139 nov/dez 2008 - Odebrecht Informa

Há mais pontos em comum, como a busca constante
pela inovação, área em que as duas empresas
atuam em conjunto no dia-a-dia. “É um cliente parceiro”,
ressalta Roberto Bischoff, Responsável pelo Negócio
de Polietileno da Braskem, “líder, assim como nós, em
tecnologia de produção e de mercado, e que procura
crescer junto conosco.” Marco Antônio Ribeiro completa:
“Estamos sempre procurando formas de substituir
matérias-primas como o metal pelo plástico, que é um
material mais versátil, resistente e tem uma melhor
relação custo-benefício”.
De cinco anos para cá, os reservatórios de pulverizadores
agrícolas das máquinas, que eram de fibra de
vidro, vêm sendo trocados por outros, de plástico, feitos
pela Unipac. Segundo Ribeiro, o uso cada vez maior do
plástico traz vantagens como a redução do peso total de
equipamentos pulverizadores motorizados. Isso permite
que se carregue mais o pulverizador e ganhe em autonomia,
ou seja, que se possa percorrer mais área parando
menos para reabastecer.
Pulverizador feito de polietileno
O plástico entrou na história do grupo Jacto em
meados dos anos 60, quando os defensivos agrícolas,
antes em pó, se tornaram líquidos, provocando corrosão
nos reservatórios de metal. Para resolver o problema, a
Indústria de Máquinas Agrícolas Jacto, empresa criada
em 1948 pelo imigrante japonês Shunji Nishimura,
hoje com 98 anos (veja boxe), trouxe para o Brasil uma
máquina alemã para fabricar um pulverizador de polietileno.
Mais do que isso: foi criado um departamento de
plásticos na empresa.
O sucesso foi tanto que cerca de 10 anos depois o
departamento se tornou uma companhia, a Unipac. Os
números provam que era o caminho certo: nas últimas
três décadas, o crescimento médio no volume de produção
anual tem sido de 12%. “O setor agrícola vive de
ciclos. A Unipac foi criada para dar estabilidade ao
grupo, pois é diversificada e não está focada apenas na
agricultura”, explica Marcos Antônio Ribeiro.
É inegável, entretanto, a contribuição que a empresa
dá ao setor agrícola. Todas as máquinas da Jacto têm
tanques de combustível plástico, incluindo a famosa K3,
a primeira máquina colhedora de café automotriz do
mundo, lançada no fim da década de 1970, e a colhedora
de laranjas que chegou ao mercado no começo de
2008.
As duas são a prova da busca permanente pela
inovação, uma marca do fundador do grupo Jacto. O
desafio de criar a primeira colhedora de café do mundo
acabou levando à implantação do Centro de Pesquisas e
Desenvolvimento da Jacto. Lá, são estudados projetos de
automação de pulverizadores e de adubadoras de precisão,
além de novas tecnologias de colheita para produtos
diversos. Existem no portfólio do grupo Jacto dezenas
de modelos de equipamentos, entre pulverizadores
motorizados, pulverizadores para engate no trator, adubadoras
e colhedoras, além de acessórios, voltados para
culturas de grãos como café e soja, cana e outros produtos
de exportação. Também foram desenvolvidos equipamentos
específicos para plantação de frutas. Seus
engenheiros e pesquisadores integram um time de mais
de 3.500 pessoas. Essa turma está distribuída por 12
fábricas – 11 no interior de São Paulo e mais a da
Tailândia –, além da unidade de montagem na Argentina,
um escritório comercial nos Estados Unidos, que representa
as máquinas Jacto, e um centro de distribuição da
Unipac na Europa.
Jacto e Unipac são as maiores empresas do grupo,
que inclui ainda uma fabricante de sistemas compactos
de tratamento de esgoto, a Mizuno; outra que faz hidrolavadoras
de alta pressão, a Jacto Cleaning; a Polycomposite,
fabricante de mangueiras flexíveis para irrigação e encanamentos;
e a Rodojacto, de transporte.
A recente chegada de Marcos Antônio Ribeiro à
presidência da Unipac, em substituição a Jiro Nishimura,
um dos sete filhos do fundador da organização, marcou
o início de uma fase na gestão do grupo: com essa troca
de comando, não há mais membros da família na direção.
Jiro Nishimura comenta que seu pai nunca imaginou
chegar tão longe. “Não há uma ambição louca para
crescer.” E dá a receita para o sucesso empresarial: não
se endividar, reinvestir os lucros, ter paixão pelo que
faz e procurar sempre novos desafios. A trajetória do
grupo Jacto é a prova de que essa fórmula dá muito
certo.
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