oficinas de letramento: projeto mais educação na escola ... - Unifra
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Trabalho Submetido para Avaliação - 09/05/2012 20:29:50<br />
OFICINAS DE LETRAMENTO: PROJETO MAIS EDUCAÇÃO NA ESCOLA EEB<br />
IRMÃO JOSÉ OTÃO<br />
ORIENTADOR: LUANA IENSEN GONÇALVES (lua<strong>na</strong>_iensen@yahoo.com.br) / Jor<strong>na</strong>lismo - UNIFRA,<br />
Santa Maria - RS<br />
Palavras-Chave:<br />
Mais Educação. Ofici<strong>na</strong> <strong>de</strong> Letramento. Leitura. Alfabetização.<br />
INTRODUÇÃO<br />
O presente resumo visa apresentar os resultados da ofici<strong>na</strong> <strong>de</strong> <strong>letramento</strong> do <strong>projeto</strong> Mais Educação da<br />
EEEB Irmão José Otão.<br />
O programa Mais Educação aumenta a oferta educativa <strong>na</strong>s <strong>escola</strong>s públicas por meio <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong>s<br />
optativas que foram agrupadas em macrocampos como acompanhamento pedagógico, meio ambiente,<br />
esporte e lazer, direitos humanos, cultura e artes, cultura digital, prevenção e promoção da saú<strong>de</strong>, educação<br />
científica e educação econômica. O programa visa fomentar ativida<strong>de</strong>s para melhorar o ambiente <strong>escola</strong>r.<br />
Essa iniciativa é coor<strong>de</strong><strong>na</strong>da pela Secretaria <strong>de</strong> Educação Continuada, Alfabetização e Diversida<strong>de</strong><br />
(SECAD/MEC) em parceria com a Secretaria <strong>de</strong> Educação Básica (SEB/MEC) e com as Secretarias<br />
Estaduais e Municipais <strong>de</strong> Educação.<br />
Na <strong>escola</strong> José Otão são oferecidas as <strong>ofici<strong>na</strong>s</strong> <strong>de</strong> matemática, tênis <strong>de</strong> mesa, <strong>letramento</strong>, informática,<br />
xadrez e jardi<strong>na</strong>gem que beneficiam alunos da 3° série a 8° série do ensino fundamental. Tais <strong>ofici<strong>na</strong>s</strong> são<br />
realizadas no contraturno das aulas.<br />
Dessa forma, neste trabalho, apresentamos o funcio<strong>na</strong>mento das <strong>ofici<strong>na</strong>s</strong> <strong>de</strong> <strong>letramento</strong> do período <strong>de</strong><br />
outubro <strong>de</strong> 2011 a abril <strong>de</strong> 2012. Nessas <strong>ofici<strong>na</strong>s</strong>, os alunos têm a oportunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> trabalharem com as<br />
diferentes linguagens, leitura e interpretação <strong>de</strong> textos, produção <strong>de</strong> diversos gêneros textuais (contos,<br />
poemas, cartazes, <strong>de</strong>senhos, músicas, etc); além <strong>de</strong> jogos educativos.<br />
REFERENCIAL TEÓRICO<br />
O Breve referencial aqui exposto evi<strong>de</strong>ncia os pressupostos que guiaram essa primeira etapa do <strong>projeto</strong>, o<br />
qual terá continuida<strong>de</strong> até outubro <strong>de</strong> 2012.<br />
Em busca <strong>de</strong> uma leitura significativa<br />
Des<strong>de</strong> cedo iniciamos nosso contato com a leitura, seja ela visual, auditiva, uma leitura sensorial, pois<br />
ape<strong>na</strong>s “impressio<strong>na</strong> a vista, o ouvido, o tato, o olfato ou o paladar” (MARTINS, 1986, P.42). Para Martins<br />
(1986), realizamos a leitura a partir do conhecimento prévio que temos do mundo; pois mesmo sem saber<br />
(<strong>de</strong>)codificar “letras” nos apropriamos do conhecimento a partir da linguagem não verbal.
A pesquisadora Kleiman (2008) complementa os pressupostos <strong>de</strong> Martins (1986) ao afirmar que a leitura é<br />
um processo interativo, pois se acio<strong>na</strong>m e interagem os diversos conhecimentos prévios - linguístico, textual<br />
e <strong>de</strong> mundo - do leitor a todo o momento para chegar-se a compreensão do que se lê. Para Martins (1986,<br />
p17) a leitura só acontece “quando começamos a estabelecer relações entre as experiências e a tentar<br />
resolver os problemas que nos apresentam – aí então estamos proce<strong>de</strong>ndo a leituras, as quais nos habilitam<br />
basicamente a ler tudo e qualquer coisa”.<br />
Dessa forma, a leitura interativa só ocorre <strong>de</strong> fato quando há um espaço <strong>de</strong> diálogo <strong>na</strong> sala <strong>de</strong> aula. Esse foi<br />
o espaço que buscamos no Mais Educação. Além disso, o nome da ofici<strong>na</strong>, <strong>letramento</strong>, indicou como seriam<br />
os trabalhos: em busca <strong>de</strong> uma leitura em que os alunos <strong>de</strong>senvolvessem argumentos e opinião própria<br />
sobre os temas discutidos oralmente em seminários e a partir <strong>de</strong> textos.<br />
Letramento<br />
Colello (2006) esclarece que a alfabetização é o precesso <strong>de</strong> aquisição <strong>de</strong> habilida<strong>de</strong>s para a leitura e a<br />
escrita, enquanto o <strong>letramento</strong> usa essa habilida<strong>de</strong> para alcançar diferentes objetivos. Com isso, ente<strong>de</strong>mos<br />
que letrado é aquele que além <strong>de</strong> saber ler e escrever respon<strong>de</strong> às <strong>de</strong>mandas sociais da leitura e da escrita.<br />
Soares (1998, p. 47) ressalta que o <strong>letramento</strong> é o “estado ou condição <strong>de</strong> quem não ape<strong>na</strong>s sabe ler ou<br />
escrever, mas cultiva e exerce as práticas sociais que visam a escrita”. Compreen<strong>de</strong>mos que o aluno <strong>de</strong>ve<br />
ser preparado para apren<strong>de</strong>r a ler, interpretar e dialogar com o texto, a utilizá-lo em benefício <strong>de</strong> si próprio,<br />
como, por exemplo, enviar um email, escrever um currículo, respon<strong>de</strong>r uma mensagem <strong>de</strong> voz etc.<br />
Nesse sentido, vale ressaltar que a alfabetização e o <strong>letramento</strong> são processos distintos que <strong>de</strong>vem ser<br />
trabalhados paralelamente para que haja evolução, pois se vê muitos sujeitos alfabetizados, mas pouco<br />
letrados. É a partir <strong>de</strong>ssa concepção que trabalhamos a leitura como um processo gradual, intenso e<br />
contextualizado; não só para incentivar o ato <strong>de</strong> ler, mas para explorá-lo <strong>de</strong> maneira que os alunos possam<br />
se formar cidadãos atuantes, que ajam <strong>na</strong> socieda<strong>de</strong> e interajam com os membros dos diferentes setores<br />
sociais.<br />
METODOLOGIA<br />
Objetivamos com o <strong>projeto</strong> incentivar e aprimorar a leitura e a escrita <strong>de</strong> diferentes gêneros textuais;<br />
<strong>de</strong>senvolver a criativida<strong>de</strong>, o conhecimento e o senso crítico; realizar ativida<strong>de</strong>s com diferentes linguagens e<br />
níveis <strong>de</strong> linguagem, intercalando <strong>de</strong>bates orais com propostas escritas. Dessa forma, a metodologia da<br />
ativida<strong>de</strong> consistiu em: primeiramente, uma conversa inicial com os alunos sobre os temas que eles<br />
costumavam ler, como eles imagi<strong>na</strong>vam e o que gostariam <strong>de</strong> ter em <strong>ofici<strong>na</strong>s</strong> <strong>de</strong> <strong>letramento</strong>; e em um<br />
segundo momento, o planejamento das ativida<strong>de</strong>s com base nessa conversa, e a realização das <strong>ofici<strong>na</strong>s</strong>.<br />
Essas <strong>ofici<strong>na</strong>s</strong> aconteciam duas vezes por sema<strong>na</strong>. As turmas foram divididas em três: turma um manhã: 3°<br />
e 4° série, turma dois manhã: 5° e 6° série, turma tar<strong>de</strong>: 7° e 8º série.<br />
Em cada ofici<strong>na</strong>, <strong>de</strong>senvolvemos uma discussão oral sobre algum tema (política, bullying, comunida<strong>de</strong>s<br />
<strong>escola</strong>r, etc) para os alunos explicitarem suas opiniões e trocarem i<strong>de</strong>ias, <strong>de</strong>senvolverem argumentos. Em<br />
outras <strong>ofici<strong>na</strong>s</strong>, fazia-se também <strong>de</strong> expressão <strong>de</strong> opinião em produção escrita, como carta <strong>de</strong> leitores,<br />
contos, propagandas, poemas, <strong>de</strong>senhos. Para cada turma/série foram <strong>de</strong>senvolvidas ativida<strong>de</strong>s e<br />
discussões diferenciadas.<br />
Ressaltamos que a alfabetização dos alunos <strong>de</strong> 3º e 4º ocorria com a professora titular e as ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong>
<strong>letramento</strong>, <strong>de</strong> compreensão, durante as <strong>ofici<strong>na</strong>s</strong> do contraturno.<br />
RESULTADOS E CONSIDERAÇÕES FINAIS<br />
Com base no referencial teórico e <strong>na</strong> prática das <strong>ofici<strong>na</strong>s</strong>, percebemos que é possível realizar um trabalho<br />
em prol do <strong>letramento</strong>, ou seja, o além da interpretação do texto, mas também <strong>de</strong> forma a compreendê-lo<br />
consi<strong>de</strong>rando seu contexto. Acreditamos que o espaço interativo, <strong>de</strong> diálogo, conforme <strong>de</strong>scrito por Kleimam,<br />
ocorreu durante as <strong>ofici<strong>na</strong>s</strong>, o que evi<strong>de</strong>nciou o <strong>de</strong>senvolvimento crítico dos alunos. Também acreditamos ter<br />
instigado o gosto pela leitura, pela busca <strong>de</strong> novas informações<br />
Enfim, percebemos que ativida<strong>de</strong>s com gêneros textuais variados <strong>na</strong>s <strong>ofici<strong>na</strong>s</strong> <strong>de</strong> <strong>letramento</strong> do Mais<br />
Educação, envolvendo leitura, produção textual, pintura, oralida<strong>de</strong>, revelaram-se promissoras, com<br />
possibilida<strong>de</strong>s variadas a serem <strong>de</strong>senvolvidas com os alunos.<br />
REFERÊNCIAS:<br />
MARTINS, Maria Hele<strong>na</strong>; O que é leitura; São Paulo; Brasiliense; 1986.<br />
KLEIMAN, Angela.; Leitura: ensino e pesquisa; São Paulo; pontes; 2008.<br />
SOARES, Magda; Letramento: um tema em três gêneros; Belo Horizonte; Autêntica; 1988.