8.avaliação do sucesso clÃnico e radiográfico do tratamento ...
8.avaliação do sucesso clÃnico e radiográfico do tratamento ...
8.avaliação do sucesso clÃnico e radiográfico do tratamento ...
You also want an ePaper? Increase the reach of your titles
YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.
1<br />
UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA<br />
CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE<br />
CURSO DE GRADUAÇÃO EM ODONTOLOGIA<br />
PRISCYLA MARIZ DE SOUSA<br />
AVALIAÇÃO DO SUCESSO CLÍNICO E RADIOGRÁFICO DO TRATAMENTO<br />
ENDODÔNTICO EM DENTES DECÍDUOS COM A PASTA CTZ,<br />
NA CLÍNICA DE ODONTOPEDIATRIA DA UFPB<br />
JOÃO PESSOA<br />
2011
2<br />
PRISCYLA MARIZ DE SOUSA<br />
AVALIAÇÃO DO SUCESSO CLÍNICO E RADIOGRÁFICO DO TRATAMENTO<br />
ENDODÔNTICO EM DENTES DECÍDUOS COM A PASTA CTZ,<br />
NA CLÍNICA DE ODONTOPEDIATRIA DA UFPB<br />
Trabalho de Conclusão de Curso<br />
apresenta<strong>do</strong> ao Curso de Graduação em<br />
O<strong>do</strong>ntologia da Universidade Federal da<br />
Paraíba em cumprimento às exigências<br />
para conclusão <strong>do</strong> Curso de O<strong>do</strong>ntologia.<br />
Orienta<strong>do</strong>ra: Profª. Drª. Simone Alves de Sousa<br />
Co-orienta<strong>do</strong>r: Prof. Dr. Ricar<strong>do</strong> Cavalcanti Duarte<br />
JOÃO PESSOA<br />
2011
3<br />
PRISCYLA MARIZ DE SOUSA<br />
AVALIAÇÃO DO SUCESSO CLÍNICO E RADIOGRÁFICO DO TRATAMENTO<br />
ENDODÔNTICO EM DENTES DECÍDUOS COM A PASTA CTZ,<br />
NA CLÍNICA DE ODONTOPEDIATRIA DA UFPB<br />
Trabalho de Conclusão de Curso<br />
apresenta<strong>do</strong> ao Curso de Graduação em<br />
O<strong>do</strong>ntologia da Universidade Federal da<br />
Paraíba em cumprimento às exigências<br />
para conclusão <strong>do</strong> Curso de O<strong>do</strong>ntologia.<br />
Aprovada em ___/___/_____<br />
Simone Alves de Sousa<br />
Orienta<strong>do</strong>ra– UFPB<br />
Eliane Medeiros Serpa, Doutora<br />
Examina<strong>do</strong>r I – UFPB<br />
Bianca Marques Santiago, Mestre<br />
Examina<strong>do</strong>r II – UFPB<br />
Ricar<strong>do</strong> Cavalcanti Duarte, Doutor<br />
Suplente – UFPB
A Deus,autor e consuma<strong>do</strong>r da minha fé,<br />
sem o qual não teria conquista<strong>do</strong> coisa<br />
alguma.Aos meus paisGilberto e Ívna,<br />
por sempre investirem em minha<br />
educação, acreditarem nos meus sonhose<br />
por me ensinarem que a melhor forma de<br />
demonstrar respeito é sen<strong>do</strong> honesto. E<br />
claro, por to<strong>do</strong> amor e carinho dedica<strong>do</strong>s<br />
a mim. Amo muito vocês! Dedico.<br />
4
5<br />
AGRADECIMENTOS<br />
Ao meu irmão Filype,companheiro e revisor de todas as horas. Obrigada por fazer<br />
parte da minha vida!<br />
À minha orienta<strong>do</strong>ra Simone Alves,seu carinho, compreensão e solidariedade nos<br />
meus momentos mais difíceis tanto pessoas como na elaboração desta monografia.<br />
Às Tetraciclinas (Aninha, Isabelle e Jossaria),pela a<strong>do</strong>rável e enriquece<strong>do</strong>ra<br />
companhia ao longo destes anos, vocês fizeram essa caminha mais divertida. Levo<br />
um pouco de vocês comigo e deixo um pouco de mim em vocês.<br />
Aos meu professores desde a mais tenra infância até os dias de hoje, que<br />
colaboraram não apenas com a minha formação intelectual, mas com minha<br />
formação moral.<br />
A to<strong>do</strong>s que direta ou indiretamente contribuíram para a conclusão deste trabalho.
6<br />
“Não, caros irmãos, não sou ainda tu<strong>do</strong><br />
quanto deveria ser, porém estou<br />
concentran<strong>do</strong> todas as minhas energias<br />
para insistir nesta única coisa:<br />
esquecen<strong>do</strong> o passa<strong>do</strong> e aguardan<strong>do</strong><br />
esperançoso aquilo que está à frente<br />
esforço-me para chegar ao fim da corrida<br />
e receber o prêmio para o qual Deus está<br />
nos chaman<strong>do</strong> ao céu, em virtude <strong>do</strong> que<br />
Cristo Jesus fez por nós.”<br />
(Filipenses 3:13-14)
7<br />
RESUMO<br />
A dentição decídua tem fundamental importância para estética, fonação, mastigação<br />
e para o bem-estar psicossocial da criança. Além disso, ela mantém o espaço para<br />
erupção favorável <strong>do</strong> <strong>sucesso</strong>r permanente. Desta forma, o <strong>tratamento</strong> pulpar tornase<br />
fundamental para a preservação <strong>do</strong>s dentes decíduos, até sua época de<br />
esfoliação. O objetivo deste estu<strong>do</strong> foi avaliar o <strong>sucesso</strong> clínico e radiográfico <strong>do</strong><br />
<strong>tratamento</strong> en<strong>do</strong>dôntico em dentes decíduos com a pasta antibiótica composta por<br />
cloranfenicol, tetraciclina e óxi<strong>do</strong> de zinco (CTZ), na Clínica de O<strong>do</strong>ntopediatria da<br />
UFPB, realiza<strong>do</strong>s no perío<strong>do</strong> de 2008 a 2010. Trinta e seis elementos dentários<br />
trata<strong>do</strong>s en<strong>do</strong><strong>do</strong>nticamente com a pasta antibiótica CTZ,sen<strong>do</strong> 25 molares inferiores,<br />
08 molares superiores e 3 incisivos, foram analisa<strong>do</strong>s clinica e radiograficamente. Ao<br />
exame clínico, foram observadas características de alterações da normalidade<br />
clínica nos dentes decíduos e nos <strong>sucesso</strong>res permanentes. As características<br />
observadas foram presença de <strong>do</strong>r, abscesso, mobilidade e alteração na cor da<br />
coroa nos elementos decíduos. Nos <strong>sucesso</strong>res permanentes foram observadas<br />
alterações de cor, tamanho e forma da coroa. Realizou-se tomada radiográfica<br />
periapical de cada elemento e as mesmas foram comparadas com as radiografias de<br />
diagnóstico sob negatoscópio de mesa, avalian<strong>do</strong> imagens sugestivas de<br />
reabsorção óssea, reabsorção radicular externa e reabsorção radicular interna. Os<br />
da<strong>do</strong>s foram digita<strong>do</strong>s, crian<strong>do</strong>um banco de da<strong>do</strong>s, onde foram processa<strong>do</strong>s<br />
quantitativamente e analisa<strong>do</strong>s através da estatística descritiva, com o uso <strong>do</strong><br />
Software SPSS 13.0. Dos trinta e seis elementos analisa<strong>do</strong>s, apenas 5 elementos<br />
apresentaram alterações clínicas classificadas como índice de in<strong>sucesso</strong>,<br />
representan<strong>do</strong> um índice de <strong>sucesso</strong> de 86% <strong>do</strong> <strong>tratamento</strong> en<strong>do</strong>dôntico com a<br />
pasta CTZ. A terapia pulpar utilizan<strong>do</strong> esta pasta demonstrou excelente resulta<strong>do</strong><br />
clínico e radiográfico em dentes com prognóstico desfavorável, permitin<strong>do</strong> a<br />
manutenção <strong>do</strong> dente até a época da sua esfoliação. Todavia, sua utilização em<br />
pulpotomias de dentes decíduos, apesar de promissora, carece de maiores estu<strong>do</strong>s<br />
clínicos.<br />
Palavras-chave: Dente decíduo. Pulpotomias. Polpa dentária.
8<br />
ABSTRACT<br />
Deciduous dentition has significant importance to child’s aesthetics, phonation,<br />
mastication and welfare. In addition, it maintains a gap that allows a favorable<br />
eruption of the successor permanent tooth. Thus, dental pulp treatment becomes<br />
essential to preserve deciduous teeth up to their exfoliation period. This study aimed<br />
to evaluate clinical and radiographic success of deciduous teeth en<strong>do</strong><strong>do</strong>ntically<br />
treated with an antibiotic paste including chloramphenicol, tetracycline and zinc oxide<br />
(CTZ), at Pediatric Dentistry Clinics, Federal University of Paraiba, completed in the<br />
period between 2008 and 2010. Thirty-six teeth (25 low molars, 08 upper molars and<br />
03 incisors) en<strong>do</strong><strong>do</strong>ntically treated with such an antibiotic paste were clinically and<br />
radiographically analyzed. Clinical examination has revealed changes in the<br />
normality of the deciduous teeth and in their permanent successors. The main<br />
variations detected were presence of pain, abscess, mobility and color changes in<br />
the deciduous teeth crowns. In the permanent successors, changes affecting crown<br />
color, size and shapehave also been observed. A periapical radiograph of each<br />
dental element was obtained and then compared to the diagnosis radiograph on<br />
viewing boxes, assessing suggestive images of bone resorption, external root<br />
resorption and internal root resorption. Data were typed (feeding a database), and<br />
processed quantitatively. Then, all records underwent descriptive analysis by using<br />
SPSS 13.0.From the thirty-six teeth analyzed only five elements were found to<br />
present clinical changes classified as unsuccessful, what represents a success rate<br />
of 86% for en<strong>do</strong><strong>do</strong>ntic treatments using CTZ paste. Pulp therapy using such paste<br />
has showed excellent clinical and radiographic outcomes in teeth with unfavorable<br />
prognosis, allowing therefore tooth maintenance up to the exfoliation period.<br />
Nevertheless, its use in pulpotomies in primary teeth is promising, even though<br />
further clinical trials are required.<br />
Key-words: Tooth, deciduous. Pulpotomy.Dental Pulp.
9<br />
LISTA DE GRÁFICOS<br />
Gráfico 1 – Distribuição percentual da amostra segun<strong>do</strong> o gênero da criança ......... 37<br />
Gráfico 2 – Distribuição da quantidade de dentes trata<strong>do</strong>s pela idade da criança .... 38<br />
Gráfico 3 – Distribuição <strong>do</strong>s dentes decíduos trata<strong>do</strong>s de acor<strong>do</strong> com o intervalo de<br />
reavaliação. João Pessoa ......................................................................................... 38<br />
Gráfico 4 – Distribuição <strong>do</strong>s acha<strong>do</strong>s clínicos e radiográficos de acor<strong>do</strong> com os<br />
grupos de dentes decíduos ....................................................................................... 39<br />
Gráfico 5 – Distribuição <strong>do</strong>s acha<strong>do</strong>s clínicos e radiográficos de acor<strong>do</strong> com o tempo<br />
de <strong>tratamento</strong> <strong>do</strong>s dentes decíduos .......................................................................... 41<br />
Gráfico 6 – Distribuição <strong>do</strong>s elementos que apresentaram alterações clínicas ........ 42
10<br />
LISTA DE TABELAS<br />
Tabela 1 – Distribuição<strong>do</strong>s acha<strong>do</strong>s clínicos por grupos de dentes decíduos .......... 40<br />
Tabela 2 – Distribuição<strong>do</strong>s acha<strong>do</strong>s radiográficos por grupos de dentes decíduos .. 40<br />
Tabela 3 – Distribuição <strong>do</strong>s acha<strong>do</strong>s clínicos por grupos de dentes decíduos de<br />
acor<strong>do</strong> com o tempo de <strong>tratamento</strong> ........................................................................... 42<br />
Tabela 4 – Distribuição <strong>do</strong>s acha<strong>do</strong>s radiográficos por grupos de dentes decíduos de<br />
acor<strong>do</strong> com o tempo de <strong>tratamento</strong> ........................................................................... 42
11<br />
SUMÁRIO<br />
1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 13<br />
2 REVISÃO DE LITERATURA ................................................................................. 16<br />
2.1 CICLO BIOLÓGICO DO DENTE DECÍDUO ....................................................... 17<br />
2.2 CAUSAS DA INFLAMAÇÃO PULPAR ................................................................ 17<br />
2.3 TÉCNICAS ENDODÔNTICAS ............................................................................ 17<br />
2.3.1 Pulpotomia ...................................................................................................... 18<br />
2.3.2 Pulpectomia .................................................................................................... 19<br />
2.4 MATERIAIS UTILIZADOS NA TERAPIA PULPAR EM DECÍDUOS ................... 20<br />
2.4.1 Formocresol .................................................................................................... 20<br />
2.4.2 Hidróxi<strong>do</strong> de cálcio ........................................................................................ 21<br />
2.4.3 Pasta Guedes-Pinto........................................................................................ 22<br />
2.4.4 CTZ .................................................................................................................. 23<br />
2.5 5 AVALIAÇÃO DO SUCESSO DA TERAPIA ENDODÔNTICA EM DENDES<br />
DECÍDUOS ............................................................................................................... 24<br />
3 PROPOSIÇÃO ....................................................................................................... 25<br />
4 METODOLOGIA .................................................................................................... 27<br />
4.1 UNIVERSO e AMOSTRA .................................................................................... 29<br />
4.2.1 Critérios de inclusão ...................................................................................... 29<br />
4.2.2 Critérios de exclusão ..................................................................................... 30<br />
4.3 INSTRUMENTOS UTILIZADOS .......................................................................... 30<br />
4.4 COLETA DE DADOS .......................................................................................... 31<br />
4.4.1 Exame clínico ................................................................................................. 31<br />
4.4.2 Exame radiográfico ........................................................................................ 32<br />
4.5 ANÁLISE DOS DADOS ....................................................................................... 33<br />
5 RESULTADOS ....................................................................................................... 34<br />
6 DISCUSSÃO .......................................................................................................... 42
7 CONCLUSÃO ........................................................................................................ 47<br />
12<br />
REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 49<br />
APÊNDICES ............................................................................................................. 54<br />
ANEXO ..................................................................................................................... 57
13<br />
INTRODUÇÃO
14<br />
1 INTRODUÇÃO<br />
A dentição decídua é de fundamental importância para estética, fonação,<br />
mastigação e para o bem-estar psicossocial da criança. Além disso, ela mantém o<br />
espaço para erupção favorável <strong>do</strong> <strong>sucesso</strong>r permanente. Desta forma, to<strong>do</strong>s os<br />
meios devem ser utiliza<strong>do</strong>s para evitar a perda precoce de dentes decíduos<br />
(PASSOS; MELO; MOREIRA, 2008).<br />
Apesar <strong>do</strong>s avanços na promoção da saúde em O<strong>do</strong>ntologia, a prevalência da<br />
<strong>do</strong>ença cárie na dentição decídua ainda é alta e pode levar à perda precoce desses<br />
dentes. Além da cárie, o que também pode comprometer essa dentição são os<br />
traumatismos dento – alveolares. Quan<strong>do</strong> essas situações levam ao<br />
comprometimento irreversível da polpa dentária, o <strong>tratamento</strong> pulpar torna-se<br />
importante para manter a integridade e saúde <strong>do</strong>s teci<strong>do</strong>s orais e possibilitar a<br />
preservação <strong>do</strong>s dentes decíduos, até sua época fisiológica de esfoliação<br />
(AZEVEDO; BARCELOS; PRIMO, 2009).<br />
No entanto, a peculiar conformação, a topografia <strong>do</strong>s canais radiculares <strong>do</strong>s<br />
dentes decíduos com curvaturas acentuadas e uma grande quantidade de canais<br />
acessórios dificultam o acesso e a instrumentação desses dentes. Além <strong>do</strong> aspecto<br />
anatômico, o processo de rizólise em dentes decíduos ocorre de maneira irregular e<br />
nem sempre é detecta<strong>do</strong> radiograficamente (TENÓRIO; COSTA; TENÓRIO, 2009).<br />
Frente a essas características <strong>do</strong>s dentes decíduos, que dificultam a<br />
manipulação <strong>do</strong>s canais, o <strong>sucesso</strong> <strong>do</strong> <strong>tratamento</strong> en<strong>do</strong>dôntico depende de meios<br />
que proporcionem a redução ou a eliminação das bactérias, não só nos canais<br />
radiculares, mas também nos locais em que o preparo químico-mecânico não obteve<br />
acesso. Consideran<strong>do</strong>-se estas limitações, a utilização de pastas obtura<strong>do</strong>ras com<br />
capacidade antimicrobiana representa um <strong>do</strong>s aspectos mais importantes para<br />
obtenção <strong>do</strong> <strong>sucesso</strong> da terapia en<strong>do</strong>dôntica (PIVA et al., 2009).<br />
Dentre as características ideais das pastas obtura<strong>do</strong>ras de canais radiculares<br />
de dentes decíduos, descritas por diferentes autores, destaca-se a capacidade<br />
antimicrobiana destes materiais para que se possa obter <strong>sucesso</strong> no <strong>tratamento</strong><br />
en<strong>do</strong>dôntico (PIVA et al., 2009).<br />
No Brasil, não há um protocolo de <strong>tratamento</strong> defini<strong>do</strong> e estu<strong>do</strong>s recentes<br />
relatam que é grande a variedade de técnicas e materiais utiliza<strong>do</strong>s, ratifican<strong>do</strong> a<br />
subjetividade <strong>do</strong>s profissionais brasileiros com relação à decisão de <strong>tratamento</strong> no
15<br />
caso de dentes decíduos com comprometimento irreversível <strong>do</strong> teci<strong>do</strong> pulpar (LEAL;<br />
BEZERRA; TOLEDO, 2004).<br />
A pasta CTZ foi sugerida em 1959 por Soller (en<strong>do</strong><strong>do</strong>ntista) e Cappiello<br />
(o<strong>do</strong>ntopediatra), para <strong>tratamento</strong> de molares decíduos com comprometimento<br />
pulpar. A técnica é caracterizada por não necessitar de instrumentação <strong>do</strong>s<br />
condutos radiculares. Essa pasta é composta por uma parte de tetraciclina (cápsula<br />
com 250 ou 500 mg); uma parte de cloranfenicol (cápsula com 250 ou 500 mg); duas<br />
partes de óxi<strong>do</strong> de zinco Tipo I; e eugenol, sen<strong>do</strong> este adiciona<strong>do</strong> durante o ato<br />
operatório (DENARI et al., 1996).<br />
A técnica CTZ é fácil, simples, pode ser realizada em uma única sessão,<br />
apresenta poder antibacteriano, devi<strong>do</strong> presença <strong>do</strong>s antibióticos, promove<br />
estabilização da reabsorção óssea e não causa sensibilidade aos teci<strong>do</strong>s (PASSOS;<br />
MELO; MOREIRA, 2008).<br />
Além disso, não exige a instrumentação <strong>do</strong>s canais radiculares, prévia ou<br />
após a desinfecção, o que confere uma grande vantagem à técnica CTZ quan<strong>do</strong> se<br />
trata de paciente não colabora<strong>do</strong>r (DENARIet al., 1996).<br />
O cirurgião-dentista não pode esquecer que, dentro <strong>do</strong> protocolo de qualquer<br />
terapia pulpar, o acompanhamento clínico e radiográfico é fundamental, pois é<br />
comum ter <strong>sucesso</strong> em <strong>tratamento</strong>s pulpares em curto prazo. Em longo prazo,<br />
costuma aparecer reabsorção radicular patológica e áreas de rarefação óssea,<br />
muitasvezes detectadas apenas em consultas de rotina (OLIVEIRA; COSTA, 2006).<br />
Esses acha<strong>do</strong>s reforçaram a necessidade <strong>do</strong> desenvolvimento de mais<br />
estu<strong>do</strong>s com a finalidade de verificar os mecanismos <strong>do</strong> processo de reparo <strong>do</strong>s<br />
teci<strong>do</strong>s periapicais após o <strong>tratamento</strong> en<strong>do</strong>dôntico, especialmente por meio da<br />
utilização de testes de aplicação clínica. Assim, o objetivo da presente pesquisa é<br />
avaliar o <strong>sucesso</strong> clínico e radiográfico <strong>do</strong> <strong>tratamento</strong> en<strong>do</strong>dôntico em dentes<br />
decíduos com a pasta obtura<strong>do</strong>ra CTZ, na Clínica de O<strong>do</strong>ntopediatria da<br />
Universidade Federal da Paraíba.
16<br />
REVISÃO DE LITERATURA
17<br />
2 REVISÃO DE LITERATURA<br />
A dentição decídua é de fundamental importância devi<strong>do</strong> aos aspectos<br />
estéticos, fonéticos, mastigatórios e por servirem de guia para uma erupção<br />
favorável <strong>do</strong>s elementos permanentes <strong>sucesso</strong>res. No entanto, apesar <strong>do</strong>s avanços<br />
conquista<strong>do</strong>s na o<strong>do</strong>ntologia preventiva ainda é alto o índice de cárie entre os<br />
pacientes infantis, e muitas vezes levam ao comprometimento pulpar <strong>do</strong> elemento.<br />
2.1 CICLO BIOLÓGICO DO DENTE DECÍDUO<br />
O ciclo vital <strong>do</strong> dente decíduo é curto, varian<strong>do</strong> em duração para cada dente.<br />
Tem início com a formação da lâmina dentária, ainda no útero materno, passan<strong>do</strong><br />
por todas as fases <strong>do</strong> crescimento(iniciação, proliferação, histomorfodiferenciação,<br />
aposição e mineralização), aparecimento na cavidade bucal (erupção), completa<br />
formação radicular e seu perío<strong>do</strong> de envelhecimento, que inclui o processo de<br />
rizólise progressiva até a sua esfoliação. Distúrbios durante as fases <strong>do</strong>crescimento<br />
podem resultar em alterações no germe dentário quanto à forma, tamanho, número<br />
e cor (PINKHAM, 1996; CARDOSO; GONÇALVES, 2002; CORREA, 2010;<br />
McDONALD, R. E.;AVERY, D. R., 2010).<br />
2.2 CAUSAS DA INFLAMAÇÃO PULPAR<br />
A agressão tecidual é o agente desencadea<strong>do</strong>r da resposta inflamatória, por<br />
induzir o rompimento da homeostasia mantida por meio da relação célula-meio, este<br />
último representa<strong>do</strong> pelos fluí<strong>do</strong>s extracelulares e a microcirculação. A agressão à<br />
polpa e ao ligamento perio<strong>do</strong>ntal pode ser de origem térmica, mecânica, química ou<br />
biológica (NEVILLE et al., 2008; LOPES; SIQUEIRA, 2010).<br />
2.3 TÉCNICAS ENDODÔNTICAS<br />
A razão mais comum para a realização de <strong>tratamento</strong> en<strong>do</strong>dôntico é pulpite<br />
irreversível, que é caracterizada por prolongada sensibilidade ao frio ou calor. O<br />
<strong>tratamento</strong> usual de emergência para aliviar a <strong>do</strong>r na pulpite irreversível é a remoção
18<br />
de cáries e polpa inflamada, a limpeza <strong>do</strong> canal radicular, e prescrição de<br />
analgésicos, corticosteróides ou antibióticos (VARGAS-FERREIRA et al., 2010).<br />
A terapia pulpar na dentição decídua inclui algumas opções de <strong>tratamento</strong>,<br />
dependen<strong>do</strong> <strong>do</strong> grau de saúde pulpar e seu estágio de inflamação, sen<strong>do</strong> esta a<br />
situação que vai determinará a escolha <strong>do</strong> <strong>tratamento</strong> pulpar mais adequa<strong>do</strong><br />
(STONA; POLETTO; WEBER, 2009). Entre as várias opções de <strong>tratamento</strong>, em uma<br />
emergência a pulpotomia ou pulpectomia é a maneira mais confiável de obter alívio<br />
da <strong>do</strong>r (ASGARY; EGHBAL, 2010).<br />
No entanto, a topografia <strong>do</strong>s canais radiculares <strong>do</strong>s dentes decíduos, que<br />
apresentam curvas acentuadas e um grande número de canais acessórios, torna o<br />
acesso ea instrumentação desses dentes mais difícil. Além <strong>do</strong> aspecto anatômico,<br />
existe o processo de reabsorção radicularna dentição decídua ocorre de forma<br />
irregular e nem sempre é detecta<strong>do</strong> radiograficamente, e ainda as longas sessões<br />
de <strong>tratamento</strong> durante o qual a criança, por vezes, nem sempre cooperar. Este fato<br />
torna difícil estabelecer o limite apical, tanto para a instrumentação <strong>do</strong> canal como<br />
para o preenchimento, levan<strong>do</strong> a danos possíveis de <strong>do</strong> perio<strong>do</strong>nto e ao germe <strong>do</strong><br />
dente permanente. (PIVA; FARACO JUNIOR; ESTRLA, 2008; VARGAS- FERREIRA<br />
et al., 2010).<br />
O <strong>sucesso</strong> en<strong>do</strong>dôntico pode ser defini<strong>do</strong> como o resulta<strong>do</strong> final da terapia<br />
en<strong>do</strong>dôntica, quan<strong>do</strong> o dente apresenta-se clinicamente assintomático, sem<br />
patologia radiográfica e está funcional. Entretanto, o in<strong>sucesso</strong> poderá estar<br />
relaciona<strong>do</strong> ao diagnóstico incorreto, ao prognóstico desfavorável, à dificuldade da<br />
técnica e/ou a negligência <strong>do</strong> profissional (MELO, 2008).<br />
O conhecimento <strong>do</strong> comportamento biológico da polpa dental constitui um<br />
requisito básico para estabelecer a terapia adequada, deven<strong>do</strong>-se levar em conta,<br />
também, que as condições de resposta a um determina<strong>do</strong> tipo de estímulo variam<br />
em função <strong>do</strong> esta<strong>do</strong> da polpa (COSER; GIRO, 2002).<br />
2.3.1 Pulpotomia<br />
Um <strong>do</strong>s principais objetivos da o<strong>do</strong>ntopediatria é manter a dentição decídua<br />
intactaaté à apresentação da dentição permanente. Entre os <strong>tratamento</strong>s utiliza<strong>do</strong>s<br />
nesta área está a pulpotomiaque esta indicada quan<strong>do</strong> a polpa da câmara pulpar é<br />
afetada(SALMERÓN; DOMÍNGUEZ; GONZÁLEZ, 2003).A pulpotomia é definida
19<br />
pela Academia Americana de O<strong>do</strong>ntopediatria (AAPD) como “um procedimento que<br />
implica a amputação da porção coronária da polpa afetada ou infectada” (LEACHE;<br />
SILVA, 2010).<br />
A pulpotomia em dentes decíduos é o <strong>tratamento</strong> indica<strong>do</strong> nos casos em que<br />
a cárie provoca inflamação pulpar limitada à polpa coronária sem afetar a polpa<br />
radicular. O objetivo deste procedimento clínico é a conservação da vitalidade da<br />
polpa radicular, manten<strong>do</strong>, assim, o dente assintomático, para que cumpra as<br />
funções de mastigação, estética, fonética e manutenção de espaço até a sua<br />
esfoliação fisiológica. Um <strong>do</strong>s principais fatores de fracasso <strong>do</strong> <strong>tratamento</strong> de<br />
pulpotomia de molares temporários é o mau diagnóstico <strong>do</strong> esta<strong>do</strong> da polpa<br />
radicular, em que se considera saudável uma polpa que já se encontra afetada<br />
(CORREIA, 2010).<br />
O <strong>tratamento</strong> de pulpotomia esta contra-indica<strong>do</strong> em casos de presença de<br />
inflamação nos teci<strong>do</strong>s moles adjacentes; fistula ou abscesso; mobilidade<br />
patológica; degeneração da polpa radicular; imagens radiológicas na região de furca<br />
ou periápice; reabsorção radicular patológica; alargamento patológico <strong>do</strong> espaço <strong>do</strong><br />
ligamento perio<strong>do</strong>ntal; presença de menos da metade da longitude radicular;<br />
calcificações pulpares; ausência de sangramento pulpar ou presença excessiva de<br />
sangramento pulpar, após a amputação coronária em que a hemorragia não é<br />
contida pela pressão na região; polpa com drenagem purulenta; histórico de <strong>do</strong>r<br />
espontânea ou noturna; sensibilidade a percussão e palpação; e destruição<br />
coronária que não permita o correto selamento da cavidade pela restauração<br />
(LEACHE; SILVA, 2010).<br />
2.3.2 Pulpectomia<br />
O <strong>tratamento</strong> en<strong>do</strong>dôntico de dentes decíduos, também denomina<strong>do</strong> de<br />
pulpectomia, está indica<strong>do</strong> quan<strong>do</strong> há evidencia de inflamação crônica ou necrose<br />
da polpa radicular. Esta técnica tem como passos principais a instrumentação, a<br />
irrigação e o preenchimento <strong>do</strong>s canais com um material obtura<strong>do</strong>r. Diferentes<br />
técnicas de <strong>tratamento</strong>s e medicamentos são propostos na literatura para promover<br />
a limpeza e a sanificação <strong>do</strong>s canais radiculares de dentes decíduos (PIVA, 2009).<br />
A sanificação consiste em eliminar tanto a parte orgânica quanto à inorgânica,<br />
e deve ser realizada através <strong>do</strong> preparo químico-cirúrgico, utilizan<strong>do</strong> instrumentos
20<br />
en<strong>do</strong>dônticos e soluções químicas auxiliares eficazes, para melhorar a ação<br />
antibacteriana da medicação intracanal nas paredes dentinárias e nos canais<br />
acessórios, através da remoção de smearlayer, permitin<strong>do</strong>, assim, adequa<strong>do</strong><br />
selamento <strong>do</strong> material obtura<strong>do</strong>r (AZEVEDO, C. P.; BARCELOS, R; PRIMO, L. G.,<br />
2009).<br />
O <strong>tratamento</strong> é considera<strong>do</strong> contraindica<strong>do</strong> em dentes decíduos com grande<br />
perda de estrutura radicular (mais de 2/3 de reabsorção); em dentes decíduos<br />
irrestauráveis ou com perfuração <strong>do</strong> assoalho da câmara pulpar; quan<strong>do</strong> houver<br />
evidencia radiográfica de reabsorção interna ou externa; na presença de extensa<br />
reabsorção óssea envolven<strong>do</strong> a cripta <strong>do</strong> dente permanente <strong>sucesso</strong>r; e em<br />
pacientes com esta<strong>do</strong> de saúde geral debilita<strong>do</strong> (CORREA, 2010).<br />
2.4 MATERIAIS UTILIZADOS NA TERAPIA PULPAR EM DECÍDUOS<br />
2.4.1 Formocresol<br />
Apesar da grande variedade de medicamentos,o formocresol é, ainda hoje,<br />
um <strong>do</strong>s materiais maisutiliza<strong>do</strong>s em pulpotomias de dentes decíduos.Embora<br />
altamente bactericida e apresentan<strong>do</strong>propriedade fixa<strong>do</strong>ra, o formocresol pode<br />
provocaralterações pulpares e periapicais e até mesmocomprometer o germe <strong>do</strong>s<br />
dentes <strong>sucesso</strong>res (SAYÃO MAIA; RIBEIRO; MARCHIORI, 2005).<br />
A utilização <strong>do</strong> formocresol foi preconizada por BUCKLEY, em 1904. Desde<br />
então, é o medicamento mais utiliza<strong>do</strong> nas pulpotomias de dentes decíduos. A<br />
fórmula original de BUCKLEY requeria partes iguais de formaldeí<strong>do</strong> e cresol<br />
(STONA; POLETTO; WEBER, 2009).<br />
A principal propriedade <strong>do</strong> formocresol consiste na fixação <strong>do</strong> teci<strong>do</strong> pulpar<br />
radicular remanescente próximo ao corte, seguida por uma inflamação crônica no<br />
terço médio e a manutenção <strong>do</strong> teci<strong>do</strong> vital no terço apical. Portanto, o formocresol<br />
não pode ser considera<strong>do</strong> um medicamento biológico, pois não estimula a reparação<br />
tecidual. O <strong>sucesso</strong> esta liga<strong>do</strong> à permanência de um processo inflamatório crônico<br />
silencioso e a ausência de sinais e sintomas clinicamente e radiograficamente<br />
detectáveis (GONÇALVES; CARDOSO, 2002).
21<br />
Nos últimos 60 anos, oformocresol, em sua fórmula diluída a 1/5, tem si<strong>do</strong> o<br />
medicamento de escolha para a realização de pulpotomias de dentes decíduos.<br />
Embora estu<strong>do</strong>s demonstrem o alto índice de <strong>sucesso</strong> clínico e radiográfico das<br />
pulpotomias com formocresol em dentes decíduos, reações adversas, relacionadas<br />
ao uso deste medicamento, têm si<strong>do</strong> relatadas, além <strong>do</strong> seu potencial mutagênico e<br />
carcinogênico, quan<strong>do</strong> utiliza<strong>do</strong> em testes com animais (COSER; GIRO, 2002;<br />
MORETTI, 2008; FORNETTI, 2009).<br />
Em junho de 2004, a Agência Internacional de Pesquisa <strong>do</strong> Câncer<br />
(InternationalAgency for Researchon Câncer – IARC) classificou o formaldeí<strong>do</strong> (um<br />
componente da solução de formocresol de Buckley) como substância carcinogênica,<br />
com suficientes evidências de desenvolvimento de câncer nasofaríngeo em<br />
humanos (FORNETTI, 2009).<br />
Em virtude destes fatos e na busca por substâncias mais biocompatíveis,<br />
especialmente aquelas que mantêm um contato direto com o teci<strong>do</strong> pulpar, outros<br />
materiais vêm sen<strong>do</strong> pesquisa<strong>do</strong>s ao longo <strong>do</strong>s anos (FORNETTI, 2009).<br />
2.4.2 Hidróxi<strong>do</strong> de cálcio<br />
A técnica com hidróxi<strong>do</strong> de cálcio foi proposta pela primeira vez por Hermann,<br />
em 1930, e temsi<strong>do</strong> largamente empregada em diferentes situações clínicasdesde<br />
então, incluin<strong>do</strong> o uso como medicação intracanal, e é, depois da técnica com<br />
formocresol, a mais antiga (CALATAYUD; CASADO; ÁLVAREZ, 2006; MORI et al.,<br />
2009). O hidróxi<strong>do</strong> de cálcio é uma base forte, obtida através da calcinação<br />
(aquecimento) <strong>do</strong> carbonato de cálcio, até sua transformação em óxi<strong>do</strong> de cálcio. As<br />
propriedades <strong>do</strong> hidróxi<strong>do</strong> de cálcio vêm de sua dissociação em íons cálcio e<br />
hidroxila. A ativação de enzimas teciduais, como alcalino fosfatase, mostra efeitos<br />
mineralizantes e inibi<strong>do</strong>res sobre as enzimas bacterianas, que caracteriza sua<br />
propriedade antimicrobiana, ilustran<strong>do</strong> as qualidades biológicas da hidroxila e íons<br />
de cálcio sobre o teci<strong>do</strong> e microrganismos. (ESTRELA; HOLLAND, 2003).<br />
Devi<strong>do</strong> à sua comprovada biocompatibilidade e propriedades de induzir a<br />
mineralização <strong>do</strong>s teci<strong>do</strong>s, a pasta de hidróxi<strong>do</strong> de cálcio tem si<strong>do</strong> o medicamento<br />
de escolha em pulpotomias por algumas escolas <strong>do</strong> Brasil (ESTRELA; HOLLAND,<br />
2003; ALBUQUERQUE; GOMINHO; SANTOS, 2006). O material é fácil de aplicar,
22<br />
reabsorve em um grau levemente mais rápi<strong>do</strong> <strong>do</strong> que o das raízes, não apresenta<br />
efeito tóxico sobre o <strong>sucesso</strong>r permanente e é radiopaco (PINKHAM, 1996).<br />
Na técnica, após a remoção da polpa com uma cureta e instrumentos<br />
rotatórios com bastante irrigação, controla-se o sangramento <strong>do</strong>s cotos pulpares e<strong>do</strong><br />
assoalho da câmara pulpar com uma bola de algodão por 5-10 minutos. Depois de<br />
limpar os vestígios de sangue da câmara pulpar e observar-se que apenas os cotos<br />
<strong>do</strong> canal radicular sangram, então,prepara-se uma pasta de hidróxi<strong>do</strong> de cálcio (o pó<br />
é mistura<strong>do</strong> com água estéril ou soro estéril), leva-se à câmara pulpar e preenche-se<br />
o resto da câmara pulpar com IRM ou óxi<strong>do</strong> de zinco e eugenol (CALATAYUD;<br />
CASADO; ÁLVAREZ, 2006).<br />
No entanto, para que o hidróxi<strong>do</strong> de cálcio possa induzir a reparação, é<br />
necessário que o remanescente pulpar tenha condições clínicas e histopatológicas<br />
de reação, já que a técnica baseia-se na cura e na reparação deste, sen<strong>do</strong> o<br />
diagnóstico da condição pulpar um ponto crítico na pulpotomia com este material,<br />
pois o <strong>sucesso</strong> da técnica diminui em teci<strong>do</strong>s inflama<strong>do</strong>s. Ressalta-se, ainda, a<br />
presença constante de reabsorções internas após pulpotomias em dentes decíduos<br />
com este fármaco (CALATAYUD; CASADO; ÁLVAREZ, 2006).<br />
2.4.3 Pasta Guedes-Pinto<br />
No Brasil, a Pasta Guedes-Pinto, composta por io<strong>do</strong>fórmio, ricofort e<br />
paramonoclorofenol, tem obti<strong>do</strong>, comprovadamente, bons resulta<strong>do</strong>s, sen<strong>do</strong> a<strong>do</strong>tada<br />
em várias faculdades de o<strong>do</strong>ntologia <strong>do</strong> país. De acor<strong>do</strong> com Guedes-Pinto (2009),<br />
a terapia en<strong>do</strong>dôntica de dentes decíduos tem se basea<strong>do</strong> na ação de<br />
medicamentos intracanais, com o objetivo de promover a desinfecção <strong>do</strong>s canais<br />
radiculares, devi<strong>do</strong> à dificuldade na sua instrumentação, em razão da própria<br />
anatomia e da reabsorção radicular (CORREA, 2010).<br />
A reação de polpas de dentes de ratos submeti<strong>do</strong>s à pulpotomia, e<br />
medicadas com a pasta proposta por Guedes-Pinto, foram avaliadas por Chedid em<br />
1988 comparadas com as reações obtidas com o uso <strong>do</strong> formocresol, e demonstram<br />
melhor comportamento com a pasta, sen<strong>do</strong> que o formocresol promoveu necrose de<br />
coagulação <strong>do</strong> inicio ao final <strong>do</strong> experimento. Neste mesmo raciocínio de pesquisa,<br />
Lujan, 1990, avaliou o comportamento histopatológico da pasta Guedes-Pinto
23<br />
acrescida de hidróxi<strong>do</strong> de cálcio (HC) e óxi<strong>do</strong> de zinco e eugenol em polpas de<br />
ratos, e observou que o acréscimo de óxi<strong>do</strong> de zinco e HC não alterou as resposta<br />
histopatológicas no teci<strong>do</strong> pulpar <strong>do</strong> dente de rato (GUEDES-PINTO, 2009).<br />
Gomes; Fonseca e Guedes-Pinto, avaliaram a atividade antimicrobiana <strong>do</strong><br />
preparo biomecânico da pasta Guedes-Pinto em canais de dentes decíduos, e<br />
observaram que antes e após o preparo biomecânico observava-se cultura positiva<br />
de 100% das amostras e, após o preenchimento <strong>do</strong> canal com a pasta Guedes-<br />
Pinto, notava-se cultura negativa em 48% da amostra (in: GUEDES-PINTO, 2009, p.<br />
596).<br />
A técnica requer algum cuida<strong>do</strong> na colocação da pasta, ou seja, há<br />
necessidade de total hemostasia, para não haver mistura da pasta com o sangue<br />
extravasa<strong>do</strong>; assim como sugere o isolamento da pasta com io<strong>do</strong>fórmio, para não<br />
haver mistura com a pasta de OZE (SCAVUZZI, 1998).<br />
2.4.4 CTZ<br />
A pasta CTZ foi sugerida em 1959 por Soller (en<strong>do</strong><strong>do</strong>ntista) e Cappiello<br />
(O<strong>do</strong>ntopediatra), para <strong>tratamento</strong> de molares decíduos com comprometimento<br />
pulpar, sen<strong>do</strong> a técnica caracterizada por não necessitar de instrumentação <strong>do</strong>s<br />
condutos radiculares. Essa pasta é composta por uma parte de tetraciclina (cápsula<br />
com 250 ou 500 mg), uma parte de cloranfenicol (cápsula com 250 ou 500 mg), duas<br />
partes de óxi<strong>do</strong> de zinco Tipo I e eugenol, sen<strong>do</strong> este adiciona<strong>do</strong> durante o ato<br />
operatório (PASSOS; MELO; MOREIRA, 2008).<br />
A técnica da pulpotomia com a pastaCTZ (cloranfenicol, tetraciclina, óxi<strong>do</strong> de<br />
zinco e eugenol) tem si<strong>do</strong> ensinada em cursos de especialização em o<strong>do</strong>ntopediatria<br />
brasileiros para o <strong>tratamento</strong> da cárie severa da infância. Ela pode ser indicada<br />
independente <strong>do</strong> diagnóstico pulpar, e não necessita deinstrumentação <strong>do</strong>s canais,<br />
embora na técnica original o preparo químico-mecânico <strong>do</strong>s canais radiculares não<br />
tenha si<strong>do</strong> suprimi<strong>do</strong> (OLIVEIRA; COSTA, 2006).<br />
Tetraciclina e cloranfenicol são antibióticos de amplo espectro e ambos são<br />
efetivos contra bactérias gram + e gram -, incluin<strong>do</strong> os fungos como Candida<br />
albicans, sen<strong>do</strong> o cloranfenicol um medicamento originalmente bacteriostático, e não<br />
um bactericida. A tetraciclina inibe a síntese de proteínas, para impedir a união RNA<br />
- transporta<strong>do</strong>r à subunidade menor <strong>do</strong>s ribossomos, 30s ou 40s. As subunidades
24<br />
30s são específicas para bactérias e as subunidades 40s das células de mamíferos;<br />
o cloranfenicol atua na subunidade 50s, impedin<strong>do</strong> a ligação da cadeia peptídicano<br />
movimento <strong>do</strong>s ribossomos ao longo <strong>do</strong> RNA mensageiro (SILVA, 2010).<br />
Passos; Melo; Moreira (2008) concluíram que a terapia pulpar com a pasta<br />
CTZ é facilmente aplicada e promove excelente resulta<strong>do</strong> clínico e radiográfico em<br />
dentes com prognóstico desfavorável, principalmente com mobilidade dentária e em<br />
crianças não colabora<strong>do</strong>ras ao <strong>tratamento</strong> na consulta o<strong>do</strong>ntológica (GONÇALVES,<br />
2010).<br />
Pivaet al. (2009) aoavaliar a pasta CTZ em um estu<strong>do</strong> in vitro por meio da<br />
difusão em Ágar, observou-se que elaapresentou os maiores halos de inibição no<br />
presenteestu<strong>do</strong>. Os resulta<strong>do</strong>s obti<strong>do</strong>s com a pasta CTZ nesteestu<strong>do</strong> não<br />
surpreenderam, uma vez que esta pasta écomposta por <strong>do</strong>is antibióticos de amplo<br />
espectro de ação (tetraciclina e cloranfenicol) e pelo óxi<strong>do</strong> de zinco e eugenolque<br />
também apresenta ação antimicrobiana.<br />
Entre as suas desvantagens estão: o excesso de material dentro da câmara<br />
pulpar, que leva a uma pigmentação da coroa dental, por isso que diferentes autores<br />
recomendam o seu uso apenas para os dentes posteriores. Outra desvantagem é o<br />
fato de que a pasta é uma composição de medicamentos, onde não há controle de<br />
qualidade <strong>do</strong>s componentes e isso pode afetar o poder antimicrobiano, devi<strong>do</strong> à<br />
origem, natureza e pureza <strong>do</strong>s medicamentos envolvi<strong>do</strong>s na mistura (SILVA, 2010).<br />
2.5 AVALIAÇÃO DO SUCESSO DA TERAPIA ENDODÔNTICA EM DENDES<br />
DECÍDUOS<br />
Apesar de ser uma técnica realizada há mais de um século, a terapia pulpar<br />
em dentes decíduos continua causan<strong>do</strong> muitas controvérsias e discussões,<br />
principalmente em termos da biocompatibilidade <strong>do</strong>s medicamentosemprega<strong>do</strong>s.<br />
Entretanto estu<strong>do</strong>s tem demonstra<strong>do</strong> alto índice de <strong>sucesso</strong> para este <strong>tratamento</strong>,<br />
sen<strong>do</strong> observada a manutenção <strong>do</strong> elemento decíduo na cavidade oral até o<br />
momento de sua esfoliação. (COSER; GIRO, 2002; OLIVEIRA; COSTA, 2006;<br />
MORETTI, 2008; FORNETTI, 2009; GONDIM, 2010).<br />
OLIVEIRA; COSTA em 2006 ao realizar um estu<strong>do</strong> clínico e radiográfico em<br />
24 molares decíduos trata<strong>do</strong>s en<strong>do</strong><strong>do</strong>nticamente com a pasta CTZ encontrou um<br />
índice de <strong>sucesso</strong> de 83,3% <strong>do</strong>s casos, sen<strong>do</strong> utilizada como critério para avaliação
25<br />
<strong>do</strong> <strong>sucesso</strong> a ausência de: <strong>do</strong>r, abscesso, fístula, mobilidade patológica, lesão<br />
óssea, reabsorção radicular externa patológica e reabsorção radicular interna. Neste<br />
estu<strong>do</strong> observou-se também a pigmentação da coroa <strong>do</strong>s elementos decíduos em<br />
tons acastanha<strong>do</strong>s, mas esta alteração não entrou como indicativo de in<strong>sucesso</strong> da<br />
terapia en<strong>do</strong>dôntica.<br />
Materiais como o MTA também tem demostra<strong>do</strong> eficacia clínica, Fornetti em<br />
2009, encontrou 100% de <strong>sucesso</strong> clínico em 3, 6 e 12 meses de avaliação.<br />
Resulta<strong>do</strong>s semelhantes também foram encontra<strong>do</strong>s por Moretti em 2008 em<br />
avaliação clínica e radiográfica por 6 e 12 meses.<br />
No entanto a terapia pulpar utilizan<strong>do</strong> o formocresol de Buckley em sua<br />
fórmula diluída a 1/5 ainda é a mais usual e o seu <strong>sucesso</strong> tem si<strong>do</strong> demonstra<strong>do</strong><br />
em estu<strong>do</strong>s de caráter clínico e radiográfico como os de Fornnetii (2009) e Moretti<br />
(2008), em que foram avalia<strong>do</strong>s longitudinalmente.<br />
Devi<strong>do</strong> a peculiar conformação <strong>do</strong>s canais radiculares elemento decíduo e<br />
muitas vezes a falta de colaboração <strong>do</strong> paciente, matérias com ação antimicrobiana<br />
que permitam pouca ou nenhuma instrumentação tem si<strong>do</strong> utiliza<strong>do</strong>s na<br />
o<strong>do</strong>ntopediatria. Contu<strong>do</strong>, a possibilidade de alterações anatômicas nos <strong>sucesso</strong>res<br />
permanentes traz a necessidade de estu<strong>do</strong>s de caráter clínico e radiográfico que<br />
avaliem o <strong>sucesso</strong> <strong>do</strong> <strong>tratamento</strong>.
26<br />
PROPOSIÇÃO
27<br />
3 PROPOSIÇÃO<br />
Avaliar o <strong>sucesso</strong> clínico e radiográfico <strong>do</strong> <strong>tratamento</strong> en<strong>do</strong>dôntico em dentes<br />
decíduos com a pasta antibiótica CTZ na Clínica de O<strong>do</strong>ntopediatria da UFPB,<br />
realiza<strong>do</strong>s no perío<strong>do</strong> de 2008 a 2010.<br />
Listan<strong>do</strong> como proposições específicas:<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
Verificar a idade <strong>do</strong>s pacientes submeti<strong>do</strong>s ao <strong>tratamento</strong> en<strong>do</strong>dôntico;<br />
Verificar a incidência <strong>do</strong> grupo de elementos dentários decíduos trata<strong>do</strong>s<br />
en<strong>do</strong><strong>do</strong>nticamente;<br />
Avaliar presença ou ausência de <strong>do</strong>r, abscesso, fístula e mobilidade<br />
patológica;<br />
Avaliar presença ou ausência de lesão óssea, reabsorção radicular externa<br />
patológica e reabsorção radicular interna;<br />
Avaliar presença de alterações de cor, forma e/ou tamanho na coroa <strong>do</strong><br />
<strong>sucesso</strong>r permanente erupciona<strong>do</strong>.
28<br />
METODOLOGIA
29<br />
4 METODOLOGIA<br />
O presente estu<strong>do</strong> caracteriza-se como um estu<strong>do</strong> retrospectivo. A<br />
meto<strong>do</strong>logia apresentou ainda, quanto à natureza <strong>do</strong>s da<strong>do</strong>s, a preconização <strong>do</strong><br />
méto<strong>do</strong> indutivo, com procedimento comparativo e estatístico e técnica de pesquisa<br />
por <strong>do</strong>cumentação direta, através de exame clínico (LAKATOS E MARCONI, 2011).<br />
O projeto atendeu às exigências éticas e foi aprova<strong>do</strong> pelo Comitê de Ética<br />
em Pesquisa <strong>do</strong> Hospital Universitário Lauro Wanderley (HULW/UFPB) sob o<br />
protocolo 802/10, em conformidade com a Resolução nº 196/96 <strong>do</strong> Conselho<br />
Nacional de Saúde (Anexo A).<br />
4.1 UNIVERSO E AMOSTRA<br />
O universo foi forma<strong>do</strong> pelos prontuários de 403 pacientes infantis, com<br />
idades entre 4 e 12 anos, atendi<strong>do</strong>s na Clínica de O<strong>do</strong>ntopediatria da Universidade<br />
Federal da Paraíba (UFPB), no perío<strong>do</strong> de 2008 a 2010.<br />
Dentre os prontuários analisa<strong>do</strong>s, 43 apresentaram relato de <strong>tratamento</strong><br />
en<strong>do</strong>dôntico com o uso da pasta CTZ. Das crianças selecionadas, não foi possível<br />
entrar em contato com 19, por mudança não informada <strong>do</strong> telefone de contato. Com<br />
base nos critérios de inclusão descritos abaixo, a amostra desta pesquisa foi<br />
composta por 36 elementos dentários trata<strong>do</strong>s en<strong>do</strong><strong>do</strong>nticamente de 24 pacientes<br />
que compuseram esta amostra.<br />
Critérios de inclusão<br />
- prontuário com radiografia de diagnóstico apresentan<strong>do</strong> imagens nítidas <strong>do</strong><br />
elemento dentário trata<strong>do</strong>;<br />
- criança apresentan<strong>do</strong> o dente com o <strong>tratamento</strong> en<strong>do</strong>dôntico concluí<strong>do</strong> e a<br />
restauração realizada, em condições clínicas satisfatórias (com selamento marginal<br />
e sem fraturas ou perda de material restaura<strong>do</strong>r);<br />
- criança apresentan<strong>do</strong> o dente <strong>sucesso</strong>r permanente <strong>do</strong> elemento decíduo trata<strong>do</strong><br />
en<strong>do</strong><strong>do</strong>nticamente;
- Termo de Consentimento Livre e Esclareci<strong>do</strong>assina<strong>do</strong> pelo responsável legal da<br />
criança (APÊNDICE A).<br />
30<br />
Critérios de exclusão<br />
- <strong>tratamento</strong> en<strong>do</strong>dôntico nãoconcluí<strong>do</strong> e/ou restauração não realizada;<br />
403 prontuários<br />
43<br />
terapia pulpar com<br />
CTZ<br />
19<br />
excluí<strong>do</strong>s<br />
24 elementos<br />
compuseram a<br />
amostra<br />
36<br />
Elementos<br />
analisa<strong>do</strong>s<br />
4.3 INSTRUMENTOS UTILIZADOS<br />
Os instrumentos utiliza<strong>do</strong>s nesta pesquisa foram: ficha para coleta de da<strong>do</strong>s<br />
(Apêndice B), para aanotação das informações relativas às condições dentárias e <strong>do</strong><br />
perio<strong>do</strong>nto, tanto <strong>do</strong> elemento decíduo como <strong>do</strong> seu <strong>sucesso</strong>r permanente, após o<br />
<strong>tratamento</strong> en<strong>do</strong>dôntico;e radiografias periapicais, nas quais se observou presença<br />
de reabsorção óssea, reabsorção radicular externa e reabsorção radicular interna,<br />
preenchida e executada, respectivamente, pela pesquisa<strong>do</strong>ra <strong>do</strong> projeto.
31<br />
4.4 COLETA DE DADOS<br />
Inicialmente, foram seleciona<strong>do</strong>s os prontuários das crianças atendidas na<br />
Clínica de O<strong>do</strong>ntopediatria da UFPB com <strong>tratamento</strong> en<strong>do</strong>dôntico utilizan<strong>do</strong> a pasta<br />
CTZ, realiza<strong>do</strong> entre os anos de 2008 e 2010 (n=43).<br />
Uma vez seleciona<strong>do</strong>s os prontuários, os responsáveis pelas crianças foram<br />
convida<strong>do</strong>s a comparecer, acompanha<strong>do</strong>s da criança alvo deste estu<strong>do</strong>, à Clinica de<br />
O<strong>do</strong>ntopediatria da UFPB para participar da pesquisa, ten<strong>do</strong> antes recebi<strong>do</strong> os<br />
esclarecimentos devi<strong>do</strong>s sobre os exames clínico e radiográfico a serem realiza<strong>do</strong>s<br />
e assina<strong>do</strong> o TCLE.<br />
Na composição <strong>do</strong> exame intra-oral, foram observadas características<br />
relativas aos dentes decíduos em que o <strong>tratamento</strong> foi executa<strong>do</strong> e aos <strong>sucesso</strong>res<br />
permanentes, nos casos de esfoliação <strong>do</strong> elemento decíduo.<br />
Ao exame radiográfico foram observadas alterações ósseas e radiculares <strong>do</strong>s<br />
dentes decíduos trata<strong>do</strong>s en<strong>do</strong><strong>do</strong>nticamente. Nos casos em que o dente decíduo<br />
trata<strong>do</strong> com CTZ estava ausente (por esfoliação ou perda precoce), avaliou-se o<br />
esta<strong>do</strong> de irrupção <strong>do</strong> elemento <strong>sucesso</strong>r, determinan<strong>do</strong>-o como precoce quan<strong>do</strong> o<br />
estágio de Nolla era menor que sete e a idade <strong>do</strong> paciente não correspondia à<br />
esperada para a irrupção normal.<br />
EXAME CLÍNICO<br />
Para esta etapa da pesquisa, foram a<strong>do</strong>tadas as medidas vigentes de<br />
biossegurança para a proteção da pesquisa<strong>do</strong>ra e <strong>do</strong>s sujeitos examina<strong>do</strong>s. Para a<br />
realização <strong>do</strong> exame <strong>do</strong> elemento dentário, o paciente foi posiciona<strong>do</strong> em cadeira<br />
o<strong>do</strong>ntológica e foi realiza<strong>do</strong> isolamento relativo na região <strong>do</strong> elemento a ser<br />
examina<strong>do</strong> - poden<strong>do</strong> este tratar-se <strong>do</strong> elemento decíduo em que se utilizou o CTZ<br />
ou o seu <strong>sucesso</strong>r permanente, no caso de esfoliação <strong>do</strong> antecessor decíduo.<br />
Para a análise <strong>do</strong>s dentes decíduos observou-se a mucosa,em busca de<br />
alterações como fístula e abscesso, assim como alteração de cor da coroa e<br />
mobilidade dentária patológica.
32<br />
Durante o exame <strong>do</strong>s <strong>sucesso</strong>res permanentes, foram observadas<br />
informações quanto à alteração de cor, forma ou tamanhoda coroa, bem como<br />
presença de hipoplasia <strong>do</strong> esmalte.<br />
EXAME RADIOGRÁFICO<br />
Os elementos dentários pesquisa<strong>do</strong>s foram radiografa<strong>do</strong>s, com o uso da<br />
técnica periapical, pela própria pesquisa<strong>do</strong>ra. Para isso, utilizou-se um aparelho de<br />
raios-X Dabi Atlante, modelo spectro 70x Classe I tipo B comum operação<br />
intermitente, posiciona<strong>do</strong>r de filmes cone indica<strong>do</strong>r autoclavável Maquira e filme<br />
radiográfico dental AGFA DENTUS M2 CONFORT.<br />
Após posiciona<strong>do</strong> em cadeira o<strong>do</strong>ntológica, o paciente foi protegi<strong>do</strong> com<br />
avental plumbífero, confecciona<strong>do</strong> por borracha plumbífera com equivalência<br />
0,25pb. O filme radiográfico o<strong>do</strong>ntológico foi leva<strong>do</strong> no posiciona<strong>do</strong>r à boca <strong>do</strong><br />
paciente. Assim, procedeu-se a tomada radiográfica com tempo de exposição de 0,4<br />
min. As películas foram reveladas pela pesquisa<strong>do</strong>ra em caixa de revelação manual,<br />
através da técnica inspecional, e deixadas em ambiente natural para secar.<br />
Aanálise das radiografias foi realizada ao final de toda coleta,mediante<br />
inspeção visual, apoian<strong>do</strong>-se a radiografia sobre um negatoscópio de mesa com<br />
lâmpada fluorescente de 8 watts. Então, confrontou-se a radiografia de diagnóstico<br />
com a realizada pela pesquisa<strong>do</strong>ra, onde foram analisadas presença de imagens<br />
sugestivas de lesão periapical, reabsorção óssea em área de furca, reabsorção<br />
radicular externa e reabsorção radicular interna. Intervalos de 30 minutos foram<br />
feitos após a avaliação de grupos de 20 radiografias.<br />
Nos casos em que o dente decíduo trata<strong>do</strong> com CTZ estava ausente (por<br />
esfoliação ou perda precoce), avaliou-se o esta<strong>do</strong> de irrupção <strong>do</strong> <strong>sucesso</strong>r<br />
permanente, determinan<strong>do</strong> a ausência como precoce quan<strong>do</strong> o estágio de Nolla foi<br />
menor que sete e a idade <strong>do</strong> paciente não correspondia à esperada para a irrupção<br />
normal.
33<br />
4.5 ANÁLISE DOS DADOS<br />
Foi cria<strong>do</strong>, pela pesquisa<strong>do</strong>ra, um banco da<strong>do</strong>s, a partir <strong>do</strong>s acha<strong>do</strong>s<br />
da coleta, os quais foram processa<strong>do</strong>s quantitativamente e analisa<strong>do</strong>s<br />
através da estatística descritiva, com o uso <strong>do</strong> Software SPSS 13.0.
34<br />
RESULTADOS
35<br />
5 RESULTADOS<br />
Dos 24 pacientes avalia<strong>do</strong>s, 13 eram <strong>do</strong> gênero feminino (54,2%) e 11 eram<br />
<strong>do</strong> gênero masculino (45,8%), como demonstra<strong>do</strong> noGráfico1. Dos 36 dentes<br />
decíduos en<strong>do</strong><strong>do</strong>nticamente trata<strong>do</strong>s com a pasta CTZ, pode-se observar<br />
noGráfico2, que a maioria (41,6%) encontravam-se nas crianças de 7 anos. A idade<br />
média de idade das crianças atendidas foi de 8 anos Desvio-padrão – 1,70.<br />
13<br />
(54,2%)<br />
11<br />
(45,8%)<br />
Masculino<br />
Feminino<br />
Gráfico1. Distribuição percentual da amostra segun<strong>do</strong> o gênero. João Pessoa, PB –<br />
2011.
36<br />
16<br />
14<br />
15<br />
41,7%<br />
12<br />
10<br />
8<br />
6<br />
4<br />
2<br />
0<br />
2<br />
5,6%<br />
3<br />
8,3%<br />
4<br />
11,1%<br />
5<br />
13,9%<br />
5<br />
13,9%<br />
2<br />
5,6%<br />
5 Anos 6 Anos 7 Anos 8 Anos 9 Anos 10 Anos 12 Anos<br />
Gráfico2. Distribuição da quantidade de dentes trata<strong>do</strong>s pela idade da criança. João<br />
Pessoa, PB – 2011.<br />
Na presente amostra, a maior frequência de <strong>tratamento</strong> en<strong>do</strong>dônticocom a<br />
pasta CTZ foi observada nos molares inferiores (n = 25; 69,4%), segui<strong>do</strong>s <strong>do</strong>s<br />
molares superiores (n = 8; 22,2%) e <strong>do</strong>s incisivos (n = 3; 8,3%). Dentre os 36 dentes<br />
pesquisa<strong>do</strong>s, 11 tratava-se de elementos <strong>sucesso</strong>res permanentes e 25 decíduos,<br />
sen<strong>do</strong> dentre estes últimos 5 (20%) reavalia<strong>do</strong>s com até 1 ano de <strong>tratamento</strong>, 14<br />
(56%) entre 1 e 2 anos e 6 (24%) após 2 anos (Gráfico 3).<br />
16<br />
14<br />
12<br />
14<br />
56%<br />
10<br />
8<br />
6<br />
4<br />
2<br />
5<br />
20%<br />
6<br />
24%<br />
0<br />
Até 1 ano De 1 a 2 anos atrás Mais de 2 anos atrás<br />
Gráfico3. Distribuição <strong>do</strong>s dentes decíduos trata<strong>do</strong>s de acor<strong>do</strong> com o intervalo de<br />
reavaliação. João Pessoa, PB – 2011.
37<br />
A avaliação <strong>do</strong>s acha<strong>do</strong>s clínicos (<strong>do</strong>r, abscesso, fístula, mobilidade e<br />
alteração de cor) e radiográficos (reabsorção óssea, reabsorção radicular interna e<br />
reabsorção radicular externa) nos dentes decíduos revelou maior frequência destes<br />
nos molares inferiores, segui<strong>do</strong>s <strong>do</strong>s molares superiores (Gráfico 4). No grupo <strong>do</strong>s<br />
incisivos decíduos, por sua vez, foram identifica<strong>do</strong>s apenas acha<strong>do</strong>s clínicos<br />
(Gráfico 4).<br />
100%<br />
90%<br />
80%<br />
70%<br />
60%<br />
50%<br />
40%<br />
11<br />
(73,3%)<br />
12<br />
(80,0%)<br />
Molares inferiores<br />
Molares superiores<br />
Incisivos<br />
30%<br />
20%<br />
10%<br />
0%<br />
2<br />
(13,3%)<br />
2<br />
(13,3%)<br />
Acha<strong>do</strong>s clínicos<br />
3<br />
(20,0%)<br />
Acha<strong>do</strong>s radiográficos<br />
Gráfico4. Distribuição <strong>do</strong>s acha<strong>do</strong>s clínicos e radiográficos de acor<strong>do</strong> com os grupos<br />
de dentes decíduos. João Pessoa, PB – 2011.<br />
A distribuição pormenorizada <strong>do</strong>s acha<strong>do</strong>s clínicos de acor<strong>do</strong> com os grupos<br />
de dentes decíduos é apresentada na Tabela 1. Em relação aos incisivos e molares<br />
superiores, foram observadas apenas alterações de cor. Nos molares inferiores,<br />
embora as alterações de cor tenham si<strong>do</strong> o acha<strong>do</strong> mais comum, <strong>do</strong>r e fístula<br />
também puderam ser identifica<strong>do</strong>s. Quanto aos dentes <strong>sucesso</strong>res permanentes, o<br />
único acha<strong>do</strong> clínico observa<strong>do</strong> foi mancha branca brilhosa de pequena extensão.<br />
Dos 10 dentes <strong>sucesso</strong>res permanentes avalia<strong>do</strong>s no presente estu<strong>do</strong>, apenas 1<br />
incisivo e 2 pré-molares superiores revelaram tal acha<strong>do</strong>.
Tabela 1.Distribuição<strong>do</strong>s acha<strong>do</strong>s clínicos por grupos de dentes decíduos. João<br />
Pessoa, PB – 2011.<br />
Incisivos<br />
(n = 2)<br />
Molares superiores<br />
(n = 6)<br />
Molares inferiores<br />
(n = 18)<br />
Total<br />
38<br />
(n = 26)<br />
n % n % n % n %<br />
Dor 0 0,0 0 0,0 3 16,7 3 11,5<br />
Abscesso 0 0,0 0 0,0 0 0,0 0 0,0<br />
Fístula 0 0,0 0 0,0 2 11,1 2 7,7<br />
Mobilidade 0 0,0 0 0,0 0 0,0 0 0,0<br />
Alteração de cor 2 100 2 33,3 6 33,3 10 38,5<br />
A distribuição detalhada <strong>do</strong>s acha<strong>do</strong>s radiográficos de acor<strong>do</strong> com os grupos<br />
de dentes decíduos é apresentada na Tabela 2. No grupo <strong>do</strong>s molares superiores,<br />
foi identifica<strong>do</strong> 1 caso de reabsorção óssea, reabsorção radicular externa e<br />
reabsorção radicular, respectivamente. Em comparação com os molares superiores,<br />
os molares inferiores revelaram maior frequência de reabsorção óssea e reabsorção<br />
radicular externa. Nenhum acha<strong>do</strong> radiográfico foi observa<strong>do</strong> no grupo <strong>do</strong>s incisivos<br />
e <strong>do</strong>s dentes <strong>sucesso</strong>res permanentes examina<strong>do</strong>s.<br />
Em nenhum <strong>do</strong>s casos supracita<strong>do</strong>s a reabsorção óssea ocorreu após o<br />
<strong>tratamento</strong>, estan<strong>do</strong> presente desde a radiografia de diagnóstico. As reabsorções<br />
radiculares estavam presentes desde a radiografia de diagnóstico devi<strong>do</strong> à<br />
existência de processo infeccioso.<br />
Tabela 2.Distribuição<strong>do</strong>s acha<strong>do</strong>s radiográficos por grupos de dentes decíduos.<br />
João Pessoa, PB – 2011.<br />
Incisivos<br />
(n = 2)<br />
Molares<br />
superiores<br />
(n = 6)<br />
Molares<br />
inferiores<br />
(n = 18)<br />
Total<br />
(n = 26)<br />
n % n % n % n %<br />
Reabsorção óssea 0 0,0 1 16,7 4 22,2 5 19,2<br />
Reabsorção radicular interna 0 0,0 1 16,7 2 11,1 3 11,5<br />
Reabsorção radicular externa 0 0,0 1 16,7 6 33,3 7 26,9
39<br />
A avaliação <strong>do</strong>s acha<strong>do</strong>s clínicos e radiográficos nos dentes decíduos de<br />
acor<strong>do</strong> com o tempo transcorri<strong>do</strong> desde o <strong>tratamento</strong> en<strong>do</strong>dôntico revelou maior<br />
frequência destes nos elementos dentários com tempo de <strong>tratamento</strong> de 1 a 2 anos<br />
(Gráfico 5).<br />
100%<br />
90%<br />
80%<br />
4<br />
(26,7%)<br />
3<br />
(20,0%)<br />
70%<br />
60%<br />
50%<br />
40%<br />
9<br />
(60,0%)<br />
8<br />
(53,3%)<br />
Mais de 2 anos<br />
De 1 a 2 anos<br />
Até 1 ano<br />
30%<br />
20%<br />
10%<br />
0%<br />
2<br />
(13,3%)<br />
Acha<strong>do</strong>s clínicos<br />
4<br />
(26,7%)<br />
Acha<strong>do</strong>s radiográficos<br />
Gráfico5. Distribuição <strong>do</strong>s acha<strong>do</strong>s clínicos e radiográficos de acor<strong>do</strong> com o tempo<br />
transcorri<strong>do</strong> desde o <strong>tratamento</strong> <strong>do</strong>s dentes decíduos. João Pessoa, PB – 2011.<br />
A distribuição detalhada <strong>do</strong>s acha<strong>do</strong>s clínicos de acor<strong>do</strong> com o tempo desde<br />
o <strong>tratamento</strong> en<strong>do</strong>dôntico é apresentada na Tabela 3. Nos dentes com tempo de<br />
<strong>tratamento</strong> de até 1 ano, foram observadas apenas alterações de cor. Nos dentes<br />
com tempo de <strong>tratamento</strong> de 1 a 2 anos e de mais de 2 anos,além das alterações de<br />
cor, <strong>do</strong>r e fístula também puderam ser identifica<strong>do</strong>s. Quanto aos dentes <strong>sucesso</strong>res<br />
permanentes, <strong>do</strong>s 3 casos de mancha branca observa<strong>do</strong>s, 1 (elemento 25) caso foi<br />
identifica<strong>do</strong> no perío<strong>do</strong> de 1 e 2 anos após o <strong>tratamento</strong> en<strong>do</strong>dôntico e 2 (elementos<br />
21 e 24) foram identifica<strong>do</strong>s no perío<strong>do</strong> de mais de 2 anos após o <strong>tratamento</strong><br />
en<strong>do</strong>dôntico.
40<br />
Tabela 3. Distribuição <strong>do</strong>s acha<strong>do</strong>s clínicos por grupos de dentes decíduos de<br />
acor<strong>do</strong> com o tempo transcorri<strong>do</strong> desde o <strong>tratamento</strong>. João Pessoa, PB – 2011.<br />
De 1 a 2 anos Mais de 2 anos<br />
Até 1 ano<br />
Total<br />
atrás<br />
atrás<br />
(n=9)<br />
(n=26)<br />
(n=10)<br />
(n=7)<br />
n % n % n % n %<br />
Dor 0 0,0 2 20,0 1 14,3 3 11,5<br />
Abscesso 0 0,0 0 0,0 0 0,0 0 0,0<br />
Fístula 0 0,0 1 10 1 14,3 2<br />
Mobilidade 0 0,0 0 0,0 0 0,0 0 0,0<br />
Alteração de cor 2 22,2 6 60,0 2 28,6 10 7,7<br />
Total 2 22,2 9 90,0 4 57,1 15 57,7<br />
A distribuição em detalhes <strong>do</strong>s acha<strong>do</strong>s radiográficos de acor<strong>do</strong> com os<br />
grupos de dentes e o tempo transcorri<strong>do</strong> desde o <strong>tratamento</strong> é apresentada na<br />
Tabela 4. Reabsorção óssea, reabsorção radicular externa e reabsorção radicular<br />
interna foram observadas em to<strong>do</strong>s os perío<strong>do</strong>s avalia<strong>do</strong>s. Em comparação com os<br />
demais perío<strong>do</strong>s, os dentes com tempo de <strong>tratamento</strong> de 1 a 2 anos revelaram<br />
maior frequência de reabsorção radicular externa. Em relação à reabsorção óssea,<br />
os perío<strong>do</strong>s avalia<strong>do</strong>s exibiram frequências relativamente similares. Nenhum acha<strong>do</strong><br />
radiográfico foi observa<strong>do</strong> nos dentes <strong>sucesso</strong>res permanentes examina<strong>do</strong>s.<br />
Tabela 4. Distribuição <strong>do</strong>s acha<strong>do</strong>s radiográficos por grupos de dentes decíduos de<br />
acor<strong>do</strong> com o tempo transcorri<strong>do</strong> desde o <strong>tratamento</strong>. João Pessoa, PB – 2011.<br />
Até 1 ano<br />
atrás<br />
(n=9)<br />
De 1 a 2 anos<br />
atrás<br />
(n=10)<br />
Mais de 2 anos<br />
atrás<br />
(n=7)<br />
Total<br />
(n=26)<br />
n % n % n % n %<br />
Reabsorção óssea 2 22,2 2 20,0 1 14,2 5 19,2<br />
Reabsorção radicular<br />
interna<br />
Reabsorção radicular<br />
externa<br />
1 11,1 2 20,0 0 0,0 3 7,7<br />
1 11,1 4 40,0 2 28,5 7 26,9<br />
Total 4 44,4 8 80,0 3 42,8 15 57,7
41<br />
14%<br />
86%<br />
Com alteração<br />
Sem alteração<br />
Gráfico 6.Distribuição <strong>do</strong>s elementos que apresentaram alterações clínicas<br />
classificadas como índice de in<strong>sucesso</strong>. João Pessoa, PB – 2011.<br />
No Gráfico 6 pode-se observar que <strong>do</strong>s trinta e seis elementos avalia<strong>do</strong>s<br />
quinze apresentaram alterações clínicas. E como, neste estu<strong>do</strong>, o <strong>sucesso</strong> foi<br />
conceitua<strong>do</strong> clinicamente pela ausência de <strong>do</strong>r, abscesso, fístula, mobilidade nos<br />
elementos decíduos trata<strong>do</strong>s en<strong>do</strong><strong>do</strong>nticamente com a pasta CTZ, e nos <strong>sucesso</strong>res<br />
permanentes ausência de alteração na cor, forma e tamanho <strong>do</strong>s dentes. Desta<br />
forma pode-se inferir um percentual de 86% de <strong>sucesso</strong>.
42<br />
DISCUSSÃO
43<br />
6 DISCUSSÃO<br />
O desenvolvimento da dentição decídua para a dentição permanente,<br />
passan<strong>do</strong> pela dentadura mista, deve ocorrer de forma ordenada, resultan<strong>do</strong> numa<br />
oclusão estável, funcional e estética. Quan<strong>do</strong> ocorre uma interrupção neste<br />
processo, surgem problemas que podem levar ao desenvolvimento de má oclusão<br />
na dentição permanente (MENEZES; ULIANA, 2003).<br />
Desta forma, a importância <strong>do</strong> <strong>tratamento</strong> en<strong>do</strong>dôntico para a manutenção de<br />
dentes decíduos com comprometimento pulpar irreversível é um consenso<br />
nao<strong>do</strong>ntopediatria (AZEVEDO; BARCELOS; PRIMO, 2009). Sen<strong>do</strong> assim, é<br />
fundamental selecionar uma técnica adequada no <strong>tratamento</strong> en<strong>do</strong>dôntico de dentes<br />
decíduos que possa oferecer atividade antibacteriana e ação biológica, visan<strong>do</strong> à<br />
manutenção destes dentes no arco dentário e restabelecen<strong>do</strong> a integridade <strong>do</strong>s<br />
teci<strong>do</strong>s periapicais (COSER; GIRO, 2002).<br />
Este estu<strong>do</strong> tem as limitações de um trabalho retrospectivo e clínico: os<br />
pacientes foram trata<strong>do</strong>s por alunos diferentes, não haven<strong>do</strong> total controle da<br />
padronização da técnica utilizada; os prontuários não continham informações<br />
completas quanto ao esta<strong>do</strong> em que a polpa se encontrava. Além disso, não foi<br />
possível se obter uma amostra significativa <strong>do</strong> ponto de vista estatístico para se<br />
estabelecer associações, já que a população-alvo foi específica e de número<br />
reduzi<strong>do</strong>. Por outro la<strong>do</strong>, os resulta<strong>do</strong>s ora descritos podem contribuir para nortear a<br />
tomada de decisão clínica e a condução de pesquisas futuras sobre terapia pulpar<br />
em dentes decíduos.<br />
O gênero feminino foi o de maior prevalência, representan<strong>do</strong> (67%) da<br />
amostra deste estu<strong>do</strong> - conforme visto no Gráfico 1 - corroboran<strong>do</strong> com os acha<strong>do</strong>s<br />
de Gonzalez Rodriguezet al. (2007), que analisan<strong>do</strong> pulpotomias feitas com tintura<br />
de própoles a 10%, teve como amostra 52 pacientes <strong>do</strong>s quais eram 29 meninas e<br />
23 meninos.Resulta<strong>do</strong>s semelhantes também foram encontra<strong>do</strong>s porOLIVEIRA e<br />
COSTA (2006). O mesmo não foi encontra<strong>do</strong> por Moretti et al. (2008), sen<strong>do</strong> um<br />
total de 45 molares decíduos em 23 crianças (9<strong>do</strong> gênero feminino e 14 <strong>do</strong> gênero<br />
masculino).<br />
Moretti et al. (2008), avalian<strong>do</strong> pulpotomias utilizan<strong>do</strong> formocresol, hidróxi<strong>do</strong><br />
de cálcio e agrega<strong>do</strong> trióxi<strong>do</strong> mineral (MTA), em 45 molares decíduos obteve como<br />
média de idade das crianças 6 anos e 5 meses. Já para Oliveira e Costa (2006), as
44<br />
crianças examinadas tinham idade mediana de 8,5 anos. Neste estu<strong>do</strong> a média de<br />
idade das crianças atendidas foi de 8 anos.<br />
Assim como Gonzalez Rodriguezet al., em 2007, a maioria da amostra foi<br />
composta pelos segun<strong>do</strong>s molares inferiores (50%), neste estu<strong>do</strong>, os elementos<br />
trata<strong>do</strong>s en<strong>do</strong><strong>do</strong>nticamente com maior frequênciaforam os molares inferiores,<br />
representan<strong>do</strong> 69,44% da amostra. O que não corresponde aos segun<strong>do</strong>s molares<br />
decíduos superiores serem os de maior prevalência de perda precoce (34,0%) em<br />
Cavalcanti et al. (2008), ten<strong>do</strong> em vista que o <strong>tratamento</strong> en<strong>do</strong>dôntico em dentes<br />
decíduos geralmente ocorre devi<strong>do</strong> a cáries extensas, e muitas vezes o mesmo já<br />
não é possível dada à extensão da lesão.<br />
Dentro desse contexto, ao se referir à perda precoce de dentes decíduos, não<br />
se pode deixar de enfatizar a importância <strong>do</strong>s molares decíduos, visto que a perda<br />
desses elementos implicará a desarmonia <strong>do</strong> desenvolvimento da oclusão, pois<br />
ditam o posicionamento <strong>do</strong> primeiro molar permanente (CAVALCANTI et al., 2008).<br />
Consideran<strong>do</strong>-se esses fatos, o <strong>tratamento</strong> en<strong>do</strong>dôntico de dentes decíduos vem<br />
sen<strong>do</strong> cada vez mais estuda<strong>do</strong> e preconiza<strong>do</strong> (BARJA-FIDALGO et al., 2010).<br />
Dos trinta e seis elementos analisa<strong>do</strong>s, 15 apresentaram alterações da<br />
normalidade, e destes, apenas 5 tratava-se de alterações listadas como in<strong>sucesso</strong>,<br />
representa<strong>do</strong> um índice de <strong>sucesso</strong> de 86%, referentes às alterações clínicas em<br />
dentes decíduos. Oliveira e Costa (2006) verificaram resulta<strong>do</strong>s<br />
semelhantesaoanalisar o <strong>tratamento</strong> de 24 molares decíduos com CTZ, em que o<br />
índice de <strong>sucesso</strong> representou 83,3%.<br />
Quanto aos outros 10 elementos que apresentaram alteração da normalidade<br />
tratava-se de manchamento de coloração acastanhada na coroa <strong>do</strong> elemento<br />
decíduo trata<strong>do</strong> com a pasta CTZ. Sen<strong>do</strong> este manchamento presente apenas nos<br />
elementos decíduo e em elementos posteriores, o mesmo não trará prejuízos<br />
estéticos à criança. E por esta razão não foram incluí<strong>do</strong>s no cálculo para o<br />
in<strong>sucesso</strong> <strong>do</strong> <strong>tratamento</strong>.<br />
Os da<strong>do</strong>s referentes à mancha branca <strong>do</strong> dente permanente não foram<br />
contabilizadas neste percentual, por não representarem prejuízo estético ou<br />
funcional aos elementos.<br />
A hipoplasia <strong>do</strong> esmalte pode ser consequência de eventos sistêmicos,<br />
traumáticos, ambientais ou genéticos que ocorrem durante o desenvolvimento <strong>do</strong>s<br />
dentes, interferin<strong>do</strong> na formação normal da matriz <strong>do</strong> esmalte, causan<strong>do</strong> defeitos e
45<br />
irregularidades na sua superfície. Podem se apresentar como manchas<br />
esbranquiçadas, irregulares, rugosas ou sulcos e ranhuras, bem como outras<br />
alterações na estrutura <strong>do</strong> esmalte (SHAFER et al., 1987).<br />
Diferentes fatores são capazes de causar dano aosameloblastos, tais como:<br />
deficiências nutricionais (vitaminas A, C e D), febre exantematosa e<br />
<strong>do</strong>ençasexantematosas (sarampo, varicela e escarlatina), sífilis congênita (envolve<br />
geralmente os incisivos permanentes superiores e inferiores e os primeiros molares),<br />
hipocalcemia, traumatismo por ocasião <strong>do</strong> nascimento, excesso de flúor (fluorose<br />
dental) e fatores idiopáticos (muitos estu<strong>do</strong>s clínicos mostram, que mesmo com<br />
histórias e levantamentos cuida<strong>do</strong>sos, em alguns casos ahipoplasia de esmalte é de<br />
origem desconhecida) (RIBAS; CZLUSNIAK, 2004).<br />
Em geral, pode-se afirmar que qualquer deficiêncianutricional ou <strong>do</strong>ença<br />
sistêmica séria pode ser capazde produzir hipoplasia de esmalte, já que<br />
osameloblastos constituem um <strong>do</strong>s grupos de células mais sensíveis <strong>do</strong> corpo, no<br />
que diz respeito à função metabólica.<br />
Clinicamente, a hipoplasia de esmalte manifesta-se com falta total ou parcial<br />
da superfície de esmalte, apresentan<strong>do</strong> uma estética insatisfatória, dentes sensíveis,<br />
má-oclusão, bem como predisposição à cárie dental (RIBAS; CZLUSNIAK, 2004).<br />
A mancha branca encontrada pode ser sugestiva de hipoplasia de esmalte,no<br />
entanto, no presente estu<strong>do</strong> não se constatou nenhuma das características<br />
indesejáveis citadas acima.<br />
No entanto, devi<strong>do</strong> às inúmeras causas relacionadas ao aparecimento desta<br />
alteração não se pode afirmar que a ocorrência de mancha branca no esmalte<br />
observada neste estu<strong>do</strong> deve-se ao <strong>tratamento</strong> en<strong>do</strong>dôntico utilizan<strong>do</strong> pasta CTZ<br />
realiza<strong>do</strong> no elemento decíduo antecessor.<br />
Os acha<strong>do</strong>s radiográficos também não entraram como indica<strong>do</strong>r de in<strong>sucesso</strong><br />
por não ser possível precisar se as alterações foram causadas ou acentuadas pelo<br />
<strong>tratamento</strong> ou trata-se de lesão concernente ao processo infeccioso causa<strong>do</strong> pela<br />
cárie. É necessário enfatizar queasdiferenças nos resulta<strong>do</strong>s podem ser explicadas<br />
por questões meto<strong>do</strong>lógicas, bem como pelo tipo de elementos incluí<strong>do</strong>s naamostra<br />
estudada.<br />
No presente estu<strong>do</strong>, não se constatou alterações na coloração <strong>do</strong>s elementos<br />
<strong>sucesso</strong>res permanentes, apesar da administração da tetraciclina ter si<strong>do</strong> em idade<br />
de formação <strong>do</strong> germe dentário permanente, sen<strong>do</strong> as crianças tratadas na faixa
46<br />
etária <strong>do</strong>s 5 aos 12 anos. Ao contrário <strong>do</strong> espera<strong>do</strong>, uma vez que uma das<br />
recomendações <strong>do</strong> antibiótico tetraciclina (vide bula) é a não utilização <strong>do</strong> mesmo no<br />
perío<strong>do</strong> da gestação, lactantes e em crianças abaixo de 8 anos de idade.<br />
Piva et al. em 2009, analisan<strong>do</strong> em um estu<strong>do</strong> in vitro a ação antimicrobiana<br />
de materiais emprega<strong>do</strong>s na obturação <strong>do</strong>s canais, encontrou os seguintes<br />
resulta<strong>do</strong>s: o MTA L&C® não apresentou halos de inibição; o maior halo de inibição<br />
entre os materiais testa<strong>do</strong>s foi apresenta<strong>do</strong> pelas pastas Guedes-Pinto e CTZ, que<br />
foi significantemente maior em relação ao OZE e a pasta Calen® (p
47<br />
CONCLUSÃO
48<br />
7 CONCLUSÃO<br />
A terapia pulpar, com a pasta CTZ, é simples e demonstrou excelente resulta<strong>do</strong><br />
clínico e radiográfico, índice de <strong>sucesso</strong> de 86%, em dentes com prognóstico<br />
desfavorável, trazen<strong>do</strong> benefícios para o paciente, como: manter seu dente até a<br />
época da esfoliação ou, pelo menos, retardar sua perda precoce. Todavia, sua<br />
utilização em pulpotomias de dentes decíduos, apesar de promissora, carece de<br />
maiores estu<strong>do</strong>s clínicos.<br />
Diante da meto<strong>do</strong>logia empregada e <strong>do</strong>s resulta<strong>do</strong>s obti<strong>do</strong>s, pode-se concluir<br />
que:<br />
A idade <strong>do</strong>s pacientes submeti<strong>do</strong>s a <strong>tratamento</strong> en<strong>do</strong>dôntico com a pasta CTZ<br />
variou de 5 a 12 anos;<br />
O dente decíduo mais prevalente entre os trata<strong>do</strong>s en<strong>do</strong><strong>do</strong>nticamente foram<br />
os molares inferiores, segui<strong>do</strong>s <strong>do</strong>s molares superiores e incisivos;<br />
O <strong>tratamento</strong> en<strong>do</strong>dôntico com a pasta CTZ ofereceu condições de<br />
manutenção <strong>do</strong>s dentes decíduos até sua esfoliação sem provocar prejuízos<br />
aos permanentes <strong>sucesso</strong>res;<br />
Houve presença de poucos casos de <strong>do</strong>r, abscesso e fístula e nenhum de<br />
mobilidade patológica entre os decíduos trata<strong>do</strong>s;<br />
As imagens radiográficas observadas sugeriram a manutenção da condição<br />
óssea e radicular encontradas no diagnóstico.
49<br />
REFERÊNCIAS
50<br />
REFERÊNCIAS<br />
ALBUQUERQUE, D. S.; GOMINHO, L. F.; SANTOS, R. A. Histologic evaluation of<br />
pulpotomy performed with ethyl-cyanoacrylate and calcium hydroxide. Brazilian oral<br />
research, v. 20, p. 226-230, 2006.<br />
ASGARY, S.; EGHBAL, M. J. The effect of pulpotomy using a Calcium-Enriched<br />
Mixture cement versus one-visit root canal therapy on postoperative pain relief in<br />
irreversible pulpitis: a ran<strong>do</strong>mized clinical trial. O<strong>do</strong>ntology, v.98, n. 2, p.126-133,<br />
2010.<br />
AZEVEDO, C. P.; BARCELOS, R.; PRIMO, L. G. Variabilidade das técnicas de<br />
<strong>tratamento</strong> en<strong>do</strong>dôntico em dentes decíduos: uma revisão de literatura. Arquivos<br />
em O<strong>do</strong>ntologia, Belo Horizonte, v.45, n.1, jan./mar., 2009.<br />
BARJA-FIDALGO, F. et al. Preferências <strong>do</strong>s cirurgiões-dentistas <strong>do</strong> município <strong>do</strong> rio<br />
de janeiro com relação ao <strong>tratamento</strong> de dentes decíduoscom necrose pulpar.<br />
Pesquisa Brasileira de O<strong>do</strong>ntopediatria e Clínica Integrada, João Pessoa, v.10,<br />
n.2, p.225-232, mai./ago. 2010.<br />
BRUNO, G. B. et al. Avaliações hematológicas e bioquímicas <strong>do</strong> sangue de cães<br />
submeti<strong>do</strong>s à pulpotomias com cimento de antibiótico. Revista de O<strong>do</strong>ntologia da<br />
UNESP, Araraquara, v.35, n.3, p.125-133, 2006.<br />
BULAS. MED.BR. Tetrex. Disponível em: . Acesso em: 7 out. 2010.<br />
CARDOSO, R. J. A.; GONÇALVES, E. A. N. O<strong>do</strong>ntologia, arte, ciência e técnica.<br />
v. 4 – O<strong>do</strong>ntopediatria Prevenção. 1. ed. São Paulo: Artes Médicas, 2002.<br />
CALATAYUD I.; CASADO, C. ALVAREZ, J.; Análisis de los estudios clínicos sobre<br />
La eficacia de las técnicas alternativas al formocresol em las pulpotomías de dientes<br />
temporales. Avances em o<strong>do</strong>ntoestomatología, v. 22, n. 4, p. 229-239, 2006.<br />
CAVALCANTI, A. L. et al. Prevalência de perda precoce de molares decíduos:<br />
estu<strong>do</strong> Prevalência de perda precoce de molares decíduos: estu<strong>do</strong>. Acta<br />
Scientiarum. Health Sciences, Maringá, v. 30, n. 2, p. 139-143, 2008.<br />
CORREA, M. S. et al.O<strong>do</strong>ntopediatria na Primeira Infância. 3. ed.Curitíba:<br />
Santos.2010.<br />
COSER, M. R.; GIRO, L. M. A. Tratamento en<strong>do</strong>dôntico de molares decíduos<br />
humanos com necrose pulpare lesão periapical.Revista Faculdade de<br />
O<strong>do</strong>ntologia, São José <strong>do</strong>s Campos, v.5, n.1, p. 84-93, jan./abr. 2002.<br />
DENARI, W. et al. É possível tratar dentes decíduos com fístula sem instrumentação<br />
<strong>do</strong>s condutos? Revista da Associação Paulista <strong>do</strong>s Cirurgiões Dentistas, São<br />
Paulo, v.50, n.2, p.186-187, 1996.
ESTRELA, C.; HOLLAND, R. Calcium Hydroxide: study based on scientific<br />
evidences. Journal of Applied Oral Science, Bauru, v.14, n.4, p. 269-283, 2003.<br />
FORNETTI, A. P. C. et al. Estu<strong>do</strong> clínico e radiográfico <strong>do</strong> formocresol de Buckley a<br />
1/5 e <strong>do</strong> cimento Portland utiliza<strong>do</strong>s para pulpotomias em dentes decíduos<br />
humanos.Revista de O<strong>do</strong>ntologia da UNESP,Araraquara,v.38, n.3, p.161-168,<br />
2009.<br />
GONÇALVES, S. S. Análise da atividade antimicrobiana de quatro pastas<br />
en<strong>do</strong>dônticas sobre microorganismos removi<strong>do</strong>s da cavidade pulpar de<br />
molares decíduos necrosa<strong>do</strong>s. 2010. 87f. Dissertação (Mestra<strong>do</strong> em O<strong>do</strong>ntologia)<br />
– Universidade <strong>do</strong> Grande Rio, Duque de Caxias, 2010.<br />
GONZALEZ RODRIGUES, W. C.et al.Pulpotomías de molares temporales em<br />
pulpasmuertascon tintura de propóleos al 10%. Revista Cubana Estomatologia, La<br />
Habana, v.44,n.3, Set., 2007.<br />
GUEDES-PINTO, A. C. O<strong>do</strong>ntopediatria: fundamentos de o<strong>do</strong>ntologia. 1. ed.<br />
Curitiba:Santos, 2009.<br />
LAKATOS, M. A.; MARCONI, M. A. Meto<strong>do</strong>logia científica. 4. ed. São Paulo: Atlas,<br />
2006.<br />
LEAL, S. C.; BEZERRA, A. C. B.; TOLEDO, O. A. Orientações terapêuticas<br />
utilizadas pelos cursos de especialização em O<strong>do</strong>ntopediatria no Brasil para a cárie<br />
severa da infância. Revista da ABENO, São Paulo, v.4, n.1, p.57-62, 2004.<br />
LOPES, H. P.; SIQUEIRA JR, J. F. En<strong>do</strong><strong>do</strong>ntia: biologia e técnica. 3. ed. Rio de<br />
Janeiro: Guanabara Koogan, 2010.<br />
MELO, G. M. de. In<strong>sucesso</strong>s na terapia pulpar em elementos decíduos:<br />
casoclínico e uma revisão da literatura. 2008.Disponível em:<br />
<br />
. Acesso em: 23 jun. 2011.<br />
MENEZES, J.V.N.B. de; ULIANA, G. Perfil de crianças com dentes decíduos<br />
perdi<strong>do</strong>s precocemente.Jornal Brasileiro de O<strong>do</strong>ntopediatria &O<strong>do</strong>ntologia <strong>do</strong><br />
Bebê, Curitiba, v.6, n.31, p.196-200, mai./jun. 2003.<br />
McDONALD, R. E.;AVERY, D. R. O<strong>do</strong>ntopediatria.7. ed. Rio de Janeiro:<br />
Guanabara. 2010.<br />
MORETTI, A. B. S. et al. Avaliação de pulpotomias utilizan<strong>do</strong> Formocresol, hidróxi<strong>do</strong><br />
de cálcio e agrega<strong>do</strong> trióxi<strong>do</strong> mineral (mta) em molares decíduos. Revista de<br />
O<strong>do</strong>ntologia da Universidade Cidade de São Paulo, São Paulo, v.20, n.3, p. 247-<br />
253, set./dez. 2008.<br />
51
MORI, G. G. et al. Evaluation of the diffusion capacity of calcium hydroxide pastes<br />
through the dentinal tubules. Brazilian Oral Research, São Paulo, v.23, n.2, p.113-<br />
118, 2009.<br />
NEVILLE, B. W. et al. Patologia oral & maxillofacial. 2. ed. Rio de Janeiro:<br />
Guanabara Koogan, 2008.<br />
OLIVEIRA, M. A. C.; COSTA, L. R. R. S. Desempenho clínico de pulpotomias com<br />
pasta CTZ em molares decíduos: estu<strong>do</strong> retrospectivo. Revista O<strong>do</strong>ntológica <strong>do</strong><br />
Brasil Central, v.15, n.40, 2006.<br />
PASSOS, I. A.; MELO, J. M.; MOREIRA, P. V. L. Utilização da pasta CTZ em dente<br />
decíduo com necrose pulpar– relato de caso. O<strong>do</strong>ntologia Clínica Científica,<br />
Recife, v.7, n.1, p. 63-65, jan./mar. 2008.<br />
PINKHAM, I.R. etal.O<strong>do</strong>ntopediatria: da infância à a<strong>do</strong>lescência.2. ed. São Paulo:<br />
Artes Médicas, 1996.<br />
PIVA, F. et al. Ação Antimicrobiana de Materiais Emprega<strong>do</strong>s na Obturação <strong>do</strong>s<br />
Canais de Dentes Decíduos por Meio da Difusão em Ágar: Estu<strong>do</strong> in vitro. Pesquisa<br />
Brasileira de O<strong>do</strong>ntopediatria Clínica Integrada, João Pessoa, v.9, n.1, p.13-17,<br />
jan./abr. 2009.<br />
PIVA, F.; FARACO JUNIOR, I. M.; ESTRLA, C. Antimicrobial Activity of Different<br />
Root Canal Filling Pastes Used in Deciduous Teeth. Materials Research, São<br />
Paulo, v.11, n. 2, p. 171-173, 2008.<br />
RIBAS, A. O.; CZLUSNIAK, G. D. Anomalias <strong>do</strong> esmalte dental: etiologia,<br />
Diagnóstico e <strong>tratamento</strong>,Publicatio UEPG:Ciências Biológicas e da Saúde,Ponta<br />
Grossa, v.10, n.1, p. 23-36, mar. 2004.<br />
SALMERÓN, G.; DOMÍNGUEZ, V.; GONZÁLEZ, A. Estudio comparativo del uso<br />
deóxi<strong>do</strong> de zinc y eugenol reforza<strong>do</strong> vs. sulfato ferroso como apósitospulpares para<br />
El tratamiento de pulpotomía em dientesdecíduos. Medicina Oral, v.5, n.1, p. 5-12,<br />
jan./mar. 2003.<br />
SAYÃO MAIA, S. M. A.; RIBEIRO, P. G.; MARCHIORI, E. C. Estu<strong>do</strong> comparativo da<br />
ação <strong>do</strong> formocresol eglutaraldeí<strong>do</strong> pós-pulpotomia – revisão deliteratura.Revista<br />
Sul-Brasileira de O<strong>do</strong>ntologia, Porto Alegre, v. 2, n. 1, p.27-32, 2005.<br />
SCAVUZZI, A. I. F. et al. Pulpotomia em dentes decíduos: opções terapêuticas.<br />
Anais da Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Pernambuco,<br />
Recife, v. 8, n. 2, p. 124-128, 1998.<br />
SILVA, M. F. et al. Aspectos biológicos no processo de reparo mediante<br />
<strong>tratamento</strong>expectante. Revista de Ciências Médicas e Biológicas, Salva<strong>do</strong>r, v. 4,<br />
n. 3, p. 242-246, set./dez. 2005.<br />
LEACHE, E. B.; SILVA, C. C.; Utilização <strong>do</strong> agrega<strong>do</strong> trióxi<strong>do</strong> mineral (MTA) em<br />
pulpotomias de molares temporários. DentistryClínica,n.70,p. 34-37,fev. 2010.<br />
52
SILVA, N. C. C. Estu<strong>do</strong> comparativo da ação antimicrobiana de extratos e óleos<br />
essenciais de plantas medicinais e sinergismo com drogas antimicrobianas.<br />
2010. 75f. Dissertação (Mestra<strong>do</strong> em Biologia de Parasitas e Microrganismos –BPM)<br />
– Universidade Estadual Paulista, Botucatú, 2010.<br />
STONA, P; POLETTO, V. C.; WEBER. J. B. B.Análise Química <strong>do</strong> Formocresol Após<br />
Simulação de Uso em Clínica. Pesquisa Brasileira O<strong>do</strong>ntopediatria Clinica<br />
Integrada, João Pessoa, v.9, n.2, p.155-159, mai./ago. 2009.<br />
TENÓRIO, M.D.H.; COTA, A.L.; TENÓRIO, D.M.H. Importância da anatomia <strong>do</strong>s<br />
dentes decíduos para os procedimentos clínicos. O<strong>do</strong>ntologia Clínica Científica,<br />
Recife, v.8, n.1, p.21-28, jan./mar. 2009.<br />
TOLEDO, R.et al. Hidróxi<strong>do</strong> de Cálcio e Io<strong>do</strong>fórmio no <strong>tratamento</strong> en<strong>do</strong>dôntico de<br />
dentescom Rizogênese Incompleta. International Journal Dental, Recife, v. 9, n.1,<br />
p.2837, jan./mar. 2010.<br />
VARGAS- FERREIRA, F. et al. Antimicrobial action of root canal filling pastes<br />
used in deciduousteeth. Revista O<strong>do</strong>nto Ciência, Porto Alegre, v. 25, n.1, p.65-68,<br />
2010.<br />
53
APÊNDICES<br />
54
55<br />
APÊNDICE A – TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO<br />
UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA<br />
CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE<br />
DEPARTAMENTO DE CLÍNICA E ODONTOLOGIA SOCIAL<br />
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO<br />
Estamos realizan<strong>do</strong> um estu<strong>do</strong> com o objetivo de avaliar o <strong>sucesso</strong> clínico e<br />
radiográfico <strong>do</strong> <strong>tratamento</strong> en<strong>do</strong>dôntico (<strong>tratamento</strong> de canal) em dentes decíduos<br />
com a pasta obtura<strong>do</strong>ra CTZ realiza<strong>do</strong> nas crianças atendidas na Clínica de<br />
O<strong>do</strong>ntopediatria da UFPB. Essa pesquisa contribuirá para o esclarecimento quanto à<br />
eficácia desta opção de <strong>tratamento</strong>. Para isso, será realiza<strong>do</strong> exame clínico da boca e<br />
análise das radiografias, com finalidade de verificar o <strong>sucesso</strong> <strong>do</strong> <strong>tratamento</strong>.<br />
O estu<strong>do</strong> não oferece riscos previsíveis para a saúde da criança.<br />
Esclarecemos que será garanti<strong>do</strong> o sigilo <strong>do</strong> nome da criança, a participação é<br />
voluntária e não haverá nenhum prejuízo caso não queira participar <strong>do</strong> estu<strong>do</strong>,<br />
sen<strong>do</strong> também garanti<strong>do</strong> o direito de desistir da pesquisa em qualquer momento,<br />
sem que essa decisão prejudique o atendimento da criança neste serviço.<br />
Caso necessite de maiores informações sobre o presente estu<strong>do</strong>, poderá<br />
entrar em contato com a pesquisa<strong>do</strong>ra responsável pela pesquisa: Priscyla Mariz de<br />
Sousa (telefone: 83.8770.5947) E-mail: priscylamariz@hotmail.com.<br />
Esperan<strong>do</strong> contar com seu apoio, desde já agradecemos a sua colaboração.<br />
AUTORIZAÇÃO<br />
Após ter si<strong>do</strong> informa<strong>do</strong>(a) sobre a finalidade da pesquisa “Avaliação <strong>do</strong><br />
<strong>sucesso</strong> <strong>do</strong> <strong>tratamento</strong> en<strong>do</strong>dôntico na Clínica de O<strong>do</strong>ntopediatria da UFPB”,<br />
AUTORIZO a realização <strong>do</strong>s exames, radiografias e fotografias necessárias.<br />
__________________________________________________<br />
(Assinatura <strong>do</strong> responsável pelo participante da pesquisa)<br />
__________________________________________________<br />
(Assinatura da Pesquisa<strong>do</strong>ra Responsável)<br />
João Pessoa, _____ de _____________ de 201_.<br />
Comitê de Ética <strong>do</strong> Hospital Universitário Lauro Wanderley<br />
Campus I, s/n, Cidade Universitária – João Pessoa – PB, CEP: 58050-000<br />
Telefone: (83) 3216.7042<br />
Email: hulw@hulw.ufpb.br
56<br />
APÊNDICE B – FICHA DE EXAME BUCAL<br />
UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA<br />
CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE<br />
DEPARTAMENTO DE CLÍNICA E ODONTOLOGIA SOCIAL<br />
______________________________________________________________________<br />
IDENTIFICAÇÃO DO PACIENTE<br />
Nome:_______________________________________________________________________<br />
Data de nascimento:___/___/___ Idade:_______ Sexo:__________ Cor:________________<br />
Nacionalidade:___________________ Naturalidade:________________________ UF:____<br />
Endereço:____________________________________________________________________<br />
Bairro:_________________________CEP:__________________Telefone:______________<br />
Nome <strong>do</strong> responsável:_____________________________________RG:_________________<br />
CPF:________________________Profissão:_______________________________________<br />
DADOS CLÍNICOS<br />
Data <strong>do</strong> <strong>tratamento</strong>:____/____/____ Elemento(s) trata<strong>do</strong>(s):_______________________________<br />
DECÍDUO<br />
Elemento(s) SIM NÃO<br />
Dor<br />
Abscesso<br />
Fístula<br />
Mobilidade<br />
OBS.:_____________________________________________________________________________<br />
SUCESSOR PERMANETE<br />
Elemento(s) SIM NÃO<br />
Cor<br />
Forma<br />
Tamanho<br />
OBS.:_____________________________________________________________________________<br />
DADOS RADIOGRÁFICOS<br />
Elemento(s) SIM NÃO<br />
Reabsorção óssea<br />
Reabsorção radicular interna<br />
Reabsorção radicular<br />
externa<br />
OBS.:_____________________________________________________________________________
ANEXO<br />
57
ANEXO A – CERTIDÃO DO CEP<br />
58