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30<br />
15 DE FEVEREIRO À 13 DE MARÇO DE 2014<br />
COLUNA DO MAINARDI<br />
Foto: Divulgação<br />
Super safra<br />
No final da semana passada estive<br />
em Ijui, Pejuçara, Santa Bárbara do<br />
Sul e Fortaleza dos Valos. O objetivo<br />
foi participar da abertura oficial da<br />
colheita do milho, realizada no sábado,<br />
na propriedade da família Sartori,<br />
no interior de Pejuçara e entregar<br />
veículos e as modernizações das<br />
Inspetorias de Defesa Agropecuária<br />
daqueles municípios. No caminho,<br />
muita soja, milho e gado leiteiro.<br />
Também, dezenas de pivôs de irrigação,<br />
que elevam a produtividade,<br />
mesmo com o tempo contribuindo<br />
para uma boa safra. Com a colaboração<br />
de São Pedro, o empenho<br />
de nossos produtores e o apoio dos<br />
governos Federal e Estadual quebraremos,<br />
mais uma vez, o recorde<br />
gaúcho da produção de grãos. Superaremos<br />
a casa dos 30 milhões de<br />
toneladas. É o setor primário, mais<br />
uma vez, demonstrando a sua força<br />
para manter o Rio Grande crescendo<br />
o dobro do que cresce o Brasil.<br />
Mais Água<br />
Na propriedade dos Sartori, que<br />
aposta na irrigação como ferramenta<br />
fundamental para aumentar a<br />
produção, foi instalado o milésimo<br />
pivô vendido pela empresa gaúcha<br />
Fockink, grupo que, aliás, precisou<br />
aumentar um turno em sua<br />
unidade industrial para atender a<br />
demanda e já pensa em ampliar a<br />
fábrica. O seu diretor superintendente<br />
Siegfried Kwast, nos informa<br />
que a Abimaq deve divulgar, em<br />
Luiz Fernando Mainardi<br />
Secretário da Agricultura Pecuária e Agronegócio do Rs<br />
breve, levantamento sobre as vendas<br />
de equipamentos para irrigação<br />
no ano passado. E ali deve aparecer<br />
o nosso Estado como o que mais<br />
investiu neste setor naquele período,<br />
sendo responsável pela aquisição<br />
de 26% de todos os equipamentos<br />
comercializados em 2013.<br />
O Rio Grande está despertando<br />
para a irrigação, movimento que se<br />
dá especialmente a partir do programa<br />
que criamos, o Mais Água, Mais<br />
Renda, que completa dois anos neste<br />
mês de março. Já ampliamos em<br />
70% a área irrigada no Estado desde<br />
o início do Mais Água. Estamos<br />
convencidos de que será possível<br />
irrigar, em três anos, a mesma área<br />
que se levou 30 anos para irrigar.<br />
Dissemina em expansão<br />
Estamos ampliando o programa de<br />
melhoramento genético dos rebanhos<br />
de gado leiteiro e de corte das<br />
propriedades da pecuária familiar.<br />
Começamos com um projeto piloto,<br />
com recursos da Secretaria da<br />
Agricultura, Fepagro e Ministério<br />
da Agricultura, que contemplou 31<br />
municípios. Na segunda fase, com<br />
as mesmas parcerias, chegamos a<br />
59 cidades. Nestas duas etapas investimos<br />
mais de R$ 4 milhões.<br />
Agora, trocamos de parceiro no<br />
âmbito Federal, e com recursos do<br />
Ministério do Desenvolvimento<br />
Agrário, mais contrapartida do<br />
Governo do Estado, chegaremos a<br />
outros 62 municípios, com investimento<br />
de R$ 3 milhões. Outro<br />
parceiro importante que temos na<br />
execução deste programa que repassa<br />
às prefeituras um veículo,<br />
doses de sêmen e botijões de nitrogênio,<br />
é o deputado federal Paulo<br />
Pimenta, autor de emendas que<br />
possibilitaram o repasse de recursos<br />
à nossa secretaria da Agricultura.<br />
Cristiano Costalunga Gotuzzo<br />
Engº Agrônomo CREA/RS 131395<br />
Pastagem de azévem<br />
é cara ? (parte 1)<br />
Quando falamos em lavouras de<br />
verão não se acha nada anormal<br />
gastarmos R$ 1.000,00 ou até R$<br />
3.000,00 por hectare para produzirmos<br />
soja, milho, arroz, porém quando<br />
se cogita investir entre R$ 600,00<br />
a R$ 1.000,00 em uma pastagem de<br />
inverno não faltam pessimistas para<br />
dizer que não se pode gastar tudo<br />
isso porque pastagem não dá retorno.<br />
Costumamos ouvir de produtores<br />
rurais que pastagens de azevém<br />
em resteva de lavoura não precisam<br />
ser adubadas, pois as mesmas<br />
se utilizam do resíduo da lavoura<br />
para produzir. Mas que resíduo é<br />
esse quando falamos em super colheitas<br />
de soja e arroz, por exemplo,<br />
onde os grãos levam quase que a<br />
totalidade dos nutrientes que foram<br />
adicionados na adubação de base.<br />
O que temos visto é que quando<br />
adubamos essa pastagem pós lavoura<br />
de verão esta respondez de uma<br />
maneira bem mais produtiva em<br />
relação a que não foi adubada. E a<br />
adubação de inverno irá beneficiar<br />
também a lavoura de verão, pois a<br />
pecuária de corte retira muito pouco<br />
da pastagem. A maior parte do<br />
que é consumido é devolvido na<br />
forma de esterco e urina promovendo<br />
a reciclagem dos nutrientes.<br />
Outra situação que encontramos é<br />
a de pastagens de azevém formadas<br />
a partir do preparo de solo de<br />
áreas de campo nativo que também<br />
não são adubadas adequadamente<br />
porque se torna muito caro.<br />
Muitas vezes porque são utilizadas<br />
para salvar os animais que estão à<br />
beira da morte por falta de alimentação.<br />
Com isso ao final da utilização<br />
desta pastagem o produtor não<br />
vende os animais e acaba não se<br />
reembolsando deste custo inicial.<br />
Ocorre que nas duas situações citadas<br />
acima, da pastagem pós-lavoura<br />
sem adubação, e da pastagem em<br />
ARTIGO<br />
preparo convencional em área de<br />
campo nativo com baixos níveis de<br />
adubação, a capacidade de suporte<br />
desta pastagem é bastante reduzida<br />
fazendo com que se coloquem poucos<br />
animais por hectare e no final a<br />
conta não fecha, pois a produção de<br />
peso vivo é muito aquém dos custos.<br />
Porém quando entendemos que<br />
devemos fazer uma adubação adequada<br />
conforme se recomenda após<br />
uma análise de solo essas pastagens<br />
acabam tendo uma ótima produção<br />
de matéria seca que promoverá<br />
uma alta capacidade de suporte<br />
transformando a produção de pasto<br />
em kg de peso vivo produzido<br />
por hectare, que irão não só custear<br />
a pastagem, mas também gerar<br />
uma receita líquida variando de R$<br />
1.000,00 a R$ 2.000,00 por hectare.<br />
A tabela abaixo mostra dois exemplos<br />
de pastagens com dois níveis<br />
de adubação e a receita esperada dependendo<br />
do nível de tecnologia:<br />
Neste exemplo podemos ver que<br />
aumentando os níveis de adubação<br />
podemos chegar a uma receita liquida<br />
de R$ 1.600,00 por hectare<br />
contra R$ 520,00 por hectare com<br />
baixa tecnologia. No próximo artigo<br />
vamos discutir como manejar esta<br />
pastagem, a época de aplicar a uréia,<br />
e qual categoria animal podemos<br />
utilizar para colher esta pastagem.<br />
Foto: Divulgação