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rio de janeiro - Metro

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02 FOCO<br />

RIO DE JANEIRO, QUARTA-FEIRA, 28 DE NOVEMBRO DE 2012<br />

www.readmetro.com<br />

Morte mancha pacificação<br />

Segurança. Dois anos <strong>de</strong>pois da ocupação do Complexo do<br />

Alemão, assassinato <strong>de</strong> jovem ofusca melhorias na região<br />

1FOCO<br />

Dois anos <strong>de</strong>pois da ocupação<br />

do Complexo do Alemão<br />

pelas forças <strong>de</strong> segurança, a<br />

velha insegurança entre moradores<br />

da região e a Polícia<br />

Militar voltou à tona, ontem.<br />

Sob revolta <strong>de</strong> amigos e familiares,<br />

o corpo <strong>de</strong> Má<strong>rio</strong> Lucas<br />

<strong>de</strong> Souza Pereira, 18 anos,<br />

foi enterrado no cemité<strong>rio</strong> <strong>de</strong><br />

Inhaúma. Ele fio assassinado<br />

a tiros por um policial na comunida<strong>de</strong><br />

da Fazendinha, no<br />

domingo.<br />

O cabo Rodrigo Araújo<br />

Costa, acusado <strong>de</strong> matar o jovem,<br />

foi reconhecido pela avó<br />

da vítima e preso em flagrante<br />

pela Divisão <strong>de</strong> Homicídios.<br />

Ele está preso na Unida<strong>de</strong> Prisional<br />

da PM, em Benfica, e<br />

vai respon<strong>de</strong>r a um conselho<br />

disciplinar. A DH não <strong>de</strong>scarta<br />

a participação <strong>de</strong> algum PM<br />

da UPP local na ação ou na facilitação<br />

do crime.<br />

Amigos <strong>de</strong>nunciaram<br />

que o jovem já havia sofrido<br />

ameaças <strong>de</strong> agentes da UPP<br />

“Ele não era traficante como estavam dizendo.<br />

Como vamos sentir segurança com tudo isso<br />

acontecendo na nossa comunida<strong>de</strong>?”<br />

AMIGO DE MÁRIO LUCAS DE SOUZA, ASSASSINADO A TIROS POR UM PM<br />

“Hoje vemos situações impensáveis até a<br />

pacificação, como turistas viajando no teleférico do<br />

Alemão para conhecer uma região antes proibitiva.”<br />

JOSÉ MARIANO BELTRAME, SECRETÁRIO DE SEGURANÇA PÚBLICA<br />

da Fazendinha. Hoje, a região<br />

conta com oito unida<strong>de</strong>s <strong>de</strong><br />

polícia pacificadora, somando<br />

ainda o Complexo da Penha.<br />

No meio da tar<strong>de</strong>, PMs da<br />

UPP <strong>de</strong> Nova Brasília trocaram<br />

tiros com suspeitos <strong>de</strong><br />

tráfico <strong>de</strong> drogas na favela<br />

da Grota. Um morreu e outro<br />

foi preso. O local é um<br />

dos mais perigosos da região,<br />

com registros frequentes <strong>de</strong><br />

confrontos.<br />

Ainda assim, após dois<br />

anos <strong>de</strong> ocupação, os moradores<br />

viram melhorias <strong>de</strong> infraestrutura<br />

e queda nos índices<br />

<strong>de</strong> criminalida<strong>de</strong>.<br />

FB con<strong>de</strong>nado<br />

O traficante Fabiano Atanásio<br />

da Silva, o FB, ex-chefe do<br />

tráfico na Vila Cruzeiro, na<br />

Penha, foi con<strong>de</strong>nado a nove<br />

anos <strong>de</strong> prisão por roubo e<br />

formação <strong>de</strong> quadrilha. Preso<br />

<strong>de</strong>s<strong>de</strong> <strong>janeiro</strong>, ele era um dos<br />

que fugiu do Alemão durante<br />

a ocupação policial do complexo.<br />

METRO RIO<br />

Teleférico é sucesso entre turistas e moradores | MARCELO HORN/DIVULGAÇÃO<br />

ALEMÃO E PENHA APÓS A PACIFICAÇÃO Com 400 mil moradores no entorno e oito UPPs, região viu melhorias:<br />

CINECARIOCA 3D,<br />

na comunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Nova Brasília,<br />

recebeu 74 mil espectadores<br />

em seu primeiro ano <strong>de</strong><br />

funcionamento, em 2011. Neste<br />

ano, chegou a registrar a maior<br />

frequência <strong>de</strong>ntre os cinemas<br />

brasileiros: 83% <strong>de</strong> ocupação<br />

Inaugurado em julho <strong>de</strong> 2011, o TELEFÉRICO<br />

DO COMPLEXO já é mais visitado aos sábados<br />

e domingos do que o Pão <strong>de</strong> Açúcar: são cerca<br />

<strong>de</strong> 20 mil pessoas em um fim <strong>de</strong> semana.<br />

O meio <strong>de</strong> transporte é nova atração turística<br />

do Rio <strong>de</strong> Janeiro, administrado pela SuperVia,<br />

gera 250 empregos, sendo 60% das vagas<br />

ocupadas por moradores dos complexos<br />

Redução <strong>de</strong> mais<br />

da meta<strong>de</strong> no número<br />

<strong>de</strong> atendimento <strong>de</strong> vítimas<br />

<strong>de</strong> armas <strong>de</strong> fogo no<br />

HOSPITAL GETÚLIO VARGAS,<br />

que chegou a 767 pessoas<br />

em 2007, no auge dos<br />

confrontos na região<br />

Protesto<br />

O tricolor<br />

Chico Buarque gravou<br />

um ví<strong>de</strong>o em apoio aos<br />

manifestantes que não<br />

querem a <strong>de</strong>molição <strong>de</strong><br />

escola, parque aquático<br />

e estádio <strong>de</strong> atletismo<br />

<strong>de</strong>ntro do complexo do<br />

Maracanã<br />

leia mais na pág. 04<br />

Segurança<br />

em letras<br />

MÁRIO SÉRGIO<br />

DUARTE<br />

LEITOR.RJ@METROJORNAL.COM.BR<br />

O coronel Má<strong>rio</strong> Sérgio Duarte, autor do<br />

livro “Liberda<strong>de</strong> Para o Alemão - O Resgate<br />

<strong>de</strong> Canudos”, escreve às quartas-feiras.<br />

UMA DATA PARA<br />

COMEMORAR<br />

FALE COM A REDAÇÃO<br />

leitor.rj@metrojornal.com.br<br />

021/2586-9565<br />

COMERCIAL: 021/2586-9570<br />

O jornal <strong>Metro</strong> circula em 23 países e tem alcance diá<strong>rio</strong> supe<strong>rio</strong>r a 20 milhões<br />

<strong>de</strong> leitores. No Brasil, é uma joint venture do Grupo Ban<strong>de</strong>irantes <strong>de</strong> Comunicação<br />

e da <strong>Metro</strong> Internacional. É publicado e distribuído gratuitamente <strong>de</strong> segunda a<br />

sexta em São Paulo, Brasília, Rio <strong>de</strong> Janeiro, Belo Horizonte, Curitiba, Porto Alegre,<br />

ABC, Santos e Campinas, somando mais <strong>de</strong> 480 mil exemplares diá<strong>rio</strong>s.<br />

Há exatos dois anos, o Estado do Rio <strong>de</strong> Janeiro virava<br />

uma página importante da história <strong>de</strong> sua Segurança<br />

Pública, após duas décadas experimentando um angustiante<br />

quadro <strong>de</strong> violência on<strong>de</strong> milhares <strong>de</strong> vidas<br />

foram ceifadas, e sobre o qual teorizo haver sido um<br />

conflito urbano armado <strong>de</strong> baixa intensida<strong>de</strong>.<br />

A rigor não tínhamos intenção <strong>de</strong> resgatar, naquele<br />

momento, os bairros da Vila Cruzeiro e do Complexo<br />

do Alemão das garras do narcotráfico, estrutura odiosa<br />

que submetia milhares <strong>de</strong> moradores dos gran<strong>de</strong>s conglomerados<br />

ao po<strong>de</strong>r <strong>de</strong> suas armas; à sua subcultura<br />

<strong>de</strong> ódio e dominação. Estava sim, nos planos da Secretaria<br />

<strong>de</strong> Segurança fazer isso em 2012, ou talvez em<br />

2013, quando estivéssemos totalmente equipados para<br />

a gran<strong>de</strong> batalha previsível em razão da concentração<br />

<strong>de</strong> fuzis, metralhadoras, granadas e outros apetrechos<br />

<strong>de</strong> guerra que os bandidos estavam levando para<br />

EXPEDIENTE<br />

<strong>Metro</strong> Brasil. Presi<strong>de</strong>nte: Cláudio Costa Bianchini (MTB: 70.145).<br />

Diretor <strong>de</strong> Redação: Fábio Cunha (MTB: 22.269). Diretor Comercial e Marketing: Carlos Eduardo Scappini.<br />

Diretora Financeira: Sara Velloso. Diretor <strong>de</strong> Operações: Luís Henrique Correa. Editor Chefe: Luiz Rivoiro.<br />

Editor-Executivo <strong>de</strong> Arte: Vitor Iwasso. Coor<strong>de</strong>nador <strong>de</strong> Redação: Irineu Masiero. Gerente Executivo: Ricardo Adamo.<br />

<strong>Metro</strong> Rio <strong>de</strong> Janeiro. Editora-Executiva: Ana Lúcia do Vale. (MTB: 18.892)<br />

Editora <strong>de</strong> Arte: Cláudia Lorena. Gerente Comercial: Janaína Orlani.<br />

Grupo Ban<strong>de</strong>irantes <strong>de</strong> Comunicação RJ. Diretor Geral: Daruiz Paranhos.<br />

Diretor <strong>de</strong> Jornalismo: Rodolfo Schnei<strong>de</strong>r. Diretor Comercial: Tuffy Habib.<br />

lá, fugidos <strong>de</strong> seus domínios perdidos para as UPPs.<br />

Mas um erro estratégico do crime instalado ali, atacando<br />

a população, apavorando-a com táticas <strong>de</strong> terror,<br />

com incêndios produzidos com coquetéis Molotov,<br />

acabou servindo <strong>de</strong> janela <strong>de</strong> oportunida<strong>de</strong> para<br />

a maior ação conjunta policial e militar da história<br />

do Rio, e hoje se completam dois anos que blindados<br />

M113 e Clanfs da Marinha levaram as Forças <strong>de</strong> Segurança<br />

do Estado à vitória, e <strong>de</strong>ixaram as marcas <strong>de</strong><br />

suas lagartas nos asfalto da favela como sinal inconfundível<br />

<strong>de</strong> libertação.<br />

No domingo, estive no Alemão, gravando com uma<br />

equipe <strong>de</strong> TV da Band. Foi bom po<strong>de</strong>r caminhar pela<br />

rua Joaquim <strong>de</strong> Queirós, visitar o Morro do A<strong>de</strong>us,<br />

andar tranquilamente nos acessos do Areal – centro<br />

do po<strong>de</strong>r das forças do crime - e chegar à rua Canitar<br />

sem ficar retido numa barricada bandida, sem enxergar<br />

bocas <strong>de</strong> fuzis ameaçadoras, saindo <strong>de</strong> casamatas<br />

“inimigas”.<br />

O Complexo do Alemão, territó<strong>rio</strong> brasileiro e fluminense<br />

está em paz, mas gringo invadindo lá tem!<br />

Para passear <strong>de</strong> teleférico a R$ 1.<br />

Editado e distribuído por SP Publimetro<br />

S/A. En<strong>de</strong>reço: Rua Álvaro Ramos, 350,<br />

4º andar, Botafogo, CEP 22280-110,<br />

Rio <strong>de</strong> Janeiro, RJ. Tel.: 021/2586-9570.<br />

O jornal <strong>Metro</strong> Rio é impresso pela<br />

News Technology Gráfica e Editora Ltda.<br />

A tiragem e distribuição<br />

<strong>de</strong>sta edição <strong>de</strong> 100.000<br />

exemplares são<br />

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