Representação & Vendas - Corcesp
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Marketing e Comunicação de Negócios<br />
Marcas vivas e duradouras<br />
O que está no passado, no presente e, sobretudo, no futuro das marcas que conseguem<br />
atravessar o tempo vendendo muito e sendo queridas pelos seus consumidores? Conheça<br />
como o marketing das empresas pode “conversar” produtivamente com seus clientes.<br />
Marca é o resultado da<br />
relação entre o consumidor<br />
e os produtos e<br />
serviços de uma empresa.<br />
David Aacker:<br />
...brand (marca em inglês)<br />
vem do escandinavo<br />
“brandr” , marcar a fogo o<br />
rebanho e outras possessões.<br />
Das criações animais<br />
ganhou também um lugar<br />
sobre os produtos...<br />
Qual é o mistério que faz com que marcas e produtos atravessem<br />
o tempo ativas, fortes, irradiantes, merecendo respeito, lealdade<br />
e até paixões extremadas de seus consumidores? Fazer a marca<br />
de uma empresa ganhar esse espaço especial, não é tarefa fácil,<br />
sobretudo na realidade competitiva dos dias de hoje. A história<br />
das grandes marcas remonta ao início do século passado, quando<br />
as megacorporações de hoje ainda engatinhavam, enfrentando as<br />
dificuldades iniciais de suas trajetórias em meio ao início da industrialização.<br />
Durante décadas construíram marcas lendárias e<br />
tornaram-se suficientemente fortes para que investissem pesado<br />
para construir famílias de grandes marcas sob sua assinatura corporativa<br />
secular.Dito assim, parece que apenas o vencer do tempo<br />
é a grande batalha a ser travada por uma empresa e sua marca.<br />
De fato, não é. O tempo é a apenas o aferidor, que atesta inexoravelmente<br />
se uma marca vem conseguindo perdurar, firme, importante,<br />
valiosa, através de sua história.O que de fato importa<br />
e contribui intrinsecamente para o crescimento de uma marca é<br />
um conjunto de fatores hoje muito mais evidentes.Enquanto que<br />
no início do século passado, as empresas contavam com um ferramental<br />
mercadológico restrito para construírem os seus nomes,<br />
nas últimas décadas as técnicas à disposição são mais avançadas.<br />
Hoje falamos em imagem de marca, percepção de valor, posicionamento,<br />
share of mind, gerenciamento de marca e um semnúmero<br />
de abordagens e ferramentas para conferir energia, relevância<br />
e visibilidade à marca das empresas. Hoje, uma marca<br />
forte define e orienta o consumo, posiciona um novo produto,<br />
descortina o destino de uma nova organização. Empresas especializadas<br />
cuidam desde a gênese do nome, até o seu melhor design,<br />
a aplicação em cada produto fabricado, a figuração em peças de<br />
comunicação e na sinalização interior das empresas. As empresas<br />
hoje têm marcas, que se refletem numa identidade visual e que<br />
carregam fortemente impressões de sua atuação e personalidade<br />
frente ao mercado. Como verdadeiras entidades pessoalizadas, as<br />
marcas “envelopam” as empresas conferindo a elas características<br />
e empatia, simpatia e atração aos seus públicos-alvo. Marcas<br />
dedicadas a camadas de determinado repertório sócio-cultural<br />
têm um determinado enfoque, marcas de produtos que devem<br />
explicitar determinado benefício têm outro, marcas que buscam<br />
diferenciação de empresas hegemônicas tomam caminhos inusitados.<br />
Assistimos hoje à mais espetacular ebulição de marcas da<br />
história do capitalismo. Propulsionadas pela poderosa e ampla<br />
cobertura dos meios de comunicação, as marcas tomam o dia a<br />
dia concorrendo pela sua atenção e disponibilidade de consumo.<br />
É certo que o invólucro proporcionado pela marca por si só não<br />
é forte o suficiente para garantir a sobrevida de um serviço ou<br />
produto ruim ou que tenha problemas em sua composição, exposição,<br />
entrega, e pós-venda. Mas um ativo gerenciamento do<br />
valor da marca pode fazer diferença na condução dos negócios e<br />
na alavancagem dos resultados numa empresa.<br />
Dentre os inúmeros autores e executivos que se pronunciaram<br />
sobre a questão das marcas e o fazem até hoje, focalizo o<br />
pensamento do David Aacker, que dedica vários anos de sua<br />
carreira a este tema: Marca é o resultado da relação entre o<br />
consumidor e os produtos e serviços de uma empresa. Gosto<br />
da definição pois coloca a questão numa base dinâmica, em<br />
que consumidores buscam produtos e serviços que os satisfaçam<br />
cada vez mais e, por outro lado , as empresas buscam<br />
continuamente superação destas expectativas. Consumidores<br />
mais exigentes e empresas à procura de uma imagem e posicionamento<br />
de seus produtos que colaborem para a construção<br />
de uma marca cada vez mais confiável, forte, valiosa, ou,<br />
em uma palavra, radiante. Uma marca que tenha diferenciação,<br />
relevância, estima, conhecimento, que irradie simpatia e<br />
imagem de confiabilidade e multiplicação de energia.<br />
Na medida em que marcas encapsulam e significam os<br />
produtos e serviços, podemos empreender um caminho de<br />
compreensão desse fenômeno focando mais precisamente<br />
o universo das marcas e como elas vêm se comportando ao<br />
longo do tempo e se relacionando com nossas vidas em todo<br />
o planeta. Em sua origem, brand (marca em inglês) vem do<br />
escandinavo “brandr” , marcar a fogo o rebanho e outras<br />
possessões. Das criações animais ganhou também um lugar<br />
sobre os produtos, há séculos genericamente comercializados<br />
sem informação alguma. Essa forma comoditizada, sem<br />
identidade, de vender produtos e serviços, bastante comum<br />
na Idade Média, pode ainda ser raramente vista quando<br />
compramos cereais a granel e produtos similares. Da mesma<br />
forma, serviços ainda podem ser vistos sendo realizados<br />
sem uma identificação ostensiva de sua marca. O fato então é<br />
que marcas que desde aqueles tempos começavam a ganhar<br />
confiança e preferência dos consumidores, saltaram mais e<br />
mais para a parte exterior dos produtos que agora, na esteira<br />
histórica de uma manufatura crescente seguida da era da<br />
industrialização propriamente dita, figuravam como referências<br />
bastante visíveis de qualificação, origem e atributos dos<br />
produtos e serviços a que se referiam. Ou seja, aquela era a<br />
carne do Perdue, aqueles os remédios dos Johnson, os serviços<br />
bancários do J.P. Morgan, e assim contextualmente um<br />
cenário de produtos e serviços descritos e comunicados por<br />
suas marcas ia tomando lugar nas vilas e cidades. Referências<br />
tão expressivas e decisivas para os negócios, que mesmo<br />
séculos atrás, produtos e serviços que eram credenciados por<br />
marcas confiáveis, eram procurados e preferidos em outros<br />
países que não os de sua origem.Ainda que hoje marcas apareçam<br />
e desapareçam com uma rapidez vertiginosa, uma<br />
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REPRESENTAÇÃO & VENDAS