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30ª Feovelha

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15 DE FEVEREIRO À 13 DE MARÇO DE 2014<br />

PECUÁRIA EM<br />

DESTAQUE<br />

Fernando Furtado Velloso - Médico Veterinário (CRMV RS 7238)<br />

Inspetor Técnico – Associação Brasileira de Angus Sócio da Assessoria Agropecuária FFVelloso & Dimas Rocha<br />

Touros para monta natural,<br />

desempenho e produção<br />

ARTIGO<br />

Foto: Divulgação<br />

O uso de touros em monta natural<br />

segue sendo o manejo predominante<br />

para os produtores americanos,<br />

especialmente na pecuária comercial.<br />

Particularmente nas áreas<br />

de campos do oeste, os produtores<br />

manejam grupos grandes de vacas<br />

entouradas com reprodutores múltiplos.<br />

Mesmo em situações de uso de<br />

uma bateria de touros trabalhando<br />

em conjunto, os produtores podem<br />

determinar os pais através de testes<br />

de DNA. Pesquisadores usando testes<br />

de paternidade concluíram que<br />

touros usados em grupo não compartilham<br />

o trabalho igualmente.<br />

Como um membro da Universidade<br />

da California (serviço de extensão),<br />

Dave Drake esteve envolvido<br />

com pesquisas de paternidade<br />

e desempenho que mostram que<br />

alguns touros são “superdotados”<br />

e outros “preguiçosos”. Este profissional<br />

tem compartilhado informações<br />

de pesquisa de como<br />

realmente um touro afeta a rentabilidade<br />

de uma exploração pecuária.<br />

De acordo com Drake, o estudo<br />

de três anos foi baseado na coleta<br />

de dados de mais de 5.000 bezerros<br />

com paternidade identificada,<br />

representando 15 parições em três<br />

propriedades da California. Os<br />

bezerros eram de rebanhos com<br />

parição de primavera e outono, estação<br />

de monta de 60 a 120 dias,<br />

e todos usando a relação de 1 touros<br />

para 25 vacas (1:25) em pastagens<br />

de 40 hectares ou menos.<br />

“O número médio de filhos por<br />

touro foi de 18,9. Em todas as<br />

parições, algum touro destacou-<br />

-se produzindo mais de 40 filhos.<br />

Alguns touros produziram muito<br />

pouco”, afirmou Drake. “Um touro<br />

em especial produziu 64 bezerros<br />

em uma estação. Um touro somente<br />

um filho, e mais de um touro<br />

não deixaram nenhum produto”.<br />

O estudo revela algumas questões interessantes<br />

sobre os touros mais prolíficos.<br />

Em alguns períodos, alguns<br />

touros cobriram com sucesso 10 a 12<br />

vacas por dia. Não foi incomum para<br />

alguns touros, em entoure simples<br />

(somente 1 touro no lote), que 1/3 de<br />

seus produtos tenham sido gerados<br />

em um período de 24 horas. Além<br />

disso, quase toda a diferença na prolificidade<br />

dos touros foi identificada<br />

na primeira metade da estação de<br />

monta. Os touros mais produtivos<br />

geraram mais concepções nas semanas<br />

três, quatro e cinco da estação.<br />

A variação na fecundidade dos touros<br />

tem implicações na qualidade<br />

das fêmeas de reposição, considerando<br />

que a maioria das fêmeas nascidas<br />

na primeira metade da parição<br />

são filhas de touros mais profícuos.<br />

A seleção de fêmeas de reposição<br />

do “cedo” devem ter impacto positivo<br />

na fertilidade dos rebanhos.<br />

O estudo demonstra a importância<br />

da reprodução em lucratividade porque<br />

o touro prolífico tem o maior<br />

impacto positivo da rentabilidade<br />

das propriedades. “Estes animais<br />

não foram os touros com os maiores<br />

DEPs para peso ao desmame ou<br />

peso ao ano. Também não são os pais<br />

dos bezerros mais pesados, comentou<br />

Drake. “O touro mais rentável<br />

foi o que produziu mais bezerros”.<br />

Considerações da Assessoria Agropecuária:<br />

A qualidade e funcionalidade<br />

dos touros usados na pecuária<br />

comercial tem alto impacto em<br />

lucratividade em qualquer lugar do<br />

mundo. O cabanheiro (produtor de<br />

touros) deve ter o compromisso de<br />

oferecer touros com funcionalidade<br />

e longevidade. Além dos dados<br />

de desempenhos (índices e DEPs)<br />

devem ser observados as características<br />

de adaptação (tipo de pelo,<br />

biótipo animal), correção de aprumos<br />

e cascos, comprimento e posição<br />

de prepúcio, posicionamento<br />

do saco escrotal e outros itens que<br />

afetam a função do touro. O comprador<br />

de touros deve estar atento a<br />

estas questões, pois existe o risco de<br />

justamente o touro que não produz<br />

ou produz muito pouco ser o nosso.<br />

Por Troy Smith<br />

(Angus Beef Bulletin, EUA).<br />

Traduzido por Fernando F. Velloso<br />

(Assessoria Agopecuária).<br />

Artigo publicado no Angus<br />

Beef Bulletin, Janeiro 2014.

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