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proposTAs pArA o TrAnsporTe ferroviário de pAssAgeiros ... - CBTU

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7º Concurso <strong>de</strong> Monografia <strong>CBTU</strong> 2010 − A Cida<strong>de</strong> nos Trilhos<br />

<strong>proposTAs</strong> <strong>pArA</strong> o <strong>TrAnsporTe</strong> <strong>ferroviário</strong> <strong>de</strong><br />

<strong>pAssAgeiros</strong> UrBAno e inTerUrBAno no BrAsil<br />

— luiz fernando pettinati Homem <strong>de</strong> Bittencourt—<br />

Menção honrosa


esUMo<br />

7º Concurso <strong>de</strong> Monografia <strong>CBTU</strong> 2010 − A Cida<strong>de</strong> nos Trilhos<br />

Ofereceremos neste trabalho um amplo conjunto <strong>de</strong> propostas para a implantação, em<br />

larga escala, do transporte <strong>ferroviário</strong> <strong>de</strong> passageiros, urbano e interurbano (em suas mais<br />

diversas modalida<strong>de</strong>s), nas principais cida<strong>de</strong>s brasileiras, com o intuito <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolver uma<br />

po<strong>de</strong>rosa ferramenta macroeconômica e geopolítica na organização e reorganização dos<br />

espaços físicos, urbano e interurbano, e na indução do <strong>de</strong>senvolvimento socioeconômico<br />

nesses, especialmente em nossos maiores aglomerados urbanos (as cida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> médio e gran<strong>de</strong><br />

portes), bem como equacionar a questão da forte crise <strong>de</strong> mobilida<strong>de</strong> urbana e interurbana<br />

que impera em nossas maiores urbis, <strong>de</strong>vido ao uso excessivo do transporte individual, além<br />

da obtenção <strong>de</strong> ganhos ambientais significativos com a utilização <strong>de</strong>sse.<br />

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sUMário<br />

1. INTRODUÇÃO<br />

7º Concurso <strong>de</strong> Monografia <strong>CBTU</strong> 2010 − A Cida<strong>de</strong> nos Trilhos<br />

2. PROPOSTAS<br />

Bitolas<br />

Cálculo da <strong>de</strong>manda<br />

Cargas<br />

Concessôes<br />

Mo<strong>de</strong>los <strong>de</strong> concessões <strong>de</strong> transporte <strong>de</strong> passageiros<br />

Faixas <strong>de</strong> domínio<br />

Financiamento dos sistemas <strong>ferroviário</strong>s <strong>de</strong> passageiros urbanos e interurbanos<br />

Fontes <strong>de</strong> financiamento perenes para os sistemas <strong>ferroviário</strong>s <strong>de</strong> passageiros<br />

urbanos e interurbanos<br />

Ci<strong>de</strong><br />

Créditos <strong>de</strong> carbono<br />

Empreendimentos associados<br />

Pedágio urbano<br />

Pedágios interurbanos<br />

PPPs<br />

Propaganda<br />

Taxas<br />

Incentivos aos investidores privados dos sistemas <strong>ferroviário</strong>s <strong>de</strong> passageiros<br />

urbanos e interurbanos<br />

Indústria ferroviária nacional <strong>de</strong> passageiros urbana e interurbana<br />

Financiamento<br />

Intermodalida<strong>de</strong><br />

Investimento no setor <strong>ferroviário</strong> <strong>de</strong> passageiros urbano e interurbano<br />

Licenças ambientais<br />

Malha ferroviária<br />

Mão-<strong>de</strong>-obra<br />

Medidas administrativas<br />

Planos diretores<br />

Parcerias público-privadas (ppps)<br />

Tarifas<br />

Tarifa horo-sazonal<br />

Transferência <strong>de</strong> tecnologia<br />

Tir<br />

Traçados<br />

Trens turísticos<br />

3 CONCLUSÃO<br />

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1. inTrodUÇÃo<br />

7º Concurso <strong>de</strong> Monografia <strong>CBTU</strong> 2010 − A Cida<strong>de</strong> nos Trilhos<br />

O Brasil atravessa uma grave crise <strong>de</strong> mobilida<strong>de</strong>, urbana e interurbana, <strong>de</strong>corrente<br />

<strong>de</strong> políticas públicas urbanas equivocadas ao longo <strong>de</strong> muitas décadas, resquícios <strong>de</strong> uma<br />

industrialização a qualquer preço (tendo como conseqüência a ocorrência <strong>de</strong> gran<strong>de</strong>s fluxos<br />

migratórios das Regiões menos <strong>de</strong>senvolvidas para as Regiões mais <strong>de</strong>senvolvidas do país), além<br />

da falta <strong>de</strong> investimentos em infraestrutura <strong>de</strong> transporte público <strong>de</strong> massa, especificamente sobre<br />

trilhos, urbano e interurbano, com o uso e a ocupação do solo urbano <strong>de</strong> forma <strong>de</strong>sor<strong>de</strong>nada<br />

(primordialmente em nossas maiores cida<strong>de</strong>s), <strong>de</strong>correntes <strong>de</strong> planos diretores ineficazes<br />

(quando não inexistentes), e dissociados da implantação do transporte <strong>ferroviário</strong> <strong>de</strong> passageiros<br />

urbano (<strong>de</strong> média e alta capacida<strong>de</strong>s) e interurbano, os estruturadores e reestruturadores do<br />

espaço físico, urbano e interurbano, e os únicos ambientalmente sustentáveis, <strong>de</strong>vido as suas<br />

características singulares. Assim sendo, nosso sistema <strong>de</strong> transporte urbano e interurbano é<br />

ancorado, quase que em sua totalida<strong>de</strong>, no transporte rodoviário coletivo (ônibus) e individual<br />

(automóveis) com alto índice <strong>de</strong> motorização <strong>de</strong>ste. Esses fatores reunidos são os responsáveis<br />

pelo inchaço dos gran<strong>de</strong>s centros urbanos brasileiros.<br />

O mo<strong>de</strong>lo escolhido durante um longo espaço temporal pelos dirigentes governamentais<br />

exclui <strong>de</strong> uma gran<strong>de</strong> parcela da socieda<strong>de</strong> brasileira o direito constitucional básico do “ir e vir”.<br />

E, como existe uma correlação direta entre mobilida<strong>de</strong> e <strong>de</strong>senvolvimento socioeconômico<br />

(acesso aos serviços públicos gratuitos - escolas, hospitais, lazer -, e principalmente, à<br />

oportunida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> trabalho), se está privando <strong>de</strong>zenas <strong>de</strong> milhões <strong>de</strong> brasileiros <strong>de</strong> po<strong>de</strong>rem<br />

vir a ter uma vida melhor.<br />

As vias <strong>de</strong> circulação <strong>de</strong> nossos maiores aglomerados urbanos, bem como as vias <strong>de</strong> acesso<br />

às rodovias que fazem as interligações entre esses (particularmente as situadas nas regiões<br />

metropolitanas do país), e, igualmente, nossas principais rodovias, primordialmente as situadas<br />

próximas às maiores cida<strong>de</strong>s brasileiras, pa<strong>de</strong>cem com congestionamentos diários <strong>de</strong> gran<strong>de</strong>s<br />

proporções. E, recentemente, <strong>de</strong>vido a uma forte crise no setor aéreo nacional (com auge em<br />

2007, e que continua, <strong>de</strong>vido ao forte crescimento <strong>de</strong>sse modal <strong>de</strong> transporte no Brasil a taxa<br />

<strong>de</strong> quase 20% ao ano), o modal <strong>de</strong> transporte rodoviário ficou ainda mais sobrecarregado,<br />

especialmente nos maiores centros urbanos brasileiros, e entre elas regionalmente, nas regiões<br />

mais populosas e <strong>de</strong> maior importância econômica da nação, on<strong>de</strong> se encontra a maior<br />

porcentagem da malha rodoviária, bem como a maior parcela da frota nacional <strong>de</strong> veículos<br />

particulares.<br />

Esse drama, por qual passam diariamente <strong>de</strong>zenas <strong>de</strong> milhões <strong>de</strong> brasileiros, resulta em<br />

perdas temporais e energéticas <strong>de</strong> monta; aumento dos aci<strong>de</strong>ntes <strong>de</strong> trânsito; uso in<strong>de</strong>vido<br />

do espaço físico urbano e interurbano; poluições sonora e atmosférica; e ainda, enorme<br />

emissão <strong>de</strong> gases <strong>de</strong> efeito estufa (contribuindo para elevar o aquecimento global), entre outras<br />

externalida<strong>de</strong>s negativas. O resultado disso são <strong>de</strong>seconomias que se traduzem em vultosas<br />

perdas financeiras e que causam gran<strong>de</strong> impacto ambiental, tendo como conseqüência final<br />

o atraso do <strong>de</strong>senvolvimento socioeconômico e a redução da competitivida<strong>de</strong> perante outras<br />

nações, além da piora na qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vida <strong>de</strong> toda a população.<br />

Diante da constatação <strong>de</strong>ste terrível quadro, contrastando com a situação macroeconômica<br />

bastante favorável por qual passa a nação brasileira, com o risco Brasil tendo diminuído<br />

significativamente nos últimos anos, e, em especial, recentemente, com o recebimento do<br />

grau <strong>de</strong> investimento pelas agências <strong>de</strong> risco internacionais, e uma vez que há disponibilida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> recursos, internos e externos (mesmo em tempos <strong>de</strong> crise internacional), vivenciamos uma<br />

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7º Concurso <strong>de</strong> Monografia <strong>CBTU</strong> 2010 − A Cida<strong>de</strong> nos Trilhos<br />

oportunida<strong>de</strong> única para po<strong>de</strong>rmos finalmente implantar uma generosa re<strong>de</strong> ferroviária <strong>de</strong><br />

passageiros, urbana e interurbana (posteriormente interligando-as numa malha ferroviária<br />

nacional), <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong> (em nada a <strong>de</strong>ver às nações <strong>de</strong>senvolvidas), por todo o nosso território,<br />

recolocando os trens <strong>de</strong> passageiros novamente nos trilhos, literalmente.<br />

2. <strong>proposTAs</strong><br />

Bitolas<br />

Unificação paulatina das bitolas ferroviárias brasileiras, urbanas e interurbanas, em 1600<br />

mm ou 1435 mm (<strong>de</strong>cidir qual bitola oficial será adotada no Brasil), com o intuito <strong>de</strong> se<br />

po<strong>de</strong>r utilizar o mesmo material rodante, (sejam eles VLTs, metrôs, trens metropolitanos ou<br />

interurbanos) em diversas linhas, <strong>de</strong>ntro dos mesmos sistemas metro<strong>ferroviário</strong>s ou em outros<br />

sistemas e para que haja a integração dos sistemas <strong>ferroviário</strong>s por toda a nação (e com as<br />

nações vizinhas) facilitando em muito o retorno dos trens <strong>de</strong> passageiros interurbanos em todo<br />

o território nacional, uma vez que haverá o fim da “quebra das bitolas” nas malhas existentes<br />

e que venham a ser criadas.<br />

Cálculo da <strong>de</strong>manda<br />

Realizar os cálculos das <strong>de</strong>mandas potencial e futura dos sistemas <strong>ferroviário</strong>s <strong>de</strong><br />

passageiros, urbanos e interurbanos, com a maior precisão possível para que se evite malogros<br />

nos projetos elaborados.<br />

Cargas<br />

Criação <strong>de</strong> centros <strong>de</strong> distribuição <strong>de</strong> cargas (e contornos <strong>ferroviário</strong>s, quando possíveis)<br />

nas periferias das regiões metropolitanas assim como nas maiores cida<strong>de</strong>s brasileiras, com<br />

o objetivo <strong>de</strong> liberar os trilhos existentes dos trens <strong>de</strong> passageiros, urbanos e interurbanos,<br />

evitando conflitos diversos.<br />

Construção <strong>de</strong> pátios (como acontece na Europa) ao longo das linhas interurbanas<br />

<strong>de</strong> transporte <strong>ferroviário</strong> (em via singela ou dupla) dando priorida<strong>de</strong> ao tráfego <strong>de</strong> trens <strong>de</strong><br />

passageiros.<br />

Uso misto (carga e passageiros) das linhas ferroviárias interurbanas (em via singela ou<br />

dupla), para fazer com que as empresas transportadoras <strong>de</strong> passageiros em âmbito interurbano<br />

mantenham o equilíbrio financeiro das empresas concessionárias ou do po<strong>de</strong>r público, exceto<br />

nas regiões metropolitanas e gran<strong>de</strong>s cida<strong>de</strong>s on<strong>de</strong> o tráfego <strong>de</strong> trens <strong>de</strong> passageiros seja muito<br />

intenso e os espaços temporais muito exíguos e os trens <strong>de</strong> carga transportem apenas cargas<br />

<strong>de</strong> baixo valor agregado, ou commodities, ao invés <strong>de</strong> carga geral <strong>de</strong> valor agregado mais alto<br />

e/ou cargas expressas.<br />

Concessôes<br />

Revisão das concessões ferroviárias atuais com a redistribuição <strong>de</strong>ssas, por linhas, e não<br />

por malhas regionais como ocorre atualmente, vindo a facilitar a concessão à empresas que<br />

queriam transportar passageiros.<br />

Nas linhas operadas pelas empresas <strong>de</strong> carga, se houver linha <strong>de</strong> passageiros ativa, essas<br />

<strong>de</strong>verão dar a priorida<strong>de</strong> <strong>de</strong> passagem aos trens <strong>de</strong> passageiros urbanos e interurbanos.<br />

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7º Concurso <strong>de</strong> Monografia <strong>CBTU</strong> 2010 − A Cida<strong>de</strong> nos Trilhos<br />

Os trechos que não estiverem sendo utilizados pelas concessionárias <strong>de</strong> cargas <strong>de</strong>verão<br />

ser liberados para o tráfego <strong>de</strong> passageiros urbano e/ou interurbano às empresas que se<br />

interessarem para explorar a concessão.<br />

Obrigar, <strong>de</strong> forma contratual, as concessionárias ferroviárias <strong>de</strong> carga a realizarem o<br />

transporte <strong>de</strong> passageiros diariamente em suas linhas e dar a preferência <strong>de</strong> passagem a esse.<br />

Em caso das empresas concessionárias não utilizarem todas as vias férreas sob sua<br />

concessão, <strong>de</strong>ixando-as ociosas, as mesmas voltarão ao Estado, sem ônus algum, para que<br />

novamente possam ser objeto <strong>de</strong> concessão às empresas que <strong>de</strong>sejarem explorar o serviço <strong>de</strong><br />

transporte <strong>de</strong> passageiros urbano e interurbano nessas.<br />

Mo<strong>de</strong>los <strong>de</strong> Concessões <strong>de</strong> Transporte <strong>de</strong> passageiros<br />

Concessões para operar por 50 anos, renováveis por igual período, com incentivos fiscais<br />

e tributários, além <strong>de</strong> financiamento a juros baixos, <strong>de</strong> médio e longo prazos, para as empresas<br />

privadas que se dispuserem a construir toda a infraestrutura necessária para o tráfego dos trens<br />

<strong>de</strong> passageiros urbanos e/ou interurbanos, como a estrutura não operacional (túneis, pontes e<br />

viadutos), bem como a infraestrutura operacional (via permanente, oficinas, sinalização, etc.)<br />

provi<strong>de</strong>nciarem o material rodante, além <strong>de</strong> edificarem e/ou restaurarem estações e terminais<br />

(e realizarem a manutenção dos mesmos). Já se os empreen<strong>de</strong>dores privados dividirem os<br />

custos <strong>de</strong> toda a infraestrutura necessária para a operação dos sistemas <strong>de</strong> transporte <strong>ferroviário</strong><br />

<strong>de</strong> passageiros urbanos e interurbanos com o po<strong>de</strong>r público (numa PPP mista), a concessão<br />

<strong>de</strong>verá ser igualmente por 50 anos, renováveis por igual período, só que com incentivos fiscais<br />

e tributários, além <strong>de</strong> linhas <strong>de</strong> financiamento menos vantajosos. Caso a iniciativa privada<br />

construa a infraestrutura operacional (via permanente, oficinas, sinalização, etc.), provi<strong>de</strong>nciem<br />

o material rodante, além <strong>de</strong> edificarem e/ou restaurarem estações e terminais (e realizarem a<br />

manutenção dos mesmos), a concessão <strong>de</strong>verá ser por 25 anos, renováveis por igual período,<br />

com incentivos fiscais e tributários, além <strong>de</strong> linhas <strong>de</strong> financiamento, compensatórios. E por<br />

fim, se os investidores privados fornecerem toda a infraestrutura operacional, com exceção da<br />

edificação da via permanente, e provi<strong>de</strong>nciarem o material rodante, assim como promoverem<br />

a reforma <strong>de</strong> estações e terminais (assim como realizarem a manutenção dos mesmos), a<br />

concessão <strong>de</strong>verá ser <strong>de</strong> 25 anos, renováveis por igual período, mas sem que haja benefícios<br />

fiscais e linhas <strong>de</strong> financiamento privilegiadas.<br />

faixas <strong>de</strong> domínio<br />

Remoção das famílias (quando for possível) que invadiram as faixas <strong>de</strong> domínio ferroviárias<br />

ou então construir contornos para po<strong>de</strong>r liberar o tráfego <strong>de</strong> trens urbanos e interurbanos,<br />

e construir muros e/ou cercas ao longo <strong>de</strong>ssas para evitar novas invasões, segregando-as<br />

<strong>de</strong>finitivamente.<br />

financiamento dos sistemas <strong>ferroviário</strong>s <strong>de</strong> passageiros Urbanos e interurbanos<br />

Criação <strong>de</strong> linhas <strong>de</strong> financiamento para construção dos sistemas <strong>ferroviário</strong>s <strong>de</strong><br />

passageiros, urbanos e interurbanos (estrutura não operacional - <strong>de</strong>sapropriações, túneis,<br />

pontes, viadutos, etc. -, e infraestrutura operacional - via permanente, material rodante, etc.<br />

-, além <strong>de</strong> estações e terminais), através <strong>de</strong> bancos <strong>de</strong> fomento nacionais como o BNDES, e<br />

das entida<strong>de</strong>s financeiras <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento estrangeiras, como o BID e o BIRD, além do<br />

financiamento por meio <strong>de</strong> bancos privados e <strong>de</strong> fundos privados <strong>de</strong> investimento, nacionais e<br />

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7º Concurso <strong>de</strong> Monografia <strong>CBTU</strong> 2010 − A Cida<strong>de</strong> nos Trilhos<br />

internacionais. O financiamento <strong>de</strong>verá ser realizado com juros baixos (5% a. a., no máximo)<br />

por um espaço temporal <strong>de</strong> médio e longo prazos (5, 10 e 25 anos) e carência para começar<br />

a pagar o principal e os juros, até o início das ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong>sses. O Brasil <strong>de</strong>ve aproveitar a<br />

atual liqui<strong>de</strong>z internacional (mesmo em tempos <strong>de</strong> crise) para captar recursos no exterior a<br />

juros baixos e <strong>de</strong> longo prazo, se valendo do contexto macroeconômico bastante favorável por<br />

qual passa a nação brasileira, ainda mais após o recebimento do grau <strong>de</strong> investimento pelas<br />

agências internacionais <strong>de</strong> risco.<br />

Obter sempre que possível financiamento privado para os projetos <strong>ferroviário</strong>s <strong>de</strong><br />

passageiros urbanos e interurbanos por todo o território nacional.<br />

O Estado brasileiro precisa criar condições para tornar mais rápida a queda das taxas<br />

<strong>de</strong> juros básicos da economia (a SELIC), <strong>de</strong> forma que os enormes volumes monetários (a<br />

gran<strong>de</strong> maioria <strong>de</strong>les <strong>de</strong> caráter especulativo) empoçados no sistema financeiro, e financiados<br />

por bancos comerciais e gran<strong>de</strong>s empresas nacionais e estrangeiras, sejam canalizados<br />

para os setores produtivos da economia brasileira, em particular, na área <strong>de</strong> infraestrutura,<br />

prioritariamente, no setor <strong>ferroviário</strong> <strong>de</strong> passageiros, em todas as suas modalida<strong>de</strong>s.<br />

fontes <strong>de</strong> financiamento perenes para os sistemas <strong>ferroviário</strong>s <strong>de</strong> passageiros<br />

Urbanos e interurbanos<br />

Ci<strong>de</strong><br />

Alíquota <strong>de</strong> R$ 0,50 a R$ 1,00 por litro na gasolina e <strong>de</strong>rivados e <strong>de</strong> R$ 0,25 a R$<br />

0,50 por litro no álcool e óleo diesel e <strong>de</strong>rivados (exceto caminhões e ônibus municipais<br />

e intermunicipais que <strong>de</strong>verão ser isentos) e R$ 1,00 por litro no querosene <strong>de</strong> aviação e<br />

<strong>de</strong>rivados. Destinar 50% dos montantes arrecadados aos sistemas <strong>de</strong> transporte metro<strong>ferroviário</strong><br />

e os 50% restantes aos sistemas <strong>de</strong> transporte <strong>ferroviário</strong> <strong>de</strong> passageiros interurbano.<br />

Terminar com a incidência da Desvinculação <strong>de</strong> Receitas da União (DRU) sobre a CIDE.<br />

Créditos <strong>de</strong> Carbono<br />

Com toda certeza, o comércio mundial <strong>de</strong> créditos <strong>de</strong> carbono é uma opção valiosa<br />

para financiar e manter os sistemas <strong>ferroviário</strong>s urbanos e interurbanos no país (além <strong>de</strong><br />

contribuir para a redução do aquecimento global), uma vez esses sendo movidos com matrizes<br />

energéticas renováveis.<br />

empreendimentos Associados<br />

Estimular ao máximo a criação <strong>de</strong> empreendimentos associados (edifícios comerciais<br />

e resi<strong>de</strong>nciais, shoppings centers, empreendimentos turísticos, etc.) junto aos sistemas <strong>de</strong><br />

passageiros urbanos e interurbanos no Brasil, com duplo objetivo: auxiliar no financiamento<br />

dos sistemas e tornar os mesmos mais lucrativos e atraentes à investidores privados.<br />

ipva<br />

Destinar 100% do IPVA arrecadado para o transporte <strong>ferroviário</strong> <strong>de</strong> passageiros urbano<br />

e interurbano (50% dos recursos para cada um). Elevar a alíquota do IPVA e passar a ter duas<br />

faixas <strong>de</strong> arrecadação: 10% para o transporte individual com preço dos veículos <strong>de</strong> até 150 mil<br />

reais; e <strong>de</strong> 20% para veículos <strong>de</strong> valores acima <strong>de</strong> 150 mil reais. Válido por 25 anos.<br />

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pedágio Urbano<br />

7º Concurso <strong>de</strong> Monografia <strong>CBTU</strong> 2010 − A Cida<strong>de</strong> nos Trilhos<br />

Adoção <strong>de</strong> pedágio urbano nas maiores cida<strong>de</strong>s do país, com uma população superior<br />

a 100 mil habitantes, situadas ou não nas regiões metropolitanas brasileiras e que apresentem<br />

congestionamentos diários crônicos. O objetivo primordial da criação do pedágio urbano é<br />

transformá-lo numa po<strong>de</strong>rosa ferramenta na redução das externalida<strong>de</strong>s negativas do transporte<br />

individual nos gran<strong>de</strong>s centros urbanos brasileiros, e ainda, com o intuito <strong>de</strong> financiar o transporte<br />

metro<strong>ferroviário</strong> nessas, vindo a resolver os seus graves problemas <strong>de</strong> mobilida<strong>de</strong> e do uso e<br />

ocupação do solo, além <strong>de</strong> proporcionar a <strong>de</strong>mocratização do uso do espaço físico urbano.<br />

Deverá incidir sobre o transporte individual (automóveis e motos) proporcional ao valor do IPVA<br />

anual (para que não se crie um “apartheid” motorizado entre os mais e os menos abastados,<br />

mais injusto do que os que vivemos atualmente com os que possuem e os que não possuem<br />

transporte individual), nas principais vias <strong>de</strong> circulação urbanas (principalmente as centrais e<br />

vias expressas) e acessos rodoviários até 10 km das cida<strong>de</strong>s on<strong>de</strong> o mesmo for implantado,<br />

nos horários <strong>de</strong> pico, <strong>de</strong> manhã e a tar<strong>de</strong>. O controle <strong>de</strong>verá ser feito <strong>de</strong> forma eletrônica por<br />

antenas e chips nos veículos (carros e motos). Destinar 100% dos recursos arrecadados em<br />

sistemas metro<strong>ferroviário</strong>s. Válido por 25 anos.<br />

pedágios interurbanos<br />

Arrecadação <strong>de</strong> 5% a 10% do valor dos pedágios nas principais rodovias em toda a nação,<br />

porém o valor a ser cobrado do transporte individual <strong>de</strong>verá ser proporcional ao seu valor <strong>de</strong><br />

mercado, com base no IPVA. O controle <strong>de</strong>verá ser realizado por meio eletrônico com antenas<br />

com os veículos (carros e motos) portando chips para serem i<strong>de</strong>ntificados. As arrecadações<br />

<strong>de</strong>verão ser canalizadas 100% para o transporte <strong>ferroviário</strong> <strong>de</strong> passageiros interurbano.<br />

ppps<br />

Utilização do mecanismo das Parcerias Público-Privadas (PPPs) para obtenção <strong>de</strong> recursos<br />

junto aos entes privados a fim <strong>de</strong> concretizar projetos <strong>ferroviário</strong>s <strong>de</strong> passageiros urbanos e<br />

interurbanos no Brasil uma vez que o Estado (em suas três esferas <strong>de</strong> po<strong>de</strong>r) encontra-se com a sua<br />

capacida<strong>de</strong> financeira limitada para investimentos em projetos <strong>de</strong> infraestrutura (principalmente<br />

os <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> envergadura) ou por motivos <strong>de</strong> controle fiscal (Lei <strong>de</strong> Responsabilida<strong>de</strong> Fiscal).<br />

propaganda<br />

As concessionárias po<strong>de</strong>rão obter recursos extras oriundas <strong>de</strong> espaços <strong>de</strong> propaganda em<br />

trens e estações e terminais <strong>ferroviário</strong>s.<br />

Taxas<br />

Taxa <strong>de</strong> 1% sobre os valores do IPTU dos imóveis edificados em logradouros situados num<br />

raio <strong>de</strong> até 500 metros das estações metroferroviárias.<br />

Taxa <strong>de</strong> 0,5% sobre o valor <strong>de</strong> mercado das edificações situadas em logradouros num raio<br />

<strong>de</strong> 500 metros das estações ferroviárias <strong>de</strong> passageiros interurbanas.<br />

Taxa <strong>de</strong> R$ 2,50 por estacionamento avulso <strong>de</strong> veiculo e <strong>de</strong> 10% sobre o valor do<br />

estacionamento <strong>de</strong> veículos horistas e mensalistas nos estacionamentos situados nas cida<strong>de</strong>s<br />

com mais <strong>de</strong> 100 mil habitantes.<br />

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7º Concurso <strong>de</strong> Monografia <strong>CBTU</strong> 2010 − A Cida<strong>de</strong> nos Trilhos<br />

Taxa <strong>de</strong> R$ 1,00 sobre o valor dos bilhetes nas “zonas azuis” em todas as cida<strong>de</strong>s com<br />

mais <strong>de</strong> 100 mil habitantes.<br />

Taxa <strong>de</strong> 10% sobre o valor a ser cobrado nas inspeções veiculares anuais em todos os<br />

veículos automotores (carros, motos, ônibus e caminhões) com mais <strong>de</strong> um ano <strong>de</strong> fabricação<br />

nas cida<strong>de</strong>s com mais <strong>de</strong> 50 mil habitantes.<br />

Taxa <strong>de</strong> 5% a 10% no preço das passagens dos ônibus fretados que são concorrentes<br />

diretos do transporte <strong>ferroviário</strong> <strong>de</strong> passageiros interurbano.<br />

Taxa entre 5% e 10% inci<strong>de</strong>nte sobre o valor das passagens <strong>de</strong> ônibus interurbanos em<br />

todo o Brasil.<br />

Taxa <strong>de</strong> 5% a 10% inci<strong>de</strong>nte sobre o valor das tarifas praticadas em todos os voos<br />

domésticos.<br />

Taxar em 2,5% a 5% as principais commodities brasileiras como minério <strong>de</strong> ferro, soja e<br />

açúcar, e mais adiante o petróleo e seus <strong>de</strong>rivados, entre outras, para financiar a construção,<br />

mo<strong>de</strong>rnização e operação dos sistemas <strong>ferroviário</strong>s interurbanos, em todo o território nacional.<br />

OBS1.: As taxas terão valida<strong>de</strong> por 25 anos e os montantes arrecadados nas áreas urbanas<br />

<strong>de</strong>verão ser aplicados em sistema metro<strong>ferroviário</strong>s <strong>de</strong> média e alta capacida<strong>de</strong>s. Já os recursos<br />

arrecadados em áreas interurbanas <strong>de</strong>verão ser canalizados para os sistemas <strong>ferroviário</strong>s <strong>de</strong><br />

passageiros interurbanos.<br />

OBS2.: Todos os montantes arrecadados <strong>de</strong>verão ir para um fundo fe<strong>de</strong>ral on<strong>de</strong> os<br />

mesmos serão distribuídos entre União (50%), estados (30%) e municípios (20%) para serem<br />

investidos obrigatoriamente com verbas “carimbadas” na construção e manutenção <strong>de</strong> sistemas<br />

<strong>ferroviário</strong>s <strong>de</strong> passageiros urbanos e interurbanos.<br />

incentivos Aos investidores privados dos sistemas <strong>ferroviário</strong>s <strong>de</strong> passageiros<br />

Urbanos e interurbanos<br />

Oferecer incentivos fiscais e reduções tributárias por um xis espaço temporal (5 a 10<br />

anos, por exemplo), além <strong>de</strong> financiamento <strong>de</strong> médio e longo prazos (5, 10 a 25 anos) a<br />

juros baixos (5% a. a.), oriundos <strong>de</strong> bancos <strong>de</strong> fomento, nacionais e internacionais, entre<br />

outras fontes, aos empreen<strong>de</strong>dores privados que investirem no setor <strong>ferroviário</strong> <strong>de</strong> passageiros<br />

urbano e interurbano, como construtores da estrutura não operacional (túneis, pontes e<br />

viadutos,) e/ou fornecedores da estrutura operacional (via permanente, oficinas, sinalização,<br />

etc.), além do material rodante, e/ou edificadores ou reformadores das estações e terminais (e<br />

suas respectivas manutenções), e como operadores dos sistemas. Já se os investidores privados<br />

provi<strong>de</strong>nciarem a estrutura operacional (via permanente, oficinas, sinalização, etc.), além do<br />

fornecimento do material rodante, e/ou forem os responsáveis pela construção ou reforma das<br />

estações e terminais (e suas respectivas manutenções), e operarem os sistemas, os benefícios<br />

fiscais e tributários, bem como os financiamentos, <strong>de</strong>verão existir, mas em menor escala. E,<br />

finalmente, se os investidores privados entrarem somente com o material rodante e operarem<br />

os sistemas, ou tão apenas operarem os sistemas esses não <strong>de</strong>verão ser contemplados com<br />

nenhum tipo <strong>de</strong> benefício estatal.<br />

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7º Concurso <strong>de</strong> Monografia <strong>CBTU</strong> 2010 − A Cida<strong>de</strong> nos Trilhos<br />

indústria ferroviária nacional <strong>de</strong> passageiros Urbana e interurbana<br />

Elevar a alíquota <strong>de</strong> importação <strong>de</strong> trilhos, vagões e locomotivas, entre outros produtos<br />

<strong>ferroviário</strong>s <strong>de</strong> passageiros, urbanos e interurbanos, entre 25% a 50% ou superior e, em<br />

concomitância, oferecer incentivos fiscais e tributários (como acontece com a indústria<br />

automobilística) por um xis espaço temporal (5 a 10 anos, por exemplo) e linhas <strong>de</strong> crédito<br />

vantajosas para que as principais empresas transnacionais produtoras <strong>de</strong> todo o tipo <strong>de</strong> material<br />

<strong>ferroviário</strong> <strong>de</strong> passageiros venham a se fixar no Brasil para fabricá-los.<br />

financiamento<br />

Abrir linhas <strong>de</strong> crédito a juros baixos (no máximo <strong>de</strong> 5% a. a.) e <strong>de</strong> médio e longo<br />

prazos (5, 10 a 25 anos) através das entida<strong>de</strong>s financeiras <strong>de</strong> fomento do Brasil, como o<br />

BNDES, e internacionais, como o BID e o BIRD, entre outras instituições, visando a financiar<br />

todo o complexo da indústria ferroviária nacional <strong>de</strong> passageiros, inclusive o setor <strong>de</strong> C & T,<br />

diretamente (inclusive com parcerias com universida<strong>de</strong>s e centros tecnológicos brasileiros), ou<br />

indiretamente, através <strong>de</strong> joint ventures com as principais empresas multinacionais do setor,<br />

como a Bombardier, a Siemens, a Alstom e a Mitsubishi, primordialmente, com o intuito <strong>de</strong><br />

se transferir tecnologia e/ou criar novas tecnologias na fabricação <strong>de</strong> todo o tipo <strong>de</strong> material<br />

<strong>ferroviário</strong> (via permanente, material rodante, re<strong>de</strong> aérea, sinalização, etc.) necessário à<br />

implantação <strong>de</strong> trens <strong>de</strong> passageiros urbanos e interurbanos <strong>de</strong> ponta em todo o território<br />

nacional, vindo a <strong>de</strong>senvolver um po<strong>de</strong>roso parque <strong>de</strong> material <strong>ferroviário</strong> <strong>de</strong> passageiros, não<br />

somente para abastecer o mercado interno, bem como o externo, gerando preciosas divisas à<br />

nação.<br />

Os incentivos diversos a serem concedidos ao sistema <strong>ferroviário</strong> nacional <strong>de</strong> passageiros,<br />

bem como à indústria ferroviária <strong>de</strong> passageiros brasileira, são mais do que justificados<br />

diante da sua importância estratégica ao país , e ainda se faz justiça aos mesmos, diante dos<br />

incentivos fiscais que recebe a indústria automobilística nacional, assim como os significativos<br />

investimentos que são realizados no modal <strong>de</strong> transporte rodoviário brasileiro.<br />

intermodalida<strong>de</strong><br />

Garantir a intermodalida<strong>de</strong> total dos sistemas <strong>de</strong> transporte <strong>ferroviário</strong> <strong>de</strong> passageiros,<br />

urbano e interurbano, com os <strong>de</strong>mais modais <strong>de</strong> transporte <strong>de</strong> passageiros (aeroviário,<br />

rodoviário, barcas, etc.) em especial os não motorizados como as bicicletas, existentes nas<br />

maiores cida<strong>de</strong>s brasileiras, particularmente as situadas nas regiões metropolitanas. A integração<br />

do transporte <strong>ferroviário</strong> <strong>de</strong> passageiros com os <strong>de</strong>mais modais é crucial para que esse consiga<br />

a <strong>de</strong>manda necessária para sustentá-los e ao mesmo tempo aumentar a sua eficiência.<br />

investimento no setor <strong>ferroviário</strong> <strong>de</strong> passageiros Urbano e interurbano<br />

Investir maciçamente no setor <strong>ferroviário</strong> <strong>de</strong> passageiros (com a construção <strong>de</strong> novas<br />

linhas ferroviárias e mo<strong>de</strong>rnização das antigas (quando economicamente viável) e construção<br />

<strong>de</strong> material rodante, etc., a exemplo do que vem fazendo a China, fortalecendo não somente<br />

a indústria ferroviária <strong>de</strong> passageiros, bem como todo o nosso complexo mineral-si<strong>de</strong>rúrgicometalúrgico<br />

nacional, ainda mais do que atualmente, vindo a gerar centenas <strong>de</strong> milhares <strong>de</strong><br />

empregos, diretos e indiretos, renda, e impostos ao Estado, em suas três esferas <strong>de</strong> po<strong>de</strong>r.<br />

- 199 -


licenças Ambientais<br />

7º Concurso <strong>de</strong> Monografia <strong>CBTU</strong> 2010 − A Cida<strong>de</strong> nos Trilhos<br />

Desburocratizar as licenças ambientais (agilizando-as, mas não negligenciando- as) na<br />

criação <strong>de</strong> linhas <strong>de</strong> trens urbanos e interurbanos em suas diversas modalida<strong>de</strong>s, contribuindo<br />

<strong>de</strong>cisivamente para agilizar os processos <strong>de</strong> construção <strong>de</strong> importantes obras <strong>de</strong> infraestrutura<br />

para a melhoria da qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vida nas maiores cida<strong>de</strong>s brasileiras.<br />

Malha ferroviária<br />

Edificação <strong>de</strong> uma generosa malha ferroviária interurbana <strong>de</strong> 75 mil km <strong>de</strong> extensão<br />

em bitola 1 600 mm ou 1435 mm para uso misto (cargas e passageiros) nos próximos 25 anos<br />

(cerca <strong>de</strong> 3 mil km <strong>de</strong> extensão anuais – sendo algo totalmente exeqüível) e preparando-a para<br />

futuras conexões com as linhas <strong>de</strong> nações vizinhas. O intuito do uso misto (com o transporte<br />

<strong>de</strong> carga geral <strong>de</strong> maior valor agregado e <strong>de</strong> cargas expressas), nas mesmas linhas férreas visa<br />

a facilitar o retorno do trem <strong>de</strong> passageiros no Brasil, uma vez que a carga ajudaria a financiar<br />

o transporte <strong>de</strong> passageiros.<br />

Recuperação (quando for possível) dos 2/3 da malha ferroviária atual <strong>de</strong> 29 mil km <strong>de</strong><br />

extensão que não se encontram em condição <strong>de</strong> operacionalida<strong>de</strong>, igualmente para uso misto<br />

(cargas e passageiros).<br />

Mão-<strong>de</strong>-obra<br />

Formação <strong>de</strong> mão-<strong>de</strong>-obra brasileira nas principais universida<strong>de</strong>s e centros tecnológicos<br />

da nação para suprir as necessida<strong>de</strong>s dos sistemas <strong>ferroviário</strong>s urbanos e interurbanos.<br />

Medidas Administrativas<br />

Criar autorida<strong>de</strong>s únicas para gerir os transportes metro<strong>ferroviário</strong>s nas maiores cida<strong>de</strong>s<br />

do Brasil, especialmente nas regiões metropolitanas.<br />

Transformar a <strong>CBTU</strong> na empresa criadora <strong>de</strong> uma política nacional <strong>de</strong> transporte<br />

metro<strong>ferroviário</strong> exercendo o papel <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> estudos, pesquisas, projetos e<br />

implantação dos mesmos em todo o território nacional, se valendo <strong>de</strong> sua larga experiência <strong>de</strong><br />

mais 25 anos <strong>de</strong> experiência no setor e profissionais capacitados para exercer a função que<br />

já realiza no momento, só que em maior escala. Já a parte do setor <strong>ferroviário</strong> <strong>de</strong> passageiros<br />

interurbano continuaria a cargo da ANTT.<br />

Realizar o planejamento <strong>de</strong> longo prazo (25 anos) na implantação dos sistemas <strong>ferroviário</strong>s<br />

<strong>de</strong> passageiros, urbanos e interurbanos.<br />

Criar cronogramas rígidos na implantação dos projetos <strong>ferroviário</strong>s, urbanos e interurbanos,<br />

para evitar que os mesmos fiquem <strong>de</strong>satualizados e tenham <strong>de</strong> ser refeitas para se a<strong>de</strong>quarem<br />

a uma nova realida<strong>de</strong>.<br />

Criação <strong>de</strong> um Plano Nacional <strong>de</strong> Ferrovias <strong>de</strong> Passageiros (PNFP) com objetivo <strong>de</strong> planejar<br />

a construção <strong>de</strong> linhas férreas interurbanas <strong>de</strong> passageiros em todo o território nacional.<br />

Criar uma empresa similar a espanhola ADIF, que ficaria responsável por projetar,<br />

construir e administrar os sistemas <strong>ferroviário</strong>s <strong>de</strong> passageiros interurbanos a serem edificados<br />

e oferecer a operação <strong>de</strong>sses a terceiros, sejam empresas públicas ou privadas. A diferença é<br />

- 200 -


7º Concurso <strong>de</strong> Monografia <strong>CBTU</strong> 2010 − A Cida<strong>de</strong> nos Trilhos<br />

que, ao contrário do mo<strong>de</strong>lo espanhol on<strong>de</strong> a ADIF só é titular <strong>de</strong> linhas rentáveis, a empresa<br />

nacional ficaria também com as não rentáveis, vindo a ter ganhos na média.<br />

Criação <strong>de</strong> uma estatal fe<strong>de</strong>ral (com o nome sugestivo <strong>de</strong> Ferrovias Brasileiras S/A - FB)<br />

para realizar o transporte <strong>ferroviário</strong> interurbano <strong>de</strong> passageiros com o intuito <strong>de</strong> construir<br />

linhas férreas <strong>de</strong> passageiros e operar as já existentes, vindo a <strong>de</strong>senvolver as ligações ferroviárias<br />

interurbanas <strong>de</strong> passageiros no país. A FB po<strong>de</strong>rá, como acontece na Alemanha e outras<br />

nações <strong>de</strong>senvolvidas, transportar cargas simultaneamente ao tráfego <strong>de</strong> passageiros, com o<br />

objetivo <strong>de</strong> manter o equilíbrio financeiro das linhas. As cargas a serem transportadas <strong>de</strong>verão<br />

ser gerais, <strong>de</strong> maior valor agregado, e cargas expressas.<br />

Criação <strong>de</strong> um Anel Metro<strong>ferroviário</strong> Metropolitano (AMM) <strong>de</strong> passageiros, no entorno<br />

da capital paulista, interligando suas principais cida<strong>de</strong>s por um sistema <strong>de</strong> alta capacida<strong>de</strong>.<br />

Posteriormente, implantar nas <strong>de</strong>mais regiões metropolitanas brasileiras, bem como nos<br />

maiores aglomerados urbanos da nação.<br />

Estimular a criação <strong>de</strong> projetos <strong>ferroviário</strong>s <strong>de</strong> passageiros <strong>de</strong> todos os tipos (VLTs, metrôs,<br />

trens urbanos e interurbanos e turísticos) em todo o país, por meio <strong>de</strong> incentivos financeiros e<br />

administrativos diversos.<br />

Recuperação <strong>de</strong> antigos pátios e estações ferroviárias, bem como <strong>de</strong> suas respectivas orlas<br />

ferroviárias nos maiores aglomerados urbanos brasileiros, transformando-as em importantes<br />

eixos <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento sócieconômico para usos múltiplos: resi<strong>de</strong>ncial, comercial, industrial<br />

e <strong>de</strong> serviços.<br />

Reativar o tráfego <strong>de</strong> linhas férreas <strong>de</strong>sativadas ou subutilizadas para uso no transporte <strong>de</strong><br />

passageiros urbano e interurbano nas principais cida<strong>de</strong>s brasileiras, especialmente as <strong>de</strong> médio<br />

e gran<strong>de</strong> portes.<br />

Criação <strong>de</strong> trens aeroportos (shuttle service) nas maiores cida<strong>de</strong>s brasileiras, interligando<br />

as áreas centrais <strong>de</strong>ssas aos seus respectivos aeroportos.<br />

Criação <strong>de</strong> ligações metroferroviárias nos maiores aglomerados urbanos do país, das suas<br />

áreas centrais às principais universida<strong>de</strong>s e centros tecnológicos existentes e interligando-os<br />

aos seus aeroportos.<br />

Interligar os principais <strong>de</strong>stinos, nas médias e gran<strong>de</strong>s cida<strong>de</strong>s brasileiras, com a utilização<br />

dos sistemas <strong>de</strong> transporte <strong>de</strong> passageiros metro<strong>ferroviário</strong>s através <strong>de</strong> linhas lineares e radiais,<br />

com o objetivo <strong>de</strong> oferecer <strong>de</strong>slocamentos os mais rápidos e confortáveis possíveis aos usuários,<br />

reduzindo assim as chances <strong>de</strong> haver trens lotados ou superlotados nos translados.<br />

Realizar ligações metroferroviárias, sempre que possível, por via subterrânea ou em vias<br />

elevadas, nas áreas urbanas primordialmente, a fim <strong>de</strong> evitar custos com <strong>de</strong>sapropriações e<br />

empecilhos ambientais.<br />

Criar estacionamentos para carros e motos, além <strong>de</strong> bicicletas e criar bicicletários<br />

públicos (como acontece em diversas cida<strong>de</strong>s da Europa) próximos às estações <strong>de</strong> transporte<br />

<strong>ferroviário</strong> <strong>de</strong> passageiros urbanas e interurbanas, com o intuito <strong>de</strong> elevar o uso do transporte<br />

<strong>ferroviário</strong> <strong>de</strong> passageiros urbano e interurbano.<br />

- 201 -


7º Concurso <strong>de</strong> Monografia <strong>CBTU</strong> 2010 − A Cida<strong>de</strong> nos Trilhos<br />

Os ônibus urbanos <strong>de</strong>vem servir como alimentadores dos sistemas metro<strong>ferroviário</strong>s e<br />

indo até os capilares do tecido urbano on<strong>de</strong> esses não po<strong>de</strong>m chegar, agindo como coadjuvantes<br />

e não protagonistas dos sistemas <strong>de</strong> transportes <strong>de</strong> massa.<br />

Realizar as integrações físicas e tarifárias dos sistemas metro<strong>ferroviário</strong>s com os <strong>de</strong>mais<br />

modais <strong>de</strong> transporte <strong>de</strong> passageiros (aeroviário, rodoviário, barcas, etc.) <strong>de</strong> forma a aumentar<br />

a eficiência <strong>de</strong>sses e reduzir custos aos usuários dos mesmos.<br />

Transformar os trens metropolitanos <strong>de</strong> todo o país em metrôs <strong>de</strong> superfície.<br />

Nas linhas ferroviárias singelas (bem como nas vias duplas) criar pátios <strong>de</strong> passagem<br />

para os trens (só <strong>de</strong> passageiros ou mistos) a fim <strong>de</strong> não haver problemas <strong>de</strong> tráfego com trens<br />

cargueiros que <strong>de</strong>verão dar a priorida<strong>de</strong> ao tráfego dos trens <strong>de</strong> passageiros.<br />

Criação <strong>de</strong> novas e mo<strong>de</strong>rnas linhas ferroviárias, urbanas e interurbanas, sempre<br />

que possível em via dupla (ao invés <strong>de</strong> via singela), e eletrificada (ou com a utilização <strong>de</strong><br />

biocombustíveis), além <strong>de</strong> mo<strong>de</strong>rnizar as existentes em via singelas e com trens movidos a<br />

diesel, padronizando-as com as novas, <strong>de</strong> forma paulatina, com triplo objetivo: se preparar para<br />

aten<strong>de</strong>r a maiores <strong>de</strong>mandas no futuro; não causar poluição ambiental (sonora e atmosférica);<br />

e obter certificados <strong>de</strong> créditos <strong>de</strong> carbono.<br />

Criar ligações ferroviárias interurbanas <strong>de</strong> passageiros, com trens expressos e paradores,<br />

praticando velocida<strong>de</strong>s comerciais <strong>de</strong> 180 km/h a 200 km/h ou superiores (até um máximo<br />

<strong>de</strong> 250 km/h – com custos até 1/3 menores do que a implantação <strong>de</strong> linhas <strong>de</strong> Trem <strong>de</strong> Alta<br />

Velocida<strong>de</strong> - TAV) iniciando pelo quadrilátero macrometropolitano paulista, interligando entre<br />

si as cida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Sorocaba, Campinas, São José dos Campos e Santos e conectando-as a São<br />

Paulo em linhas cruzadas. Posteriormente, realizar a interligação <strong>de</strong> todas as principais cida<strong>de</strong>s<br />

brasileiras entre si, particularmente as <strong>de</strong> médio e gran<strong>de</strong> portes, com o intuito <strong>de</strong> promover<br />

o <strong>de</strong>senvolvimento sócioeconômico e ambientalmente sustentado <strong>de</strong>ssas e ainda aten<strong>de</strong>r<br />

a uma enorme <strong>de</strong>manda potencial reprimida e a uma <strong>de</strong>manda futura a ser <strong>de</strong>senvolvida.<br />

Inicialmente as ligações interurbanas <strong>de</strong>verão ocorrer por trechos e, num segundo momento,<br />

<strong>de</strong>verão ser conectadas umas as outras vindo a formar linhas mais extensas e, mais adiante,<br />

dando origem a malhas. Um dos objetivos primordiais da realização das ligações ferroviárias<br />

interurbanas <strong>de</strong> passageiros é, além <strong>de</strong> conectar com rapi<strong>de</strong>z os maiores aglomerados urbanos<br />

brasileiros, promover, concomitantemente, a <strong>de</strong>sconcentração populacional nos mesmos<br />

(cuja concentração populacional atualmente é uma das maiores do mundo), especialmente<br />

os situados nas regiões metropolitanas da nação, assim como proporcionar o <strong>de</strong>senvolvimento<br />

sustentado das cida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> menor porte, bem como originar o surgimento <strong>de</strong> novas cida<strong>de</strong>s,<br />

como já ocorrera outrora.<br />

Utilização <strong>de</strong> dormentes ecológicos <strong>de</strong> plástico e <strong>de</strong> borracha em substituição aos<br />

dormentes <strong>de</strong> ma<strong>de</strong>ira, aço e concreto nos sistemas <strong>ferroviário</strong>s <strong>de</strong> passageiros, urbanos e<br />

interurbanos, visando a reduzir custos financeiros e contribuir com o meio ambiente.<br />

Realizar investimentos maciços em sistemas <strong>de</strong> transporte <strong>de</strong> passageiros, urbanos e<br />

interurbanos nas maiores cida<strong>de</strong>s brasileiras com vistas a equacionar os graves problemas <strong>de</strong><br />

mobilida<strong>de</strong> existentes nessas, além <strong>de</strong> promover o uso e a ocupação do solo <strong>de</strong> forma racional<br />

e o <strong>de</strong>senvolvimento econômico ambientalmente sustentado nas mesmas. Os investimentos<br />

<strong>de</strong> monta no setor <strong>ferroviário</strong> <strong>de</strong> passageiros mais que se justificam pelo enorme retorno<br />

(direto e indireto) que os mesmos proporcionam, ao contrário do modal rodoviário, que drena<br />

anualmente vultosos e preciosos recursos públicos para o transporte individual, na edificação<br />

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7º Concurso <strong>de</strong> Monografia <strong>CBTU</strong> 2010 − A Cida<strong>de</strong> nos Trilhos<br />

<strong>de</strong> vias expressas e anéis viários, que só contribuem para elevar os congestionamentos crônicos<br />

a médio prazo, afora a questão <strong>de</strong> promover um verda<strong>de</strong>iro “apartheid” entre os cidadãos que<br />

possuem e os que não possuem automóveis.<br />

Incentivar a reocupação das áreas centrais (os gran<strong>de</strong>s vazios urbanos), dos maiores<br />

aglomerados urbanos brasileiros (as cida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> médio porte, mas, principalmente as <strong>de</strong> gran<strong>de</strong><br />

porte), repovoando-os e revalorizando-os, e evitando, concomitantemente, o espraiamento<br />

urbano sem fim, a<strong>de</strong>nsando-os (sem no entanto incentivar o processo <strong>de</strong> verticalização<br />

indiscriminado), reduzindo <strong>de</strong>ssa forma significativamente os <strong>de</strong>slocamentos diários das áreas<br />

periféricas para as regiões centrais, e vice-versa (vindo a reduzir a excessiva fragmentação do<br />

tecido urbano, causado pelo uso intensivo do transporte individual) com a utilização <strong>de</strong>cisiva<br />

dos sistemas metro<strong>ferroviário</strong>s <strong>de</strong> média e alta capacida<strong>de</strong>s, vindo a beneficiar as parcelas<br />

menos abastadas da socieda<strong>de</strong> nesses.<br />

Utilizar o transporte <strong>ferroviário</strong> <strong>de</strong> passageiros, urbano e interurbano como meio para<br />

criar novos pólos regionais <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento econômico nos gran<strong>de</strong>s centros urbanos<br />

brasileiros (inclusive vindo a reduzir as necessida<strong>de</strong>s diárias <strong>de</strong> <strong>de</strong>slocamento <strong>de</strong> pessoas<br />

nesses) e entre esses.<br />

Utilizar as diversas linhas <strong>de</strong> carga ociosas ou abandonadas e que atravessam as principais<br />

cida<strong>de</strong>s brasileiras, particularmente as <strong>de</strong> médio e gran<strong>de</strong> portes, para operar linhas <strong>de</strong> trem <strong>de</strong><br />

passageiros urbanos <strong>de</strong> média capacida<strong>de</strong>, como os Veículos Leves sobre Trilhos (VLTs). Dar a<br />

preferência ao uso <strong>de</strong> VLTs no perímetro urbano ao invés <strong>de</strong> trem urbanos mais pesados, salvo<br />

quando for imprescindível sistemas <strong>de</strong> alta capacida<strong>de</strong>.<br />

Oferecer à população brasileira sistemas <strong>de</strong> transporte <strong>ferroviário</strong> <strong>de</strong> passageiros, urbanos<br />

(<strong>de</strong> média e alta capacida<strong>de</strong>s) e interurbanos, <strong>de</strong> excelência: veloz, mo<strong>de</strong>rno, confortável,<br />

econômico (com tarifas condizentes com a realida<strong>de</strong> da gran<strong>de</strong> maioria dos seus habitantes),<br />

regular, e com traçados que supram as necessida<strong>de</strong>s dos usuários <strong>de</strong> forma eficiente. Esses<br />

adquirem enorme importância na vida das pessoas uma vez que se constituem numa po<strong>de</strong>rosa<br />

ferramenta para redução da pobreza, pois garantem o acesso aos serviços públicos gratuitos<br />

como educação, saú<strong>de</strong>, etc., mas, principalmente, a oportunida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> trabalho, a<strong>de</strong>mais<br />

são indutores do <strong>de</strong>senvolvimento sócioeconômico e ambientalmente sustentáveis, sendo<br />

condição sine qua non para o <strong>de</strong>senvolvimento urbano e regional brasileiro.<br />

planos diretores<br />

Elaborar planos diretores <strong>de</strong> longo prazo, eficientes e racionais, que promovam os<br />

transportes <strong>ferroviário</strong>s <strong>de</strong> passageiros urbanos e interurbanos, nas cida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> médio e gran<strong>de</strong><br />

portes, a fim <strong>de</strong> resolver a problemática da mobilida<strong>de</strong> urbana e interurbana nessas, e entre<br />

elas, assim como organizar e reorganizar o uso e a ocupação do espaço urbano e interurbano<br />

nas supracitadas, afora agir como indutores do <strong>de</strong>senvolvimento socioeconômico e garantir<br />

a sustentabilida<strong>de</strong> ambiental, em todo território nacional, vindo a garantir a melhoria da<br />

qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vida da maior parcela possível da população brasileira.<br />

parcerias público-privadas (ppps)<br />

As Parcerias Público-Privadas (PPPs) po<strong>de</strong>m ser <strong>de</strong> dois tipos principais: Numa primeira<br />

situação, o Estado provi<strong>de</strong>ncia a estrutura não operacional das linhas ferroviárias <strong>de</strong> passageiros,<br />

urbanas e interurbanas, como a aquisição e a <strong>de</strong>sapropriação <strong>de</strong> terrenos e a construção<br />

<strong>de</strong> túneis, pontes e viadutos, enquanto que os empreen<strong>de</strong>dores privados provi<strong>de</strong>nciam<br />

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7º Concurso <strong>de</strong> Monografia <strong>CBTU</strong> 2010 − A Cida<strong>de</strong> nos Trilhos<br />

a infraestrutura operacional (via permanente, oficinas, sinalização, re<strong>de</strong> aérea, etc.), e o<br />

material rodante, bem como a construção e/ou reforma das estações e terminais, assim como<br />

a manutenção <strong>de</strong>sses, e passariam a explorar o sistema através <strong>de</strong> uma concessão por 50<br />

anos, renováveis por igual período. Numa segunda situação, o Estado provi<strong>de</strong>ncia a estrutura<br />

não operacional e operacional (via permanente) e a iniciativa privada bancaria parte da via<br />

operacional como oficinas, sinalização, re<strong>de</strong> aérea, e etc., o material rodante, e a construção<br />

e/ou reforma <strong>de</strong> estações e terminais, assim como a manutenção <strong>de</strong>sses, e passaria a explorar<br />

o sistema por 25 anos, renováveis por igual período.<br />

Tarifas<br />

Subsidiar as tarifas dos sistemas metro<strong>ferroviário</strong>s, nas cida<strong>de</strong>s com mais <strong>de</strong> 100 mil<br />

habitantes, e as situadas nas regiões metropolitanas do país, com o objetivo <strong>de</strong> garantir a<br />

mobilida<strong>de</strong> urbana à maior parcela possível <strong>de</strong> cidadãos brasileiros radicados nessas.<br />

Adoção do bilhete único <strong>de</strong> integração nos sistemas metro<strong>ferroviário</strong>s com outras modais<br />

<strong>de</strong> transporte nas cida<strong>de</strong>s com mais <strong>de</strong> 100 mil habitantes.<br />

Tomar os <strong>de</strong>vidos cuidados com as prováveis “guerras <strong>de</strong> tarifas” que po<strong>de</strong>rão ocorrer por<br />

parte dos <strong>de</strong>mais modais <strong>de</strong> transporte <strong>de</strong> passageiros ante o transporte <strong>ferroviário</strong> interurbano<br />

<strong>de</strong> passageiros.<br />

Tarifa Horo-sazonal<br />

Fim da tarifa horo-sazonal para os sistemas <strong>ferroviário</strong>s <strong>de</strong> passageiros, urbanos e<br />

interurbanos, em todo o território nacional, com o intuito <strong>de</strong> reduzir as tarifas praticadas<br />

contribuindo para a melhoria da mobilida<strong>de</strong> urbana e interurbana.<br />

Transferência <strong>de</strong> Tecnologia<br />

Transferência das tecnologias das empresas fabricantes <strong>de</strong> material <strong>ferroviário</strong> urbano e<br />

interurbano, em 100%, em até 10 anos.<br />

Produzir material <strong>ferroviário</strong> <strong>de</strong> passageiros urbanos e interurbanos (via permanente,<br />

material rodante, re<strong>de</strong> aérea, sinalização, etc.) dos principais fabricantes, instalados ou não em<br />

território nacional, com índice <strong>de</strong> 100 % <strong>de</strong> nacionalização em até 10 anos.<br />

Trazer tecnologias já consagradas para uso em território brasileiro nos sistemas <strong>ferroviário</strong><br />

<strong>de</strong> passageiros urbanos e interurbanos como o das empresas Siemens, Bombardier, Alstom e<br />

Mitsubishi, por exemplo.<br />

Tir<br />

Garantir <strong>de</strong> uma TIR entre 12,5% e 15% a fim <strong>de</strong> atrair a iniciativa privada e financiadores<br />

privados para investir nos sistemas <strong>ferroviário</strong>s <strong>de</strong> passageiros, urbanos e interurbanos, em<br />

todas as suas modalida<strong>de</strong>s (VLTs, metrôs, etc.).<br />

Traçados<br />

As linhas <strong>de</strong> trens urbanos e interurbanos <strong>de</strong>vem interligar os principais <strong>de</strong>stinos que as<br />

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7º Concurso <strong>de</strong> Monografia <strong>CBTU</strong> 2010 − A Cida<strong>de</strong> nos Trilhos<br />

populações executam diariamente nos eixos comerciais, resi<strong>de</strong>nciais, financeiros, industriais e<br />

do setor <strong>de</strong> serviços, como escolas e universida<strong>de</strong>s, clínicas e hospitais, centros <strong>de</strong> lazer, etc..<br />

Os traçados dos sistemas <strong>de</strong> transporte <strong>ferroviário</strong> <strong>de</strong> passageiros urbanos e interurbanos <strong>de</strong>vem<br />

obe<strong>de</strong>cer as pesquisas <strong>de</strong> Origem/Destino (O/D) além <strong>de</strong> acompanhar, sempre que possível, os<br />

principais eixos viários e rodoviários a fim <strong>de</strong> absorver o fluxo do transporte individual nesses.<br />

Abandonar os traçados sinuosos e com curvas muito fechadas <strong>de</strong> linhas férreas já existentes<br />

e construir novos traçados mais retilíneos e com curvas mais abertas. Se for economicamente<br />

inviável, construir novas linhas, em via dupla (sempre que possível), eletrificada, capazes <strong>de</strong><br />

operar trens <strong>de</strong> passageiros com velocida<strong>de</strong>s comerciais superiores a 180 km/h.<br />

Edificação <strong>de</strong> novas linhas ferroviárias nas áreas mais periféricas das gran<strong>de</strong>s cida<strong>de</strong>s<br />

brasileiras (em caso da impossibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> reativar as ferrovias existentes, assim como <strong>de</strong> sua<br />

duplicação), e interligando-as preferencialmente com trens urbanos (como VLTs, por exemplo)<br />

às zonas centrais <strong>de</strong>ssas, até as estações ferroviárias centrais já existentes, vindo a reativá-las.<br />

Trens Turísticos<br />

Incentivar a criação <strong>de</strong> confortáveis trens turísticos (inclusive com vagões panorâmicos)<br />

por todo o território nacional, com o objetivo principal <strong>de</strong> fomentar o <strong>de</strong>senvolvimento do<br />

transporte <strong>de</strong> passageiros.<br />

3. ConClUsÃo<br />

Mostramos neste trabalho, um conjunto abrangente <strong>de</strong> propostas com vistas à implantação<br />

<strong>de</strong> sistemas <strong>de</strong> trens <strong>de</strong> passageiros, urbanos e interurbanos (dos mais diversos tipos), em larga<br />

escala no país, particularmente em suas maiores cida<strong>de</strong>s e <strong>de</strong>monstrando que isto é algo<br />

totalmente viável, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> que sejam tomados os <strong>de</strong>vidos cuidados nos projetos elaborados, <strong>de</strong><br />

forma que eles obe<strong>de</strong>çam a critérios técnicos, e, principalmente econômicos, realistas, e não<br />

quiméricos, e sem que nos esqueçamos da questão ambiental em suas edificações.<br />

Devemos aproveitar o momento ímpar por qual passa o Brasil, não somente na questão<br />

econômica, mas ante as diversas iniciativas governamentais no setor e outrossim, <strong>de</strong> diversos<br />

segmentos da socieda<strong>de</strong> (iniciativa privada e ONGs), unidos a um mesmo propósito, que é o <strong>de</strong><br />

finalmente criarmos uma relevante, mo<strong>de</strong>rna e eficiente malha ferroviária urbana e interurbana<br />

(<strong>de</strong> padrão internacional, similar as melhores do mundo), totalmente integrada (física e<br />

tarifariamente) aos <strong>de</strong>mais modais <strong>de</strong> transporte <strong>de</strong> passageiros, e indutora do <strong>de</strong>senvolvimento<br />

sócioeconômico e ambientalmente sustentável, oferecendo uma alternativa mais vantajosa aos<br />

nossos concidadãos, em relação aos <strong>de</strong>mais existentes, prioritariamente em nossas maiores<br />

urbis, solucionando a grave crise <strong>de</strong> mobilida<strong>de</strong> que hoje impera nessas e entre as mesmas.<br />

Mas, não somente nas regiões mais <strong>de</strong>senvolvidas do país, e sim em todas as Regiões brasileiras,<br />

<strong>de</strong> forma a garantir a acessibilida<strong>de</strong> e a mobilida<strong>de</strong> a maior parcela possível <strong>de</strong> nossa população<br />

(que exige e merece um transporte <strong>de</strong> excelência), com o objetivo maior <strong>de</strong> realizar o fomento<br />

urbano e regional brasileiro, em sua totalida<strong>de</strong>, seguindo o exemplo vitorioso presente nas<br />

nações mais <strong>de</strong>senvolvidas.<br />

Finalmente, acreditamos que as pospostas oferecidas nesta monografia, uma vez<br />

executadas, serão o catalisador que mudará totalmente a realida<strong>de</strong> vigente do sistema <strong>ferroviário</strong><br />

<strong>de</strong> passageiros urbano e interurbano em solo pátrio.<br />

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