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Business ARTIGO MODA<br />

“LE SUPERFLU, CHOSE TRÉS NÉCESSAIRE”<br />

Voltaire<br />

O<br />

luxo tornou-se hoje um<br />

importante mercado em<br />

termos globais. Movimenta<br />

cifras consideráveis e se configura<br />

como uma fonte notável de atividade<br />

econômica, gerando empregos<br />

e renda, seja no seu comércio, seja na<br />

manufatura. As marcas de luxo exigem<br />

um forte trabalho de posicionamento,<br />

de uso criativo do marketing e<br />

de renovação contínua, sem contradizer,<br />

contudo, a essência de marca.<br />

Na indústria da moda, adquirir, fundir,<br />

concentrar têm sido a regra dos<br />

conglomerados de grifes de luxo, os<br />

produtores de sonhos e lucros igualmente<br />

fabulosos. Quando pensamos<br />

mais especificamente em mercados<br />

variados e questões econômicas, o termo<br />

“luxo” refere-se a um produto premium,<br />

de melhor qualidade e de certa<br />

exclusividade, consequentemente, de<br />

custo mais elevado.<br />

Pelo estudo da empresa de pesquisa<br />

GfK, a qualidade ainda é o item<br />

que mais define a compra para 46%<br />

dos consumidores AAA. Na sequência,<br />

vêm a exclusividade, citada por 18%, o<br />

glamour e a tradição (14%) e, em seguida,<br />

o atendimento personalizado<br />

(13%).<br />

No Brasil, estima-se que o consumo<br />

do luxo seja da ordem de R$2 bilhões<br />

por ano, segundo dados da Câmara de<br />

Comércio Americana. O grupo Publicis<br />

Salles Norton realizou um estudo sobre<br />

esse setor no Brasil e destacou que<br />

de 1980 a 2000, ou seja, em 20 anos, o<br />

percentual de famílias com renda média<br />

mensal acima de R$10.000 pulou<br />

de 1,8% do total da população brasileira<br />

para 2,4% (correspondendo a mais<br />

de um milhão de famílias).<br />

O mesmo estudo destacou ainda<br />

que para os 1% mais ricos da população,<br />

a renda mensal é de R$23.388,<br />

sendo que a renda média da população<br />

brasileira é de R$1.608. Com relação à<br />

concentração local, quatro cidades<br />

acumulam 50% das famílias mais ricas:<br />

São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília e<br />

Belo Horizonte.<br />

O fato de o Brasil ter entrado de vez<br />

no mapa de marcas premium globais,<br />

muitas delas da indústria da moda,<br />

trouxe não só investimentos internacionais,<br />

como aos poucos passou<br />

a construir também uma cultura de<br />

mercado, educando os consumidores<br />

quanto à qualidade, sofisticação, beleza<br />

e tradição embutidas nos produtos<br />

de luxo. Isto, sem dúvida, é um aprendizado<br />

cultural que beneficiará nossos<br />

mercados de produtos e serviços, sejam<br />

de que segmentos forem.<br />

Este ano, espera-se que a cada 35<br />

dias, um brasileiro deva comprar uma<br />

Ferrari. Não é, necessariamente, o<br />

mesmo consumidor das lojas DVF, de<br />

Diane Von Furstenberg, Burberry, CH<br />

Carolina Herrera, ou das lojas da Louis<br />

Vuitton e Cartier, o que demonstra a<br />

renovação do consumo e do consumidor<br />

de luxo.<br />

O valor dos importados de luxo sejam<br />

carros, relógios, joias ou sapatos,<br />

sofre tributação superior a 100%. Mas<br />

isso parece não ter sido empecilho<br />

para as empresas, já que ainda há expectativa<br />

de crescimento desse mercado.<br />

Relatório do banco Merrill Lynch,<br />

publicado em junho de 2009, mostrava<br />

que existiam no Brasil 131 mil pessoas<br />

com investimentos de pelo menos<br />

US$1 milhão.<br />

E como ainda estamos surfando na<br />

curva do crescimento econômico, apesar<br />

de toda crise mundial, espera-se<br />

Por Bianca Passos<br />

para 2011 que o consumidor brasileiro<br />

do mercado de luxo deva impulsionar<br />

em até 50% as vendas de inúmeras<br />

marcas focadas no atendimento deste<br />

consumidor superespecial. Isso se<br />

explica porque as classes A, AA e AAA<br />

são menos afetadas na sua postura de<br />

compra do que as outras classes de<br />

consumo do país.<br />

Ainda segundo a empresa GfK, excluindo<br />

São Paulo e Rio de Janeiro, as<br />

cidades mais promissoras para a expansão<br />

do mercado do luxo são Brasília<br />

(53%), Porto Alegre (7%), Curitiba<br />

(7%), Salvador (6%), Recife (4%), Belo<br />

Horizonte (4%) e Ribeirão Preto (3%).<br />

Então, considerando que estamos<br />

dentre os indicados, vamos aproveitar<br />

as oportunidades, com bons projetos e<br />

muito estilo.<br />

Bianca Passos – administradora de<br />

empresas, sócia da loja Galpão de Estilo<br />

artigo@businesssalvador.com.br<br />

Foto: Divulgação<br />

18 Business Salvador Maio / Junho 2011

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