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Business ARTIGO<br />
O Brasil, o mundo<br />
e a Rio + 20<br />
Por Isaac Edington<br />
Vinte anos depois de sediar<br />
a Conferência das Nações<br />
Unidas para o Meio Ambiente<br />
e Desenvolvimento (Rio 92), o<br />
Brasil será sede da reunião de cúpula<br />
mundial que fará a análise dos compromissos<br />
assumidos à época e apresentará<br />
novas propostas na busca de<br />
um desenvolvimento sustentável.<br />
Neste ano, representantes do governo<br />
brasileiro e das Nações Unidas<br />
(ONU) se reunirão para iniciar as discussões<br />
sobre a nova edição da conferência,<br />
chamada de Rio + 20, que<br />
acontecerá em 2012, novamente no<br />
Rio de Janeiro. A Rio +20 será realizada<br />
justamente no ano em que se encerram<br />
os compromissos assumidos<br />
pelos países signatários do Protocolo<br />
de Quioto, quando vários deles assinaram<br />
um tratado com compromissos<br />
de redução de gases causadores<br />
do efeito estufa. A conferência reunirá<br />
chefes de Estado, organizações da<br />
sociedade civil e uma forte presença<br />
da área empresarial. Serão debatidas<br />
também questões que dizem respeito<br />
à governança internacional na área do<br />
desenvolvimento sustentável.<br />
Existe uma grande expectativa de<br />
avanços concretos para essa conferência,<br />
no sentido de a comunidade global<br />
buscar novos caminhos para compatibilizar<br />
o desenvolvimento integrado,<br />
que una a conservação ambiental, a<br />
justiça social e o crescimento econômico,<br />
e que satisfaça nossas atuais necessidades<br />
e as das gerações futuras.<br />
Tarefa complexa, que impõe enormes<br />
desafios, principalmente quando se<br />
trata da questão do consumo de recursos<br />
naturais pelo ser humano, aliado à<br />
ineficiência do modo que produzimos<br />
bens e serviços, que estão levando ao<br />
limite os sistemas de suporte à vida na<br />
Terra. Como espécies, comunidades e<br />
economias, nós estamos caminhando<br />
em uma direção insustentável. Essa é<br />
a realidade que servirá de base para as<br />
discussões da Rio +20. Acordos internacionais<br />
devem definir como trabalhar<br />
na transição para uma economia<br />
verde, sendo este um desafio global.<br />
Os problemas ambientais não podem<br />
ser contemplados apenas em nível nacional<br />
de nenhum pais isoladamente.<br />
Para alcançar os objetivos da cúpula,<br />
será crucial a ambição dos governos<br />
de todas as nações e o suporte de todos<br />
os setores da sociedade. Tanto a<br />
Rio+20 quanto a Copa do Mundo e as<br />
Olimpíadas são oportunidades para<br />
identificar inovações e projetos que terão<br />
uma função histórica, deixando um<br />
legado de mudanças positivas para os<br />
habitantes, caso saibamos aproveitar<br />
essas oportunidades. O impacto pode<br />
ser profundo – as políticas multibilionárias<br />
de compras públicas nas Olimpíadas<br />
e Copa do mundo, por exemplo,<br />
têm o potencial de mudar mercados<br />
em áreas que vão desde o setor de<br />
construção até o de alimentação e produtos<br />
esportivos. Também importante<br />
é identificar maneiras de alcançar mudanças<br />
no manejo de resíduos e o uso<br />
de energia renovável durante a organização<br />
de grandes eventos esportivos.<br />
O fato é que os três grandes eventos<br />
que estão para acontecer no Brasil a<br />
partir do ano que vem, e que vão chamar<br />
a atenção do mundo todo para o<br />
nosso país, significam três enormes<br />
oportunidades para catalisar inovação<br />
e desenvolvimento sustentável. A<br />
pergunta que fica no ar é: vamos saber<br />
aproveitar essas oportunidades ?<br />
Isaac Edington é diretor-presidente<br />
do Instituto EcoD e publisher do portal<br />
EcoDesenvolvimento.org<br />
artigo@businesssalvador.com.br<br />
Foto: Divulgação