PERFIL DOS IDOSOS DO EXÉRCITO BRASILEIRO - Escola de ...

Figura 3 – Ônus global das doenças e contribuição por grupo de doenças em 1990 e em 2020 em países em desenvolvimento e em
países industrializados.
Fonte: IBGE, 2000.
Diante dessas mudanças, o perfil de saúde da população, ao invés de processos agudos que se resolvem
rapidamente por meio da cura ou do óbito, passou a ser predominantemente de doenças crônicas e suas
complicações, que implicam décadas de utilização dos serviços de saúde (FREITAS et al, 2006). Em nosso
país, essa transição não tem sido tão clara como em países industrializados e mesmo países latino americanos
vizinhos, pois tem ocorrido uma superposição entre doenças transmissíveis e doenças crônico degenerativas.
Diante do exposto, verificamos, ainda, que existe uma precariedade dos serviços assistenciais primários,
bem como uma escassez de serviços domiciliares, direcionando o primeiro atendimento aos grandes hospitais,
com doenças em estágio avançado que oneram o custo e diminuem a chance de um bom prognóstico (VERAS,
2003).
2.5.3 Envelhecimento ATIVO
Segundo a OMS, o envelhecimento ativo é o processo de otimização das oportunidades para a saúde, a
participação e a segurança, com o objetivo de melhorar a qualidade de vida à medida que as pessoas
envelhecem (OMS,2002).
A palavra “ativo” refere-se à participação contínua nas questões sociais, econômicas, culturais,
espirituais e civis, e não somente à capacidade de estar fisicamente ativo ou de fazer parte da força de trabalho.
As pessoas mais velhas que se aposentam e aquelas que apresentam alguma doença ou vivem com alguma
necessidade especial podem continuar a contribuir ativamente para seus familiares, companheiros, comunidades
e nações. O objetivo do envelhecimento ativo é aumentar a expectativa de uma vida saudável e a qualidade de
vida para todas as pessoas que estão envelhecendo, inclusive as que são frágeis, incapacitadas fisicamente, e
que requerem cuidados.
Ao contrário do que acontece com outras fases, o envelhecimento não possui um marcador
biofisiológico de seu início. É conceituado como um processo dinâmico e progressivo, no qual há modificações
morfológicas, funcionais, bioquímicas e psicológicas que determinam perda da capacidade de adaptação do
indivíduo ao meio ambiente, ocasionando maior vulnerabilidade e maior incidência de processos patológicos
que terminam por levá-lo à morte. Caracteriza-se, ainda, por redução da capacidade de adaptação homeostática
perante situações de sobrecarga funcional do organismo.
No Brasil, estudos indicam a prevalência de pelo menos uma condição crônica de saúde em cerca de
90% das populações estudadas, além da relação positiva entre idade e aumento da morbidade (CUPERTINO,
2007). Em um estudo realizado na cidade de Fortaleza, verificou – se uma prevalência de 93% de pelo menos
uma morbidade em uma amostra de idosos (COELHO FILHO, 1999).
2.5.4 Aspectos Epidemiológicos