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<strong>Post</strong>-Milénio... Às Sextas-feiras, bem pertinho de si!<br />
De 14 a 20 de Janeiro de 2011 7<br />
Cavaco Silva, a Esperança que resta<br />
ALBERTO JOÃO JARDIM<br />
Uma das poucas soluções<br />
que os Portugueses ainda<br />
têm para se agarrar, é a<br />
reeleição do Presidente Cavaco<br />
Silva.<br />
A isto nos trouxe a governação socialista.<br />
Uma governação socialista na qual,<br />
nos termos da Constituição da República<br />
imposta aos Portugueses sem referendo, o<br />
Presidente da República não pode ter qualquer<br />
interferência.<br />
Apesar de em Portugal o Presidente da<br />
República ser eleito directamente por sufrágio<br />
universal de todos os cidadãos, a<br />
Constituição sobre a qual o Povo não pode<br />
exercer qualquer Direito de soberania via<br />
referendo, impede qualquer intervenção do<br />
Chefe de Estado na governação. Mesmo<br />
que se recuse a assinar qualquer lei, vetando-a,<br />
a maioria de “esquerda” na<br />
Assembleia da República pode obrigá-lo a<br />
assinar após segunda votação nos termos da<br />
primeira.<br />
E quem pôs lá essa maioria de “esquerda”<br />
foram os eleitores do Continente e dos<br />
Açores – mas não a maioria do Povo<br />
Madeirense – pelo que não se percebe a<br />
razão de, agora, aquela gente se andar a<br />
queixar.<br />
Mais. A única intervenção que o<br />
Presidente da República tem ao seu alcance,<br />
é a de dissolução da Assembleia da<br />
República, baseada apenas no anormal funcionamento<br />
das instituições democráticas e<br />
ouvido o Conselho de Estado. O que implica<br />
o Governo socialista continuar em<br />
gestão, até ser eleita uma nova Assembleia,<br />
cuja maioria decidirá a tonalidade política<br />
de um novo Governo da República.<br />
Isto é, o Presidente da República, ante<br />
os desmandos do Governo socialista, só<br />
tinha na mão a solução extrema, que é a que<br />
implicava, na situação gravíssima em que<br />
Portugal se encontra, um período longo e<br />
desastroso de campanha eleitoral e até as<br />
ridículas leis portuguesas permitirem a<br />
posse de um novo Governo, após outro<br />
período longo que se segue a tais eleições.<br />
É a este nocivo mecanismo constitucional<br />
que a sorte dos Portugueses está trágica<br />
e ilegitimamente amarrada.<br />
Então, outra questão se põe no presente<br />
quadro de tempo eleitoral para a<br />
Presidência da República.<br />
Porquê exigir só ao Presidente da<br />
República que interviesse, através deste<br />
longo e pernicioso processo, e não se pediu<br />
responsabilidades à Assembleia da<br />
República?<br />
É que o Governo socialista é<br />
minoritário.<br />
Minoritário por culpa própria, pois nenhum<br />
Partido coerente poderia aceitar uma<br />
coligação, após aquela cena para efeitos de<br />
insucesso, de o Primeiro-Ministro convidar<br />
todos os Partidos, dos comunistas do<br />
“bloco” e do PCP, ao CDS, para tal coligação.<br />
É que não é a mesma coisa ter um governo<br />
com os comunistas e tê-lo com o PSD<br />
ou com o CDS. Ninguém embarca numa<br />
coisa destas, desde a extrema-esquerda à<br />
extrema-direita.<br />
Ora, sendo o Governo da República<br />
minoritário, a verdade é que os Partidos que<br />
representam o Povo na Assembleia da<br />
República, a meu ver erradamente nunca<br />
quiseram assumir os sentimentos dos<br />
Portugueses e deixaram lá ficar tal<br />
Governo.<br />
Então, porquê exigir a Cavaco Silva,<br />
por enquanto, que se substituísse, com<br />
todos os ónus de pelo menos até agora, aos<br />
Representantes do Povo na Assembleia da<br />
República?<br />
Até porque ninguém garante que essa<br />
intervenção do Presidente da República,<br />
coincidisse com a vontade da maioria dos<br />
Deputados, na medida em que há sérias<br />
dúvidas sobre se o gravíssimo impasse que<br />
Portugal vive tristemente, alguma vez seria<br />
resolvido através de uma votação coincidente<br />
do bloco dos dois partidos comunistas,<br />
com o bloco dos Partidos do Centro<br />
e da Direita.<br />
De facto, Portugal está num IMPASSE.<br />
Que só pode ser alterado, se uma renovação<br />
da confiança no actual Presidente da<br />
República, Lhe der novas condições de<br />
força política, para ter uma intervenção<br />
agora reforçada e ante a situação a que os<br />
Partidos nacionais também nos trouxeram.<br />
Da qual o Partido Social Democrata da<br />
Madeira se desmarca claramente, como se<br />
viu na última votação do Orçamento de<br />
Estado.<br />
Portanto, o voto em Cavaco Silva é um<br />
voto de Esperança.<br />
A Esperança de que, com a maioria que<br />
alcançar, Cavaco Silva reanalise o sentir<br />
dos Portugueses, já que as eleições que conduziram<br />
os socialistas ao poder nos últimos<br />
sete anos, são tempos que já lá vão e que<br />
demonstraram abundantemente quanto o<br />
Povo português foi enganado com a “caça<br />
ao voto”.<br />
Trata-se de uma Esperança que não<br />
acredito Cavaco Silva frustrar, conhecendo-<br />
O como penso conhecer.<br />
Eleger Cavaco Silva a 23 de Janeiro,<br />
implica TODOS irmos votar, pois um claro<br />
mandato que os Portugueses Lhe outorguem,<br />
resultará para Ele, assim politicamente<br />
reforçado, o Dever de novos moldes<br />
de intervenção em termos de recuperar<br />
Portugal.<br />
Já viram os outros candidatos?<br />
Já viram o que sucederia ao Povo<br />
Madeirense, se qualquer deles assumisse a<br />
Presidência da República?<br />
Já perceberam o buraco maior em que<br />
Portugal mergulhará ainda mais, se qualquer<br />
dos outros candidatos fosse eleito?<br />
A República Portuguesa chegou a um<br />
estado tal, que até se presta a conhecidas<br />
palhaçadas de candidatura, pagas por gente<br />
sinistra de um passado ao qual a Madeira<br />
não pode regressar.<br />
Para “brincadeira” já chega!<br />
Por muito gozativo que seja o espectáculo<br />
– e se calhar esta República merece –<br />
ou por muito gozo que dê, ver estilhaçar<br />
desta maneira os Partidos da Oposição<br />
regional, o momento do voto já não é para<br />
brincar com coisas sérias.<br />
Cavaco Silva é a solução que desesperadamente<br />
resta aos Portugueses.<br />
Confiemos Nele.<br />
Até porque se também falhar, Portugal<br />
não acaba. Haverá sempre soluções por<br />
mais dolorosas que sejam e sem pôr em<br />
causa a soberania democrática do Povo português.<br />
E eu não acredito que Cavaco falhe nas<br />
circunstâncias que se seguem.<br />
Como Portugal não aguenta mais cinco<br />
anos assim.