</strong>s) e interurbano, os estruturadores e reestruturadores do<br />
espaço físico, urbano e interurbano, e os únicos ambientalmente sustentáveis, <strong>de</strong>vido as suas<br />
características singulares. Assim sendo, nosso sistema <strong>de</strong> transporte urbano e interurbano é<br />
ancorado, quase que em sua totalida<strong>de</strong>, no transporte rodoviário coletivo (ônibus) e individual<br />
(automóveis) com alto índice <strong>de</strong> motorização <strong>de</strong>ste. Esses fatores reunidos são os responsáveis<br />
pelo inchaço dos gran<strong>de</strong>s centros urbanos brasileiros.<br />
O mo<strong>de</strong>lo escolhido durante um longo espaço temporal pelos dirigentes governamentais<br />
exclui <strong>de</strong> uma gran<strong>de</strong> parcela da socieda<strong>de</strong> brasileira o direito constitucional básico do “ir e vir”.<br />
E, como existe uma correlação direta entre mobilida<strong>de</strong> e <strong>de</strong>senvolvimento socioeconômico<br />
(acesso aos serviços públicos gratuitos - escolas, hospitais, lazer -, e principalmente, à<br />
oportunida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> trabalho), se está privando <strong>de</strong>zenas <strong>de</strong> milhões <strong>de</strong> brasileiros <strong>de</strong> po<strong>de</strong>rem<br />
vir a ter uma vida melhor.<br />
As vias <strong>de</strong> circulação <strong>de</strong> nossos maiores aglomerados urbanos, bem como as vias <strong>de</strong> acesso<br />
às rodovias que fazem as interligações entre esses (particularmente as situadas nas regiões<br />
metropolitanas do país), e, igualmente, nossas principais rodovias, primordialmente as situadas<br />
próximas às maiores cida<strong>de</strong>s brasileiras, pa<strong>de</strong>cem com congestionamentos diários <strong>de</strong> gran<strong>de</strong>s<br />
proporções. E, recentemente, <strong>de</strong>vido a uma forte crise no setor aéreo nacional (com auge em<br />
2007, e que continua, <strong>de</strong>vido ao forte crescimento <strong>de</strong>sse modal <strong>de</strong> transporte no Brasil a taxa<br />
<strong>de</strong> quase 20% ao ano), o modal <strong>de</strong> transporte rodoviário ficou ainda mais sobrecarregado,<br />
especialmente nos maiores centros urbanos brasileiros, e entre elas regionalmente, nas regiões<br />
mais populosas e <strong>de</strong> maior importância econômica da nação, on<strong>de</strong> se encontra a maior<br />
porcentagem da malha rodoviária, bem como a maior parcela da frota nacional <strong>de</strong> veículos<br />
particulares.<br />
Esse drama, por qual passam diariamente <strong>de</strong>zenas <strong>de</strong> milhões <strong>de</strong> brasileiros, resulta em<br />
perdas temporais e energéticas <strong>de</strong> monta; aumento dos aci<strong>de</strong>ntes <strong>de</strong> trânsito; uso in<strong>de</strong>vido<br />
do espaço físico urbano e interurbano; poluições sonora e atmosférica; e ainda, enorme<br />
emissão <strong>de</strong> gases <strong>de</strong> efeito estufa (contribuindo para elevar o aquecimento global), entre outras<br />
externalida<strong>de</strong>s negativas. O resultado disso são <strong>de</strong>seconomias que se traduzem em vultosas<br />
perdas financeiras e que causam gran<strong>de</strong> impacto ambiental, tendo como conseqüência final<br />
o atraso do <strong>de</strong>senvolvimento socioeconômico e a redução da competitivida<strong>de</strong> perante outras<br />
nações, além da piora na qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vida <strong>de</strong> toda a população.<br />
Diante da constatação <strong>de</strong>ste terrível quadro, contrastando com a situação macroeconômica<br />
bastante favorável por qual passa a nação brasileira, com o risco Brasil tendo diminuído<br />
significativamente nos últimos anos, e, em especial, recentemente, com o recebimento do<br />
grau <strong>de</strong> investimento pelas agências <strong>de</strong> risco internacionais, e uma vez que há disponibilida<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> recursos, internos e externos (mesmo em tempos <strong>de</strong> crise internacional), vivenciamos uma<br />
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