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Jornal Appai Educar

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da, com áreas bastante arborizadas, em contradição com o Jardim<br />

Carioca, o Tauá ou o Cocotá, localidades com alta densidade demográfica<br />

criadas sem qualquer planejamento e com inúmeros problemas<br />

urbanos. Rafael Felipe salienta que até mesmo o microclima<br />

é diferenciado, devido à arborização ou mesmo pela sua ausência.<br />

“Não nos prendemos tanto às datas e personagens, mas ao processo<br />

de remodelar os espaços urbanos, que era segregacionista.<br />

Esse objetivo era tão intenso que os cortiços foram derrubados e,<br />

apesar de serem insalubres, as pessoas não tiveram outras opções<br />

de moradia. A mesma história se repete agora. “Vamos desabitar<br />

as encostas. O espaço vai ser transformado. E para onde vão levar<br />

as pessoas?”, questiona o professor.<br />

Segundo o professor Rafael Felipe, fazer a IV Semana de Ciências<br />

Sociais foi um desafio. “Falei com a Vera Lúcia: com a Semana, a<br />

gente arruma um problema e uma satisfação. É muito trabalhoso pela<br />

carga de leituras e pesquisas, que correm em paralelo às aulas; mas<br />

de grande satisfação por podermos ver o trabalho sendo desenvolvido”.<br />

Outro que primou pelo prazer de trocar informações foi a dupla<br />

de professores Mário, de Matemática, e Roberto José, de História, este<br />

último um estudioso da própria história de João Candido e a Revolta da<br />

Chibata, disse Vera Lúcia Carvalho, ao ressaltar que os dois mestres<br />

se igualaram pelo conhecimento. Um pelo conhecimento acadêmico e<br />

outro mais pela vivência e pelo interesse sociológico.<br />

Também tema emergente e recorrente é: “A questão judaica<br />

e palestina, se haveria uma convivência possível ou não”, tratado<br />

pelo professor Márcio Moreira. Pela abrangência do tema e para não<br />

suscitar pré-concepções errôneas, o docente optou por trabalhar em<br />

cima dos fatos. Até porque eles teriam a visita do senhor Aleksander<br />

Laks, da organização “O Sobrevivente”. Houve um desdobramento<br />

em sala durante duas ou três semanas. A receptividade foi tão grande<br />

que o professor se disse “sugado” pela profusão de perguntas e o<br />

manancial de informações que os estudantes levaram como dúvidas.<br />

O tema é pauta da mídia nacional e internacional, e os alunos<br />

comentaram que ficavam desinteressados por não entenderem do<br />

assunto. No extenso cardápio de informações constam Oriente Médio,<br />

política, preconceito, radicalismos extremos tanto da parte do<br />

Licud como do Hamas e Israel versus Hizbollah.<br />

Os professores<br />

se revezavam em<br />

diversas abordagens<br />

Mais do que matéria<br />

decorada que cai na<br />

prova, alunos e professores<br />

experienciam os melhores<br />

momentos dos pequenos<br />

“Nossos alunos do Ensino Médio têm muita curiosidade, mesmo<br />

para assuntos populares. Sem nenhuma pressão, eles procuravam<br />

informações para os debates. Eles demonstram uma capacidade<br />

crítica bastante aguçada”, afiançou Maria Masello. Ela lembrou que<br />

o próprio deslocamento dos alunos para a sala de reuniões onde<br />

aconteciam as palestras, em geral com professores que não eram os<br />

deles, já trazia um movimento de entusiasmo. Para o bom desempenho<br />

das atividades, todos os recursos tecnológicos disponíveis na<br />

escola foram liberados para uso dos docentes, como o datashow e o<br />

quadro interativo. O importante, segundo a diretora pedagógica, é<br />

que o trabalho não é apenas uma aula diferente, pois há toda uma<br />

circulação de ideias e comportamentos naquela semana.<br />

E é nesta perspectiva de conscientização que as turmas de 4º<br />

ano também participaram da IV Semana de Ciências Sociais. As professoras<br />

Cristiane Coelho e Mônica Vaillant desenvolveram o tema<br />

a partir de “O patinho feio: os contos infantis e o preconceito”. Elas<br />

trabalharam as noções de preconceito e exclusão e representaram<br />

o sentimento de alguém que chega a um novo lugar, o mesmo que<br />

ocorre com o patinho feio. As professoras confeccionaram máscaras<br />

e as crianças fizeram uma dobradura na qual escreveram alguma<br />

coisa relacionada ao preconceito. Segundo Maria Masello, a própria<br />

palavra “preconceito” em si quase não foi usada. Foi todo um<br />

trabalho de conscientização a partir da história do Patinho Feio.<br />

Usando as palavras dos Parâmetros Curriculares, de Competências<br />

e Habilidades, a diretora Masello lembrou o quanto é importante<br />

para o jovem de hoje a conscientização sobre valores, e<br />

finalizou afirmando que, em todos os projetos, uma das principais<br />

preocupações da equipe pedagógica é a construção do cidadão.<br />

Escola Modelar Cambaúba<br />

Rua Cambaúba, 101 – Jardim Guanabara – Ilha do Governador<br />

Rio de Janeiro/RJ<br />

CEP: 21940-005<br />

Tel.: (21) 2462-4818<br />

Diretora Pedagógica: Maria Masello Leta<br />

Fotos cedidas pela Escola<br />

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