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A COMPETITIVIDADE DA CADEIA PRODUTIVA DA ... - SOBER

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na rentabilidade dos estabelecimentos mais especializados na bovinocultura de corte.<br />

Entretanto, essa não é uma característica predominante na região em estudo, pois nesta<br />

predominam propriedades rurais com certa diversificação em atividades comerciais.<br />

Sobre os quadros de oferta e de demanda de carnes bovina, suína e de frango, é<br />

interessante enfatizar que, no período de 1999 a 2004, mesmo com a ligeira queda no<br />

consumo mundial de carne bovina, registrou-se diminuição da ordem de 10,1% nos estoques<br />

mundiais do produto, indicando, pelo menos a curto-prazo e a médio-prazo, a ocorrência de<br />

preços atraentes para os exportadores do produto. Por outro lado, em relação aos substitutos,<br />

também, no curto-prazo e no médi-prazo, não se vislumbram grandes pressões para provocar<br />

baixas nos preços da carne bovina, pois o estoque mundial de carne suína e de carne de<br />

frango, nos últimos anos, tem, respectivamente, aumentado e estabilizado (US<strong>DA</strong>, 2003).<br />

Na região de Guarapuava, dada a evolução técnica, tem-se verificada a expansão da<br />

produção de carne bovina diferenciada o que significa a obtenção de produtos substitutos da<br />

pecuária tradicional. Nesse sentido, propriedades rurais com alto nível tecnológico, de forma<br />

natural, tendem, especialmente no médio-prazo e no longo-prazo, a exercer influência sobre<br />

as mais tradicionais que, associadas com as crescentes exigências do mercado consumidor,<br />

para poder barganhar na venda da produção, precisam investir em tecnologias. Esse processo<br />

tem contribuído para a reconversão de muitos sistemas produtivos ou abandono, por parte de<br />

diversos produtores, da exploração da bovinocultura de corte.<br />

Para o macrossegmento industrialização, existem dois grandes grupos de produtos<br />

substitutos que exercem maior concorrência. O primeiro é formado pelo produto derivado do<br />

abates de bovinos, realizado em plantas industriais de outras regiões, que apresentam certa<br />

diferenciação nos cortes e na apresentação em relação aqueles ofertados pelos abatedores da<br />

região. No outro grupo, tem-se a carne suína e de frango que, em determinadas épocas, pelo<br />

fato de as plantas regionais que abatem bovinos, em geral, serem especializadas nesse abate,<br />

podem prejudicar o escoamento da produção e, conseqüentemente, o funcionamento dessas<br />

organizações. Assim, essas empresas que não têm condições de realizar investimentos em<br />

estratégias de marketing, ficam sujeitas a sofrer com as leis de mercado, onde simples<br />

mudanças na oferta e na demanda dos produtos substitutos podem ter grandes reflexos<br />

positivos ou negativos sobre a rentabilidade das mesmas, determinando a permanência ou a<br />

saída do setor.<br />

Analisando o macrossegmento comercialização, observa-se que a maior parte dos<br />

estabelecimentos não tem problemas com a concorrência de substitutos da carne bovina. Isso<br />

porque nessa comercialização atuam, principalmente, supermercados e açougues que, em<br />

geral, vendem além de produtos cárneos bovinos, produtos derivados dos abates de suínos e<br />

aves. Caso ocorram aumentos na demanda de substitutos da carne bovina que provocariam<br />

diminuição no consumo desse produto, os proprietários desses estabelecimentos comerciais<br />

não seriam muito prejudicados pois, em vez de vender um tipo de produto, estarão vendendo<br />

outros já disponíveis. Adicionalmente, para diminuir possíveis estoques de produtos<br />

substitutos, os comerciantes podem utilizar estratégias relacionadas com a redução dos preços<br />

dos mesmos aumentando as suas demandas e diminuindo o consumo de carne bovina.<br />

O conjunto dos aspectos relacionados com o comércio final de carnes na região faz<br />

com que os investimentos em marketing da carne bovina, em nível de estabelecimentos<br />

comerciais sejam relativamente baixos, prejudicando assim os demais macrossegmentos da<br />

cadeia produtiva desse produto.<br />

4.4. O poder de negociação dos fornecedores<br />

Ao se analisar os fornecedores de recursos produtivos para as organizações que<br />

formam o macrossegmento produção verifica-se que não têm poder de negociação suficiente<br />

para ameaçar a competitividade e o funcionamento da maioria dos sistemas de produção de<br />

carne bovina da região. Isso se deve aos seguintes aspectos:

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