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30ª Feovelha

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24<br />

15 DE FEVEREIRO À 13 DE MARÇO DE 2014<br />

PERFIL<br />

Uma visão do Mais Ovinos no Campo<br />

Programa diminui pela metade o abate de fêmeas.<br />

Luis Fernando Mainardi.<br />

O Mais Ovinos no Campo, programa<br />

de retenção de matrizes<br />

para o aumento do rebanho gaúcho,<br />

foi lançado pelo Governo do<br />

Estado na <strong>Feovelha</strong> 2011. Colocou<br />

à disposição dos produtores<br />

mais de R$ 100 milhões em linhas<br />

de crédito com taxas de juros subsidiadas,<br />

bem como linhas de financiamento<br />

para a aquisição de<br />

matrizes e também reprodutores.<br />

Hoje, três anos após o lançamento<br />

oficial do programa, os<br />

números mostram um aumento<br />

significativo no rebanho ovino<br />

do Rio Grande do Sul.<br />

Com um rebanho que chegou a 13<br />

Foto: Mickael Freitas<br />

Foto:Mickael Freitas<br />

milhões de cabeças na década de 70,<br />

e que em 2011 estava na preocupante<br />

marca de 3,7 milhões, o Rio Grande<br />

do Sul já foi o maior produtor de ovinos<br />

do país e atualmente passa por<br />

uma fase de reestruturação com foco<br />

na demanda do mercado interno e<br />

externo ao mesmo tempo em que<br />

aumenta a renda dos ovinocultores.<br />

O secretário de Agricultura, Pecuária<br />

e Agronegócio, Luiz Fernando<br />

Mainardi, participou na manhã deste<br />

sábado (01/02) da abertura oficial<br />

da <strong>Feovelha</strong>. Ele comentou a atualidade<br />

do Mais Ovinos no Campo.<br />

Segundo Mainardi, o programa é<br />

um sucesso. “É um sucesso por que<br />

os produtores compraram a idéia e<br />

querem cada vez mais trabalharem<br />

com ovinos para ampliar sua renda<br />

e também contribuir com o desenvolvimento<br />

do nosso estado”, conta.<br />

Dados do governo do estado apontam<br />

que em 2010, 70% dos ovinos<br />

abatidos no Rio Grande do Sul eram<br />

fêmeas, superando 182 mil animais.<br />

Já em 2013 foram abatidas 92<br />

mil fêmeas, 50% do número de<br />

2010. “Diminuímos praticamente<br />

a metade do abate de fêmeas<br />

no estado”, disse o secretário.<br />

“Diminuiu o abate, aumentou a retenção,<br />

a comercialização e aos poucos<br />

estamos aumentando a qualidade<br />

do trabalho e dos manejos dentro<br />

da propriedade, que serão acompanhados<br />

de aumento do rebanho<br />

e renda do produtor”, completa.<br />

Dejalmo Prestes<br />

Engenheiro Agrônomo e Consultor<br />

Biofortificação<br />

de alimentos<br />

A dieta humana, cada dia que passa,<br />

tem preocupado os governos, pesquisadores<br />

e nutricionistas, pois nutrição<br />

não é apenas comer bastante e nem<br />

tão pouco comer alimentos sadios e<br />

de qualidade. O balanceamento nutricional<br />

é quem garante a sanidade<br />

de um povo, alguns micronutrientes<br />

ocasionam a fome oculta, doenças<br />

relacionadas com sua deficiência.<br />

A biofortificação, ou seja, o aumento<br />

da quantidade de micronutrientes<br />

disponíveis num alimento pode ser<br />

feita através da seleção genética ou<br />

por biotecnologia. Neste processo<br />

é utilizado o cruzamento de plantas<br />

de uma mesma espécie para gerar espécies<br />

ricas em determinados tipos<br />

de micronutrientes. Alimentos Biofortificados<br />

são alimentos cultivados<br />

com sementes muito bem selecionadas,<br />

e em laboratórios onde se busca<br />

um alimento de melhor qualidade,<br />

melhor valor nutricional, melhor<br />

aparência, melhor produtividade,<br />

melhor resistência, com sementes<br />

selecionadas cruzando entre si. Um<br />

projeto que visa acabar com a desnutrição,<br />

combatendo e revertendo<br />

a carência de vitaminas e minerais<br />

como o ferro, zinco e betacaroteno,<br />

consequentemente reduzindo os casos<br />

de anemia e problemas de visão.<br />

No Brasil, a biofortificação de alimentos<br />

é liderada pela Embrapa<br />

Agroindústria de Alimentos (Rio de<br />

Janeiro-RJ) e conta com a participação<br />

de mais 10 Unidades da Embrapa<br />

que são responsáveis pelo desenvolvimento<br />

dos oito cultivos em que o<br />

projeto está atuando: arroz, abóbora,<br />

feijão, feijão caupi, milho, mandioca,<br />

batata-doce e trigo.Embrapa<br />

quer combater doenças causadas pela<br />

desnutrição com raízes e grãos mais<br />

nutritivos, Até 2023, oito alimentos<br />

biofortificados estarão presentes na<br />

dieta dos brasileiros. O BioFORT,<br />

projeto-piloto da Empresa Brasileira<br />

de Pesquisa Agropecuária (Embrapa),<br />

tem parceria com 1.860 famílias<br />

de pequenos agricultores, em<br />

15 municípios do País. O processo<br />

consiste no cruzamento de plantas<br />

da mesma espécie mais ricas em<br />

nutrientes, a partir de intervenções<br />

agrícolas e laboratoriais. O resultado<br />

é uma semente de alto rendimento e<br />

com maior valor nutricional. Os pioneiros<br />

biofortificados desenvolvidos<br />

pela Embrapa são mandioca, feijão,<br />

milho, arroz, batata-doce, abóbora<br />

e trigo. A mandioca de mesa BRS<br />

Jarí, por exemplo, é fonte natural de<br />

ARTIGO<br />

energia, pouco fibrosa e possui mais<br />

vitamina A do que a tradicional, além<br />

de conservar boa parte das propriedades<br />

nutritivas após ser cozida. Outro<br />

destaque é a cultivar de feijão-caupi,<br />

também conhecida como xiquexique,<br />

cujos grãos possuem maior teor<br />

de ferro comparativamente às variedades<br />

mais consumidas no país.<br />

A mandioca de mesa BRS Jarí, por<br />

exemplo, é fonte natural de energia,<br />

pouco fibrosa e possui mais vitamina<br />

A do que a tradicional, além de<br />

conservar boa parte das propriedades<br />

nutritivas após ser cozida.<br />

Técnicas de cultivo aumentam nutrientes<br />

no arroz. A adubação do solo<br />

enriquecida com minerais como ferro<br />

e zinco representou um aumento<br />

de 40% da quantidade comum de<br />

ferro no grão de arroz colhido. O levantamento<br />

foi feito na dissertação<br />

Adubação e biofortificação: caracterização<br />

química e física do arroz<br />

(Oryza sativa L.) da nutricionista<br />

Evelise Boliani, num estudo realizado<br />

na Escola Superior de Agricultura<br />

Luis de Queiroz (Esalq) da USP,<br />

em Piracicaba. Os estudos, que foram<br />

orientados pela professora Solange<br />

Guidolin Canniatti Brazaca, começaram<br />

em janeiro de 2010 e foram<br />

finalizados em dezembro de 2011.<br />

Veja a tabela comparando o teor<br />

de vitamina de alguns alimentos<br />

convencionais com os biofortificados,<br />

referente a 1kg de alimento:<br />

O programa HarvestPlus do CGIAR<br />

(Consultive Group on Internacional<br />

Agriclture Research), e representa<br />

uma poderosa ferramenta para<br />

aumentar o consumo de nutrientes<br />

essenciais em uma dieta baseada<br />

em culturas base (arroz, milho, trigo,<br />

feijão, mandioca e batata-doce).<br />

A Biofortificação, é o foco de países<br />

em desenvolvimento, requer um aumento<br />

em investimento público para<br />

pesquisas na agricultura e infraestrutura<br />

para garantir seu sucesso, o que<br />

também está relacionado com o desafio<br />

de fazer com que consumidores<br />

e produtores aceitem as novas variedades<br />

biofortificadas e assim aumentem<br />

o consumo dos nutrientes alvos.<br />

Foto: Divulgação<br />

fonte:Embrapa

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