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DIVERSAS TÉCNICAS DE RESPIRAÇÃO PARA O CANTO - CEFAC

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MAYRA CARVALHO OLIVEIRA 21<br />

chora esta musculatura se contrai em sincronia com seus gritos. Situação<br />

semelhante ocorre quando estamos dando gargalhadas.<br />

Infelizmente, na idade adulta, com o estresse do cotidiano, perde-se<br />

o hábito natural de respirar sem esforço, ocorrendo uma inversão dos<br />

movimentos com contração da musculatura abdominal durante a inspiração<br />

e a elevação dos ombros com grande tensão cervical. Este procedimento<br />

dificulta a soltura progressiva do ar. A utilização do padrão costal-superior<br />

durante a fonação tende a gerar uma excessiva adução glótica na tentativa<br />

de manter o ar dentro dos pulmões o máximo de tempo possível, a fim de<br />

cumprir com as necessidades fonatórias.<br />

Direcionando o pensamento para o canto, Pela, Rehder e Behlau,<br />

1998, relatam que cantar, individualmente ou em grupo, é uma das mais<br />

belas formas que o ser humano tem para expressar sentimentos, desejos,<br />

manifestações da alma e do espírito. Fisiologicamente, cantar é produzir uma<br />

emissão de uma série modulada de sons, com os órgãos da voz. Porém, a<br />

dimensão desse gesto vocal supera qualquer explicação de natureza<br />

fisiológica.<br />

A prática do canto existe desde os primórdios da civilização, sua<br />

evolução acompanha e retrata a história política, social e cultural do mundo.<br />

Os homens primitivos já cantavam em grupo, cantavam para cultuar, saudar,<br />

agradecer, exprimir seu pesar, avisar os outros do perigo e para acalmar os<br />

poderes superiores. Para isso, recorriam a todas as possibilidades de<br />

tessitura, quer seja em variação de frequência ou intensidade, quer seja na<br />

manipulação de diferentes qualidades vocais, imitando vozes de animais e<br />

sons da natureza. A música desta época era transmitida oralmente e, desse<br />

modo, o canto era mantido vivo por gerações.<br />

Segundo Quinteiro, 1989, no Brasil, as técnicas respiratórias mais<br />

usadas estimulam o uso da barriga, ou melhor, treina-se o aluno para que<br />

projete o ventre para a frente, como melhor técnica de respiração e apoio.<br />

A procedência de tal prática é muito antiga no Brasil. Vamos<br />

encontrar uma das ligações com essa prática na história do canto e da<br />

grande influência que o bel canto exerceu em nosso país. As práticas da<br />

escola italiana de canto foram muito apreciadas entre nós, encontrando<br />

múltiplos seguidores, que se mantêm ativos até os dias atuais. Depois do bel<br />

canto, outras escolas ocorreram, mas sem grandes representantes.<br />

Percebemos hoje, dentro do canto, a busca das práticas alemãs,<br />

em que o ventre é usado como apoio, para dentro (barriguinha de praia) mas<br />

não como fole. Percebemos com alegria que o intercâmbio entre alemães e<br />

brasileiros, na atividade do canto, cresce a cada dia. Através desse<br />

intercâmbio, o uso do ventre como auxiliar respiratório assume função um<br />

pouco diferente. O ventre fica empurrado para dentro, auxiliado por leve<br />

contração da massa glútea, criando-se um aumento da pressão interna entre

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