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Acontece Unimep 04/2008

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16 SÉRIEBAÚ<br />

Foto: Thiago Altafini | Design: Christian de Oliveira<br />

Angela Rodrigues<br />

anrsanto@unimep.br<br />

Traduzido para o português,<br />

a expressão francesa<br />

“Beau Geste” significa belo<br />

gesto. É também o título de<br />

um filme norte-americano dirigido<br />

em 1939 por William<br />

Wellman, que conta a saga de<br />

três irmãos para proteger um<br />

grande segredo. A produção<br />

é um dos 40 vídeos que compõem<br />

um segmento pouco<br />

conhecido de um acervo histórico<br />

sob guarda da <strong>Unimep</strong><br />

(Universidade Metodista de<br />

Piracicaba) e foco da última<br />

reportagem da série Baú, que<br />

a partir da próxima edição<br />

trará curiosidades históricas<br />

registradas nos acervos institucionais,<br />

na forma de uma<br />

coluna. As relíquias cinematográficas<br />

foram colecionadas<br />

pelo jornalista Delphim Ferreira<br />

da Rocha Netto (1913-<br />

2003), ituano de nascimento<br />

e piracicabano de coração,<br />

conhecido por sua coleção de<br />

fotografias, jornais e informações<br />

sobre futebol, mas que<br />

integra também elementos raros<br />

de outra paixão: a sétima<br />

arte.<br />

O acervo surgiu em 1919 e<br />

em um “belo gesto” foi doado<br />

à <strong>Unimep</strong> em 2003. Além dos<br />

títulos, concentra publicações<br />

raras sobre cinema, como cinco<br />

edições da “Revista Selecta”,<br />

publicadas entre 1925 e<br />

1927; dez da “Cinearte”, de<br />

1920 a 1930; seis edições da<br />

quinzenal “Hollywood Cine<br />

Ilustrado”, de 1948, e outras<br />

publicações como a italiana<br />

“Cinema”, de 1953, com re-<br />

portagens especiais sobre a sua<br />

evolução, e a “Cine Magazine”,<br />

de 1951, que aponta curiosidades<br />

sobre a cinematografia francesa.<br />

No acervo também há curiosidades<br />

e informações históricas<br />

como dados sobre a produção japonesa<br />

dos anos 20. No total são<br />

cerca de 200 publicações abertas<br />

a consultas de alunos, pesquisadores<br />

e interessados. “Permitir a<br />

comparação em vários contextos<br />

de pesquisa é um diferencial.<br />

As revistas trazem os principais<br />

acontecimentos do cinema, além<br />

de um vasto material de divulgação,<br />

com imagens belíssimas.<br />

Isso possibilita uma pesquisa<br />

diferente da oferecida pela internet.<br />

O material impresso permite<br />

várias leituras e interpretações,<br />

além da visão do jornalista da<br />

época”, destaca Maria Heloisa<br />

Ferreira, 37, professora de cinema<br />

do curso de publicidade e<br />

propaganda da <strong>Unimep</strong>.<br />

Heloisa lembra que na região<br />

apenas duas universidades públicas<br />

contam com acervos no<br />

segmento, o que torna necessária<br />

a sua divulgação não somente no<br />

universo acadêmico, por meio de<br />

exibições especiais dos filmes,<br />

além da interação com escolas e<br />

outros ambientes de educação.<br />

Também raras no acervo são<br />

as cerca de 300 fotos de atores,<br />

cenas de filmes e dos seriados<br />

do cinema mudo. “As imagens<br />

podem servir como ilustração de<br />

épocas diferentes do cinema e da<br />

atuação dos atores”, afirma. Algumas<br />

delas, muitas raras, foram<br />

publicadas nas colunas escritas<br />

entre 1992 e 1998 por Rocha<br />

Netto.<br />

De Pai Para Filho<br />

A paixão do jornalista pelo<br />

cinema começou na infância,<br />

época em que acompanhava a<br />

avó às sessões matinês dos seriados.<br />

Em 1927, conheceu um<br />

de seus maiores ídolos, o ator<br />

americano Eddy Polo, em sua<br />

passagem pelo Rio de Janeiro.<br />

Ao iniciar a coleção, que originaria<br />

o mais completo acervo<br />

particular sobre futebol, com 50<br />

mil fotos, Rocha Netto estendeu<br />

a iniciativa ao cinema. A coleção<br />

cinematográfica permitiu a<br />

realização de exposições sobre<br />

o tema, além de transmitir a paixão<br />

para um de seus filhos, Delfim<br />

Sérgio Freire da Rocha. “Ele<br />

apreciava os seriados antigos e<br />

sempre relembrava os atores do<br />

cinema mudo. Na infância gostávamos<br />

tanto que nem nos períodos<br />

de luto parávamos de ir,<br />

como era o costume. Íamos às<br />

escondidas, em sessões menos<br />

freqüentadas”, relembra.<br />

Ao Mestre Rocha Netto<br />

Na produção dessa matéria, me deparei com a expressão “os<br />

astros não morrem”, que muito relembrou Rocha Netto, com<br />

quem trabalhei de 2001 a 2003. Profissional e pessoalmente, o<br />

período foi inesquecível por todo o conhecimento recebido ao<br />

seu lado na área do jornalismo, na memória esportiva, sobre os<br />

grandes atletas do passado, filmes, astros do cinema e outros<br />

ensinamentos. Em minha memória e por meio do meu trabalho,<br />

Rocha Netto e suas obras permanecerão sempre vivas.<br />

(Angela Rodrigues)<br />

Professora Heloisa: “poucas universidades possuem acervos do gênero”.<br />

Foto: Rocha Netto na década de 30

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