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<strong>Post</strong>-Milénio... Às Sextas-feiras, bem pertinho de si!<br />
De 14 a 20 de Janeiro de 2011 11<br />
Cada português<br />
deve 15.000 €<br />
aos dez maiores<br />
países credores<br />
Cada um dos 10,6 milhões<br />
de portugueses<br />
deve 14.852,83 euros<br />
à dezena de países que<br />
detêm mais dívida de<br />
Portugal, com Espanha,<br />
França e Alemanha à frente<br />
das dez economias com<br />
maior exposição ao total da<br />
dívida portuguesa.<br />
O total da dívida portuguesa aos<br />
dez maiores credores estrangeiros,<br />
por países, é de 203.326 milhões de<br />
dólares (157.440 milhões de euros),<br />
segundo os dados do Banco de<br />
Pagamentos Internacionais (BIS, na<br />
sigla inglesa), relativos a Junho de<br />
2010.<br />
Por países, são os bancos espanhóis<br />
que estão mais estão expostos<br />
à dívida de Portugal (incluindo<br />
dívida privada e dívida pública),<br />
com 78.288 milhões de dólares<br />
(60.620 milhões de euros), seguidos<br />
das instituições francesas, com<br />
41.904 milhões de dólares e das<br />
alemãs, com 37.240 milhões de<br />
dólares.<br />
A maioria desta dívida portuguesa,<br />
no entanto, é privada,<br />
segundo os dados dos testes de<br />
resistência (‘stress tests’) à banca<br />
europeia, de Julho de 2010, que se<br />
basearam em informações que os<br />
bancos deram em Março do ano<br />
passado ao Comité das Autoridades<br />
Europeias de Supervisão Bancária.<br />
Preparativos para ajuda do<br />
FMI a Portugal já começaram<br />
Apesar dos desmentidos que<br />
foram emitidos por várias<br />
capitais europeias sobre a<br />
iminência de um recurso de<br />
Portugal ao Fundo de Estabilidade<br />
do euro e ao FMI, os preparativos<br />
técnicos para essa eventualidade<br />
prosseguiam muito confidencialmente,<br />
podendo gerar uma<br />
primeira discussão formal entre<br />
os ministros das Finanças da<br />
zona euro já na próxima semana.<br />
Os Governos alemão, francês e espanhol,<br />
a par da Comissão Europeia, negaram<br />
estar a exercer qualquer tipo de pressão<br />
sobre Portugal para pedir a assistência<br />
financeira do Fundo de Estabilidade do<br />
euro (EFSF na sigla inglesa), como foi<br />
relatado por vários jornais europeus. Mas as<br />
discussões prosseguem muito discretamente<br />
ao nível técnico sobre o que poderão<br />
vir a ser os termos e as necessidades de uma<br />
assistência a Portugal, por enquanto estimada<br />
entre 60 e 100 mil milhões de euros.<br />
Estas questões deverão ser analisadas<br />
pelo comité económico e financeiro<br />
europeu, a estrutura encarregada de<br />
preparar as reuniões dos ministros das<br />
finanças dos Dezassete países da zona euro<br />
da próxima segunda-feira, e dos Vinte e<br />
Sete da União Europeia (UE) no dia<br />
seguinte. "O tema não está formalmente na<br />
agenda, mas vai quase seguramente ser discutido",<br />
afirmou um diplomata europeu, o<br />
que foi confirmado por outro. Ambos<br />
garantiram, por outro lado, que Portugal vai<br />
estar no centro das discussões dos ministros<br />
do euro na segunda-feira à noite. O desenrolar<br />
deste processo, e o ritmo das decisões<br />
europeias, dependerá muito do que acontecer<br />
quando o Governo for ao mercado da<br />
dívida colocar entre 750 e 1250 milhões de<br />
euros em títulos. Uma eventual dificuldade<br />
em encontrar comprador, ou uma subida<br />
exagerada dos prémios de risco exigidos,<br />
não permitirá ao Governo continuar a resistir<br />
à ajuda, e acelerará o processo de activação<br />
do EFSF.A pressão sobre Portugal<br />
para pedir assistência externa acentuou-se<br />
desde Novembro, altura em que vários países<br />
começaram a defender uma activação do<br />
EFSF simultânea com a da Irlanda, de<br />
modo a travar o risco de contágio da crise<br />
da dívida soberana à Espanha e outras<br />
economias de maior dimensão.<br />
A pressão cresceu ao longo das três<br />
reuniões do eurogrupo em que o tema foi<br />
abordado no quadro dos esforços de resolução<br />
da crise da dívida soberana. Na última<br />
destas ocasiões, no início de Dezembro,<br />
a pressão foi exercida por praticamente<br />
todos os países da moeda única, com<br />
excepção, porventura, da Espanha. Em<br />
todas, Teixeira dos Santos resistiu firmemente,<br />
embora com cada vez maiores dificuldades,<br />
segundo relataram vários diplomatas.<br />
As mesmas fontes precisaram, por outro<br />
lado, que é sobretudo o primeiro-ministro,<br />
José Sócrates, que assume a linha da frente<br />
da resistência, com o argumento de que o<br />
seu Governo poderá não resistir à entrada<br />
do FMI em Portugal. O Governo irlandês,<br />
que teve de activar o EFSF no fim de<br />
Novembro, viu-se obrigado a convocar<br />
eleições para Fevereiro.<br />
A pressão sobre Portugal só não se<br />
tornou desde logo insustentável porque os<br />
países do euro estão ao corrente da impossibilidade<br />
constitucional de operar qualquer<br />
mudança de Governo antes de 9 de Março,<br />
por causa das eleições presidenciais. O que<br />
os levou a temer criar uma situação de<br />
vazio político no país no momento da negociação<br />
da assistência financeira, o que<br />
poderia agravar ainda mais a instabilidade<br />
da moeda única.<br />
Em contrapartida, Teixeira dos Santos é<br />
visto como mais conciliador - da mesma<br />
forma que o seu homólogo irlandês, Brian<br />
Lenihan, se resignou mais depressa à<br />
assistência externa do que o primeiro-ministro,<br />
Brian Cowen - "porque percebe melhor<br />
o que está em causa", afirmou um<br />
destes diplomatas.<br />
Em Bruxelas e em várias capitais, aliás,<br />
o recurso de Portugal ao EFSF já não está<br />
em questão e a única dúvida que persiste<br />
tem a ver com o calendário. Se o processo<br />
não for formalmente lançado na próxima<br />
semana, poderá ser abordado pelos chefes<br />
de Estado ou de Governo a 4 de Fevereiro.<br />
A Comissão Europeia negou a existência de<br />
quaisquer preparativos para uma ajuda a<br />
Portugal, frisando que o país está a fazer<br />
tudo o que se comprometeu em termos de<br />
redução do défice orçamental e de reformas<br />
estruturais, uma mensagem que foi repetida<br />
em Paris, Berlim e Madrid. "Não há quaisquer<br />
discussões neste sentido e não estão<br />
sequer previstas nesta fase (...) para<br />
Portugal ou qualquer outro país", afirmou o<br />
porta-voz da Comissão para os Assuntos<br />
Económicos e Financeiros.<br />
"Portugal não precisará de qualquer<br />
ajuda externa" porque "está a cumprir todos<br />
os seus compromissos", garantiu, por seu<br />
lado, Elena Salgado, ministra espanhola das<br />
Finanças.<br />
In: P