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Língua Portuguesa e Literaturas em Língua ... - Colégio Platão

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Prova 2 – <strong>Língua</strong> <strong>Portuguesa</strong> e <strong>Literaturas</strong><br />

<strong>em</strong> <strong>Língua</strong> <strong>Portuguesa</strong>,<br />

<strong>Língua</strong> Estrangeira e Redação<br />

04) CORRETA: As propostas que considera<br />

fundamentais: a cultura, a agricultura e a<br />

política, fracassam justamente por seu caráter<br />

utópico, contrário a realidade concreta e<br />

baseada nos interesses dos poderosos.<br />

08) INCORRETA: Ao contrário do que afirma a<br />

questão, Policarpo acaba condenado à morte<br />

justamente por defender suas ideologias<br />

ufanistas.<br />

16) CORRETA: A linguag<strong>em</strong> do romance é<br />

simples, direta e objetiva, como afirma a<br />

questão.<br />

12. Assinale o que for correto sobre o po<strong>em</strong>a que<br />

segue e sobre a poética de seu autor.<br />

O engenheiro<br />

A luz, o sol, o ar livre<br />

envolv<strong>em</strong> o sonho do engenheiro.<br />

O engenheiro sonha coisas claras:<br />

superfícies, tênis, um copo de água.<br />

O lápis, o esquadro, o papel;<br />

o desenho, o projeto, o número:<br />

o engenheiro pensa o mundo justo,<br />

mundo que nenhum véu encobre.<br />

(Em certas tardes nós subíamos<br />

ao edifício. A cidade diária,<br />

como um jornal que todos liam,<br />

ganhava um pulmão de cimento e vidro).<br />

A água, o vento, a claridade,<br />

de um lado o rio, no alto as nuvens,<br />

situavam na natureza o edifício<br />

crescendo de suas forças simples.<br />

MELO NETO, João Cabral de. Melhores po<strong>em</strong>as. 6. ed. São<br />

Paulo: Global, 1985, p. 19.<br />

01) No po<strong>em</strong>a, predominam substantivos<br />

concretos que expressam existência física.<br />

Nesse sentido, a escolha das palavras reforça<br />

a materialidade da profissão do engenheiro.<br />

02) O sonho está no plano da abstração e da<br />

idealização, como indicam os el<strong>em</strong>entos que<br />

o caracterizam: “luz”, “sol”, “ar livre”. Em seu<br />

sonho, o engenheiro expressa o desejo de<br />

projetar uma cidade inteira e usufruir da sua<br />

criação junto com a mulher amada.<br />

04) O po<strong>em</strong>a apresenta a valorização do mundo<br />

natural. De fato, a produção poética de João<br />

Cabral de Melo Neto t<strong>em</strong> como característica o<br />

retorno à cultura primitiva, anterior ao advento<br />

da civilização. A observação do mundo natural<br />

possibilita o equilíbrio espiritual perdido nas<br />

grandes cidades. A ênfase na natureza revela<br />

a forte influência dos escritores árcades na<br />

produção literária do poeta.<br />

Página 12<br />

08) O po<strong>em</strong>a mostra o confronto entre o mundo<br />

natural, representado pelo rio, e o mundo<br />

tecnológico, representado pelo edifício. O fato<br />

de o edifício ter um “pulmão de aço e vidro”<br />

significa o sufocamento da natureza pelas<br />

construções humanas.<br />

16) O po<strong>em</strong>a sugere uma prática profissional<br />

compromissada com as formas visíveis, materiais,<br />

de compreensão imediata, como indicam as<br />

sequências “mundo que nenhum véu encobre”,<br />

“A cidade diária,/como um jornal que todos liam”.<br />

A postura do engenheiro, avessa à imaginação<br />

obscura e à subjetividade <strong>em</strong>otiva, é pleiteada<br />

na poética de João Cabral de Melo Neto.<br />

Resposta: 17 – nível médio<br />

01) CORRETA. Como o próprio título sugere, o<br />

po<strong>em</strong>a revela de maneira precisa a construção,<br />

o concreto. João Cabral explora o poder da<br />

palavra, é um poeta que exalta o cálculo, a<br />

lucidez, a precisão. No po<strong>em</strong>a percebe-se<br />

o olhar humano delineando <strong>em</strong> detalhes o<br />

material, o sonho transformado <strong>em</strong> concreto,<br />

perfeito <strong>em</strong> suas formas geométricas.<br />

02) INCORRETA. O sentimentalismo e a<br />

idealização não são características da poética<br />

de João Cabral de Melo Neto. O po<strong>em</strong>a<br />

apresenta o sonho do engenheiro, sustentado<br />

<strong>em</strong> substantivos concretos, que reflet<strong>em</strong> o alto<br />

senso de racionalidade deste e se concretiza<br />

quando se t<strong>em</strong> a materialidade do edifício.<br />

04) INCORRETA. João Cabral criou a poesia<br />

pétrea, ou seja, baseada <strong>em</strong> substantivos,<br />

para refletir racionalidade, equilíbrio e lucidez.<br />

Na há <strong>em</strong> sua poesia el<strong>em</strong>entos espiritualistas<br />

ou preocupação com a cultura primitiva.<br />

Cabral foi um poeta de poucas palavras e de<br />

poucos assuntos também. Sua poesia é um<br />

constante r<strong>em</strong>oer da mesma matéria s<strong>em</strong>pre<br />

<strong>em</strong> novas experiências: o Nordeste, a arte, a<br />

Espanha. Portanto, não há ligação do poeta<br />

com os escritores árcades.<br />

08) INCORRETA. O po<strong>em</strong>a expressa a harmonia<br />

entre o concreto e o mundo natural, como<br />

ex<strong>em</strong>plificam os versos: “A luz, o sol, o ar<br />

livre envolv<strong>em</strong> o sonho do engenheiro. O<br />

engenheiro sonha coisas claras: superfícies,<br />

tênis, um copo de água”. Percebe-se que o<br />

engenheiro concentra nas mãos a possibilidade<br />

de aproximar e não de confrontar, de equilibrar<br />

e concretizar tal construção.<br />

16) CORRETA. O po<strong>em</strong>a materializada a própria<br />

visão do poeta, centrada na objetividade das<br />

formas e no equilíbrio de sentimentos, apoiado<br />

na palavra, estabelecida no concreto.

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