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139 nov/dez 2008 - Odebrecht Informa

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[ açúcar e álcool ]<br />

Experimentos e mais experimentos<br />

Desenvolvimento de variedade comercialmente competitiva<br />

de cana-de-açúcar dura de 10 a 12 anos<br />

texto Leonardo Maia f oto s Guilherme Afonso<br />

No princípio, são 300 mil sementes de cana-de-açúcar<br />

que viajam acondicionadas da Estação de Floração e<br />

Cruzamento da Serra do Ouro, em Alagoas, rumo ao<br />

Centro de Ciências Agrárias da UFSCar (Universidade<br />

Federal de São Carlos), em Araras, interior de São<br />

Paulo. Lá ocorre o processo de semeadura e, depois<br />

dele, 40 mil mudas são enviadas para a Estação<br />

Experimental da Unidade Eldorado, da ETH Bioenergia,<br />

no Mato Grosso do Sul. Este é apenas o começo de um<br />

longo processo de seleção natural.<br />

Na primeira fase, chamada de T1, o corte é brusco:<br />

após dois anos concorrendo com variedades comerciais,<br />

sobressaem-se apenas mil mudas, as mais resistentes<br />

e promissoras. Por mais dois anos, na fase T2,<br />

questões como perfilhamento (a quantidade de pés de<br />

cana-de-açúcar que nascem em 1 m linear), fechamento<br />

e resistência a doenças e herbicidas são avaliadas.<br />

Sobram apenas cerca de 250 a 300 pés, que apresentam<br />

resultados melhores que a média ou iguais a ela.<br />

Na fase T3, com mais três anos de testes, os clones que<br />

tiverem as melhores médias em três cortes passam<br />

para a fase final de experimentação, conhecida como<br />

ensaio de competição. Não perca as contas: são apenas<br />

20, no máximo 30 privilegiadas. Após mais um cuidadoso<br />

período de três anos, podem sair uma ou duas<br />

<strong>nov</strong>as variedades. Com muita sorte, até três. Mas todo<br />

esse esforço pode também se mostrar nulo, resultando<br />

em nenhum <strong>nov</strong>o tipo de cana-de-açúcar.<br />

Esse trabalho dura de 10 a 12 anos. O objetivo é<br />

que pelo menos uma sementinha daquelas 300 mil<br />

que saíram de Alagoas se transforme em uma espécie<br />

competitiva comercialmente, com um teor de açúcar<br />

mais alto e com uma capacidade maior de tonelada<br />

plantada por hectare. Essa atividade tem impacto direto<br />

na obtenção de maior produtividade em uma unidade<br />

como a Eldorado, da ETH.<br />

“O principal objetivo da nossa estação experimental<br />

é encontrar uma variedade adaptada às <strong>nov</strong>as<br />

fronteiras, onde fica hoje o Mato Grosso do Sul, pois<br />

as variedades que existem aqui são mais adequadas ao<br />

Nordeste e a São Paulo. Ter um projeto como este dentro<br />

de casa é uma evolução para a região. São clones<br />

adaptados a este tipo de solo e clima”, explica Alécio<br />

Cantalogo, Gerente Agrícola da Unidade Eldorado.<br />

A existência de um experimento desse gênero – o<br />

primeiro no Mato Grosso do Sul – beneficia toda a<br />

região. Componente da Rede Interuniversitária para<br />

Desenvolvimento do Setor Sucroalcooleiro (Ridesa), a<br />

[ 40 ] odebrecht informa

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