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AAI - Avaliação Ambiental Integrada da Bacia do Rio Xingu

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7.5. Desflorestamento na <strong>Bacia</strong> <strong>do</strong> <strong>Xingu</strong>: uma<br />

Configuração Descritiva e sua Cenarização<br />

Tendencial<br />

A abor<strong>da</strong>gem <strong>da</strong> configuração descritiva tem por objetivo sinalizar os<br />

números relativos ao desflorestamento na <strong>Bacia</strong> <strong>do</strong> <strong>Xingu</strong>, com o que se<br />

pretende contribuir na corroboração de muitas análises e estu<strong>do</strong>s sobre o<br />

próprio processo de desflorestamento.<br />

Pontos notáveis:<br />

- A <strong>Bacia</strong> <strong>do</strong> <strong>Xingu</strong> tem concentra<strong>da</strong> grande parte de sua área em poucos<br />

municípios: cinco representam 58,5%% <strong>da</strong> sua área; dez, 72,4%; e<br />

quinze, 82,7%, com destaque para Altamira (31,3%) e São Félix <strong>do</strong> <strong>Xingu</strong><br />

(16,5%). As áreas de conservação (UCs) e Terras Indígenas (TIs)<br />

ocupam 57,8% <strong>do</strong> total <strong>da</strong> área <strong>da</strong> bacia, com destaque para os<br />

municípios de Altamira com 49,8% ocupa<strong>do</strong>s por essas uni<strong>da</strong>des, e São<br />

Félix <strong>do</strong> <strong>Xingu</strong> com 20,7%. É importante lembrar que os números<br />

referem-se ao município-bacia (apenas a parte <strong>do</strong> mesmo incluí<strong>da</strong> na<br />

bacia <strong>do</strong> rio <strong>Xingu</strong>).<br />

- Apresentou, no perío<strong>do</strong> 2000/2007, um incremento no desflorestamento<br />

<strong>da</strong> ordem 27.359 km2, partin<strong>do</strong> de 47.617 km2 em 2000 para 74.976 km2<br />

em 2007. Esse acréscimo representou cerca de 5,4% <strong>do</strong> total <strong>da</strong> área <strong>da</strong><br />

bacia, 6,7% de taxa anual de desflorestamento e 19,6% <strong>da</strong> área líqui<strong>da</strong><br />

disponível.Somente o município de São Félix <strong>do</strong> <strong>Xingu</strong> explicou cerca de<br />

23,1% <strong>do</strong> desflorestamento <strong>da</strong> bacia; Altamira, 10,7%; e Cumaru <strong>do</strong><br />

Norte, 8,2%, entre os de maior destaque. Os oito primeiros, com<br />

contribuições acima de 3%, foram responsáveis por 64,1% desse mesmo<br />

total,<br />

- Em se manten<strong>do</strong> a veloci<strong>da</strong>de de desflorestamento observa<strong>da</strong> no<br />

perío<strong>do</strong> 2000/2007, é de se esperar que a disponibili<strong>da</strong>de líqui<strong>da</strong> de áreas<br />

<strong>do</strong>s municípios, existente em 2007, seja exauri<strong>da</strong> em <strong>da</strong>tas diversas,<br />

consideran<strong>do</strong>-se a situação específica de ca<strong>da</strong> um deles.<br />

- Enquadra<strong>do</strong>s nessa perspectiva, mencionam-se como destaque para a<br />

exaustão nos próximos seis anos: São Felix <strong>do</strong> <strong>Xingu</strong>, Porto de Moz,<br />

Altamira, Brasil Novo, Vila Rica e Vitória <strong>do</strong> <strong>Xingu</strong>.<br />

- O caso de Altamira merece um comentário adicional. Embora seja o<br />

maior município <strong>da</strong> <strong>Bacia</strong> <strong>do</strong> <strong>Xingu</strong>, com uma enorme extensão de terras,<br />

cerca de 92% <strong>da</strong>s mesmas são constituí<strong>da</strong>s por Uni<strong>da</strong>des de<br />

Conservação e Terras Indígenas.Feitas as advertências sobre o alcance<br />

<strong>da</strong>s análises, e restringin<strong>do</strong> aos municípios de interesse mais imediato<br />

por conta <strong>da</strong> implantação de empreendimentos hidrelétricos, entende-se<br />

que Vitória <strong>do</strong> <strong>Xingu</strong> e Brasil Novo merecem uma atenção especial,<br />

exigin<strong>do</strong>-se em ambos os casos reduções nas veloci<strong>da</strong>des de<br />

desflorestamento observa<strong>da</strong>s no perío<strong>do</strong> 2000/2007, sob pena de<br />

exaustão no curto prazo. Convém, ain<strong>da</strong>, destacar o fato de São Félix <strong>do</strong><br />

<strong>Xingu</strong> apresentar uma taxa expressiva de desflorestamento.<br />

Cenarização<br />

Cenários Tendenciais 2015<br />

Processan<strong>do</strong>-se as informações disponibiliza<strong>da</strong>s para o perío<strong>do</strong><br />

2000/2007, sumarizam-se alguns pontos notáveis <strong>da</strong> projeção 2007/2015,<br />

o Cenário Tendencial 2015:<br />

A taxa efetiva de crescimento <strong>da</strong> área desmata<strong>da</strong> é de 4,11%.<br />

O incremento <strong>da</strong> área desfloresta<strong>da</strong> é de 23.800 km 2 .<br />

Em 2015, a área desmata<strong>da</strong> passa para 98.776 Km2, evoluin<strong>do</strong> de<br />

um valor inicial em 2007 de 74.976 Km 2 .<br />

Quanti<strong>da</strong>de expressiva de municípios encontra-se com o estoque de<br />

florestas disponíveis praticamente exauri<strong>do</strong>, como os de Altamira (3,3%),<br />

São Félix <strong>do</strong> <strong>Xingu</strong> (6,11%) e Ourilândia,<strong>do</strong> Norte (3,62%), entre outros..<br />

Em se consideran<strong>do</strong> 20% de área floresta<strong>da</strong> como o mínimo a ser<br />

preserva<strong>do</strong>, esses municípios já não se enquadram nessa situação, pois<br />

já ultrapassaram o limite de 80% de ocupação.<br />

Apresentam-se as projeções anuais de desflorestamento (Quadro<br />

7-1), bem como o Gráfico 7-1 , sobre a evolução <strong>da</strong> área<br />

desfloresta<strong>da</strong> na <strong>Bacia</strong> <strong>do</strong> <strong>Xingu</strong>, perío<strong>do</strong> 2000/2015, seguin<strong>do</strong> a<br />

tendência observa<strong>da</strong>.<br />

Quadro 7-7 Quadro Área Desfloresta<strong>da</strong> (km 2 )<br />

Ano 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007<br />

Área<br />

Desfloresta<strong>da</strong><br />

(km 2 )<br />

47.617 50.808 54.212 57.844 61.720 65.855 70.268 74.976<br />

Ano 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015<br />

Área<br />

Desfloresta<strong>da</strong><br />

(km 2 )<br />

77.605 80.326 83.142 86.057 89.075 92.198 95.430 98.776<br />

Gráfico 7-1 Evolução <strong>da</strong> área desmata<strong>da</strong> na <strong>Bacia</strong> <strong>do</strong> rio <strong>Xingu</strong><br />

2000/2015<br />

Área Desmata<strong>da</strong> (Km2)<br />

120.000<br />

100.000<br />

80.000<br />

60.000<br />

40.000<br />

20.000<br />

0<br />

2000<br />

Gráfico II.1 - Evolução <strong>da</strong> Área Desmata<strong>da</strong> na <strong>Bacia</strong> <strong>do</strong> <strong>Xingu</strong><br />

2000/2015<br />

2001<br />

2002<br />

2003<br />

2004<br />

2005<br />

2006<br />

É de se esperar que durante as obras <strong>do</strong> AHE Belo Monte, por<br />

conta <strong>do</strong> aumento <strong>da</strong> deman<strong>da</strong> por produtos <strong>da</strong> agropecuária e<br />

outros efeitos indiretos <strong>do</strong> empreendimento, haja algumas inflexões<br />

e/ou um deslocamento (maior declivi<strong>da</strong>de e/ou maior intercepto)<br />

ascendente na curva de desmatamento, significan<strong>do</strong> maior pressão<br />

pela ocupação <strong>da</strong>s terras como Vitória <strong>do</strong> <strong>Xingu</strong>.<br />

Enquanto uma sucessão e cumulativi<strong>da</strong>de de movimentos, o<br />

Cenário Tendencial 2025 deverá incorporar e refletir parte dessa<br />

situação. É o que se procura apresentar em segui<strong>da</strong>.<br />

Cenários Tendenciais 2025<br />

Pontos notáveis a serem destaca<strong>do</strong>s nos Cenários Tendencial<br />

2025:<br />

A taxa efetiva de crescimento <strong>da</strong> área desfloresta<strong>da</strong> é de<br />

3,15%, em vez de <strong>do</strong>s 4,11% preliminarmente assumi<strong>do</strong>s,<br />

devi<strong>do</strong> à redução de estoques florestais e <strong>do</strong> possível aumento<br />

de fiscalização.<br />

O incremento <strong>da</strong> área desfloresta<strong>da</strong> é de 49.153 km 2 .<br />

Em 2025, a área desmata<strong>da</strong> passa para 134.699 km2,<br />

evoluin<strong>do</strong> de um valor de referência em 2015 <strong>da</strong> ordem de<br />

98.776 km 2 .<br />

Os sete maiores municípios, com participações acima de 4%<br />

em termos <strong>da</strong> contribuição ao incremento <strong>da</strong> área desfloresta<strong>da</strong><br />

projeta<strong>da</strong> para 2025, correspondem a São Félix <strong>do</strong> <strong>Xingu</strong>,<br />

Altamira, Cumaru, Querência, Nova Ubiratã, Brasil Novo e<br />

Gaúcha <strong>do</strong> Norte. sinalizan<strong>do</strong>, mais uma vez, o direcionamento<br />

<strong>do</strong>s incrementos <strong>da</strong> ocupação.<br />

O Quadro 7-2 sumariza o total <strong>da</strong>s áreas desfloresta<strong>da</strong>s segun<strong>do</strong> os<br />

pressupostos a<strong>do</strong>ta<strong>do</strong>s para o perío<strong>do</strong> 2015/2025 e, no Gráfico 7-2,<br />

visualiza-se a evolução <strong>do</strong>s eventos ao longo <strong>do</strong>s anos.<br />

2007<br />

Ano<br />

2008<br />

2009<br />

2010<br />

2011<br />

2012<br />

2013<br />

2014<br />

2015<br />

ARCADIS Tetraplan 41

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