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Acontece Unimep 04/2008

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10<br />

FOFOCANÃO!SÓFOCA<br />

CADA VEZ<br />

MAIS CEDO<br />

O Brasil vive uma nova realidade<br />

em relação às cirurgias<br />

plásticas estéticas, que estão mais<br />

acessíveis e cresceram em quantidade<br />

e diversidade. E um dos dados<br />

que mais chamam a atenção<br />

é que elas são feitas por jovens<br />

com idade entre 18 e 25 anos.<br />

Pesquisa da Sociedade Brasileira<br />

de Cirurgia Plástica (SBCP) dão<br />

conta da realização de cerca de<br />

700 mil cirurgias desta natureza<br />

por ano. Deste total, 105 mil, o<br />

que equivale a 15%, são feitas<br />

por “teens”. Há dez anos a adesão<br />

era de apenas 5%. Ainda conforme<br />

dados da SBCP a procura<br />

maior é por cirurgias de lipoaspiração<br />

e aumento ou diminuição<br />

das mamas.<br />

É a busca por uma barriga sarada,<br />

seios turbinados, bumbum<br />

arrebitado e orelhas alinhadas,<br />

imperfeições que para muitos<br />

quanto antes forem corrigidas,<br />

melhor. A estudante Estela Aggio<br />

Possignollo, 21, do 7º semestre<br />

de jornalismo ajuda a engordar<br />

esta lista. Há um ano e oito meses,<br />

ela fez um implante de 280<br />

ml de silicone em cada mama.<br />

“Achava meus seios muito desproporcionais<br />

para o meu corpo,<br />

que tem muitas evidências”, justifica.<br />

Satisfeita com o resultado,<br />

Estela tem consciência de que<br />

sua iniciativa foi motivada pelo<br />

apelo estético. “Está relacionada<br />

à beleza sim, queria que a minha<br />

aparência ficasse melhor e não<br />

desproporcional”, destaca. Uma<br />

nova cirurgia não está nos planos<br />

imediatos da estudante.<br />

Paulo, 21, (que não permitiu<br />

a publicação de seu verdadeiro<br />

nome com receio de retaliação)<br />

se submeteu a uma ginecomastia<br />

– redução do peito masculino.<br />

“Além da questão estética, a cirurgia<br />

foi recomendada, porque<br />

a minha glândula mamária havia<br />

inflamado, o que foi um dos motivos<br />

pelo qual ela se desenvolveu.<br />

Apesar de estar satisfeito,<br />

não faria outra, pois o pós-operatório<br />

é doloroso e complicado”,<br />

conta.<br />

Mesmo com o aumento da<br />

procura por cirurgias, a insegurança<br />

ainda adia decisões. Daniele<br />

Rosolen, 21, do 6º semestre<br />

de publicidade e propaganda,<br />

gostaria de fazer uma correção<br />

de septo e aproveitar a mesa de<br />

cirurgia para realizar uma plástica<br />

no nariz.<br />

Estereotipada<br />

Para o especialista em estética<br />

e cultura de massa, o diretor<br />

da Faculdade de Comunicação<br />

da <strong>Unimep</strong>, o professor Belarmino<br />

César Guimarães da Costa, a<br />

cirurgia plástica em jovens, a rigor,<br />

expressa a insatisfação com<br />

o próprio corpo e a angústia narcísica<br />

de ser em função de ter a<br />

aparência valorizada pela moda<br />

e pela indústria da beleza. “Na<br />

vida contemporânea, em função<br />

da linguagem publicitária e da<br />

mercantilização de tudo, o ideal<br />

de beleza está associado àquilo<br />

que é jovem, esbelto e que esconda<br />

as marcas do tempo”, destaca.<br />

Nesse sentido, o estudante<br />

Thiago Dantino, 21, do 5º semestre<br />

de fisioterapia da <strong>Unimep</strong><br />

critica a busca incessante pela<br />

perfeição e pondera riscos que<br />

envolvem qualquer cirurgia. Em<br />

sua opinião, é válido buscar ajuda<br />

médica somente em casos de<br />

incômodo ou prejuízo ao psicológico.<br />

Riscos e Cuidados<br />

Assim como em qualquer<br />

outra cirurgia, a decisão de<br />

submeter-se à uma intervenção<br />

estética deve ser realizada com<br />

precauções, entre as quais uma<br />

das mais importantes: conhecer<br />

o profissional e tudo sobre a<br />

intervenção escolhida.<br />

O cirurgião<br />

plástico do Hospital<br />

Samaritano de<br />

Capinas, Mário de Moraes,<br />

fala que como em qualquer<br />

outra cirurgia, a plástica<br />

possui riscos que podem<br />

ser acentuados nos adolescentes,<br />

uma vez<br />

que o corpo ainda<br />

está em formação.<br />

“Muitas<br />

vezes, os jovens são impulsivos<br />

e imediatistas, portanto, uma intervenção<br />

cirúrgica do gênero<br />

deve ser avaliada com rigor”,<br />

acrescenta.<br />

Antes de optar por uma intervenção<br />

e para um resultado<br />

mais satisfatório, os especialistas<br />

também recomendam<br />

cuidados com reações de medicação,<br />

sedativos e anestesia,<br />

bateria de exames preparatórios,<br />

conhecer os procedimentos pré<br />

e pós-operatórios e conversar<br />

com o especialista para que se<br />

esclareçam todas as dúvidas e<br />

riscos. “Assim o resultado tem<br />

chances de ser mais satisfatório”,<br />

diz a psicoterapeuta Maria<br />

Benedita Rodrigues.<br />

“Foi um aprendizado gratificante, em que a gente<br />

pôde colocar em prática o que aprendemos. A<br />

dificuldade maior foi em levantar fontes que<br />

tivessem a disposição de falar sobre o<br />

assunto ou até mesmo assumir uma<br />

plástica, mas a profissão é cheia de<br />

obstáculos”.<br />

Jacqueline Brossi<br />

“A possibilidade de se ter contato<br />

próximo com a profissão nos foi bastante<br />

válida, uma vez que no curso de<br />

jornalismo não nos é permitido (por<br />

lei) o estágio. Pudemos vivenciar,<br />

mesmo que brevemente, os percalços<br />

da rotina jornalística<br />

e nos testar enquanto<br />

profissionais, o que<br />

torna o aprendizado<br />

acadêmico<br />

mais<br />

completo”.<br />

Natália<br />

Gregolin<br />

Entrevistas de Jacqueline Brossi e Natalia Gregolin, alunas do 7º semestre do curso de jornalismo<br />

e orientadas pelo coordenador do curso de jornalismo, Paulo Roberto Botão.

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