Fisioterapia na Recuperação Funcional do Ombro de um ... - APF
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Revista Portuguesa <strong>de</strong> <strong>Fisioterapia</strong> no Desporto<br />
Foi também obtida <strong>um</strong>a pontuação <strong>de</strong> 98/100 <strong>na</strong><br />
Escala <strong>de</strong> Constant para perceber o grau <strong>de</strong><br />
funcio<strong>na</strong>lida<strong>de</strong> <strong>do</strong> utente (98/100).<br />
Testes <strong>de</strong> Estabilida<strong>de</strong> Articular: ainda não<br />
aplicáveis nesta fase .<br />
É importante salientar que no dia da re-avaliação o<br />
utente apresentava sintomas <strong>de</strong> cervicalgia (que<br />
interferiam com a qualida<strong>de</strong> <strong>do</strong> sono) e que<br />
apareceram após <strong>um</strong> perío<strong>do</strong> prolonga<strong>do</strong> a<br />
trabalhar ao computa<strong>do</strong>r e que tinham<br />
características <strong>de</strong> <strong>na</strong>tureza mecânica (postural) e<br />
sem repercussões directas <strong>na</strong> mobilida<strong>de</strong> funcio<strong>na</strong>l<br />
<strong>do</strong> ombro opera<strong>do</strong>.<br />
Após a necessária e a<strong>de</strong>quada avaliação da colu<strong>na</strong><br />
cervical verificou-se a limitação das amplitu<strong>de</strong>s<br />
inter<strong>na</strong>s <strong>de</strong> extensão e flexão lateral direita por <strong>do</strong>r<br />
<strong>na</strong> região <strong>do</strong> trapézio superior esquer<strong>do</strong>, sen<strong>do</strong><br />
esta <strong>um</strong>a <strong>do</strong>r <strong>de</strong> origem nocioceptiva mecânica sem<br />
queixas <strong>de</strong> irradiação para o MSE nem alterações<br />
sensitivas. Com o objectivo <strong>de</strong> diminuir a <strong>do</strong>r<br />
cervical foram mobilizadas as várias articulações da<br />
cervical superior e inferior (“pain-free” e posterioanterior<br />
- PA movimentos com grau II/III) bem como<br />
estiramentos suaves <strong>do</strong>s músculos trapézio<br />
superior, esternoclei<strong>do</strong>mastoi<strong>de</strong>u, escalenos <strong>do</strong><br />
la<strong>do</strong> esquer<strong>do</strong>. Após a sessão o sujeito referia alívio<br />
significativo <strong>do</strong>s seus sintomas.<br />
No dia 15 <strong>de</strong> Dez/2009 (com 9 sema<strong>na</strong>s <strong>de</strong> pósoperatório),<br />
o sujeito referiu <strong>um</strong>a <strong>do</strong>r (3/10 EVA) <strong>na</strong><br />
zo<strong>na</strong> da longa porção <strong>do</strong> bícipete (LPB) ao nível da<br />
goteira bicipital, que apareceu após ter esta<strong>do</strong> com<br />
<strong>um</strong>a criança ao colo com o cotovelo em flexão<br />
(manten<strong>do</strong> <strong>um</strong>a contracção estática) durante <strong>um</strong><br />
longo perío<strong>do</strong>. Perante a história próxima e a forma<br />
<strong>de</strong> aparecimento, levantámos a hipótese <strong>de</strong> <strong>um</strong>a<br />
possível tendinopatia da longa porção <strong>do</strong> bícipite<br />
(LPB) que confirmámos através <strong>do</strong>s testes <strong>de</strong><br />
Yergason e o “Speed Test” sen<strong>do</strong> que os <strong>do</strong>is<br />
<strong>de</strong>spertaram a <strong>do</strong>r referida pelo utente. Neste<br />
contexto, o plano <strong>de</strong> tratamento sofreu alterações<br />
<strong>um</strong>a vez que to<strong>do</strong>s os movimentos <strong>do</strong> braço com a<br />
mão acima da cabeça e to<strong>do</strong>s os movimentos que<br />
provocassem <strong>do</strong>r (flexão; rotação exter<strong>na</strong>) foram<br />
evita<strong>do</strong>s seguin<strong>do</strong> o princípio <strong>de</strong> exercicios livres <strong>de</strong><br />
<strong>do</strong>r/pain-free exercises promoven<strong>do</strong> ape<strong>na</strong>s o<br />
trabalho <strong>do</strong>s músculos escapulo-torácicos, ten<strong>do</strong><br />
como objectivo não sensitizar/”irritar” o tendão e<br />
não comprometer a recuperação funcio<strong>na</strong>l. Foi<br />
realiza<strong>do</strong> frio local (10/15 min) que se aconselhou a<br />
repetir em casa<br />
No dia 18 <strong>de</strong> Dezembro como as <strong>do</strong>res se<br />
mantinham e mediante a indicação médica iniciou<br />
medicação anti-inflamatória – NIMED 2 vezes por<br />
dia e procurou-se evitar activida<strong>de</strong>s/exercícios que<br />
<strong>de</strong>senca<strong>de</strong>assem a <strong>do</strong>r, associan<strong>do</strong> frio local (10/15<br />
min, 4/5 vezes ao dia). No dia 19 <strong>de</strong> Dezembro o<br />
utente ainda referia <strong>do</strong>r. Os objectivos principais<br />
neste dia foram controlar a resposta inflamatória,<br />
aliviar a <strong>do</strong>r, manter as amplitu<strong>de</strong>s articulares<br />
disponiveis, promover a activida<strong>de</strong> <strong>do</strong>s músculos<br />
e s c a p u l o - t o r á c i c o s e p r o m o v e r t r e i n o<br />
proprioceptivo. Fez o tratamento evitan<strong>do</strong> to<strong>do</strong>s os<br />
movimentos que provocassem <strong>do</strong>r (flexão; rotação<br />
exter<strong>na</strong> <strong>do</strong> ombro) ten<strong>do</strong>-se opta<strong>do</strong> por diminuir a<br />
intensida<strong>de</strong> da resistência exter<strong>na</strong> nos exercícos<br />
isométricos. Durante as sessões <strong>de</strong> tratamento<br />
seguintes foram segui<strong>do</strong>s os princípios das duas<br />
sessões <strong>de</strong>scritas anteriormente, enfatizan<strong>do</strong><br />
movimento sem <strong>do</strong>r. Verificou-se que 10 dias após<br />
o inicio <strong>de</strong>stes sintomas esta intercorrência ficou<br />
resolvida, <strong>de</strong>saparecen<strong>do</strong> completamente estes<br />
sintomas.<br />
Após este perío<strong>do</strong> constatamos que não se<br />
verificou perda das amplitu<strong>de</strong>s articulares, nem<br />
alterações da força muscular e <strong>do</strong> controlo<br />
neuromuscular <strong>do</strong> ombro opera<strong>do</strong>. As activida<strong>de</strong>s<br />
funcio<strong>na</strong>is realizadas antes <strong>de</strong>ste episódio também<br />
foram totalmente recuperadas.<br />
Em Janeiro/2009 o sujeito ape<strong>na</strong>s seguiu <strong>um</strong><br />
programa <strong>de</strong> exercícios em casa com orientação à<br />
Vol<strong>um</strong>e 4 | Número 1 51