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Lista de Exercícios 4 - Plato

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Instituto <strong>de</strong> Física da Universida<strong>de</strong> <strong>de</strong> São Paulo<br />

FEP2196 - Física para Engenharia II<br />

<strong>Lista</strong> <strong>de</strong> exercícios 4 - Relativida<strong>de</strong> ∗<br />

Exercícios <strong>de</strong> Cinemática Relativística<br />

1. Um feixe <strong>de</strong> mésons, que se move com velocida<strong>de</strong> v = √ 3<br />

2<br />

c em relação ao laboratório, passa diante <strong>de</strong> dois<br />

contadores separados por uma distância <strong>de</strong> 9 m no laboratório. As partículas não sofrem perda alguma, seja<br />

em velocida<strong>de</strong> ou em energia, ao passarem diante dos contadores. Observa-se que o primeiro contador registra<br />

1000 mésons e o segundo assinala somente 250. Admitindo-se que a diminuição no número dos mésons resulta<br />

da <strong>de</strong>sintegração <strong>de</strong>stes em vôo, pergunta-se: qual é a vida média <strong>de</strong>ssas partículas no seu sistema próprio?<br />

Admita que os mésons se <strong>de</strong>sintegram segundo a lei N(t) = N 0 × 2 −t /T , on<strong>de</strong> N 0 é o número <strong>de</strong> partículas<br />

no instante t = 0 e T é a vida média dos mésons (não confundir com a meia-vida, que é T/ log 2!)<br />

R: T 0 = 0, 87 × 10 −8 s.<br />

2. Uma régua tem o comprimento próprio <strong>de</strong> 1 m e se move ao longo do próprio eixo com uma velocida<strong>de</strong> V em<br />

relação a um observador. O comprimento da régua medido por esse observador é 0, 914 m. Qual a velocida<strong>de</strong><br />

V ?<br />

R: 0, 406 c.<br />

3. Consi<strong>de</strong>re um universo em que a velocida<strong>de</strong> da luz é c = 120 km/h. Um Honda Civic correndo a uma<br />

velocida<strong>de</strong> v relativa à estrada ultrapassa um Gol se movendo a uma velocida<strong>de</strong> <strong>de</strong> c 2<br />

em relação à estrada.<br />

A velocida<strong>de</strong> do Civic é tal que seu comprimento é medido por um observador fixo na estrada como sendo<br />

o mesmo que o do Gol. Sabe-se que o comprimento próprio do Civic é o dobro do comprimento próprio do<br />

Gol. Qual é a velocida<strong>de</strong> do Honda Civic?<br />

R: v = 108, 2 km/h.<br />

4. Um estudante vai realizar uma prova que <strong>de</strong>ve durar 1 hora. Seu professor está em viagem e passará (sem<br />

parar) pela Terra com velocida<strong>de</strong> constante v = 0, 6 c. O aluno propõe que a prova inicie quando o professor<br />

passar pela Terra e, quando o professor, em seu próprio relógio, verificar que se passou 1 hora do início da<br />

prova, ele <strong>de</strong>verá enviar um sinal luminoso à Terra. O aluno terminaria a prova quando recebesse o sinal<br />

luminoso.<br />

(a) Quanto tempo o aluno teria para realizar a prova, <strong>de</strong> acordo com seu relógio?<br />

(b) E quanto tempo o aluno teve para fazer a prova, <strong>de</strong> acordo com o relógio do professor?<br />

(c) Qual <strong>de</strong>sses intervalos <strong>de</strong> tempo realmente importa?<br />

R: (a) 2 horas; (b) 2,5 horas; (c) O horário medido pelo aluno, claro!<br />

5. Um evento ocorre no sistema <strong>de</strong> referência S em x = 40 m, y = z = 0, t = 10 −8 s. S ′ é um sistema <strong>de</strong><br />

referência com uma velocida<strong>de</strong> <strong>de</strong> 0, 8 c ao longo do eixo x positivo <strong>de</strong> S. Ache as coor<strong>de</strong>nadas espaço-tempo<br />

do acontecimento em S ′ se os eixos x, y, z <strong>de</strong> ambos os sistemas forem paralelos.<br />

R: x ′ = 61, 7 m, y ′ = z ′ = 0 e t ′ = −1, 6 × 10 −7 s.<br />

∗ Nota: exercícios especialmente <strong>de</strong>safiantes estão marcados com um “(*)”.<br />

1


6. Uma barra <strong>de</strong> comprimento próprio l 0 move-se com velocida<strong>de</strong> constante v relativamente a um sistema S.<br />

Chame o referencial da barra (que está parado com respeito à barra, e para o qual a barra tem comprimento<br />

l 0 ) <strong>de</strong> S ′ . Suponha que a extremida<strong>de</strong> da frente da barra, A ′ , passa pelo ponto A <strong>de</strong> S no instante <strong>de</strong> tempo<br />

t = t ′ = 0, e que naquele instante é emitido <strong>de</strong> A ′ um sinal <strong>de</strong> luz que viaja <strong>de</strong> A ′ para B ′ (a extremida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

trás da barra).<br />

(a) Em qual instante <strong>de</strong> tempo t 0 , medido em S ′ (o referencial em repouso com relação à barra), o sinal<br />

chega em B ′ ?<br />

(b) Em qual instante <strong>de</strong> tempo t 1 , medido em S, o sinal alcança B ′ ?<br />

(c) Em qual instante <strong>de</strong> tempo t 2 , medido em S, a extremida<strong>de</strong> B ′ da barra passa pelo ponto A?<br />

√ ( )<br />

R: (a) t 0 = l0 c . (b) t 1 = l0 1− v<br />

c<br />

c 1+<br />

. (c) t v 2 = l0<br />

c<br />

γv<br />

7. Quando visto <strong>de</strong> um sistema inercial S, um evento ocorre no ponto x A sobre o eixo x, e 10 −6 s mais tar<strong>de</strong><br />

um outro evento ocorre no ponto x B , tal que x A − x B = 600 m, quando visto <strong>de</strong> S.<br />

(a) Existe um outro sistema inercial S ′ , movendo-se com uma velocida<strong>de</strong> menor do que c e paralela ao eixo<br />

x, para o qual os dois eventos (A e B) são simultâneos? Se assim for, qual é o módulo e o sentido da<br />

velocida<strong>de</strong> <strong>de</strong> S ′ com relação a S?<br />

(b) Repita a parte (a) para o caso em que A e B estão separados somente <strong>de</strong> 100 m quando vistos <strong>de</strong> S.<br />

Ainda é possível encontrar esse referencial S ′ para o qual os dois eventos são simultâneos?<br />

R: (a) Sim, ⃗v = −0, 5 c î. (b) v → 3 c (???) ⇒ impossível!<br />

8. Um astronauta observa duas espaçonaves viajando em direção a ele em sentidos opostos. Uma das espaçonaves<br />

(S 1 ) se aproxima com uma velocida<strong>de</strong> escalar v 1 = 0, 6 c, enquanto a segunda (S 2 ) se aproxima com uma<br />

velocida<strong>de</strong> escalar v 2 = 0, 8 c. Com que velocida<strong>de</strong> escalar um observador em S 2 vê a espaçonave S 1 se<br />

aproximando?<br />

R: v = 0, 95 c<br />

9. Duas naves espaciais, A e B, viajam na mesma direção em sentidos contrários, com velocida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> magnitu<strong>de</strong><br />

0, 8 c em relação à Terra (v A = 0, 8 c e v B = −0, 8 c). Cada nave tem comprimento próprio L 0 = 100 m (ou<br />

seja, L 0 é o comprimento medido no referencial em que a nave está em repouso).<br />

(a) Qual o comprimento <strong>de</strong> cada nave medido por um observador na Terra?<br />

(b) Qual o comprimento e a velocida<strong>de</strong> da nave B medidos por um observador na nave A?<br />

(c) Qual o comprimento e a velocida<strong>de</strong> da nave A medidos por um observador na nave B?<br />

(d) No instante <strong>de</strong> tempo t = 0 (relógio da Terra) as proas das naves estão alinhadas e elas começam a<br />

passar uma pela outra. Em que instante <strong>de</strong> tempo (no relógio da Terra) estarão as popas alinhadas?<br />

R: (a) L A = L B = 60 m. (b) L ′ B = 19, 90 m e v′ B = −0, 98 c. (c) L′′ A = 19, 90 m e v′′ A = 0, 98 c. (d)<br />

t = 2, 5 × 10 −7 s.<br />

10. Dois eventos, um na posição (x A , y A , z A ), e outro na posição (x B , y B , z B ) ocorrem no mesmo instante t 1<br />

para um observador que está no sistema inercial <strong>de</strong> referência 1. Esses eventos serão simultâneos para um<br />

observador que está no sistema inercial <strong>de</strong> referência 2, que se move com velocida<strong>de</strong> v ao longo do eixo x em<br />

relação a 1? Se não, qual o intervalo <strong>de</strong> tempo entre a ocorrência <strong>de</strong>stes eventos? Discuta a <strong>de</strong>pendência do<br />

intervalo <strong>de</strong> tempo com v e com a distância entre os eventos.<br />

R: Os dois eventos não são simultâneos no referencial 2. O intervalo <strong>de</strong> tempo medido naquele referencial<br />

será t (2)<br />

B<br />

− t(2) A<br />

= γv<br />

c 2 (x A − x B ).<br />

11. Uma nave espacial S é alcançada por uma nave espacial S ′ , com S ′ passando por S com uma velocida<strong>de</strong><br />

relativa v = c 2 . O capitão <strong>de</strong> S saúda o capitão <strong>de</strong> S′ piscando as luzes da proa e popa, simultaneamente do<br />

ponto <strong>de</strong> vista <strong>de</strong> S. Quando medida por S, a distância entre as luzes é <strong>de</strong> 100 m. Qual a diferença entre os<br />

tempos <strong>de</strong> emissão dos sinais das luzes, quando medidos por S ′ ?<br />

R: ∆t ′ = 1, 92 × 10 −7 s.<br />

2


12. Um observador em S vê uma estrela com uma elevação angular θ em relação à horizontal Ox. Um segundo<br />

observador S ′ caminha na direção Ox com velocida<strong>de</strong> v relativa a S.<br />

(a) Calcule o ângulo <strong>de</strong> elevação θ ′ da estrela, visto por S ′ , em relação a O ′ x ′ , sem utilizar os resultados da<br />

Teoria da Relativida<strong>de</strong> Restrita (cálculo “clássico”). Esse efeito era conhecido pelos astrônomos <strong>de</strong>s<strong>de</strong><br />

o Séc. XVI como “aberração da luz”.<br />

(b) Calcule novamente o ângulo θ ′ , <strong>de</strong>sta vez utilizando a Teoria da Relativida<strong>de</strong> Restrita.<br />

(c) Compare os resultados dos itens anteriores quando v c ≪ 1.<br />

R: (a) tan(θ ′ ) = sen(θ)<br />

cos(θ)+<br />

. (b) tan(θ ′ ) = 1 sen(θ)<br />

v<br />

c<br />

γ [cos(θ)+ v c ] . (c) Se v c<br />

≪ 1 tem-se que γ ≈ 1 e o resultado relativístico<br />

será quase igual ao clássico.<br />

13. O maior comprimento <strong>de</strong> onda da luz emitida pelo hidrogênio (na chamada série <strong>de</strong> Balmer), tem o comprimento<br />

<strong>de</strong> onda λ 0 = 656 nm. Na luz emitida por uma certa galáxia distante, este comprimento <strong>de</strong> onda é<br />

medido na Terra como λ ′ = 1458 nm. Ache a velocida<strong>de</strong> <strong>de</strong> recessão (afastamento) da galáxia em relação à<br />

Terra.<br />

R: 0, 663 c.<br />

14. Em um referencial S um observador vê duas partículas idênticas (A e B) emergirem da origem do sistema <strong>de</strong><br />

referência, com velocida<strong>de</strong>s iguais u = 0, 5 c, formando um ângulo <strong>de</strong> +30 ◦ e −30 ◦ com o eixo x.<br />

(a) Determine as velocida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> A e B quando observadas no referencial do centro <strong>de</strong> massa das duas<br />

partículas (ou seja, no referencial que permanece no eixo x, na linha que liga as partículas).<br />

(b) Determine a velocida<strong>de</strong> da partícula A em relação à partícula B.<br />

R: (a) ⃗v A = √ 13<br />

13 c ĵ e ⃗v B = − √ 13<br />

13 c ĵ. (b) ⃗v′ A = √ 13<br />

7<br />

c ĵ.<br />

15. (*) Num sistema <strong>de</strong> referência S, uma barra <strong>de</strong> comprimento L 0 se move na direção y, com velocida<strong>de</strong> (0, u,<br />

0), mantendo-se sempre paralela ao eixo x. Em t = 0 o centro da barra coinci<strong>de</strong> com a origem do sistema <strong>de</strong><br />

referência e eventos 1 e 2 ocorrem nas extremida<strong>de</strong>s direita e esquerda da barra, respectivamente.<br />

(a) Quais são as coor<strong>de</strong>nadas espaço-temporais dos eventos 1 e 2, conforme um observador em S?<br />

(b) Determine as coor<strong>de</strong>nadas espaço-temporais dos eventos 1 e 2 observadas num referencial S ′ , que se<br />

move com velocida<strong>de</strong> (v, 0, 0) relativamente a S. (Assuma, como <strong>de</strong> praxe, que em t = t ′ = 0 os dois<br />

sistemas <strong>de</strong> coor<strong>de</strong>nadas se superpõem.)<br />

(c) Determine a velocida<strong>de</strong> da barra no sistema S ′ .<br />

(d) Para um observador em S ′ a barra estará inclinada <strong>de</strong> um ângulo θ ′ em relação ao eixo x ′ . Determine<br />

esse ângulo.<br />

R: (a) x 1 = L0<br />

2 , y 1 = z 1 = 0, t 1 = 0 e x 2 = − L0<br />

2 , y 2 = z 2 = 0, t 2 = 0. (b) x ′ 1 = γL0<br />

2 , y′ 1 = z 1 ′ = 0, t ′ 1 = − γvL0<br />

2c 2<br />

e x ′ 2 = − γL0<br />

2 , y′ 2 = z 2 ′ = 0, t ′ 2 = γvL0<br />

2c<br />

. (c) u ′ 2 x = −v, u ′ y = u γ , u′ z = 0. (d) tan(θ ′ ) = γuv<br />

c<br />

. 2<br />

16. Duas espaçonaves, cada uma com comprimento próprio L 0 , passam uma pela outra viajando em direções<br />

opostas. Um astronauta na frente <strong>de</strong> uma das naves me<strong>de</strong> um intervalo <strong>de</strong> tempo T para que a outra passe<br />

totalmente por ele.<br />

(a) Expresse a velocida<strong>de</strong> relativa entre as naves em termos <strong>de</strong> L 0 , c e T .<br />

R: (a) v = L0<br />

T<br />

r 1<br />

.<br />

1+ L2 0<br />

T 2 c 2<br />

17. (Problema da P3 <strong>de</strong> 2007) Um trem <strong>de</strong> comprimento próprio L 0 move-se com velocida<strong>de</strong> v = 0, 8 c em<br />

relação à estrada e dirige-se para uma ponte com extensão d, medido no referencial da estrada (S). No<br />

momento em que a dianteira do trem (A) passa pelo ponto O, no início da ponte, dois flashes <strong>de</strong> luz são<br />

disparados simultaneamente no referencial do trem (S ′ ), nas extremida<strong>de</strong>s do trem (A e B). Nesse instante,<br />

dois observadores, um em A e outro em O, sincronizam seus cronômetros em t = t ′ = 0 com a origem dos<br />

sistemas <strong>de</strong> referência S e S ′ coinci<strong>de</strong>ntes.<br />

3


(a) No referencial da estrada, qual o intervalo <strong>de</strong> tempo ∆t entre os flashes <strong>de</strong> luz emitidos em A e B?<br />

(b) No referencial da estrada, em que instante t 1 o flash emitido em A atinge o ponto B?<br />

(c) No referencial do trem, quanto tempo ele leva para percorrer completamente a ponte?<br />

R: (a) ∆t = − 4 L 0<br />

3 c<br />

. (b) t 1 = 1 L 0<br />

3 c<br />

. (c) δt ′ = 5L0+3d<br />

4c<br />

.<br />

18. (Problema da P3 <strong>de</strong> 2007) Num referencial S duas espaçonaves A e B movem-se com velocida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> módulo<br />

u = 0, 5 c na mesma direção, mas em sentidos opostos. Cada espaçonave tem comprimento próprio igual a<br />

100 m. Quando a espaçonave A passa pela origem O, um feixe <strong>de</strong> luz é emitido partindo <strong>de</strong> O, formando um<br />

ângulo <strong>de</strong> θ = 60 o em relação ao eixo Ox.<br />

(a) Determine a velocida<strong>de</strong> da espaçonave A em relação a B.<br />

(b) Qual a inclinação θ ′ do feixe <strong>de</strong> luz medido pelo observador na espaçonave B?<br />

(c) Os resultados obtidos nos itens anteriores são compatíveis com os postulados da relativida<strong>de</strong>? Explique.<br />

R: (a) u ′ a = 0, 8 c. (b) θ ′ = arctan 3 4<br />

. (c) Sim, os resultados são compatíveis: a velocida<strong>de</strong> escalar do raio <strong>de</strong><br />

luz permanece sendo c.<br />

19. (**) Encontre a matriz A que realiza a transformação <strong>de</strong> Lorentz entre os “quadri-vetores” (x, y, z, c t) e<br />

(x ′ , y ′ , z ′ , c t ′ ) dos sistemas S e S ′ , respectivamente, em função da velocida<strong>de</strong> relativa entre os dois referenciais,<br />

dada por ⃗ V = V (cos θ ˆx + sin θ ŷ).<br />

Dica: comece encontrando a transformação <strong>de</strong> Lorentz para o quadri-vetor quando a velocida<strong>de</strong> é ⃗ V = V ˆx,<br />

e <strong>de</strong>pois faça uma rotação pelo ângulo θ no plano x-y.<br />

R: A(θ, V ) = R z (−θ)A(θ = 0, V )R z (θ), on<strong>de</strong>:<br />

⎛<br />

⎞<br />

cosh α 0 0 − sinh α<br />

A(θ = 0, V ) = ⎜ 0 1 0 0<br />

⎟<br />

⎝ 0 0 1 0 ⎠ , com tanh α = V c<br />

− sinh α 0 0 cosh α<br />

e R z (θ) =<br />

⎛<br />

⎜<br />

⎝<br />

cos θ sin θ 0 0<br />

− sin θ cos θ 0 0<br />

0 0 1 0<br />

0 0 0 1<br />

⎞<br />

⎟<br />

⎠ .<br />

4


Exercícios <strong>de</strong> Dinâmica Relativística<br />

1. Um elétron, cuja energia é 0, 511 MeV quando em repouso, tem uma velocida<strong>de</strong> u = 0, 8 c quando observado<br />

num referencial S. Achar sua energia total, a sua energia cinética e o seu momento medidos no referencial S.<br />

R: E = 0, 852 MeV , K = 0, 341 MeV e P = 0, 681 MeV/c<br />

2. A vida média <strong>de</strong> mésons-µ em repouso é T 0 = 2, 2 × 10 −6 s. Uma medida realizada no laboratório forneceu<br />

uma vida média T 0 = 6, 9×10 −6 s. Responda às seguintes perguntas também consi<strong>de</strong>rando medidas realizadas<br />

no laboratório.<br />

(a) Qual a velocida<strong>de</strong> do mésons?<br />

(b) A massa <strong>de</strong> repouso <strong>de</strong> um méson-µ é 207 vezes a massa <strong>de</strong> repouso do elétron (m e = 0, 511 MeV/c 2 ).<br />

Qual é a massa relativística dos mésons criados no laboratório?<br />

(c) Qual é a energia cinética dos mésons?<br />

(d) Qual é o momento linear dos mésons?<br />

R: (a) v = 0, 95 c. (b) m = 332 MeV/c 2 . (c) K = 227 MeV. (d) p = 315 MeV/c.<br />

3. Uma caixa retangular em repouso tem arestas com comprimentos a, b, e c. A massa <strong>de</strong> repouso da caixa é<br />

m 0 e sua massa <strong>de</strong> repouso por unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> volume é ρ 0 = m0<br />

abc .<br />

(a) Qual é o volume da caixa, visto por um observador que se move em relação à caixa com velocida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

magnitu<strong>de</strong> v na direção da aresta a?<br />

(b) Qual é a massa relativística da caixa medida por este observador?<br />

(c) Qual é a <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> da caixa, em termos <strong>de</strong> ρ 0 , quando medida pelo observador?<br />

R: (a) V ′<br />

0 = abc<br />

γ , (b) m = γm 0 e (c) ρ ′ 0 = γ 2 ρ 0 .<br />

4. Um núcleo <strong>de</strong> 12 C é composto <strong>de</strong> 6 prótons (p) e 6 nêutrons (n), mantidos em estreita associação por forças<br />

nucleares intensas. As massas <strong>de</strong> repouso do núcleo 12 C, do próton e do nêutron são, respectivamente,<br />

m C = 12, 000000 u, m p = 1, 007825 u e m n = 1, 008665 u, on<strong>de</strong> u = 931, 4815 MeV/c 2 . Qual é a quantida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> energia que <strong>de</strong>vemos fornecer a um núcleo <strong>de</strong> 12 C para separá-lo em seus prótons e nêutrons constituintes?<br />

R: ∆E = 92, 1608 MeV = 1, 48 × 10 −11 J.<br />

5. Para um avião supersônico voando a 2400 km/h, ache o erro percentual feito no cálculo da sua energia<br />

cinética, quando se utiliza a aproximação não relativística.<br />

R: ∆K K = 3, 7 × 10−12 = 3, 7 × 10 −10 %.<br />

6. Um próton com energia cinética E K = 437 MeV coli<strong>de</strong> elasticamente com um próton em repouso e, após<br />

a colisão, os prótons emergem com energias cinéticas iguais. Determine o ângulo entre as direções <strong>de</strong>finidas<br />

pelas trajetórias dos prótons após a colisão.<br />

R: θ = 84 ◦ .<br />

7. Um corpo <strong>de</strong> massa <strong>de</strong> repouso m 0 caminhando inicialmente com uma velocida<strong>de</strong> <strong>de</strong> magnitu<strong>de</strong> v = 0, 6 c<br />

em relação ao referencial do laboratório, efetua uma colisão perfeitamente inelástica com um corpo idêntico,<br />

inicialmente em repouso no referencial do laboratório.<br />

(a) Qual é a velocida<strong>de</strong> do corpo resultante?<br />

(b) Qual é a massa <strong>de</strong> repouso do corpo resultante?<br />

R: (a) v ′ = 0, 33 c. (b) M 0 = 2, 15 m 0 .<br />

8. Uma partícula <strong>de</strong> massa <strong>de</strong> repouso m 0 tem uma energia cinética K. Prove que seu momento linear obe<strong>de</strong>ce<br />

a equação:<br />

√<br />

p = 2m 0 K + K2<br />

c 2 5


9. Um elétron e um pósitron (anti-elétron) movem-se juntos, formando um sistema ligado conhecido como<br />

positrônio, com velocida<strong>de</strong> v 0 = 0, 6 c. Num certo instante <strong>de</strong> tempo o pósitron e o elétron se aniquilam,<br />

criando dois fótons que se movem em direções que formam ângulos θ iguais em relação à direção <strong>de</strong>finida pela<br />

trajetória do positrônio. Fótons são partículas <strong>de</strong> massa <strong>de</strong> repouso igual a zero. As energias <strong>de</strong> repouso do<br />

elétron e do pósitron são iguais e valem 0, 5 MeV/c 2 . Despreze a energia <strong>de</strong> ligação do positrônio.<br />

(a) Qual a energia do positrônio?<br />

(b) Qual a energia e o momento linear <strong>de</strong> cada fóton?<br />

(c) Qual o valor do ângulo θ?<br />

R: (a) E p = 1, 25 MeV , (b) E f = 0, 625 MeV e p f = 0, 625 MeV/c e (c) θ = arccos ( 3<br />

5)<br />

.<br />

10. No referencial do laboratório, qual a mínima energia cinética que um próton <strong>de</strong>ve ter para que ao colidir com<br />

outro próton <strong>de</strong> mesma energia, mas movendo-se em sentido contrário, crie no estado final mais um próton<br />

e um antipróton? (No estado final haverá três prótons e um antipróton e a mínima energia correspon<strong>de</strong><br />

à situação em que todas as partículas estão em repouso em relação ao laboratório). Use para a massa <strong>de</strong><br />

repouso do próton e do antipróton M 0 = 1 GeV/c 2 .<br />

R: K = 1 GeV.<br />

11. Uma partícula é criada a 20 km acima do nível do mar com energia E = 1, 35 × 10 5 MeV em relação à Terra,<br />

e passa a se <strong>de</strong>slocar verticalmente para baixo. No seu sistema próprio (sistema que se <strong>de</strong>sloca com a mesma<br />

velocida<strong>de</strong> da partícula) ela se <strong>de</strong>sintegra no intervalo <strong>de</strong> tempo ∆t = 2, 0 × 10 −8 s após a sua criação. A<br />

energia <strong>de</strong> repouso da partícula é E 0 = 140 MeV . Determine, para um observador na Terra:<br />

(a) Quanto tempo <strong>de</strong>mora para a partícula se <strong>de</strong>sintegrar?<br />

(b) A que altura acima do nível do mar se dá a <strong>de</strong>sintegração?<br />

R: (a) T = 1, 93 × 10 −5 s. (b) h = 14, 2 km.<br />

12. Duas partículas <strong>de</strong> mesma massa <strong>de</strong> repouso m 0 c 2 = 1 GeV caminham em sentidos opostos com velocida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> magnitu<strong>de</strong>s v 1 = 0, 6 c e v 2 = 0, 8 c. Num <strong>de</strong>terminado instante <strong>de</strong> tempo elas coli<strong>de</strong>m formando uma<br />

única partícula <strong>de</strong> massa <strong>de</strong> repouso M 0 e velocida<strong>de</strong> <strong>de</strong> magnitu<strong>de</strong> v.<br />

(a) Determine o valor <strong>de</strong> M 0 .<br />

(b) Determine o valor <strong>de</strong> v.<br />

(c) Qual é a energia cinética da partícula formada na colisão?<br />

R: (a) M 0 = 5, 31 × 10 −27 kg = 2, 9 GeV/c 2 . (b) |v| = 0, 20 c. (c) K = 58 MeV .<br />

13. Em relação a um referencial S uma partícula possui energia <strong>de</strong> 5 GeV e momento linear <strong>de</strong> 3 GeV/c.<br />

(a) Qual é a massa <strong>de</strong> repouso da partícula?<br />

(b) Qual é a energia da partícula em um referencial S ′ on<strong>de</strong> seu momento linear é igual a 4 GeV/c?<br />

(c) Qual é a velocida<strong>de</strong> relativa dos dois referenciais S e S ′ (S e S ′ se movem em sentidos opostos)?<br />

R: (a) E ′ = √ 32 GeV . (b) m 0 = 4, 0 GeV/c 2 . (c) u = 0, 19 c.<br />

14. Uma partícula <strong>de</strong> massa <strong>de</strong> repouso M 0 estacionária, cin<strong>de</strong>-se em duas partículas cujas massas <strong>de</strong> repouso<br />

são m 0 e 2m 0 . A velocida<strong>de</strong> da partícula <strong>de</strong> massa m 0 é 0, 8 c.<br />

(a) Determine a velocida<strong>de</strong> da partícula <strong>de</strong> massa 2m 0 .<br />

(b) Obtenha a razão M0<br />

m 0<br />

.<br />

R: v 2m0 = 2 √<br />

13<br />

c. (b) M0<br />

m 0<br />

= 5+2√ 13<br />

3<br />

.<br />

15. Uma partícula <strong>de</strong> massa em repouso 2 MeV/c 2 e energia cinética 3 MeV coli<strong>de</strong> com uma partícula estacionária<br />

<strong>de</strong> massa <strong>de</strong> repouso 4 MeV/c 2 . Depois da colisão, as duas partículas ficam unidas. Encontre:<br />

6


(a) O momento inicial do sistema.<br />

(b) A velocida<strong>de</strong> final do sistema <strong>de</strong> duas partículas.<br />

(c) A massa em repouso do sistema <strong>de</strong> duas partículas.<br />

R: (a) 4, 58 MeV/c. (b) 0, 509 c. (c) 7, 75 MeV/c 2<br />

16. Um elétron move-se livremente na direção x positiva no sistema inercial 1 com velocida<strong>de</strong> v = 0, 8 c. Qual<br />

o valor <strong>de</strong> seu momento e <strong>de</strong> sua energia neste sistema? Consi<strong>de</strong>re agora um outro sistema inercial 2 que se<br />

move para a direita com velocida<strong>de</strong> 0, 6 c em relação ao sistema 1. Ache o momento e a energia do elétron<br />

neste sistema. Deixe suas respostas em termos da massa <strong>de</strong> repouso do elétron m 0 e da velocida<strong>de</strong> da luz c.<br />

R: No sistema 1: ⃗p 1 = 4 3 m 0c ˆx e E 1 = 5 3 m 0c 2 . No sistema 2: ⃗p 2 = 5 12 m 0c ˆx e E 2 = 13<br />

12 m 0c 2 .<br />

17. (*) Consi<strong>de</strong>re a seguinte colisão elástica observada em um dado referencial S: uma partícula A tem massa<br />

<strong>de</strong> repouso m 0 e uma partícula B massa <strong>de</strong> repouso M 0 = 2m 0 . Antes da colisão a partícula A move-se com<br />

velocida<strong>de</strong> ⃗v = 0, 6 c î e a partícula B está em repouso. Depois da colisão, a partícula A move-se ao longo da<br />

direção y, no sentido positivo, com velocida<strong>de</strong> <strong>de</strong> magnitu<strong>de</strong> v A e a partícula B move-se segundo um ângulo<br />

θ em relação à direção x com velocida<strong>de</strong> <strong>de</strong> magnitu<strong>de</strong> v B . [Dica: use o fato <strong>de</strong> que γ 2 v 2 = (γ 2 − 1)c 2 .]<br />

(a) Determine as magnitu<strong>de</strong>s das velocida<strong>de</strong>s v A e v B das partículas A e B.<br />

(b) Determine o ângulo θ.<br />

R: (a) v A = 0, 37 c e v B = 0, 39 c. (b) θ = 28, 1 ◦ .<br />

18. (*) Consi<strong>de</strong>re a colisão <strong>de</strong> um fóton <strong>de</strong> energia hν com um elétron que está em repouso em um dado referencial.<br />

Após a colisão, parte da energia é transferida ao elétron, e um outro fóton <strong>de</strong> energia menor hν ′ é gerado,<br />

sendo que sua trajetória forma um ângulo θ com a direção <strong>de</strong> incidência do fóton original. Utilizando a<br />

conservação <strong>de</strong> energia e momento relativísticos, <strong>de</strong>termine a relação entre a energia do fóton “espalhado” e o<br />

ângulo <strong>de</strong> espalhamento hν ′ (θ). Este processo <strong>de</strong> espalhamento <strong>de</strong> fótons por elétrons é <strong>de</strong>nominado “Efeito<br />

Compton”. Sugestão: consi<strong>de</strong>re a conservação <strong>de</strong> energia total, e das componentes x e y do momento linear<br />

total no plano do espalhamento (sendo x, por exemplo, a direção <strong>de</strong> incidência do fóton original).<br />

R: hν ′ (θ) =<br />

hν<br />

1+ hν<br />

mc<br />

2 (1−cosθ),<br />

on<strong>de</strong> m é a massa <strong>de</strong> repouso do elétron.<br />

19. (*) Em um acelerador <strong>de</strong> partículas como o Pelletron do IFUSP é feita uma colisão entre um núcleo-feixe<br />

e um núcleo-alvo. Os dois núcleos se fun<strong>de</strong>m formando um outro núcleo em estado excitado, que emerge<br />

com uma certa velocida<strong>de</strong> V no laboratório, na direção e sentido do feixe original. Esse núcleo resultante<br />

é instável e, portanto, ele eventualmente <strong>de</strong>cai (o processo <strong>de</strong> <strong>de</strong>caimento é uma transição entre estados<br />

quânticos nucleares). Nesse <strong>de</strong>caimento, um certo raio gama (ou seja, um fóton, ou partícula <strong>de</strong> luz, <strong>de</strong> alta<br />

energia) é emitido, <strong>de</strong> tal modo que, no referencial do núcleo instável, a energia <strong>de</strong>sse raio gama é sempre a<br />

mesma, mas a direção em que ele é emitido é arbitrária. No laboratório esse experimento é repetido muitas<br />

vezes, com <strong>de</strong>tectores dispostos a 0 ◦ e 90 ◦ com relação à direção do feixe. Sabendo que o <strong>de</strong>tector que está a<br />

0 ◦ (ou seja, na linha <strong>de</strong> frente do feixe) sempre me<strong>de</strong> a energia do raio-gama como sendo 1010 keV, e que o<br />

<strong>de</strong>tector a 90 ◦ sempre me<strong>de</strong> uma energia <strong>de</strong> 1000 keV, <strong>de</strong>termine a velocida<strong>de</strong> <strong>de</strong> recuo V do núcleo instável<br />

em termos da velocida<strong>de</strong> da luz c e a energia do raio gama no referencial <strong>de</strong> repouso do núcleo instável. Note<br />

que a energia <strong>de</strong> um fóton é proporcional à sua frequência, E = hν (on<strong>de</strong> ν é a frequência da radiação, e h é<br />

uma constante, <strong>de</strong>nominada constante <strong>de</strong> Planck).<br />

R: V ≃ 0.01c; E ≃ 1000 keV<br />

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