Censo industrial do arranjo produtivo local de confecções - Ipardes
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INTRODUÇÃO<br />
Na década <strong>de</strong> 1990, com a abertura comercial brasileira, a indústria <strong>do</strong><br />
vestuário e acessórios têxteis <strong>do</strong> País foi fortemente afetada pela competição<br />
externa, taxa <strong>de</strong> câmbio e preços <strong>do</strong>s produtos asiáticos. As salvaguardas para<br />
o setor, em 1996, amenizaram o problema da competitivida<strong>de</strong> nas exportações<br />
mas não foram suficientes para resolvê-lo. O fraco <strong>de</strong>sempenho nas vendas<br />
internas, associa<strong>do</strong> às características da <strong>de</strong>manda, com baixa elasticida<strong>de</strong>-preço<br />
e elasticida<strong>de</strong>-renda, acentua<strong>do</strong> pela sua condição <strong>de</strong> bem <strong>de</strong> consumo nãodurável,<br />
pre<strong>do</strong>minantemente bem-salário, teve como pano <strong>de</strong> fun<strong>do</strong> as condições<br />
macroeconômicas <strong>de</strong> baixo crescimento, <strong>de</strong>semprego, vulnerabilida<strong>de</strong> externa e<br />
conjuntura recessiva. Nos primeiros anos <strong>do</strong> século XXI apresentam-se condições<br />
macroeconômicas mais favoráveis, mas acirra-se a concorrência interna, bem<br />
como a concorrência com os produtos chineses e coreanos.<br />
Por outro la<strong>do</strong>, a estrutura <strong>de</strong> merca<strong>do</strong> <strong>do</strong> setor <strong>de</strong> confecções po<strong>de</strong> ser<br />
<strong>de</strong>finida como <strong>de</strong> concorrência monopolística, com relativa facilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> entrada<br />
no merca<strong>do</strong> (barreiras <strong>de</strong> entrada são praticamente inexistentes), exigin<strong>do</strong> pouco<br />
capital para dar início à ativida<strong>de</strong>. Estas características peculiares propiciam<br />
condições <strong>de</strong> expansão das ativida<strong>de</strong>s <strong>do</strong> setor que, por sua vez, são altamente<br />
absorve<strong>do</strong>ras <strong>de</strong> mão-<strong>de</strong>-obra. Esses aspectos, num cenário <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> necessida<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> criação <strong>de</strong> novos postos <strong>de</strong> trabalho, tornam <strong>de</strong> extrema relevância estu<strong>do</strong>s,<br />
diagnósticos e ações pró-ativas para dinamizar o setor.<br />
No âmbito estadual, o processo <strong>de</strong> reestruturação produtiva, patrimonial<br />
e tecnológica da base <strong>industrial</strong> <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> <strong>do</strong> Paraná nos últimos anos resultou<br />
em uma estrutura empresarial composta por três gran<strong>de</strong>s grupos distintos<br />
(OLIVEIRA, 2003).<br />
O primeiro é composto pelas gran<strong>de</strong>s empresas nacionais e multinacionais,<br />
que aumentaram sua participação no setor <strong>industrial</strong> <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> por meio <strong>de</strong><br />
aquisições e joint ventures, particularmente no setor eletrometalmecânico e<br />
em alguns segmentos da agroindústria.<br />
Em um segun<strong>do</strong> grupo estão as cooperativas, cuja estratégia tem si<strong>do</strong> <strong>de</strong><br />
ampliação e diversificação produtiva, buscan<strong>do</strong> consolidação <strong>de</strong> suas marcas e<br />
maior participação no merca<strong>do</strong> externo.<br />
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