ECONOMIA - Secretaria de Estado de GestÃ£o e Planejamento

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Estudo é inédito e fundamental em Goiás Superintendente Lillian Prado Estudo embasa decisões dos administradores O estudo do Produto Interno Bruto (PIB) dos Municípios, com a divulgação da série histórica abrangendo o período de 1999- 2002, é inédito em Goiás. Seu objetivo é dimensionar a riqueza anual gerada pelos 246 municípios goianos. De acordo com a superintendente de Estatística, Pesquisa e Informação da Secretaria do Planejamento e Desenvolvimento (Seplan), Lillian Maria Silva Prado, o levantamento é importante porque demonstra as particularidades e a dinâmica da estrutura produtiva de cada município, permite aos gestores municipais o melhor dimensionamento das atividades econômicas locais e ainda compará-las com outros municípios. O trabalho contribui, ressalta Lillian Prado, para subsidiar a elaboração de políticas voltadas para o desenvolvimento municipal e regional, as pesquisas da comunidade acadêmica e o cálculo de indicadores municipais. A divulgação do PIB dos Municípios atende também à demanda por informações municipais, principalmente por parte dos estudiosos da economia e dos formuladores de políticas públicas regionais. Método descendente Para calcular o PIB dos municípios goianos, a equipe técnica da Seplan adotou o método descendente de repartição. Ele funciona Foto: Luiz Henrique Veiga Quarenta e cinco municípios da seguinte forma: efetua-se o cálculo do Valor Adicionado para cada uma das 15 atividades econômicas do Estado (PIB Estadual), depois esse valor é repartido pelos municípios conforme estatísticas disponíveis e adequadas para cada atividade. São levantados os dados econômicos da agropecuária, indústria e serviços, com seus respectivos segmentos. A metodologia do cálculo foi amplamente discutida, consolidada e chancelada pelo IBGE, portanto é compatível com as utilizadas nas Contas Regionais e Contas Nacionais, e seus resultados podem ser comparados aos dos demais municípios brasileiros. De acordo com a superintendente da Seplan, a meta, a partir de 2005, é divulgar o PIB dos municípios juntamente com o do PIB do Estado, encurtando, assim, a defasagem temporal da estatística. produziram 76,4% da riqueza estadual De acordo com o estudo PIB dos Municípios, 45 municípios produziram juntos em 2002 o total de R$ 23,92 bilhões, o equivalente a 76,4% de toda a riqueza gerada em Goiás, que somou R$ 31,299 bilhões naquele ano. Por outro lado, os demais 210 municípios, com PIB abaixo da média estadual, de R$ 127,23 milhões, detinham apenas 23,6% da riqueza estadual. Na avaliação de Lillian Prado, os fatores que poderiam explicar tais desigualdades seriam geográficos, a forma de ocupação territorial e o modo de produção. Ela lembra que, no conjunto dos municípios de menor PIB, apenas 15 possuíam participação superior a 1% no total da riqueza gerada em Goiás no ano de 2002. Essa desigualdade fica mais visível quando são analisados os resultados da riqueza por regiões de planejamento. Na Região Sudoeste goiana, ABRIL/JUNHO 2005 ECONOMIA & DESENVOLVIMENTO 33
dez dos municípios apresentaram PIB acima da média estadual. Em seguida estão as regiões Metropolitana de Goiânia, Entorno do Distrito Federal e Sul goiano, que possuem sete municípios, cada um registrando riqueza acima da média do Estado. Já o Nordeste goiano não apresentou nenhum município com o PIB acima da média estadual. Para o secretário do Planejamento, José Carlos Siqueira, o bom desempenho da economia dos municípios é resultado do desenvolvimento do agronegócio, do crescimento da produção industrial, com a atração de investimentos para o Estado, e de uma planta de serviços consistentes. Ele admite, porém, a existência de desigualdades regionais, advinda de históricos diferenciados da evolução do crescimento econômico. Mas lembra que programas e ações têm sido implementados pelo governo estadual nas regiões de menor resultado econômico visando diminuir essas diferenças e promover seu desenvolvimento sustentável. População, PIB e PIB per capita dos municípios mais populosos - 2002 Municípios Fonte: Seplan/Sepin População PIB (R$ 1.000,00) PIB per capita Goiânia 1.142.459 7.093.088 6.209 Aparecida de Goiânia 381.701 1.247.597 3.269 Anápolis 297.142 1.783.619 6.003 Luziânia 159.010 745.806 4.690 Águas Lindas de Goiás 130.270 214.360 1.646 Rio Verde 124.191 1.435.271 11.557 Valparaíso de Goiás 106.139 217.175 2.046 Trindade 89.599 302.382 3.375 Formosa 83.962 249.656 2.973 Itumbiara 83.397 812.041 9.737 Planaltina 83.335 159.434 1.913 Novo Gama 82.945 145.032 1.749 Jataí 79.128 824.151 10.415 Catalão 67.238 1.097.156 16.317 Santo Antônio do Descoberto 62.417 105.721 1.694 Estado de Goiás 5.285.660 31.298.822 5.921 Prestação de serviços registra avanços O setor de prestação de serviços é o mais representativo entre as atividades econômicas levantadas para o cálculo do PIB. Ele engloba os segmentos da administração pública, comércio, alojamento e alimentação, transporte e armazenagem, comunicações, atividades imobiliárias e serviços financeiros, entre outros. Os dez municípios melhores colocados no ranking do setor participaram com 59,32% do total da geração de riquezas da prestação de serviços, o que pode ser explicado pela concentração populacional dessas localidades. Vale ressaltar, porém, que a área de prestação de serviços é comum a todos os municípios, inclusive os menores, já que segmentos como saúde, ensino, telecomunicações, fornecimento de energia elétrica e água tratada estão presentes em todos os portes de cidades. Mas à medida que a população aumen- janela Englobando diversos setores, a prestação de serviços é a mais representativa entre as atividades econômicas para efeito de cálculo do PIB ta, esse segmento vai se tornando mais expressivo. Goiânia é o primeiro colocado no PIB de serviços, respondendo por 31,48% da riqueza da atividade, com seus pólos comercial, de hospedagem e alimentação, de comunicações (call centers de companhias telefônicas), de ensino superior e de serviços de saúde, etc. A capital é seguida de Anápolis (5,68% do total), Aparecida de Goiânia (4,64%), Rio Verde (3,71%) e Senador Canedo (3,56%). 34 ECONOMIA & DESENVOLVIMENTO ABRIL/JUNHO 2005
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