You also want an ePaper? Increase the reach of your titles
YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.
6<br />
15 DE FEVEREIRO À 13 DE MARÇO DE 2014<br />
MERCADO<br />
Foto: Divulgação<br />
Marco Medronha<br />
mmedronha@hotmail.com<br />
REPÓRTER RURAL<br />
Foto: Divulgação<br />
Preços da carne ovina<br />
continuarão firmes em 2014<br />
Queda na oferta mundial do produto nos principais países produtores fortalecem os preços<br />
Os preços da carne ovina se fortalecerão<br />
devido a uma queda na<br />
oferta mundial do produto nos<br />
principais países produtores, incluindo<br />
o Uruguai, disse o consultor<br />
do Secretariado Uruguaio<br />
de Lã (SUL), Carlos Salgado.<br />
“Todas as projeções de oferta de<br />
carne ovina para 2014 da Austrália,<br />
Nova Zelândia e Uruguai – os três<br />
principais exportadores mundiais –<br />
indicam que ocorrerá uma redução<br />
de oferta. Enquanto nos dois países<br />
da Oceania isso é um fato, a baixa<br />
no Uruguai, se acontecesse, seria<br />
por causa da mortalidade provocada<br />
pelo temporal que acometeu recentemente<br />
na região norte do país”.<br />
A demanda por esse produto está<br />
em crescimento, principalmente<br />
porque a China está sendo o grande<br />
comprador dessa matéria-prima<br />
a nível mundial e estima-se que aumentará<br />
suas importações. “A China<br />
duplicou em pouco tempo o que<br />
importa e compra a grande maioria<br />
dos produtos que saem ao mercado.<br />
Compra carne com osso, carcaças,<br />
cortes e cada vez está mais ativa”.<br />
O Brasil também se mantém muito<br />
demandante para esse tipo de carne,<br />
enquanto a Europa está se recuperando<br />
economicamente, provocando<br />
o aumento do poder aquisitivo de<br />
seus consumidores, o que está impulsionando<br />
as compras desse produto.<br />
Esses dois mercados estão sendo<br />
atualmente os principais importadores<br />
de cortes ovinos de maior valor e<br />
não parece, apesar do crescimento da<br />
China, que isso possa mudar em curto<br />
prazo, explicou o consultor do SUL.<br />
Esse cenário está impactando fortemente<br />
os valores pagos pelos ovinos.<br />
Segundo a categoria, os preços estão<br />
mais de 20% acima dos registrados no<br />
começo de 2013, disse ele. A tonelada<br />
de carne ovina até a primeira quinzena<br />
desse mês ficou em média US$ 3.877,<br />
segundo dados do Instituto Nacional<br />
de Carnes (INAC). Em 2004, quando<br />
se abriu o mercado da China, quase<br />
não se faziam vendas e hoje esse país<br />
é quem está mobilizando as compras.<br />
Por outro lado, o presidente do SUL,<br />
Joaquín Martinicorena, disse que<br />
vê um cenário onde o Uruguai terá<br />
um grande leque de opções para colocar<br />
sua oferta. Martinicorena estimou<br />
que conseguiriam valores<br />
iguais ou melhores que os atuais.<br />
Fonte: El País Digital.<br />
Ovelha não é pra mato<br />
Ao percorrer um eixo formado pelos<br />
municípios de Herval, Pedras Altas<br />
e Pinheiro Machado é possível encontrar<br />
histórias de superação dos<br />
ovinocultores, os quais realizam um<br />
trabalho de perseverança na manutenção<br />
de um dos principais berços do<br />
rebanho ovino no Rio Grande do Sul.<br />
Entre grandes e pequenos criadores<br />
existem práticas comuns e necessárias<br />
para garantir a qualidade dos produtos<br />
que se diversificam desde a carne<br />
na culinária até o artesanato em lã.<br />
Durante a visita em algumas propriedades,<br />
com o objetivo de conhecer o<br />
trabalho dos pecuaristas e as características<br />
da região, encontramos o<br />
rebanho ovino refugiado nas matas.<br />
Provavelmente, os animais estavam<br />
fugindo do forte calor que fazia naquela<br />
semana, logo lembrei de um<br />
tradicional ditado, muito conhecido<br />
entre os criadores: “Ovelha não é pra<br />
mato”. Certamente eles faziam referencia<br />
a necessidade de pastoreio dos<br />
animais nos campos abundantes da<br />
região, os quais apresentam centenas<br />
de espécies nativas palatáveis e favoráveis<br />
ao desenvolvimento dos rebanhos.<br />
Todo pecuarista sabe que numa<br />
propriedade bem sucedida, todos<br />
os espaços possuem sua importância<br />
e finalidade. A função da mata<br />
preservada promove o equilíbrio da<br />
flora e fauna, além de servir de abrigo<br />
aos animais. Embora ali na mata<br />
não exista alimento suficiente para o<br />
pastoreio dos animais, pode ser um<br />
excelente ar condicionados para as<br />
ovelhas e seus pesados casacos de lã.<br />
Alguns “ditos populares” parecem<br />
ficar gravados na nossa memória e<br />
soam como definitivo e nós, inconscientemente<br />
passamos a aceitá-los<br />
como verdades. Assim como no caso<br />
das “ovelhas não é pra mato”, algumas<br />
vezes, nós humanos, passamos a acreditar<br />
que nossos desejos não nos pertencem<br />
e deixamos de lutar por nossos<br />
sonhos. Os trabalhadores persistentes<br />
da ovinocultura podem buscar no seu<br />
campo de trabalho, o conforto e o equilíbrio<br />
que as matas proporcionam e,<br />
isso pode ser alcançado através de um<br />
insumo valioso a todos, a informação.<br />
No caso dos pecuaristas familiares<br />
sair do seu reduto para trocar idéias e<br />
conhecer outras técnicas e realidades<br />
diferentes pode significar um ganho<br />
financeiro e intelectual. Encontros<br />
em eventos como a <strong>Feovelha</strong>, de Pinheiro<br />
Machado, é uma grande oportunidade<br />
para ver de perto as tecnologias<br />
para o setor, através de vários<br />
métodos como oficinas, palestras,<br />
seminários, concursos e outros meios<br />
capazes de proporcionar a inclusão<br />
em um espaço melhor de produção.<br />
Ao voltar para a propriedade, o ovinocultor<br />
poderá perceber que ovelha<br />
pode entrar no mato quando<br />
necessitar de refúgio e que ele, deve<br />
sair dele com freqüência, a fim de<br />
acreditar em suas potencialidades.