Conhecimentos Específicos
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PROVA 3 – CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS<br />
FILOSOFIA<br />
01. A amizade, chamada de filia pelos gregos, é<br />
definida por Nicola Abbagnano (Dicionário de<br />
Filosofi a) como, em geral, a comunhão entre duas<br />
ou mais pessoas ligadas por atitudes concordantes<br />
e por afetos positivos. O conceito de amizade<br />
recebe, porém, variações conotativas no decorrer<br />
da história da Filosofia. Com base nessa afirmação,<br />
assinale o que for correto.<br />
01) A Filosofia epicurista, conhecida também<br />
como a Filosofi a do jardim, desprezava a<br />
amizade, pois acreditava que os homens<br />
se corrompem mutuamente, e a virtude só<br />
pode ser encontrada se cada indivíduo viver<br />
isoladamente.<br />
02) Aristóteles afirma que duas pessoas más<br />
podem ser amigas por prazer ou interesse,<br />
porém, pelo que são em si mesmas, somente<br />
pessoas boas podem cultivar a amizade.<br />
04) No cristianismo, a importância da amizade<br />
como fenômeno humano primário declina na<br />
literatura fi losófi ca. O conceito mais amplo<br />
passa a ser o de caritas, conforme defi nido<br />
por Santo Agostinho, isto é, o amor pelo meu<br />
semelhante em Deus.<br />
08) Para Aristóteles, a amizade tem uma<br />
função política, já que mantém as cidades<br />
unidas, enquanto que, para Epicuro, a<br />
amizade e a política não possuem nenhuma<br />
compatibilidade.<br />
16) No existencialismo de Jean-Paul Sartre, a<br />
amizade consiste no ser-para-outro, momento<br />
em que ela deixa de existir como ser-paramim<br />
e estabelece com os homens o principal<br />
objetivo da vida, a solidariedade.<br />
Resposta: 14 – nível difícil.<br />
01) INCORRETA. Epicuro (341–270 a.C.) é tido<br />
como o filósofo da amizade. A amizade (philia)<br />
foi eleita por ele como o maior dos prazeres,<br />
tanto que ele afi rmava que: “de todos os bens<br />
que a sabedoria nos faculta como meio de<br />
obter a nossa felicidade, o da amizade é de<br />
longe o maior”. Portanto, ao contrário do que<br />
a questão sugere, para Epicuro, a amizade<br />
depende de cumplicidade, de solidariedade,<br />
enfi m, de partilha de tudo que é prazeroso.<br />
02) CORRETA.<br />
04) CORRETA.<br />
08) CORRETA.<br />
16) INCORRETA. A preocupação principal<br />
na fi losofi a de Sartre é a liberdade, não a<br />
amizade. Para Sartre (1905-1980), no mundo<br />
coexistem o ser-em-si (objeto) e o ser-parasi<br />
(consciência humana). O ser-em-si existe,<br />
mas não tem consciência nem de si nem<br />
do mundo, como uma mesa, por exemplo.<br />
A consciência humana, o ser-para-si, é um<br />
tipo diferente de ser, uma vez que possui<br />
conhecimento de si e do mundo, e como tal<br />
necessita do reconhecimento do outro.<br />
02. Na Itália, a redescoberta das obras de pensadores<br />
da cultura greco-romana, particularmente das<br />
antigas teorias políticas, suscita um ideal político: o<br />
da liberdade republicana contra o poder teológicopolítico<br />
dos papas e imperadores. Com base na<br />
afi rmação acima, assinale o que for correto.<br />
01) A história da política da antiguidade grecoromana<br />
não desperta interesse para Maquiavel,<br />
pois dela não se pode extrair nenhuma ideia<br />
para a construção do Estado moderno.<br />
02) Segundo Maquiavel, o Principado é a única<br />
forma de governo possível e viável, pois só<br />
o príncipe é capaz de instituir um Estado<br />
racional segundo a natureza humana.<br />
04) Na sua obra O príncipe, Maquiavel considera que<br />
a virtù do príncipe consiste em ter uma ética em<br />
que os princípios serão mantidos em qualquer<br />
circunstância, pois só assim seria possível<br />
garantir a ordem e a estabilidade do governo.<br />
08) Para Maquiavel, qualquer regime político,<br />
pouco importa a forma e a origem que tiver,<br />
poderá ser legítimo ou ilegítimo, pois o critério<br />
de avaliação que mede a legitimidade ou<br />
ilegitimidade de um governo é a liberdade.<br />
16) Na obra Comentários sobre a primeira<br />
década de Tito Lívio, Maquiavel considera<br />
o Estado republicano viável, por permitir o<br />
embate de forças políticas com interesses<br />
divergentes. Dessa forma, a República, ao<br />
reconhecer o antagonismo social como uma<br />
realidade inerente à atividade política, realizase<br />
por meio da conciliação de interesses<br />
divergentes.<br />
Resposta: 24 – nível difícil.<br />
01) INCORRETA. Maquiavel (1469-1527) viveu na<br />
Itália renascentista, fortemente infl uenciada<br />
pela retomada da cultura greco-romana. Por<br />
isso, como renascentista, Maquiavel apoiou-se<br />
em autores e conceitos da Antiguidade Clássica<br />
para fundamentar seu pensamento.<br />
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PROVA 3 – CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS<br />
02) INCORRETA. Maquiavel considerava duas<br />
formas de governo: Principado e República.<br />
04) INCORRETA. Em sua obra O Príncipe,<br />
Maquiavel argumenta que um príncipe não<br />
pode observar todas as coisas a que são<br />
obrigados os homens considerados bons,<br />
sendo frequentemente forçado, para manter<br />
o governo, a agir contra a caridade, a fé, a<br />
humanidade, a religião.<br />
08) CORRETA.<br />
16) CORRETA.<br />
03. A Antropologia é o estudo sistemático dos<br />
conhecimentos relativos ao “homem”: sua cultura,<br />
valores, crenças, raças, divisões sociais e políticas,<br />
enfi m, sua maneira de avaliar e compreender o<br />
mundo. Com base na afi rmação acima, assinale o<br />
que for correto.<br />
01) O antropólogo francês Claude Levi-Strauss,<br />
autor de Tristes trópicos, veio ao Brasil em<br />
1935, a fim de pesquisar sobre os índios<br />
brasileiros.<br />
02) Destaca-se, na Antropologia filosófica, o nome<br />
de Hannah Arendt, autora de A condição<br />
humana, obra em que defende a complexidade<br />
da natureza humana.<br />
04) Para compreender o homem e a sociedade,<br />
Jean- Jacques Rousseau imaginou um estado<br />
hipotético originário, chamado de “Estado de<br />
natureza”.<br />
08) A Antropologia filosófica é o estudo sistemático<br />
que visa superar as diferenças entre os homens<br />
e a diversidade de concepções de mundo.<br />
16) Antropólogos norte-americanos redescobriram,<br />
no início do século passado, a pedra fi losofal,<br />
escondida no Egito, às margens do Rio Sor.<br />
Resposta: 07 – nível médio.<br />
01) CORRETA.<br />
02) CORRETA.<br />
04) CORRETA.<br />
08) INCORRETA. A Antropologia fi losófi ca é a<br />
parte da Filosofi a que estuda o homem a<br />
partir de sua essência espiritual. Portanto, esta<br />
disciplina não visa superar diferenças entre os<br />
homens e a diversidade de concepções de<br />
mundo. Ela tenta responder questões como: o<br />
que é o homem? De onde ele veio e para onde<br />
vai? Qual o sentido da existência humana?<br />
16) INCORRETA. Encontrar a pedra filosofal era o<br />
principal objetivo da Alquimia no final da Idade<br />
Média. Segundo a lenda, a pedra fi losofal<br />
era um objeto com o qual seria possível<br />
transmutar qualquer objeto em ouro, ou ainda,<br />
obter o elixir da longa vida. Tal objeto nunca<br />
foi encontrado.<br />
04. Para Aranha e Martins, o conhecimento é o “...<br />
esforço psicológico pelo qual procuramos nos<br />
apropriar intelectualmente dos objetos”. (ARANHA,<br />
M. L. de A.; MARTINS, M. H. P. Filosofando:<br />
introdução à fi losofi a. 3. ed. São Paulo: Moderna,<br />
2003, p. 52). Com base nessa afi rmação, assinale<br />
o que for correto.<br />
01) Com o passar dos tempos, o que se entende<br />
por conhecimento assumiu diversas definições,<br />
dependendo da maneira pela qual os filósofos<br />
explicam o modo como se dá o nosso contato<br />
com as coisas.<br />
02) Chama-se de intuição o conhecimento<br />
imediato, isto é, o pensamento por insight<br />
ou visão súbita, que aparece ao espírito sem<br />
intermediários.<br />
04) Chama-se de conhecimento discursivo<br />
aquele que é produzido sem conceitos, isto<br />
é, ideias, predicados e juízos que dispensam<br />
a construção lógica da linguagem.<br />
08) Na história da Filosofi a, autores, como Henri<br />
Bergson, Wilhelm Dilthey e Edmund Husserl,<br />
retomaram a discussão sobre o valor da<br />
intuição no processo do conhecimento.<br />
16) Para Kant, as intuições sensíveis e as<br />
intelectuais são a mesma coisa, já que nossas<br />
faculdades de conhecimento são as mesmas<br />
para qualquer tipo de objeto.<br />
Resposta: 04 – nível difícil.<br />
01) CORRETA.<br />
02) CORRETA.<br />
04) INCORRETA. O conhecimento discursivo<br />
é feito justamente por meio da organização<br />
de conceitos que, uma vez articulados, irão<br />
permitir a construção lógica da linguagem,<br />
isto é, a conclusão de fatos.<br />
08) CORRETA.<br />
16) INCORRETA. A palavra latina intuição<br />
significa ‘olhar atentamente, contemplar’.<br />
Para Kant (1724-1804), a única forma de<br />
intuição possível era a intuição sensível (ou<br />
empírica, marcada pela singularidade), onde<br />
o objeto é captado pelos cinco sentidos e<br />
transmitido para a razão. Assim, ele negava<br />
a possibilidade de uma intuição intelectual<br />
(marcada pela universalidade), isto é, aquela<br />
que ocorre dentro da razão quando há a<br />
passagem de uma ideia a outra.<br />
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PROVA 3 – CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS<br />
05. O corpo tem muita importância para a Filosofi a,<br />
pois representa uma experiência universal e prérefl<br />
exiva de acesso ao mundo. Com base nessa<br />
afi rmação, assinale o que for correto.<br />
01) “Dualismo psicofísico” é uma teoria metafísica<br />
que explica o ser humano como composto de<br />
duas partes diferentes: corpo (material) e alma<br />
(espiritual).<br />
02) Durante a Idade Média, o corpo foi cultivado<br />
de maneira narcisista, reforçando a liberdade<br />
e o amorpróprio do indivíduo.<br />
04) No Renascimento e na Idade Moderna, o<br />
corpo passa a ser objeto da ciência, associado<br />
à ideia mecanicista que o considera uma<br />
máquina.<br />
08) Para a fenomenologia, o conceito de corpo<br />
não pode estar associado ao conceito de<br />
espírito, pois é uma escola fi losófi ca ligada<br />
ao materialismo histórico.<br />
16) Para René Descartes, a alma é mais fácil<br />
de ser conhecida do que o corpo, já que, na<br />
ordem das certezas, a res cogitans é anterior<br />
a res extensa.<br />
Resposta: 21 – nível médio.<br />
01) CORRETA.<br />
02) INCORRETA. No medievo, o corpo foi<br />
duramente reprimido. Na página 37 da obra<br />
Uma história do corpo na Idade Média (2006), os<br />
historiadores Jacques Le Goff e Nicolas Truong<br />
descrevem fatos que confirmam isso: “mulher<br />
diabolizada; sexualidade controlada; trabalho<br />
manual depreciado; homossexualidade no<br />
princípio condenada, depois tolerada e enfi m<br />
banida; riso e gesticulação reprovados (...)<br />
o corpo é considerado a prisão e veneno da<br />
alma”.<br />
04) CORRETA.<br />
08) INCORRETA. A fenomenologia não aceita<br />
a separação entre corpo e espírito. A<br />
fenomenologia é o estudo da consciência<br />
e dos objetos que compõem a consciência,<br />
e o seu conceito básico é a noção de<br />
intencionalidade. Esta intencionalidade,<br />
presente na consciência, sempre está ligada<br />
a um objeto. Isso pressupõe o reconhecimento<br />
do seguinte princípio: não existe objeto sem<br />
sujeito. Em outras palavras, não existe corpo<br />
sem espírito. Nesse sentido, o filósofo Augusto<br />
Triviños (1987, p.45) afirma que: “Não é<br />
possível nenhum tipo de conhecimento se<br />
o entendimento não se sente atraído por<br />
algo, concretamente por um objeto”. Por<br />
fim, a fenomenologia não está ligada ao<br />
materialismo histórico, mas ao idealismo.<br />
16) CORRETA.<br />
06. A epistemologia é marcada por diferentes maneiras<br />
de formular critérios de verdade, nem sempre<br />
unânimes ou universalmente aceitos. Destacase,<br />
nesse debate, a fi gura do cético. O ceticismo<br />
instaura, de maneira decisiva, a questão sobre a<br />
possibilidade do conhecimento. Com base nessa<br />
afi rmação, assinale o que for correto.<br />
01) Para Friedrich Nietzsche, “as convicções são<br />
prisões”. O fi lósofo defende o espírito livre e<br />
o pensamento nômade, isto é, a produção de<br />
valores sem proselitismo ou dogma.<br />
02) O termo ceticismo vem do grego sképsis,<br />
que signifi ca “investigação”, “procura”, pois<br />
a sabedoria não consiste em alcançar a<br />
verdade, mas procurá-la.<br />
04) Destaca-se, na representação do pensamento<br />
cético, a fi gura de Górgias (séc. IV a.C.), um<br />
dos mais importantes sofi stas.<br />
08) René Descartes, na obra Meditações<br />
metafísicas, ao elaborar o método que utiliza a<br />
dúvida metódica, demonstra a impossibilidade<br />
das ideias claras e distintas, desnecessárias<br />
à obtenção da regra.<br />
16) Jürgen Habermas, defensor de uma<br />
racionalidade comunicativa, afirma que<br />
a possibilidade de um consenso sobre o<br />
conhecimento é impossível na pósmodernidade,<br />
razão pela qual o ceticismo é a posição<br />
epistemológica mais correta.<br />
Resposta: 07 – nível difícil.<br />
01) CORRETA<br />
02) CORRETA.<br />
04) CORRETA.<br />
08) INCORRETA. Na obra Meditações metafísicas<br />
(1641), Descartes põe em dúvida toda crença<br />
que não seja absolutamente certa, clara e<br />
distinta, de modo a “não aceitar nada que<br />
não seja evidente e indubitável”. A partir<br />
daí, Descartes procura estabelecer o que é<br />
possível saber com segurança.<br />
16) INCORRETA. O filósofo alemão Jürgen<br />
Habermas, principal herdeiro das discussões<br />
da Escola de Frankfurt, defende uma<br />
racionalidade comunicativa onde as pessoas<br />
se interagem buscando o entendimento,<br />
o consenso, através da argumentação, da<br />
linguagem.<br />
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PROVA 3 – CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS<br />
07. O tema felicidade aparece na história da Filosofi a<br />
em muitos momentos, sendo objeto de refl exão<br />
em sistemas fi losófi cos, os quais lhe atribuem<br />
concepções diferentes.<br />
Com relação à afirmação acima, assinale o que for<br />
correto.<br />
01) Para Aristóteles, a felicidade é um eudemonismo,<br />
pois há uma estreita relação entre ética e<br />
felicidade. Assim, o comportamento virtuoso<br />
é um meio para alcançar a felicidade.<br />
02) Para o estóico Sêneca, a felicidade não<br />
depende da virtude, pois cada homem pode<br />
escolher o que for mais conveniente para si<br />
mesmo ao seguir seu livre arbítrio.<br />
04) Epicuro acreditava que o homem é por<br />
natureza um animal político, por isso só<br />
poderia alcançar a felicidade participando da<br />
vida política da polis.<br />
08) Santo Agostinho acreditava que a verdadeira<br />
felicidade consiste em se distanciar dos<br />
prazeres mundanos para poder encontrar a<br />
beatitude na união com Deus.<br />
16) A Filosofi a utilitarista de Jeremy Bentham<br />
acredita que a felicidade é uma quimera, uma<br />
utopia que jamais será alcançada pelos homens.<br />
Resposta: 09 – nível difícil.<br />
01) CORRETA.<br />
02) INCORRETA. Para Sêneca (4 a.C. – 65 d.C.),<br />
a virtude é uma condição para a vida feliz. O<br />
único mal é não ser fiel à virtude. Quem possui<br />
a virtude é sábio, e como tal, é regido pela<br />
razão e é feliz.<br />
04) INCORRETA. Quem defendia a ideia de<br />
homem como animal político era Aristóteles.<br />
Epicuro via a convivência no Jardim (Escola<br />
que o mesmo fundou) como algo fundamental<br />
para os fi lósofos, pois, o que torna o homem<br />
feliz, na visão epicurista, é o seu contato<br />
harmonioso com a natureza, e isso exige um<br />
afastamento da sociedade, bem como da<br />
política.<br />
08) CORRETA.<br />
16) INCORRETA. A doutrina utilitarista defendida<br />
pelo fi lósofo inglês Jeremy Bentham (1748-<br />
1832) pode ser resumida na seguinte frase:<br />
agir sempre de forma a produzir a maior<br />
quantidade de bem-estar. Nas palavras do<br />
próprio Bentham: “designamos por utilidade<br />
a tendência de alguma coisa em alcançar o<br />
bem-estar, o bem, o belo, a felicidade, as<br />
vantagens etc.” Portanto, a felicidade era uma<br />
meta possível para a Filosofi a utilitarista.<br />
08. A faculdade de imaginar tem, na história da Filosofia,<br />
diferentes acepções. Para os intelectualistas, é<br />
uma forma enfraquecida da percepção e, por isso,<br />
deformadora da realidade. Para o Romantismo<br />
alemão, ao contrário, é a faculdade artística<br />
por excelência, colocada acima da razão e do<br />
entendimento. Com base na afi rmação acima,<br />
assinale o que for correto.<br />
01) Para Sartre, a imaginação tem uma função<br />
irrealizadora, isto é, ela apresenta objetos<br />
ausentes, fazendo da consciência intencional<br />
uma consciência imaginante.<br />
02) Na obra Crítica da razão pura, de Immanuel<br />
Kant, a função da imaginação é fornecer<br />
uma imagem a um conceito, razão pela<br />
qual a imaginação tem um papel formal no<br />
conhecimento.<br />
04) Gaston Bachelard desprezou o papel da<br />
imaginação criadora, pois, fundamentalmente,<br />
o mundo deve ser objeto da experiência<br />
empírica.<br />
08) Através da literatura e das artes cênicas, a<br />
experiência artística não se vale do papel<br />
produtivo da imaginação, já que utiliza<br />
exclusivamente a gramática da linguagem,<br />
os conceitos e a razão prática instrumental.<br />
16) Destaca-se, nas teorias da imaginação, a<br />
relação da imagem com a analogia, isto é, a<br />
produção da semelhança no dessemelhante,<br />
tal como ocorre nas metáforas.<br />
Resposta: 19 – nível difícil.<br />
01) CORRETA.<br />
02) CORRETA.<br />
04) INCORRETA. Bachelard (1884–1962) concebe<br />
a imaginação criadora como a essência do<br />
espírito humano, a principal fonte que capacita<br />
o homem a fazer ciência e arte. Por outro<br />
lado, Bachelard criticava a ciência produzida<br />
anteriormente, embasada no empirismo, pela<br />
continuidade com o senso comum. Para ele, a<br />
objetividade científi ca deveria ser construída<br />
a partir de uma descontinuidade com o senso<br />
comum.<br />
08) INCORRETA. Tanto a literatura quanto as<br />
artes cênicas são exemplos de arte criativa<br />
cujas produções exigem imaginação.<br />
16) CORRETA.<br />
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PROVA 3 – CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS<br />
09. “Etimologicamente a palavra alienação vem do<br />
latim alienare, alienus, ‘que pertence a um outro’.<br />
Alius é o outro. Portanto, sob determinado aspecto,<br />
alienar é tornar alheio, transferir para outrem o que<br />
é seu”. (ARANHA, M. L. de A.; MARTINS, M. H.<br />
P. Filosofando: introdução à fi losofi a. 3. ed. São<br />
Paulo: Moderna, 2003, p. 45). Em relação à citação,<br />
assinale o que for correto.<br />
01) Karl Marx considera que a alienação acontece<br />
numa forma de divisão social do trabalho em<br />
que o produto do trabalho deixa de pertencer<br />
a quem o produziu.<br />
02) Para Ludwig Feuerbach, o homem aliena-se<br />
na religião, pois o homem religioso confere<br />
ao ente sobrenatural sua própria essência e<br />
qualidades, como se fossem atributos do ser<br />
sobrenatural.<br />
04) Autores expoentes da teoria crítica, tais<br />
como Theodor W. Adorno e Herbert Marcuse,<br />
afi rmam que, na sociedade capitalista, as<br />
necessidades são artificialmente estimuladas,<br />
sobretudo pelos meios de comunicação<br />
de massa, os quais levam os indivíduos a<br />
consumirem de maneira alienada.<br />
08) A arte abstrata é alienada, pois perpetua os<br />
paradigmas da concepção estética clássica,<br />
fundamentada nos princípios aristotélicos da<br />
mímesis.<br />
16) O taylorismo e o fordismo são formas de<br />
organizar o processo de trabalho que permitem<br />
acabar com a alienação do trabalhador.<br />
Resposta: 07 – nível médio.<br />
01) CORRETA.<br />
02) CORRETA.<br />
04) CORRETA.<br />
08) INCORRETA. A palavra mímesis foi usada<br />
por Aristóteles com o sentido de imitação.<br />
No entanto, para Aristóteles, a imitação não<br />
é um ato alienante, antes é algo fundamental<br />
para o homem na medida em que permite a<br />
imitação da ação, e é isso que nos diferencia<br />
dos animais.<br />
16) INCORRETA. De fato, taylorismo e fordismo<br />
são formas de organização do processo<br />
produtivo dentro do sistema capitalista. No<br />
entanto, o objetivo de ambos é ampliar a<br />
produtividade do trabalho visando o lucro, por<br />
isso não é correto afi rmar que eles permitem<br />
acabar com a alienação do trabalhador.<br />
10. A Filosofi a patrística, representada principalmente<br />
por Santo Agostinho, inicia no séc. I d.C. e termina<br />
no séc. VIII d.C., quando teve início a Filosofi a<br />
medieval. Com base na afi rmação acima, assinale<br />
o que for correto.<br />
01) Um dos motivos pelo qual Santo Agostinho<br />
escreve A cidade de Deus foi para eximir o<br />
cristianismo, depois da tomada de Roma por<br />
Alarico, das acusações de ser a causa da<br />
decadência do Império Romano.<br />
02) A patrística introduziu, no pensamento<br />
filosófico, ideias desconhecidas pelos filósofos<br />
greco-romanos, como a ideia de criação do<br />
mundo a partir do nada, a escatologia do fi m<br />
dos tempos e a ressurreição dos mortos.<br />
04) A patrística é um esforço para conciliar o<br />
cristianismo com o pensamento fi losófi co dos<br />
regos e romanos, pois acreditava que somente<br />
com tal conciliação seria possível a conversão<br />
dos pagãos.<br />
08) Um dos principais temas da Filosofia patrística<br />
é o da possibilidade ou impossibilidade<br />
de conciliar razão e fé. Santo Agostinho<br />
considerava que a razão e a fé são conciliáveis,<br />
mas subordinava a razão à fé.<br />
16) A Filosofia medieval conserva e discute<br />
problemas da patrística e acrescenta outros,<br />
como o problema dos universais. A partir do<br />
séc. XII, a Filosofi a medieval passa a ser<br />
chamada de escolástica.<br />
Resposta: 31 – nível médio.<br />
Todas as alternativas estão CORRETAS. Cristo<br />
morreu sem deixar nada escrito. Daí que a Patrística<br />
representa o pensamento dos padres da Igreja<br />
Católica na tentativa de construção do pensamento<br />
cristão. Tendo em Santo Agostinho (354-430), autor<br />
da obra Cidade de Deus, sua principal fi gura, a<br />
Patrística tentou conciliar fé e razão, mas sem<br />
negar a supremacia da fé sobre a razão, tanto que<br />
Santo Agostinho afirmava categoricamente que era<br />
preciso “crer para compreender”.<br />
11. A formação da polis, na Grécia Antiga, caracterizouse<br />
por uma estrutura sociopolítica em que havia<br />
uma divisão substancial entre a esfera privada e<br />
a esfera pública. Com base na afi rmação acima,<br />
assinale o que for correto.<br />
01) A divisão entre a esfera privada e a pública não<br />
impediu que todos os habitantes de Atenas<br />
participassem da vida política que se realizava<br />
na esfera pública.<br />
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PROVA 3 – CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS<br />
02) A Retórica era mal vista, pois era considerada<br />
um recurso linguístico enganoso e demagógico<br />
utilizado para ascender ao poder da esfera<br />
pública.<br />
04) Na esfera pública, é garantida a igualdade<br />
de direitos perante a lei, isto é, o princípio<br />
de isonomia, como também é reconhecida a<br />
igualdade de direito ao uso público e político<br />
da palavra, ou seja, o princípio de isegoria.<br />
08) Aristóteles, na sua obra Política, defende uma<br />
democracia em que a participação na esfera<br />
pública é concedida a todos os habitantes da<br />
polis.<br />
16) Habituados ao discurso, os cidadãos gregos<br />
encontram na ágora o espaço social para o<br />
debate e o exercício da persuasão, dandolhes<br />
a possibilidade de decidir os destinos da<br />
polis.<br />
Resposta: 20 – nível médio.<br />
01) INCORRETA. A democracia grega era limitada<br />
de tal modo que somente os cidadãos gregos<br />
legítimos independentes financeiramente<br />
podiam participar da vida pública. Assim,<br />
estavam excluídas todas as pessoas que os<br />
gregos chamavam de dependentes: crianças,<br />
mulheres, escravos, velhos e estrangeiros.<br />
02) INCORRETA. A Retórica é a arte de falar bem<br />
em público e era um recurso extremamente<br />
necessário na democracia grega. Quem fosse<br />
considerado cidadão em Atenas tinha o direito<br />
de comparecer diretamente em praça pública<br />
para defender pessoalmente seus pontos de<br />
vista a respeito dos problemas da cidade.<br />
Isso exigia capacidade de argumentação, fato<br />
que justifi ca o surgimento dos sofi stas nessa<br />
época em Atenas. Os sofi stas eram mestres<br />
da Retórica.<br />
04) CORRETA.<br />
08) INCORRETA. Na página 19 de sua obra<br />
Política, Aristóteles (384-322 a.C.) afi rma que<br />
escravos eram aqueles tão pouco dotados de<br />
inteligência que só lhes restavam oferecer-se<br />
à sociedade para serem explorados em sua<br />
força física, como “animais que falavam ou<br />
instrumentos que andavam”. Portanto, ele<br />
não defende uma participação política para<br />
todos.<br />
16) CORRETA.<br />
12. A tragédia grega fl oresceu em um período curto<br />
(525– 406 a.C.). Seus autores mais famosos<br />
são Ésquilo, Sófocles e Eurípedes. Com base na<br />
afi rmação acima, assinale o que for correto.<br />
01) A tragédia tem por matéria-prima as fábulas<br />
de Esopo e de La Fontaine, densas de<br />
personagens míticos e ação dramática.<br />
02) Platão, como se sabe, escreveu tragédias e<br />
manifestou, na sua obra mais importante, A<br />
República, o apreço pelos rapsodos e poetas.<br />
04) Ao assassinar Laio e se casar com Jocasta,<br />
Édipo, na trilogia tebana, é acusado de três<br />
crimes: regicídio, patricídio e incesto.<br />
08) A tragédia grega exprime um conflito insolúvel,<br />
levado a termo pela morte ou confinamento de<br />
suas partes confl itantes.<br />
16) A tragédia confronta, no personagem do herói,<br />
o destino e a liberdade, recorrendo ao mito e<br />
aos esboços de um ser de vontade.<br />
Resposta: 28 – nível difícil.<br />
01) INCORRETA. A tragédia tem sua origem nas<br />
festas em honra a Dioniso, Deus grego do<br />
vinho.<br />
02) INCORRETA. Platão escreveu Diálogos. As<br />
tragédias gregas foram escritas principalmente<br />
por Sófocles, Eurípedes e Ésquilo.<br />
04) CORRETA.<br />
08) CORRETA.<br />
16) CORRETA.<br />
13. Os movimentos teóricos em estética, na<br />
pósmodernidade, sofrem transformações,<br />
destacando-se, nos modos de produção da obra<br />
de arte, a reprodutibilidade técnica e a indústria<br />
cultural. Com base nessa afi rmação, assinale o<br />
que for correto.<br />
01) A partir da sociedade industrial ou pósindustrial,<br />
os objetos de consumo, produzidos<br />
em série, são anônimos, descartáveis e<br />
efêmeros, características que encontramos<br />
na indústria cultural.<br />
02) Com o advento da tecnologia, a fotografi a e<br />
o cinema são possibilidades de manifestação<br />
estética acessíveis a um número maior de<br />
espectadores, colaborando para a formação<br />
de uma sociedade unidimensional.<br />
04) A sala de concerto e o museu exprimem<br />
as formas tradicionais da obra de arte,<br />
contrapostas ao CD, DVD, MP3, que<br />
são tecnologias portáteis, mas também<br />
modifi cadoras da experiência estética.<br />
Página 6<br />
Página 6 - CIAN - PRETO
PROVA 3 – CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS<br />
08) Com o advento da internet, o livro perdeu<br />
totalmente seu lugar, permanecendo restrito<br />
aos intelectuais e frequentadores dos museusbiblioteca.<br />
16) No mundo contemporâneo, a modifi cação do<br />
espaço urbano, com o fechamento das antigas<br />
salas de cinema do centro das cidades e a<br />
construção dos shopping centers, acarreta<br />
uma mudança na percepção estética.<br />
Resposta: 23 – nível fácil.<br />
01) CORRETA.<br />
02) CORRETA.<br />
04) CORRETA.<br />
08) INCORRETA. A Internet facilitou o acesso<br />
à informação sendo mais uma importante<br />
fonte de pesquisa, que disputa espaço com<br />
o livro, mas não o substitui. O livro continua<br />
cada vez mais acessível para grande parcela<br />
da população e como tal ocupa um lugar de<br />
destaque como recurso informacional.<br />
16) CORRETA.<br />
14. Hegel criticou o inatismo, o empirismo e o kantismo.<br />
Endereçou a todos a mesma crítica, a de não terem<br />
compreendido o que há de mais fundamental e<br />
essencial à razão: o fato de ela ser histórica. Com<br />
base nessa afi rmação, assinale o que for correto.<br />
01) Ao afi rmar que a razão é histórica, Hegel<br />
considera a razão como sendo relativa, isto é,<br />
não possui um caráter universal e não pode<br />
alcançar a verdade.<br />
02) Não há para Hegel nenhuma relação<br />
entre a razão e a realidade. Submetida às<br />
circunstâncias dos eventos históricos, a razão<br />
está condenada ao ceticismo, isto é, “ao<br />
duvidar sempre”.<br />
04) A identifi cação entre razão e história conduz<br />
Hegel a desenvolver uma concepção<br />
materialista da história e da realidade,<br />
negando entre ambas a possibilidade de uma<br />
relação dialética.<br />
08) No sistema hegeliano, a racionalidade não<br />
é mais um modelo a ser aplicado, mas é o<br />
próprio tecido do real e do pensamento. O<br />
mundo é a manifestação da ideia, o real é<br />
racional, e o racional é o real.<br />
16) Karl Marx, ao afirmar, na Ideologia alemã, que<br />
não é a história que anda com as pernas das<br />
ideias, mas as ideias é que andam com as<br />
pernas da história, critica, ao mesmo tempo, o<br />
idealismo e a concepção da história de Hegel<br />
e dos neo-hegelianos.<br />
Resposta: 24 – nível médio.<br />
01) INCORRETA. Para Hegel (1770-1831) a razão<br />
não é algo relativo justamente porque ela é<br />
histórica e sua validade é universal.<br />
02) INCORRETA. Na concepção de Hegel, a razão<br />
é intemporal, ou seja, não muda com o tempo.<br />
Caso contrário, ela deixa de ser verdade e se<br />
transforma em mera opinião.<br />
04) INCORRETA. Hegel não era materialista, mas<br />
sim idealista.<br />
08) CORRETA.<br />
16) CORRETA.<br />
15. A bioética situa-se no campo da axiologia. É<br />
um ramo da ética como disciplina que trata da<br />
investigação e problematização específi ca das<br />
práticas médicas, das ciências biológicas e das<br />
relações humanas com o meio ambiente. Com base<br />
na afi rmação acima, assinale o que for correto.<br />
01) Hipócrates, ao declarar, no seu juramento, que<br />
jamais daria a um paciente um remédio mortal<br />
e às mulheres uma substância abortiva, age<br />
em consonância com a axiologia da bioética.<br />
02) Emmanuel Levinas considera que a bioética<br />
deve preocupar-se com uma análise estrutural<br />
da sociedade como produção da vida e<br />
das condições de saúde, mas também dos<br />
processos de exclusão social.<br />
04) Não é atribuição da bioética discutir os<br />
princípios morais que orientam a pesquisa<br />
científica, pois isso significa colocar obstáculos<br />
ao progresso da ciência.<br />
08) A bioética está comprometida com a política,<br />
pois o cientista tem uma responsabilidade da<br />
qual não pode abdicar.<br />
16) Os resultados das descobertas científi cas<br />
estiveram sempre a serviço da humanidade,<br />
portanto uma refl exão sobre o sentido moral<br />
da prática científi ca é desnecessária.<br />
Resposta: 11 – nível médio.<br />
01) CORRETA.<br />
02) CORRETA.<br />
04) INCORRETA. A bioética estuda o conflito<br />
moral na área da saúde e da doença dos seres<br />
humanos e dos animais não humanos.<br />
08) CORRETA.<br />
16) INCORRETA. As descobertas científicas nem<br />
sempre estiveram a serviço da humanidade.<br />
Compete à bioética analisar experiências e<br />
questões relacionadas ao aborto, à clonagem,<br />
aos transgênicos, à eutanásia etc.<br />
Página 7<br />
Página 7 - CIAN - PRETO
PROVA 3 – CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS<br />
16. A fenomenologia é um dos fundamentos da Filosofia<br />
de Maurice Merleau-Ponty. No âmbito da escola da<br />
fenomenologia, ele contesta princípios basilares<br />
da Psicologia clássica, de cunho mecanicistaracionalista.<br />
Com base na afi rmação acima, assinale o que for<br />
correto.<br />
01) A sensação é concebida, por Merleau-Ponty,<br />
pelos efeitos que os estímulos externos dos<br />
objetos exercem sobre os sentidos. O campo<br />
visual, por exemplo, é concebido como um<br />
mosaico de sensações despertadas pelos<br />
estímulos do objeto sobre a retina.<br />
02) Para Merleau-Ponty, a percepção é o<br />
conhecimento sensorial de formas ou de<br />
totalidades organizadas e dotadas de<br />
sentido.<br />
04) Conforme um dos princípios da fenomenologia<br />
de Edmund Husserl, a consciência, para<br />
Merleau-Ponty, não exerce nenhuma atividade<br />
na produção de conhecimentos científi cos.<br />
08) Para Merleau-Ponty, a consciência de si<br />
é o resultado de um esforço intelectual de<br />
conhecimento e não depende da facticidade<br />
de nosso engajamento.<br />
16) Para Merleau-Ponty, imanência e<br />
transcendência são conceitos antitéticos que<br />
se comunicam, dada a configuração de nosso<br />
corpo no mundo.<br />
Resposta: 18 – nível difícil.<br />
01) INCORRETA. Merleau-Ponty (1908-1961)<br />
critica as concepções de percepção baseadas<br />
unicamente na sensação. Para ele, a qualidade<br />
percebida de um objeto é apenas uma<br />
propriedade do objeto observado, pois não<br />
conseguimos apreender a delimitação do<br />
nosso campo visual.<br />
02) CORRETA.<br />
04) INCORRETA. Para ele, a consciência percebe<br />
e constitui o mundo. Logo, produz ciência.<br />
08) INCORRETA. Segundo Merleau-Ponty, não<br />
se pode compreender o homem e o mundo<br />
senão a partir de sua facticidade, ou seja, a<br />
partir da percepção de um fenômeno.<br />
16) CORRETA.<br />
17. A Filosofi a de Friedrich Nietzsche (1844-1900) é<br />
marcada por uma nova relação entre o racional e<br />
o irracional, na medida em que o irracional adquire<br />
validade por corresponder à necessidade de um<br />
movimento de afirmação da vida. Com base nessa<br />
afi rmação, assinale o que for correto.<br />
01) Para Nietzsche, o Iluminismo não libertou os<br />
homens de seus prejuízos, mas reforçou ainda<br />
mais seus mitos, como a crença na razão e<br />
no conhecimento científi co.<br />
02) O recurso metodológico proposto por Nietzsche<br />
é a genealogia, isto é, movimento teórico que<br />
recorre à gênese de um discurso, conceito<br />
ou prática, apontando suas arbitrariedades e<br />
interesses.<br />
04) Para Nietzsche, o conhecimento é fruto<br />
de um lento processo de acumulação e<br />
comprovação empírica, cuja finalidade é<br />
salvar os fenômenos.<br />
08) Contra a moral dos aristocratas e nobres,<br />
Nietzsche defende os fracos, isto é, a moral<br />
dos escravos.<br />
16) A “vontade de potência” é a afi rmação do<br />
nacionalsocialismo alemão, expresso na<br />
doutrina do superhomem e no antissemitismo<br />
nietzscheano.<br />
Resposta: 03 – nível médio.<br />
01) CORRETA.<br />
02) CORRETA.<br />
04) INCORRETA. Nietzsche (1844-1900) pode<br />
ser classifi cado como cético, mas não como<br />
empirista. Para ele, só podemos conhecer<br />
os fenômenos, não as coisas em si. O<br />
conhecimento resulta da projeção de nossos<br />
impulsos e desejos, e nossas verdades são<br />
ilusões.<br />
08) INCORRETA. Nietzsche ressalta a moral de<br />
senhores como positiva e sadia, portanto<br />
seus princípios não são universais, válidos<br />
para todos os homens, visto que ele critica a<br />
falsa moral benevolente, altruísta, presente<br />
em escravos.<br />
16) INCORRETA. A vontade de potência em<br />
Nietzsche não tem relação com o nacionalsocialismo<br />
alemão. A vontade de potência<br />
nietzschiana é a vontade de tornar pensável<br />
tudo o que existe, é o esforço humano para<br />
triunfar sobre as dificuldades da vida, alcançar<br />
o possível e ir além do atual, enfim, é a própria<br />
vida.<br />
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Página 8 - CIAN - PRETO
PROVA 3 – CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS<br />
18. Um dos elementos fundamentais da Filosofia<br />
contemporânea é o contexto de crise da razão.<br />
Nela, criticam-se pilares da racionalidade moderna,<br />
como a ideia de fundação do conhecimento a partir<br />
do sujeito, e a possibilidade de uma ação moral<br />
universal. Com base na afi rmação acima, assinale<br />
o que for correto.<br />
01) Sören Kierkegaard (1813-1885), precursor o<br />
existencialismo cristão, fez críticas severas à<br />
Filosofia moderna, pois nela o ser humano não<br />
aparece como ser existente, mas reduzido ao<br />
conhecimento objetivo.<br />
02) Friedrich Nietzsche (1844-1900), ao perguntar<br />
sobre o valor dos valores, não representa uma<br />
novidade na maneira de formular as questões<br />
da Filosofia, sobretudo ao propor o movimento<br />
genealógico.<br />
04) Sigmund Freud (1856-1939), fundador<br />
da Psicanálise, evidencia o papel da<br />
racionalidade da consciência e da unidade<br />
do eu, estabelecendo, para determinar as<br />
pulsões, a análise sintética a priori.<br />
08) Michel Foucault (1926-1984) introduz, no<br />
cenário fi losófi co, o conceito de microfísica<br />
do poder, isto é, a fragmentação do sujeito<br />
em torno de um núcleo teórico unívoco, tanto<br />
moral quanto epistêmico.<br />
16) A Escola de Frankfurt utiliza-se da razão<br />
instrumental para criticar os céticos e<br />
fundamentar, em novas bases, o cientificismo.<br />
Resposta: 09 – nível difícil.<br />
01) CORRETA.<br />
02) INCORRETA. Nietzsche inverteu o sentido<br />
tradicional da fi losofi a ao criticar os valores<br />
morais existentes na sociedade moderna e<br />
ao questionar a origem deles. Discordando<br />
da Metafísica, segundo a qual a alma humana<br />
vincula-se à essência, Nietzsche apontou a<br />
psilocogia como a ciência dos sentimentos<br />
morais e buscou explicações na história,<br />
afi rmando que os valores morais têm origem<br />
na passividade dos fracos.<br />
04) INCORRETA. Freud, ressaltando as<br />
determinações do inconsciente, afasta a<br />
consciência do centro do sujeito.<br />
08) CORRETA.<br />
16) INCORRETA. Os filósofos da Escola de<br />
Frankfurt consideram que a razão instrumental<br />
(ou razão técnico-científi ca) está a serviço da<br />
exploração e da dominação, ao passo que a<br />
razão crítica ou fi losófi ca se apresenta como<br />
uma força libertadora dos seres humanos.<br />
19. Segundo Marilena Chauí, a metafísica consiste<br />
na construção de um sistema teórico a partir da<br />
investigação fi losófi ca em torno de uma pergunta<br />
fundamental: “O que é?”. (CHAUÍ, M. Convite à<br />
fi losofi a. 13. ed. São Paulo: Ática, 2005, p. 180).<br />
Com base na afi rmação acima, assinale o que for<br />
correto.<br />
01) David Hume, na obra Investigação sobre o<br />
entendimento humano, afirma que os tratados<br />
de metafísica deveriam ser lançados ao fogo,<br />
pois são compêndios de sofi smas e ilusões.<br />
02) O nome “metafísica” (meta: “depois”, “após”<br />
+ tà physica: “aqueles da física”) surge por<br />
acaso. Andrônico de Rodes organizou as<br />
obras de Aristóteles sobre o tema, colocandoas<br />
depois dos tratados de Física ou da<br />
natureza.<br />
04) Para Aristóteles, os livros de metafísica<br />
eram denominados de escritos de Filosofi a<br />
primeira.<br />
08) No séc. XVII, Jacobus Thomasius considerou<br />
que a palavra correta para designar os estudos<br />
de metafísica deveria ser “ontologia”.<br />
16) Contemporaneamente, o estudo das essências<br />
e das causas primeiras de todas as coisas é<br />
chamado de holismo hiperbólico dos entes.<br />
Resposta: 15 – nível difícil.<br />
01) CORRETA.<br />
02) CORRETA.<br />
04) CORRETA.<br />
08) CORRETA.<br />
16) INCORRETA. Em Filosofia, o estudo das<br />
essências e das causas primeiras de todas<br />
as coisas é tarefa da Metafísica, chamada<br />
no século XVII pelo fi lósofo alemão Jacobus<br />
Thomasius de Ontologia. Atualmente, o ramo<br />
da Filosofia que estuda a essência das coisas<br />
é a Fenomenologia.<br />
20. Lutas populares intensas e profundas crises<br />
econômicas forçaram o Estado liberal a tornarse<br />
uma República democrática representativa,<br />
ampliando a cidadania política. Com base nessa<br />
afi rmação, assinale o que for correto.<br />
01) O Welfare State (Estado de bem-estar social),<br />
com fundamentos da teoria do economista<br />
John Maynard Keynes, representa uma<br />
ruptura com a concepção da ortodoxia liberal<br />
de um Estado minimalista.<br />
02) O neoliberalismo amplia a política social do<br />
Welfare State, reforçando a intervenção do<br />
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PROVA 3 – CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS<br />
Estado no sentido de defender e garantir<br />
direitos e benefícios sociais no campo da<br />
previdência social.<br />
04) Nos Estados Unidos, o presidente Roosevelt,<br />
depois da grande crise de 1929, elabora<br />
um plano econômico conhecido como New<br />
Deal, caracterizado pelo dirigismo estatal e o<br />
subsídio fi nanceiro às obras públicas.<br />
08) O liberalismo caracteriza-se pela diferença e<br />
distância entre o Estado e a sociedade, pois<br />
é essa distância que lhe permite defender a<br />
ideia de liberdade econômica e social.<br />
16) O neoliberalismo, como a última das revoluções<br />
burguesas, foi decisivo na conquista da<br />
cidadania, ao consolidar os direitos da<br />
sociedade civil, permitindo, por exemplo, que<br />
as mulheres usufruíssem, em 1930, na França<br />
e na Inglaterra, do sufrágio universal.<br />
Resposta: 13 – nível fácil.<br />
01) CORRETA.<br />
02) INCORRETA. O neoliberalismo condena a<br />
política intervencionista praticada pelo Welfare<br />
State (Estado de Bem-Estar Social).<br />
04) CORRETA.<br />
08) CORRETA.<br />
16) INCORRETA. O direito ao voto feminino é<br />
resultado de lutas democráticas e não de<br />
concessões neoliberais. A obra O caminho<br />
da servidão publicada em 1944 por Friedrich<br />
Von Hayek, é considerada a obra inaugural do<br />
neoliberalismo. No entanto, ideias neoliberais<br />
só foram colocadas em prática a partir de<br />
meados da década de 1970, no Chile, e depois<br />
na Inglaterra.<br />
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