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Supermercado Moderno

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www.sm.com.br<br />

Uma publicação<br />

do Grupo Lund<br />

ano 42<br />

nº 7<br />

julho 2011<br />

DOIS (BONS)<br />

PROGRAMAS<br />

DE FIDELIDADE<br />

COMO DECIDIR<br />

O MELHOR NÍVEL<br />

DE ESTOQUE<br />

MÍDIA DIGITAL<br />

A TV QUE FAZ<br />

DINHEIRO<br />

UNILEVER<br />

DEFINE MIX DE<br />

80 MIL LOJAS<br />

Consultamos quase 100 supermercadistas, que apontaram as melhores<br />

inovações dos últimos anos. Saiba quais são elas e (importante) conheça os<br />

critérios para definir o que realmente é novo e pode influenciar as vendas<br />

DESCARTE<br />

DE RESÍDUOS:<br />

SUA LOJA SERÁ<br />

RESPONSÁVEL


3 | <strong>Supermercado</strong> m o derno • julho 2011<br />

carta ao leitor<br />

Valdir Orsetti<br />

editor emérito<br />

valdir@lund.com.br<br />

TODOS QUEREM ACERTAR<br />

NO SORTIMENTO!<br />

SUPERMERCADO MODERNO<br />

Propriedade de Publicar Mídias Especializadas Ltda.<br />

presidência do Grupo<br />

Robert Macody Lund<br />

Publicar Mídias EsPEcializadas ltda<br />

diretoria<br />

Telefone (11) 3327-4504<br />

Diretor executivo Sergio L. A. da Veiga Oliveira<br />

Diretor Mauricio Pacheco<br />

eDitor emérito Valdir Orsetti<br />

conselho executivo<br />

Lauricéia Tavares Bernardino, Mário Nazar<br />

Mauricio Pacheco, Robert Macody Lund,<br />

Sergio L. A. da Veiga Oliveira<br />

redação<br />

Telefone (11) 3327-4514 / e-mail: redacaosm@lund.com.br<br />

eDitora executiva Sheila Hissa<br />

chefe De reportagem Alessandra Morita<br />

repórteres Adriana Silvestrini, Fernando Salles e Viviane Sousa<br />

estagiária Marcela Della Villa<br />

acertar o sortimento<br />

é questão de sobrevivência<br />

para super e<br />

hipermercados. Mas,<br />

a tarefa não é nada fácil. a cada<br />

ano aumenta o número de lançamentos,<br />

ao mesmo tempo que<br />

também cresce o total de produtos<br />

que saem de linha.<br />

incluir novos produtos no mix<br />

é bom para os negócios porque<br />

muitos ajudam a aumentar o faturamento<br />

das lojas. tanto que,<br />

segundo a Nielsen, 50% dos produtos<br />

lançados em 2010 apresentavam<br />

preços cerca de 10% superiores<br />

à média. além disso, quanto<br />

maior o poder aquisitivo dos consumidores,<br />

maior é a variedade e a<br />

sofisticação dos produtos adquiridos.<br />

entretanto, não há espaço suficiente<br />

nas prateleiras para testar<br />

todas as novidades.<br />

Com o objetivo de ajudar os<br />

varejistas a definirem o que entrar<br />

em suas prateleiras, SM anualmente<br />

disponibiliza seu exclusivo<br />

Guia Prático de Sortimento, tanto<br />

por via impressa quanto eletrônica.<br />

O primeiro volume ajuda a<br />

selecionar as categorias mais importantes;<br />

o segundo, a definir as<br />

marcas; e o terceiro, a contatar<br />

seus fornecedores.<br />

Como os consumidores querem<br />

produtos inovadores, SM aponta,<br />

Em 2010, foram<br />

lançados 15.813 produtos<br />

enquanto 12.100 foram<br />

descontinuados,<br />

dificultando a definição<br />

do sortimento<br />

nesta edição, os lançamentos dos<br />

últimos três anos que os supermercados<br />

consideram diferenciados.<br />

em comum, eles aumentaram<br />

vendas de suas categorias, abriram<br />

mercado para produtos de maior<br />

valor agregado e mudaram hábitos<br />

de consumo.<br />

a edição traz ainda a estratégia<br />

de Sortimento Ideal por loja<br />

da Unilever. Para nós, é importante<br />

receber seus comentários<br />

sobre esta revista pelo site www.<br />

sm.com.br, no Fale Conosco.<br />

colaboradores<br />

Diretor De arte e projeto gráfico Alberto Mateus<br />

Diagramação e proDução Crayon Editorial<br />

capa Blu Comunicação Integrada<br />

fotos João de Freitas<br />

conselho editorial<br />

Bruno Abrantes (Floresta), Carlos Fernandes (Walmart), Celso Furtado<br />

(Coop), Eduardo Adrião (GPA), Flavio Almeida (Villarreal), Gabriel Pedreira<br />

(Futurama), José Ricardo Scheurer (Sonda), Lucas Nassar (Mambo),<br />

Marcio do Valle (Coop), Rubens Kuriyama(Ricoy)<br />

ASSINATURA Sueli Simão (11) 3327-4522 • sueli@lund.com.br<br />

MARKETING ANUNCIANTE Camila Siqueira (11) 3327-4512<br />

• camila.siqueira@lund.com.br<br />

EvENToS Renata Franzini (11) 3327-4463 • renata.franzini@lund.com.br<br />

poRTAl SM Renato Fonseca (11) 3327-4511 • renato.fonseca@lund.com.br<br />

pUBlICIDADE<br />

Telefone (11) 3327-4516 / e-mail: supermercadomoderno@lund.com.br<br />

ApoIo A vENDAS Carla Morais (11) 3327-4505<br />

Gerentes de vendas<br />

Marcelo Luz e Silva (11) 3327-4507 • msilva@lund.com.br<br />

Gerentes de Contas<br />

Adriana Damião (11)3327-4570 • adriana.damiao@lund.com.br<br />

Alexandre Niccolai (11) 3327-4520 • aniccolai@lund.com.br<br />

Fernando Fernandes (11) 3327-4623 • fernando.fernandes@lund.com.br<br />

Vanda Maeda (11) 3327-4555 • vanda.maeda@lund.com.br<br />

REpRESENTANTES<br />

SÃO PAULO<br />

Ação Representação Com. S/C Ltda.: Rua Brigadeiro Tobias, 356,<br />

10º andar, sl. 104-C, 01032-901, São Paulo, SP. Tel./fax (11) 3313-1433.<br />

E-mail: vanderacao@terra.com.br<br />

RIO DE JANEIRO (RJ) e ESPÍRITO SANTO (ES)<br />

Grupo RioBrasil: Av. Dom Hélder Câmara, 10, 136/201, 21380-003,<br />

Rio de Janeiro, RJ. Tel. (21) 2599-8969.<br />

E-mail: riobrasil@gruporiobrasil.com.br<br />

CURITIBA (PR)<br />

Spala Marketing e Representações: R. Conselheiro Laurindo, 825, cjto 704, 80060-<br />

100, Curitiba, PR. Tel./fax (41) 3027-5565. E-mail: gilberto@spalamkt.com.br<br />

PORTO ALEGRE (RS)<br />

In Trade Comunicação Dirigida: Av. do Forte, 1.278, sala 406, V. Ipiranga, 91360-<br />

001, Porto Alegre, RS. Tel./fax (51) 3737-5177. E-mail:cesar.intrade@globo.com<br />

MINAS GERAIS (MG)<br />

SBF Representações Comunicação Propaganda e Marketing Ltda:<br />

Av. Getúlio Vargas, 1.300 - sala 1704 - Savassi - 30112-021, Belo Horizonte, MG.<br />

Tel. (31) 2125-2900. E-mail: sbfaria@sbfpublicidade.com.br<br />

ou cibelle@sbfpublicidade.com.br<br />

para obter informações e solicitar serviços<br />

Fax (11) 3228 - 9333 - Site www.sm.com.br<br />

<strong>Supermercado</strong> <strong>Moderno</strong>: R. Brigadeiro Tobias, 356, 3º andar, CEP 01032-901.<br />

São Paulo, SP. Tel. (11) 3327-4400. C. Postal 3349 - 01060-970.<br />

<strong>Supermercado</strong> <strong>Moderno</strong> é enviada mensalmente a executivos, proprietários, compradores,<br />

gerentes e encarregados das principais lojas de autosserviço, lojas de conveniência, atacados<br />

e cooperativas responsáveis por 80% do volume de vendas do setor. Gerente de Operações -<br />

Carlos Henrique Duarte (11) 3327- 4425. Coordenador de Produção - Denise Spedo Maciel (11)<br />

3327- 4569. Distribuição: Door To Door Logística e Distribuição Ltda. Não autorizamos pessoa<br />

alguma a oferecer assinaturas. Se for procurado por alguém, denuncie-o às autoridades.<br />

<strong>Supermercado</strong> <strong>Moderno</strong> não aceita matérias pagas no espaço editorial. Proibida reprodução<br />

total ou parcial sem autorização dos editores. Registro de Publicação assentado no cadastro<br />

da Divisão de Censura de Diversões Públicas, D.P.F., nº 275.P209/73. Impresso por Oceano<br />

Indústria Gráfica e Editora Ltda - Rua Osasco nº 644 - Cajamar/SP<br />

Este produto é<br />

impresso na Oceano,<br />

utilizamos papel com<br />

certificado FSC que<br />

garante o manejo<br />

florestal responsável.<br />

Trabalhamos<br />

comprometidos com<br />

o meio ambiente e<br />

temos uma ótima<br />

impressão do futuro.


ANO 42 | N º 7 • JULHO 2011<br />

19<br />

SORTIMENTO IDEAL<br />

Unilever define mix de<br />

80 mil lojas<br />

C A P A<br />

47<br />

Inovação<br />

na prateleira.<br />

O cliente<br />

agradece.<br />

87<br />

MÍDIA DIGITAL<br />

A TV que faz<br />

dinheiro<br />

33<br />

ESTOQUE<br />

Como definir o melhor<br />

nível para sua empresa<br />

CAPA<br />

INOVAÇÃO NA PRATELEIRA<br />

Supermercadistas apontam os produtos mais inovadores . . . . 47<br />

ESTRATÉGIA<br />

SORTIMENTO IDEAL<br />

Unilever define sortimento de 80 mil lojas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 19<br />

ESTOQUE<br />

Critérios para definir a quantidade correta de produtos . . . . . . . 33<br />

ENTREVISTA: HUGUES GODEFROY, DA SARA LEE<br />

Por que é tão difícil entregar o pedido certo ao varejo 65<br />

REDES SOCIAIS<br />

Pegue carona nas ações das indústrias . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .75<br />

LOJA<br />

MÍDIA DIGITAL<br />

Saiba mais sobre esse negócio e veja se interessa à sua loja . . 87<br />

PROGRAMA DE FIDELIDADE<br />

Coop e Pão de Açúcar conseguem bons resultados . . . . . . . . . . . . 97<br />

AS NOVIDADES EM EQUIPAMENTOS<br />

Expansão do setor incentivou lançamento de novas versões . . 105<br />

LEI DOS RESÍDUOS SÓLIDOS<br />

Setor terá de receber produtos descartados pelo cliente . . . . . . 113<br />

SEÇÕES<br />

CARTA AO LEITOR . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3<br />

SM RESPONDE . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 6<br />

VOCÊ . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11<br />

PORTAL SM . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 12<br />

PONTO DE VENDA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 14<br />

MEGAMERCADO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 62<br />

NOVOS PRODUTOS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 120<br />

CENAS DO VAREJO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 122


6 | <strong>Supermercado</strong> m oderno • julho 2011<br />

sm responde<br />

Faça Sua pergunta<br />

• viviane.sousa@lund.com.br<br />

• fone: (11) 3327-4648<br />

Disputa por mão de obra de deficientes está crescendo.<br />

Como evitar o turnover nesse grupo?<br />

edivaldo BarBoSa do naScimento, diretor administrativo, unicompra<br />

supermercado, arapiraca (al)<br />

Crescimento profissional mantém portadores de necessidades<br />

SM A lei que obriga a contratação de deficientes nas empresas completou<br />

20 anos em julho. O aumento da fiscalização e a crescente aceitação desse<br />

profissional pela sociedade têm feito a disputa por essa mão de obra aumentar.<br />

Disponibilidade de recursos para o trabalho e estímulo ao crescimento profissional<br />

são algumas formas de investir nesse colaborador.<br />

Para manter esses funcionários, alguns supermercados promovem<br />

treinamento diferenciado. A comunicação é uma das principais preocupações.<br />

E isso porque eles, assim como o restante da equipe, precisam conhecer os<br />

comandos da função que vão exercer e os objetivos da empresa. O varejista<br />

também pode procurar a ajuda de assistentes sociais para conscientizar as<br />

lideranças sobre a forma correta de lidar com os portadores de necessidades<br />

especiais. Outro ponto importante é que os colegas de trabalho conheçam os<br />

recursos necessários para esses profissionais desempenharem suas tarefas,<br />

a fim de ajudá-los. Com 11 lojas no interior de São Paulo, o Covabra conta em<br />

seu quadro com esse tipo de mão de obra. “Quando a rede chegou à cidade<br />

de Pirassununga, fizemos uma parceria com a Apae local. Os clientes nunca<br />

tinham visto o trabalho desses profissionais em nenhum outro estabelecimento<br />

da região. Com o contato, perceberam que são funcionários com o mesmo<br />

potencial e tão produtivos quanto qualquer pessoa”, relembra Cleonice Silva,<br />

gerente de recursos humanos. Vale a pena, portanto, investir neles.<br />

ErrAtA EDiçãO DE JunhO/2011:<br />

Actimel não é marca da Activia<br />

Ao contrário do que foi publicado na edição de junho, matéria “Leite fermentado, briga de<br />

gente grande”, Actimel não pertence ao “guarda-chuva” da marca Activia. As marcas e os<br />

produtos só têm em comum o fato de serem funcionais e produzidos pela Danone. Activia<br />

possui o bacilo específico chamado Danregularis, que ajuda a manter o intestino no ritmo. E<br />

o Actimel conta com o Lactobacillus Casei Defensis, que atua no equilíbrio da flora intestinal.


11 | <strong>Supermercado</strong> m oderno • julho 2011<br />

você<br />

Por<br />

VALORIZANDO O PROFISSIONAL DO VAREJO<br />

Adriana Silvestrini |<br />

adriana.santos@lund.com.br |<br />

Exposição criativa atrai clientes<br />

para o setor de perecíveis<br />

divulgação<br />

Um barco, um carro de boi<br />

e um fogão a lenha roubaram<br />

a cena no setor de<br />

perecíveis do Coopideal <strong>Supermercado</strong>,<br />

em Boituva, a 120 km de<br />

São Paulo. Além de chamar a atenção,<br />

o cenário trouxe crescimento<br />

de 10% nas vendas do setor e mais<br />

de 60% nos itens complementares.<br />

A loja é uma das sete do grupo, cuja<br />

matriz fica na cidade de Tietê.<br />

O que levou produtos de alto valor<br />

agregado, como bacalhau, vi-<br />

eliSeu Ferreira lima<br />

– encarregado de açougue do Coopideal<br />

Criatividade e iniciativa melhoraram a exposição e<br />

as vendas de itens como bacalhau, vinhos, queijos<br />

nhos, queijos e itens da feijoada a<br />

ganhar destaque no visual e no faturamento<br />

foi a criatividade de Eliseu<br />

Ferreira Lima, encarregado do<br />

açougue e autor das mudanças.<br />

Começou com uma inquietação.<br />

Ao ver diariamente os produtos no<br />

mesmo lugar, sem chamar a atenção,<br />

sentiu necessidade de melhorar<br />

a exposição em um espaço que agregasse<br />

valor e comodidade.<br />

A primeira criação foi um barco<br />

para mostrar o bacalhau na<br />

Quaresma. Deu tão certo, que a exposição<br />

ganhou espaço e novos temas<br />

para apresentar vinhos e queijos,<br />

que passaram a ser vistos dentro<br />

de um carro de boi. Perto do<br />

Dia das Mães, itens de feijoada ficaram<br />

à mostra num fogão a lenha.<br />

“O fogão e a carroça fizeram tanto<br />

sucesso que viraram exposição<br />

permanente. O barco é sazonal e<br />

voltará no Natal”, explica Eliseu. A<br />

montagem de todos os trabalhos<br />

reaproveita material da própria loja,<br />

sem custos extras. Para criar as<br />

mostras temáticas, Eliseu<br />

usou paletes de madeira,<br />

tijolos, madeirite e caixotes.<br />

“Estava tudo parado<br />

por lá, sem uso”, completa<br />

o dono da ideia, que por<br />

muitas vezes se colocou<br />

no lugar do consumidor. De acordo<br />

com Eliseu, alguns clientes procuravam<br />

os produtos, mas a exposição<br />

tímida atrapalhava. “Muitas<br />

vezes eu percebi que as pessoas não<br />

encontravam as mercadorias”,<br />

completa. Centralizá-las de uma<br />

maneira atrativa fez toda a diferença.<br />

Além de ganhar diversos elogios,<br />

o espaço criado transformou<br />

o Coopideal em mais um “ponto<br />

turístico” de Boituva.<br />

Sm


12 | SUPERMERCADO MODERNO • JULHO 2011<br />

Novas<br />

informações<br />

todos os dias<br />

no portal sm<br />

sm.com.br<br />

Com este código, você entra direto no site de SM. Basta acessar pelo celular<br />

o www.phdmobi.com, baixar o leitor de taggs, abrir o aplicativo e, com a câmera<br />

fotográfica do aparelho, mirar ou tirar foto da imagem.<br />

Notícias<br />

mais lidas<br />

Veja as reportagens mais<br />

acessadas em junho<br />

1 ª Consumidor que<br />

encontrar produto<br />

vencido na loja terá<br />

outro de graça<br />

2 ª “Preço baixo todo<br />

dia” faz cair vendas<br />

do Walmart<br />

3 ª Aquisição é questão<br />

de vida ou morte para<br />

Walmart crescer no Brasil<br />

4 ª Briga entre Casino e<br />

Diniz chega à Câmara de<br />

Comércio Internacional<br />

5 ª União entre Abilio Diniz<br />

e Casino pode estar por<br />

um fio<br />

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TWITTER<br />

Você pode se manter<br />

atualizado sobre o<br />

mercado varejista<br />

e ainda dar a sua<br />

opinião seguindo o<br />

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EDIÇÕES ANTERIORES<br />

Acompanhe o<br />

conteúdo completo das<br />

edições impressas de<br />

<strong>Supermercado</strong> <strong>Moderno</strong>.<br />

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ÁREAS LÍDERES<br />

EM CONSULTAS<br />

Conheça as cinco áreas do site<br />

que tiveram os maiores índices<br />

de acesso no mês passado.<br />

1 ª Últimas<br />

notícias<br />

2 ª Setor<br />

3 ª SM<br />

Responde<br />

4 ª Estratégia<br />

5 ª Novos<br />

produtos<br />

ENQUETE<br />

Você está preparado para<br />

atender as exigências da Lei<br />

de Resíduos Sólidos?<br />

Não 70%<br />

Sim 30%<br />

*Resultado final<br />

ÚLTIMAS NOTÍCIAS<br />

Encontre diariamente as<br />

informações mais relevantes<br />

envolvendo o autosserviço.<br />

O conteúdo está na página<br />

principal do site da SM.


14 | <strong>Supermercado</strong> m oderno • julho 2011<br />

ponto venda<br />

de<br />

divulgação<br />

De olho na Copa 2014, no Brasil, Extra<br />

contrata empresa do ex-jogador Ronaldo<br />

patrocinador da Seleção Brasileira de Futebol, o hipermercado Extra<br />

contratou a 9ine, empresa comandada pelo craque Ronaldo Nazário. O<br />

objetivo é criar uma estratégia de marketing esportivo para divulgar ações<br />

relacionadas ao futebol e à Copa do Mundo de 2014. O trabalho inclui<br />

campanhas associadas à seleção em seus produtos e serviços, além de<br />

ações que beneficiarão os clientes da bandeira do Grupo Pão de Açúcar. A parceria envolve todas as lojas do<br />

Extra no País, além de ações em redes sociais e na internet. Informações: www.extra.com.br pV<br />

novidade da 3M do Brasil Monitora teMperatura de itens refrigerados<br />

o recéM-lançado t-logger 30 (tl30) faz o monitoramento da temperatura<br />

entre -40°C e 80°C de modo prático e seguro, e é reutilizável por cerca de um<br />

ano. O monitor é ideal para uso na cadeia fria, que inclui pescados, lácteos,<br />

carnes e alimentos prontos, entre outros itens que necessitam de refrigeração<br />

constante. O produto monitora continuamente as variações de temperatura,<br />

o que garante, por exemplo, controle durante o transporte do centro de<br />

distribuição às lojas e do estoque à área de vendas. Informações: www.3m.com.br pV<br />

divulgação


| 15<br />

savegnago aBrirá Mais três<br />

lojas no interior paulista<br />

coM investiMento de cerca de r$ 15 Milhões,<br />

a Rede Savegnago iniciou a construção de<br />

sua primeira loja na cidade de Matão, que<br />

terá 1.980 m 2 de área de vendas. O novo<br />

supermercado - com inauguração prevista<br />

para o final de 2011 – seguirá o padrão das<br />

lojas da rede, oferecendo desde setores<br />

tradicionais, como padaria, rotisseria,<br />

açougue e hortifrútis até áreas especializadas<br />

em vinhos, destilados e queijos finos. A nova<br />

loja deve gerar cerca de 180 novos empregos<br />

e contará com 16 checkouts. Outras<br />

duas novas unidades da rede devem ser<br />

inauguradas nos próximos meses. A primeira<br />

será em São Carlos, onde as obras já foram<br />

iniciadas. A rede também adquiriu terreno<br />

para construir mais uma loja em Franca, mas<br />

ainda não há data para o início das obras.<br />

Informações: www.savegnago.com.br pV<br />

nova Balança de pesageM<br />

para o pequeno e Médio varejo é<br />

coMercializada coM preço 25% Menor<br />

a toledo do Brasil está<br />

lançando uma nova<br />

balança específica<br />

para o pequeno<br />

e médio varejo,<br />

com redução de<br />

preço de 25% em<br />

relação aos modelos<br />

anteriores. Denominado<br />

Prix 4 Uno, o equipamento apresenta<br />

algumas inovações que prometem agilizar o atendimento<br />

e reduzir os custos operacionais dos estabelecimentos.<br />

“O novo produto é compacto, apresenta design<br />

moderno e utiliza etiquetas de 40 mm de largura, em<br />

vez das tradicionais com 60 mm, o que proporciona uma<br />

economia de 30% com suprimentos”, garante João Paulo<br />

Nogueira, analista de produtos da Toledo.<br />

Informações: www.toledobrasil.com.br pV<br />

divulgação


19 Estratégia <strong>Supermercado</strong> moderno • julho 2011<br />

Por Fernando Salles | salles@lund.com.br<br />

Sortimento ideal<br />

Unilever define mix de<br />

80 mil pontos de venda<br />

desde 2008 a fabricante indica quais<br />

produtos são recomendados para o mix<br />

de cada perfil de loja, considerando<br />

espaço físico e comportamento dos<br />

clientes. Saiba como funciona e conheça<br />

as vantagens de dividir essa<br />

responsabilidade com a indústria.<br />

Com nove lojas em São Paulo, a<br />

rede de supermercados D’Avó<br />

percebeu há pouco mais de<br />

dois anos que precisava revisar<br />

os planogramas de exposição<br />

de algumas categorias<br />

de produtos. “Tínhamos um<br />

monte de itens e as lojas estavam uma bagunça”, reconhece<br />

Flávio Rocha de Avó, diretor comercial. “Era<br />

preciso ajustar o mix e garantir maior visibilidade aos<br />

itens mais importantes”, completa. O trabalho já tinha<br />

começado no momento em que, por uma feliz coincidência,<br />

a equipe da Unilever chegou com uma proposta<br />

para implementar um projeto novo, que prometia<br />

levar a cada loja o sortimento que melhor<br />

atende às necessidades do público.<br />

Um dos primeiros trabalhos<br />

realizados no D’Avó<br />

com o apoio da indústria<br />

teve como alvo os<br />

desodorantes. A rede<br />

comprava tantos SKUs<br />

da categoria que nem<br />

todos cabiam na gôndola:<br />

era preciso fazer um rodízio<br />

de itens na exposição!<br />

“Com isso, não conseguíamos<br />

fidelizar a clientela, pois muitos


20 | Estratégia | <strong>Supermercado</strong> m oderno • julho 2011<br />

Sortimento ideal<br />

redução de 15% no mix de desodorantes do D’Avó<br />

levou a uma alta de 100% nas vendas da categoria<br />

consumidores não substituíam o<br />

produto que faltava, e acabavam<br />

comprando em outra loja”, lembra<br />

o diretor comercial do D’Avó.<br />

Sob orientação da Unilever, o mix<br />

da categoria diminuiu 15%. “Com<br />

menos itens, dobramos as vendas”,<br />

comemora o diretor comercial.<br />

É comum o varejo<br />

perder espaço nas<br />

gôndolas com<br />

itens de baixo giro.<br />

A adequação do<br />

sortimento minimiza o<br />

problema.”<br />

AlexAndre mirAndA,<br />

unilever<br />

joão De freitAs<br />

A história do D’Avó é uma das<br />

experiências bem-sucedidas de um<br />

projeto desenvolvido pela Unilever<br />

em meados de 2008, após executivos<br />

de diversas áreas se reunirem para traçar estratégias<br />

para os próximos cinco anos. Dois dos assuntos<br />

das reuniões foram a evolução do varejo e as possíveis<br />

formas de a empresa atender melhor diferentes<br />

canais de venda. As discussões foram o primeiro<br />

passo para a empresa definir uma segmentação mais<br />

profunda de cada tipo de loja.<br />

Surgia então o Sortimento Ideal, na época um<br />

programa, hoje parte integrante das estratégias da<br />

companhia e realidade em 80 mil dos 400 mil pontos<br />

de venda atendidos pela Unilever no Brasil. A ideia<br />

consiste em oferecer aos varejistas um sortimento<br />

adequado às características e ao perfil do público de<br />

cada loja. Isso com um nível de especificação mais<br />

profundo do que o do gerenciamento por categorias,<br />

trabalho que a empresa realiza há mais tempo.<br />

Ajustes no mix<br />

Menos pode ser mais<br />

Para chegar a essa segmentação aprofundada, a<br />

fabricante deixou de lado classificações genéricas<br />

como “hipermercado” e “supermercado” para dividir<br />

o varejo em 17 subcanais, entre os quais lojas<br />

grandes de baixa renda, lojas pequenas de alta renda,<br />

entre outros. A lógica do sistema é reconhecer<br />

algo que muitas indústrias não admitem: nem todo<br />

o portfólio de produtos tem oportunidade de vendas<br />

em absolutamente todas as lojas.<br />

“Olhamos cada subcanal a partir da ótica do<br />

shopper”, resume Alexandre Miranda, diretor de<br />

trade marketing da empresa. Com esse olhar mais<br />

apurado, a Unilever observou que é muito comum<br />

o varejo perder espaço de gôndola com itens de<br />

baixo giro, ao mesmo tempo que SKUs importantes<br />

ficam de fora ou são subaproveitados. Exatamente<br />

como ocorreu no supermercado D’Avó.<br />

Desde o início da implantação do Sortimento<br />

Ideal, a Unilever vem adequando o mix do varejo


22 | Estratégia | <strong>Supermercado</strong> m oderno • julho 2011<br />

Sortimento ideal<br />

Considerando apenas os sabores líderes de venda,<br />

o aumento verificado foi ainda maior: 50%.<br />

CuidAdos Com o CAbelo<br />

exposição agradável e fundamentada<br />

14 itens de dove<br />

respondiam por<br />

50% do mercado.<br />

eles ganharam<br />

espaço e a marca<br />

cresceu 23%.<br />

Produtos para cabelo: exposição<br />

conforme a árvore de decisão facilita ao<br />

público encontrar o que procura<br />

em um movimento que considera<br />

o espaço físico disponível,<br />

o perfil do shopper, a árvore de<br />

decisão de compra e as vendas<br />

por canal. Mais do que isso, o<br />

acompanhamento próximo de<br />

cada subcanal influenciou alterações<br />

no próprio portfólio<br />

da empresa: eram 950 itens fabricados<br />

no início do processo,<br />

número que caiu para<br />

760 SKUs no final do<br />

ano passado.<br />

É o caso da categoria<br />

de bebida à base de<br />

soja. O portfólio tinha<br />

expandido tanto, que<br />

sacrificava a exposição<br />

dos itens mais<br />

importantes. Até que<br />

a empresa parou para analisar<br />

um levantamento interno e percebeu<br />

que apenas cinco sabores<br />

representavam 60% das vendas:<br />

laranja, uva, pêssego, abacaxi e<br />

maçã. Após cortar alguns itens<br />

excedentes, as vendas da empresa<br />

na categoria cresceram 40%.<br />

joão De freitAs<br />

Exemplo parecido aconteceu com os shampoos e<br />

pós-shampoos da marca Dove. Do portfólio de 60<br />

itens, pelo menos metade das vendas ficava concentrada<br />

em 14 SKUs. Na aplicação do Sortimento Ideal,<br />

esses itens principais ganharam mais espaço nas<br />

gôndolas. Em cinco meses, as lojas que aderiram<br />

venderam, em média, 15% mais. A marca Dove, especificamente,<br />

registrou aumento de 23%. Além do<br />

aperfeiçoamento, o resultado foi influenciado pelo<br />

relançamento da linha, que contou com o auxílio<br />

de uma intensa campanha de mídia.<br />

Para a rede D’Avó, os ganhos na seção de cuidados<br />

com o cabelo foram além da marca Dove. Do<br />

trabalho em parceria com a Unilever resultou não<br />

só um sortimento ajustado, mas uma gôndola que<br />

hoje reflete a árvore de decisão do shopper. Flávio<br />

Rocha de Avó explica que antes a organização<br />

partia do tipo de produto, como shampoo, condicionador<br />

e creme para tratamento. O problema é<br />

que a escolha de compra não é feita dessa forma.<br />

A solução foi agrupar as diferentes subcategorias<br />

dentro de cada tipo de tratamento. Na área destinada<br />

a cabelos oleosos, por exemplo, estão os<br />

shampoos, condicionadores e cremes destinados<br />

a esse tipo de cabelo. Só depois aparecem os itens<br />

para cabelo seco e assim por diante. “A organização<br />

anterior era confusa para o consumidor e<br />

também para o repositor. A mudança tornou mais<br />

fácil a reposição e, com os blocos de cores bem<br />

definidos, o visual do setor ficou mais agradável”,<br />

afirma o diretor comercial.<br />

Projeto-Piloto:<br />

Alternativa para testar a fórmula<br />

Esses bons resultados diminuem a resistência por<br />

parte do varejo a um sistema pelo qual a indústria


24 | Estratégia | <strong>Supermercado</strong> m o derno • julho 2011<br />

Sortimento ideal<br />

sugere o que a loja deve comprar, processo<br />

bem diferente do habitual. Por<br />

essa razão, uma estratégia da Unilever<br />

para evitar que os supermercados torçam<br />

o nariz para a ideia é realizar projetos-piloto.<br />

Foi a partir de um desses<br />

testes que o Sortimento Ideal chegou<br />

no ano passado ao Super Muffato,<br />

maior rede do autosserviço paranaense.<br />

“Temos um ótimo relacionamento<br />

profissional com a Unilever e aceitamos<br />

fazer esses ajustes de sortimento<br />

em algumas categorias de produtos,<br />

visando sempre à redução da ruptura,<br />

ao aumento da lucratividade e também<br />

à melhora na experiência de compra do<br />

shopper”, comenta Adilson Corrêa, gerente comercial<br />

do supermercado Muffato.<br />

Na rede paranaense, o Sortimento Ideal foi<br />

realizado em bebida à base de soja, shampoos,<br />

condicionadores, desodorantes e também em<br />

algumas categorias do setor de limpeza, sempre<br />

com aumento de vendas superior a 6%. Entre<br />

os resultados, houve ainda diminuição de<br />

ruptura nos SKUs com mais volume de vendas,<br />

o que elevou o giro. Outro ganho relatado tem<br />

relação com o estoque. “Passamos a ter um sortimento<br />

mais adequado e, como consequência,<br />

o valor do estoque mais ajustado, melhorando<br />

assim nosso fluxo de caixa”, afirma Adilson.<br />

o esforço da indústria para contribuir na definição do sortimento no varejo tem a<br />

ver com a segmentação de compras do consumidor em vários canais<br />

joão De freitAs<br />

sortimento ideal<br />

privilegia exposição dos<br />

principais sabores de<br />

Ades, responsáveis por<br />

60% das vendas<br />

Uma resistência inicial do varejo é encarada<br />

com naturalidade. Aliás, a Unilever enfrentou<br />

esse problema até internamente, já que nem todos<br />

os vendedores entendiam que era possível<br />

vender mais apesar da retirada de alguns itens<br />

do portfólio disponível a cada cliente. Foi preciso<br />

treinar a equipe para levar adiante o novo sistema.<br />

Hoje, além das metas de venda, a remuneração<br />

variável dos vendedores depende também<br />

da implantação do Sortimento Ideal<br />

Para Ari Kertesz, sócio da consultoria internacional<br />

McKinsey, o trabalho realizado<br />

por fabricantes para chegar ao sortimento<br />

mais adequado a cada perfil de loja está alinhado<br />

com as mudanças no comportamento<br />

de compra, intensificadas nos últimos anos.<br />

Ele lembra que, cada vez mais, o consumidor<br />

segmenta a compra a partir de intenções diferentes.<br />

Ou seja, busca em locais distintos<br />

diferentes produtos. Segundo<br />

Kertesz, definir um sortimento sem<br />

considerar as preferências do público<br />

significa ter na gôndola itens de


26 | Estratégia | <strong>Supermercado</strong> m oderno • julho 2011<br />

Sortimento ideal<br />

indisponível<br />

para duas lojas<br />

do Futurama, os<br />

potinhos de<br />

caldo Knorr<br />

eram solicitados<br />

pelos clientes, o<br />

que motivou a<br />

unilever a rever<br />

o programa para<br />

a rede<br />

giro baixo ocupando o lugar daqueles<br />

que venderiam bastante<br />

se lá estivessem.<br />

nAs lojAs PequenAs,<br />

Mais benefícios para o melhor mix<br />

Segundo o sócio da McKinsey, o<br />

sistema é válido para todo o varejo,<br />

porém ainda mais importante<br />

nos pequenos e médios. “Para o<br />

de menor porte, cada erro gera<br />

um impacto bem maior. Se uma<br />

loja tem espaço para cinco sabores<br />

de suco e expõe dois que não<br />

vendem bem, quase metade da<br />

gôndola fica ociosa”, lembra. Em<br />

sua experiência profissional, Kertesz<br />

afirma já ter trabalhado com<br />

varejistas que compravam 400<br />

SKUs de segmentos em que poderiam<br />

ter, no máximo, 130.<br />

Um bom trabalho em conjunto<br />

com a indústria tende a<br />

evitar erros desse tipo. Uma vez<br />

implantado, porém, o problema<br />

não está resolvido por completo. É<br />

importante fazer revisões e ajustar<br />

o processo constantemente. Uma<br />

das ocasiões em que isso deve ser<br />

feito é no momento em que a indústria<br />

parceira apresenta um lançamento.<br />

Segundo Kertesz, o processo<br />

ideal seria o varejo destinar<br />

uma parte da gôndola à exposição<br />

de inovações, entre outras razões<br />

porque a presença nos pontos de<br />

venda incentiva a experimentação.<br />

Como na prática a maioria<br />

das empresas do setor não consegue fazer isso, o<br />

consultor explica que o processo natural deve ser<br />

a inclusão da novidade em substituição a um item<br />

retirado do mix. Em alguns casos, no entanto, a<br />

escolha pode ser simplesmente descartar a novidade.<br />

“Quanto mais SKUs, mais complexo é o sortimento.<br />

E nem tudo vende”, ressalta.<br />

Mesmo quando não há novidades, as revisões<br />

precisam ser feitas. “O ideal é rever o processo a<br />

cada três meses ou, no máximo, seis”, afirma o sócio<br />

da McKinsey. Na rede Futurama, nove lojas em São<br />

Paulo, foi preciso rever uma das definições do programa<br />

da Unilever. Gabriel Habka Pedroso, supervisor<br />

comercial, lembra que, na recomendação da<br />

joão De freitAs<br />

Com a indústria sugerindo o mix, a briga por preço nas<br />

negociações dará lugar a discussões mais estratégicas<br />

indústria, duas lojas não se enquadravam<br />

no perfil de público<br />

dos potinhos de caldo Knorr,<br />

lançados com comerciais na<br />

TV em que eram indicados pelo chef Alex Atala.<br />

Os consumidores das duas unidades, a maioria da<br />

classe C, passaram a reclamar da ausência do produto.<br />

“Tentávamos pedir, mas o vendedor sequer<br />

tinha o item cadastrado no Palmtop”, lembra. Segundo<br />

Pedroso, ao ouvir a reclamação, a primeira<br />

orientação da Unilever foi para a rede repassar parte<br />

do produto destinado a outras lojas para as duas<br />

unidades que não recebiam diretamente, o que não<br />

era a solução ideal. “Dois ou três meses depois, eles


28 | Estratégia | <strong>Supermercado</strong> m oderno • julho 2011<br />

Sortimento ideal<br />

revisaram a estratégia e passamos<br />

a comprar direto para todas as<br />

nossas lojas”, afirma o supervisor<br />

comercial da rede Futurama.<br />

Apesar do problema inicial,<br />

Pedroso avalia como positiva<br />

a parceria com a Unilever. De<br />

acordo com ele, hoje as lojas do<br />

Futurama aproveitam melhor<br />

o espaço de exposição, contam<br />

com comunicação visual que<br />

ajuda na organização das gôndolas,<br />

além de promotores da<br />

Unilever que oferecem apoio até<br />

por volta das 17 horas. “Sem o<br />

trabalho conjunto, dificilmente<br />

conseguiríamos todo esse suporte”,<br />

afirma o executivo.<br />

diFerentes FormAtos<br />

Parceria garante clusterização<br />

em projetos como o sortimento compartilhado com o<br />

fabricante, o ideal é testar o modelo por um período<br />

EntEnda o sistEma da UnilEvEr<br />

Como funCiona<br />

A Unilever sugere os produtos de seu portfólio mais<br />

indicados para integrar o sortimento de cada loja. A<br />

definição considera fatores como perfil do shopper, espaço<br />

físico da loja e árvore de decisão da categoria.<br />

onde foi implantado<br />

O sistema já é realidade em 80 mil pontos de venda,<br />

divididos em 17 subcanais de acordo com suas características<br />

Vantagens para o Varejo<br />

Melhor aproveitamento do espaço de exposição, aumento<br />

de giro, diminuição da ruptura e do estoque parado estão<br />

entre os principais benefícios do sistema para os super e<br />

hipermercados. Outra vantagem é a possibilidade de tornar<br />

as discussões com a indústria mais estratégicas.<br />

prinCipais desafios<br />

A implantação depende de uma mudança de cultura na<br />

área comercial das empresas, já que o fabricante deixa de<br />

figurar no lado oposto da batalha comercial para se tornar<br />

um parceiro. O processo também exige revisões constantes,<br />

a cada três meses ou, no máximo, seis.<br />

Para Kertesz, da McKinsey, outra vantagem desse<br />

tipo de experiência é assegurar diferenciação no<br />

mix das redes que atuam com diversos formatos<br />

de loja. O trabalho com o sortimento recomendado<br />

pode ser feito, inclusive, por meio de distribuidores,<br />

desde que sejam bem treinados para atuar<br />

nesse sistema. Nas negociações, a tendência é que a<br />

velha briga por preço dê lugar a discussões mais estratégicas.<br />

Também pode significar o fim da prática<br />

da indústria de, no final do mês, empurrar produtos<br />

em promoção para fechar metas, deixando nos<br />

estoques do varejo verdadeiros “micos”.<br />

Apesar dos benefícios relatados, o sistema não<br />

é unanimidade no varejo. Com a condição de não<br />

ter seu nome revelado, o diretor comercial de uma<br />

rede atendida pela Unilever afirmou<br />

não ser simpático à ideia de<br />

o fabricante apontar o que deve<br />

ser adquirido. “Entendo essa<br />

postura mais como uma imposição”, afirma. “Na<br />

versão aerossol do desodorante Axe, a Unilever nos<br />

dá poucas opções de fragrância, enquanto as farmácias<br />

contam com diversas variantes. Quero que<br />

meu cliente tenha opção de escolha”, completa.<br />

Cabe a você avaliar se o sistema se aplica à sua<br />

loja. Vale dizer que a sugestão de mix pela indústria<br />

começa a se tornar mais comum. Segundo varejistas<br />

e consultores, a prática já é adotada por outras<br />

companhias, como Procter & Gamble e Colgate-<br />

Palmolive. Quando esses ou outros fornecedores<br />

sugerirem a implantação no seu supermercado, a<br />

melhor saída pode ser testar os resultados por um<br />

determinado período. Dessa forma, você terá certeza<br />

se o modelo deve ser aceito, ajustado ou mesmo<br />

descartado, dependendo das dificuldades. Sm<br />

Mais i nforM ações:<br />

D’avó: www.davo.com.br<br />

futurama: www.superfuturama.com.br<br />

McKinsey: (11) 5189-1400<br />

super Muffato: www.supermuffato.com.br<br />

Unilever: www.unilever.com.br


33 Estratégia SupermerC ado m oderno • julho 2011<br />

Por Alessandra Morita | amorita@lund.com.br<br />

Como definir<br />

estoques<br />

Calcular o nível de estoque ideal para cada seção do supermercado<br />

é uma tarefa que tira o sono de 103 supermercadistas, de várias regiões<br />

do País, consultados por SM em sondagem. A maioria deseja diminuir<br />

a cobertura de vendas atual. Se esse também<br />

é o seu desejo, acompanhe esta reportagem.<br />

Quando o assunto é o<br />

nível de estoque, não<br />

existe uma verdade absoluta.<br />

Um supermercado<br />

no Norte do País,<br />

onde há maior dificuldade<br />

de abastecimento,<br />

naturalmente opera com volume de armazenagem<br />

muito superior ao de outro que atua no Sudeste. E<br />

as diferenças continuam em cada Estado e cidade.<br />

Mas uma coisa é certa. Os supermercadistas<br />

não estão totalmente satisfeitos com os estoques<br />

atuais. É o que comprova sondagem feita por <strong>Supermercado</strong><br />

<strong>Moderno</strong> com 103 varejistas de todo o<br />

País. Quando indagados sobre as seções nas quais<br />

gostariam de reduzir o nível de produtos armazenados,<br />

todas foram apontadas, sem exceção. O<br />

menor percentual coube a FLV, citada por 19,4%<br />

de respondentes, e o maior ficou com higiene e


34 | Estratégia | SupermerC ado m oderno • julho 2011<br />

eStoque<br />

Conheça o nível de estoque<br />

pratiCado pelo setor<br />

Seção<br />

eStoque<br />

em loja<br />

(em diaS de<br />

vendaS)<br />

eStoque<br />

em Cd<br />

(em diaS de<br />

venda)<br />

eStoque<br />

médio<br />

Hortifrútis 2 4 3<br />

Açougue 4 6 5<br />

Perecíveis lácteos 8 9 8,5<br />

Perecíveis congelados/<br />

resfriados<br />

9 10 9,5<br />

Mercearia alto giro 10 16 13<br />

Bebidas 11 15 13<br />

Mercearia doce 14 18 16<br />

Matinais 14 18 16<br />

Limpeza 15 20 17,5<br />

Higiene e beleza 16 22 19<br />

Descartáveis 19 23 21<br />

Bazar 27 38 32,5<br />

Eletroeletrônicos 30 41 35,5<br />

Eletrodomésticos 42 36 39<br />

Fonte: Sondagem Sm<br />

veja as seções em que os supermerCados<br />

querem reduzir estoques<br />

Seção<br />

quer reduzir<br />

eStoque (em %<br />

reSpondenteS)<br />

quanto<br />

quer reduzir (em<br />

diaS de eStoque)<br />

Higiene e beleza 57,3 17<br />

Limpeza 56,3 15<br />

Mercearia alto giro 40,8 11<br />

Bazar 40,8 11<br />

Mercearia doce 38,8 15<br />

Descartáveis 37,9 19<br />

Matinais 33,0 14<br />

Perecíveis congelados/<br />

resfriados<br />

31,1 8<br />

Bebidas 30,1 11<br />

Perecíveis lácteos 26,2 6<br />

Açougue 25,2 4<br />

Eletroeletrônicos 24,3 33<br />

Eletrodomésticos 23,2 29<br />

Hortifrútis 19,4 2<br />

Fonte: Sondagem Sm<br />

beleza, mencionada por 57,3%<br />

dos varejistas. Mas nem sempre<br />

diminuir o estoque é a melhor<br />

solução. O segredo é definir o nível<br />

de estoque ideal para cada negócio.<br />

E a resposta para isso está<br />

na análise de uma série de informações<br />

que, em sua maioria, estão<br />

dentro de casa.<br />

o supermercadista precisa relacionar todas<br />

as despesas com estoques abarrotados, para<br />

entender, de fato, o tamanho do prejuízo<br />

Embora exista uma clara intenção<br />

de diminuir a quantidade<br />

de produtos estocados, alguns<br />

fatores dificultam essa redução.<br />

“O supermercadista brasileiro<br />

tem um grande medo de ruptura,<br />

e com razão, por isso acaba trabalhando<br />

com uma cobertura de<br />

estoque – número de dias de vendas – alta”, afirma<br />

Eduardo Santos, executivo sênior para a área<br />

de varejo da Accenture. O problema é que o custo<br />

de manter estoque parado pode ser alto tanto financeiramente<br />

quanto operacionalmente. Afinal,<br />

à medida que aumenta a quantidade de produtos<br />

armazenados em depósitos, cresce o risco de perdas<br />

com embalagens estragadas e prazo de validade<br />

vencido. “O comportamento do varejista é interessante,<br />

porque ele não tem tanto receio da<br />

quebra quanto tem da falta de produtos”,<br />

comenta o especialista.<br />

Essa é uma cultura forte entre os empresários<br />

do setor. Por isso, deve-se relacionar<br />

todas as despesas que estoques<br />

abarrotados podem trazer ao negócio a fim de entender<br />

os prejuízos dessa prática. “Enquanto o supermercadista<br />

não tem noção do dinheiro que perde<br />

em ‘carregar’ estoque, ele não sente realmente a<br />

necessidade de encontrar formas de reduzir os níveis<br />

de mercadoria”, afirma Alexandre Ribeiro, sócio<br />

da consultoria R-Dias. Uma despesa raramente<br />

considerada é a quantidade de pessoas envolvi-


36 | Estratégia | SupermerC ado m oderno • julho 2011<br />

eStoque<br />

joão de FreitaS<br />

das no manuseio de<br />

mercadorias. Quanto<br />

mais produtos, mais<br />

funcionários são necessários<br />

para executar<br />

as tarefas de<br />

recebimento e movimentação<br />

de mercadorias<br />

nos centros de<br />

distribuição e nos depósitos, além<br />

de reposição nas prateleiras.<br />

Informações confIáveIs<br />

Segredo para definir níveis de estoques<br />

Um passo anterior ao de diminuir<br />

estoques é saber se a cobertura<br />

está adequada às necessidades do<br />

supermercado. Para isso, uma série<br />

de indicadores precisa ser analisada.<br />

De acordo com os consultores,<br />

o principal cuidado é trabalhar<br />

com informações confiáveis.<br />

Números errados podem apontar<br />

o primeiro dado a ser<br />

levantado pelo varejo<br />

é o nível de produtos<br />

(em dias de vendas)<br />

por departamento e<br />

por categoria<br />

“Bom nível de<br />

estoque depende<br />

de inventários<br />

periódicos,” diz<br />

eduardo santos,<br />

executivo da<br />

accenture<br />

diagnósticos igualmente incorretos.<br />

Obviamente, o primeiro<br />

dado a ser levantado é o atual<br />

nível de mercadorias (em dias<br />

de vendas) por departamento<br />

e, depois, por categoria para saber<br />

onde estão os maiores e os<br />

menores patamares de estoque.<br />

“Para garantir a acuracidade<br />

das informações nessa fase, é importante contar<br />

com um processo de inventário físico realizado periodicamente”,<br />

alerta Santos, da Accenture.<br />

Outro ponto a ser avaliado é a logística de abastecimento.<br />

Santos aponta aspectos como a frequência<br />

de entrega dos fornecedores (no CD ou na loja),<br />

os gargalos para reduzir o período de recebimento,<br />

o tempo necessário para reabastecer as unidades<br />

(no caso de mercadorias que saem de CDs), e<br />

a qualidade da entrega feita pelos fabricantes – ou<br />

seja, se entregam tudo o que é pedido ou quanto<br />

normalmente falta de mercadoria. Também deve<br />

ser considerada a região onde a rede está localizada,<br />

as dificuldades e o tempo necessário para os<br />

produtos chegarem até ela. Em cima desses dados<br />

existe um raciocínio básico. “Se o fornecedor faz<br />

entregas a cada 5 dias e o estoque cobre 10 dias<br />

de vendas, significa que esse nível, a princípio,<br />

pode ser reduzido para 5 dias de estoque,<br />

igualando-se à periodicidade de recebimento<br />

da indústria. Se o fornecedor costuma<br />

atrasar um dia os pedidos, é preciso<br />

acrescentar mais um dia de venda<br />

– margem de segurança – à quantidade<br />

de produtos armazenados. Nesse caso, o<br />

patamar subiria para 6 dias de estoque”,<br />

explica o executivo da Accenture.<br />

É claro que todas essas análises podem<br />

ir por água abaixo se o supermercadista<br />

não tiver ferramentas para calcular<br />

a quantidade correta de mercadorias<br />

vendidas em suas lojas. Essa definição<br />

parte das vendas diárias e precisa ter<br />

como base um histórico de longo prazo,


38 | Estratégia | SupermerC ado m oderno • julho 2011<br />

eStoque<br />

pereCíveiS: menoS problemaS do que pareCe<br />

A<br />

lvo constante de programas de prevenção de perdas, o<br />

setor de perecíveis apresenta o melhor nível de estoque,<br />

segundo o levantamento de SM. Entre os supermercados que<br />

participaram do estudo, a média de cobertura é de 3 dias,<br />

um índice aceitável para o especialista em varejo Alexandre<br />

Ribeiro, da R-Dias Consultoria. “Acima disso, começa a ser<br />

preocupante e deve-se analisar a situação para corrigir o<br />

problema”, argumenta. Mas há empresas que atingem índices<br />

ainda melhores. A rede Dovale, da capital paulista, conta com<br />

reposição dos produtos quatro vezes na semana, o que significa<br />

um giro de um pouco menos de dois dias. “Nos congelados<br />

e nos frios, conseguimos operar com 7 dias”, conta Raul do<br />

Vale, diretor comercial. O índice é melhor do que o revelado<br />

pelos respondentes da sondagem. Segundo eles, o estoque de<br />

congelados e resfriados gira em média em 9,5 dias.<br />

ou seja, de ao menos dois anos.<br />

Para calcular a demanda de forma<br />

mais precisa, as empresas têm<br />

adotado cada vez mais softwares<br />

Para reduzir compras de oportunidade e,<br />

assim, controlar o estoque, a rede dovale<br />

definiu verbas semanais para compradores<br />

de gestão. Portanto, é de se imaginar<br />

que a automatização desse<br />

processo diminui os riscos de<br />

ruptura e, ao mesmo tempo, indica<br />

um volume de estoques que<br />

reduz os níveis de perdas. Isso de<br />

joão de FreitaS<br />

fato aconteceria se não fosse uma prática comum:<br />

compras de oportunidades.<br />

compras de oportunIdade<br />

histórico de vendas contaminado<br />

Elas se caracterizam por aqueles negócios em que<br />

o fornecedor concede um desconto muito sedutor,<br />

porém amarrado à aquisição de um volume<br />

alto, que, muitas vezes, supera a necessidade do<br />

supermercado. Nesse caso, o histórico de vendas<br />

fica contaminado, o que influencia o cálculo do<br />

giro diário. Explica-se: para escoar a quantidade<br />

excedente, são realizadas promoções nas lojas com<br />

as mercadorias envolvidas na negociação. Com<br />

isso, há um incremento das vendas em função da<br />

redução de preço, o que é ‘percebido’ pelo sistema<br />

de gestão. Ele automaticamente recalcula a quantidade<br />

diária de consumo para cima, o que também<br />

eleva a sugestão de compra enviada à área comercial.<br />

Se não houver um acompanhamento rígido,<br />

corre-se o risco de continuar adquirindo volumes<br />

superiores. Evidentemente, com a queda nas<br />

vendas em função de preços maiores nas lojas, o<br />

software faz uma readaptação do volume de compras.<br />

Como isso demora ainda algumas rodadas<br />

de negociação, os estoques podem ficar elevados<br />

por um tempo relativamente longo.<br />

Para manter as compras de oportunidade sob<br />

controle, a rede Dovale estabelece verbas semanais<br />

para cada comprador em vez de mensais, como<br />

normalmente acontece. Assim, não corre o<br />

risco de chegar no fim do mês sem recursos<br />

para produtos importantes que estão com<br />

estoque baixo, ao mesmo tempo que a área<br />

comercial é levada a avaliar com critério<br />

se aquela negociação realmente compensa.<br />

“Outro motivo pelo qual trabalhamos assim é<br />

não termos um impacto negativo em nosso fluxo<br />

de caixa”, afirma Raul do Vale, diretor comercial da<br />

empresa, com 5 lojas na capital paulista. Em 2010,<br />

a rede faturou R$ 89 milhões e registrou alta real de<br />

20,2% em relação ao desempenho de 2009.


40 | Estratégia | SupermerCado moderno • julho 2011<br />

eStoque<br />

fLuXo de caIXa<br />

adaptação ao volume de compras<br />

o varejista deve<br />

definir o estoque a<br />

partir do histórico de<br />

entrega do fornecedor e<br />

acrescentar margem de<br />

segurança proporcional<br />

ao atraso”<br />

ALEXANDRE RIBEIRO, R-DIAS CONSULTORIA<br />

joão de FreitaS<br />

Sobre a SondaGem de Sm<br />

O<br />

levantamento foi realizado por meio de questionário<br />

respondido na internet. Participaram da sondagem 103<br />

supermercadistas, sendo 51,3% proprietários e diretores de<br />

empresas do setor, a maioria da região Sudeste e com lojas<br />

acima de 10 checkouts.<br />

Quem também lembra a importância<br />

da tesouraria no processo<br />

de compras e, portanto, na definição<br />

de estoques, é Alexandre<br />

Ribeiro, da R-Dias. Nesse caso, é<br />

preciso avaliar conjuntamente a<br />

frequência de entrega dos fornecedores,<br />

o prazo de pagamento<br />

dos pedidos e a cobertura de estoques<br />

atual. O sócio da consultoria dá um exemplo:<br />

se o pedido de um produto gira em uma semana e a<br />

duplicata vence em 21 dias, o supermercadista tem<br />

14 dias para trabalhar o dinheiro do fornecedor<br />

até a quitação da fatura. Essa já é uma vantagem<br />

financeira significativa. Mas, se o fabricante entrega<br />

o produto a cada três dias, os benefícios podem<br />

ser ampliados com um ajuste do estoque. Caso o<br />

varejista reduza a quantidade estocada para 4 dias<br />

de vendas, acompanhando a frequência de 3 dias<br />

da indústria e incluindo mais um dia como margem<br />

de segurança para imprevistos, terá um saldo<br />

maior de tempo para aplicar os recursos obtidos<br />

com a venda: 18 dias em vez de 14. “Esse tipo de<br />

ganho é importante porque pode ajudar o supermercadista<br />

naquelas categorias de baixa rotatividade,<br />

normalmente as da curva C, nas quais o pagamento<br />

ao fornecedor é feito antes de a mercadoria<br />

ser vendida”, explica Ribeiro.<br />

O departamento mais indicado para iniciar as<br />

análises e identificar o melhor nível de estoque é<br />

a mercearia de alto giro. E por uma razão muito<br />

simples: nela encontram-se os produtos que se<br />

‘transformam’ mais rápido em dinheiro vivo para<br />

o autosserviço. Os supermercadistas estão cientes<br />

disso. Segundo a sondagem realizada por SM,<br />

40,8% dos respondentes gostariam de reduzir o<br />

nível atual. Ainda conforme o levantamento, eles<br />

trabalham na seção com 13 dias de estoque, em<br />

média – 10 dias em loja e 16 no CD –, mas prefeririam<br />

baixar dois dias.<br />

O principal gargalo identificado pela sondagem,<br />

no entanto, foram as seções de higiene e beleza e<br />

limpeza: 57,3% e 56,3% dos participantes do estudo,<br />

respectivamente, almejam reduzir a cobertura des-


42 | Estratégia | SupermerC ado m oderno • julho 2011<br />

eStoque<br />

Fonte: ConSultoreS<br />

1<br />

2<br />

3<br />

4<br />

5<br />

6<br />

7<br />

7 paSSoS para operar Com eStoqueS<br />

na medida Certa<br />

Em primeiro lugar, é preciso ter dados precisos sobre<br />

o nível de estoques por categorias e o tempo que<br />

demoram para girar. Quanto mais detalhes – marca<br />

e item –, melhor. Fazer inventários periódicos é<br />

uma maneira de manter essas informações sempre<br />

atualizadas.<br />

Analisar cada caso, a partir do seguinte raciocínio: se<br />

o fornecedor entrega o produto a cada 5 dias e o seu<br />

estoque é suficiente para 10 dias de vendas, já existe aí<br />

uma oportunidade de reduzir a cobertura de estoque<br />

pela metade.<br />

A fase seguinte é levantar dados confiáveis sobre a<br />

performance dos fornecedores: se entregam no prazo<br />

ou atrasam (nesse caso, quantos dias demoram<br />

para entregar); se fornecem o pedido completo ou se<br />

sempre com falta de alguma mercadoria (e qual é o<br />

percentual de itens entregues. Por exemplo: 60% do<br />

pedido, 30% etc.).<br />

É preciso ainda avaliar por que existe demora no<br />

recebimento ou por que o pedido não chega inteiro: a<br />

distância entre a cidade (ou bairro) onde fica a loja e o<br />

centro de distribuição do fornecedor, trânsito, leis que<br />

impedem circulação de caminhões, entre outros.<br />

Após levantar as informações descritas nos passos<br />

3 e 4, é importante calcular a margem de segurança.<br />

Caso o fornecedor costume atrasar 2 dias, é bom<br />

somar esse período ao nível de estoque desejado.<br />

Isso é importante porque muitos supermercadistas<br />

simplesmente chutam a margem de segurança para o<br />

alto, em vez de calcular com base em dados concretos.<br />

Uma forma de analisar se o estoque está acima<br />

do necessário é delimitar visualmente o espaço de<br />

armazenagem de cada categoria. Isso pode ser feito,<br />

por exemplo, com marcações no chão do depósito.<br />

Se for preciso mais espaço do que aquele delimitado,<br />

significa que o estoque está acima do necessário e é<br />

possível diminuir o volume comprado.<br />

Deve-se realizar reuniões semanais com a área<br />

comercial para acompanhar os índices de ruptura,<br />

perdas e cobertura de estoques. A ideia é que o setor<br />

justifique os desvios que ocorrerem nesses indicadores.<br />

Mas, atenção, é preciso analisar esses dados<br />

conjuntamente, uma vez que um influencia o outro<br />

diretamente.<br />

sas seções. Em hibe, a média atual é de 22 dias e o<br />

objetivo é que caia para 17. Já em limpeza, praticase<br />

17,5 e deseja-se 15. Segundo Ribeiro, os estoques<br />

costumam ser altos nesses departamentos em função<br />

do pedido mínimo. Para que a entrega direta na loja<br />

cubra os custos logísticos, a indústria estabelece uma<br />

quantidade mínima de compra. Muitas vezes, esse<br />

volume é superior à necessidade do supermercadista,<br />

uma vez que a rotatividade de muitos itens de limpeza<br />

e beleza é lenta. “Isso não acontece apenas nessas<br />

duas seções. Em geral, todos os produtos de baixo<br />

giro, como eletroeletrônicos e artigos de bazar, têm<br />

elevado nível de estoque, justamente pelo consumo<br />

ser esporádico”, explica o consultor da R-Dias.<br />

Apesar de inchar os estoques, o supermercadista<br />

vê no pedido mínimo uma vantagem em função<br />

do preço inferior ao dos distribuidores e atacadistas.<br />

Feliciano Moreira, gerente comercial da rede<br />

Supermaia, aponta outra razão. De acordo com ele,<br />

o serviço de entrega do fabricante também é melhor.<br />

“Sempre que procuramos alternativas ao pedido<br />

mínimo acabamos com ruptura em função de<br />

atraso no recebimento”, conta. Esse problema é observado<br />

com maior frequência na mercearia doce.<br />

Com 16 lojas e faturamento de R$ 360,7 milhões<br />

em 2010, a rede tem como objetivo reduzir o estoque<br />

desse departamento em quatro dias. Para isso,<br />

está revisando os seus processos internos.<br />

E é justamente isso o que cada supermercado<br />

precisa fazer, segundo Santos, da Accenture. “Quem<br />

tem várias unidades deve identificar aquelas que<br />

trabalham com os menores níveis de estoque. Seus<br />

processos vão servir de exemplo para as demais.<br />

Já lojas independentes precisam se aprofundar<br />

em seus indicadores para descobrir onde estão as<br />

oportunidades de melhoria”, ensina o executivo.<br />

A verdade é que o nível ideal de estoques depende<br />

da história de cada empresa e de sua determinação<br />

em reduzir perdas e elevar resultados.<br />

Sm<br />

M A is i nforMAçõE s:<br />

Accenture: www.accenture.com/br-pt<br />

Dovale: (11) 2957-0812<br />

r-Dias: (11) 3577-0100<br />

supermaia: www.supermaia.com.br


47 Capa <strong>Supermercado</strong> moderno • julho 2011<br />

inovação na<br />

Por Alessandra Morita |<br />

amorita@lund.com.br |<br />

prateleira<br />

O cliente agradece<br />

Consultamos quase 100 supermercadistas e eles apontaram as melhores inovações<br />

dos últimos dois anos. Saiba quais são elas e (importante) conheça os critérios para<br />

definir o que realmente é novo e pode influenciar as vendas.<br />

5 inovações<br />

segundo o varejista<br />

Levantamento da Nielsen identificou que apenas 5% dos<br />

15,8 mil lançamentos feitos em 2010 podem ser considerados<br />

inovações. São produtos que ajudaram a categoria a crescer<br />

e apresentaram uma proposta diferente em relação ao que<br />

já existe no mercado, entre outras características. A partir desse<br />

estudo, SM fez uma sondagem com cerca de 100 varejistas para<br />

que eles apontassem os produtos considerados inovadores nos<br />

últimos anos. Veja quais são os eleitos:<br />

Escova dental<br />

Oral-B pró-saúde<br />

Nestlé fast<br />

(achocolatado<br />

líquido)<br />

Veet cera Quente<br />

p/ micro-ondas<br />

(depilatório)<br />

Knorr meu arroz,<br />

meu feijão, meu frango<br />

assado (tempero)<br />

Em pErcEntual dE rEspondEntEs<br />

Bonafont<br />

(água mineral)<br />

26,3%<br />

21,1%<br />

43,5%<br />

60%<br />

56,4%<br />

A<br />

bebida pronta Nestlé<br />

Fast, a linha de<br />

temperos “Meu” da<br />

Knorr, a cera quente<br />

Veet para micro-ondas,<br />

a água Bonafont<br />

e as escovas Oral-B<br />

Pró-Saúde. Todos esses produtos estão presentes<br />

nas gôndolas do seu supermercado? Se algum<br />

faltar, comece a se preocupar. Eles foram<br />

reconhecidos por cerca de 100 supermercadistas<br />

como as principais inovações dos últimos<br />

três anos em sondagem de <strong>Supermercado</strong> <strong>Moderno</strong><br />

realizada por meio eletrônico. Não é fácil<br />

para um produto sobressair no varejo alimentar,<br />

no qual foram despejados no ano passado<br />

nada menos do que 15,8 mil novos itens. Desse<br />

total, apenas 3,7 mil sobreviveram. O restante<br />

saiu do mercado. A mortalidade é a resposta<br />

do consumidor, que começa a fazer uma distinção<br />

bastante nítida do que é uma inovação e<br />

do que é um simples lançamento.


48 | Capa | <strong>Supermercado</strong> m oderno • julho 2011<br />

inovação<br />

joão de freitas<br />

Knorr contribuiu com metade<br />

do crescimento de temperos<br />

“A linha Meu Arroz, Meu Feijão e Meu Frango Assado<br />

atende o desejo do consumidor por praticidade e<br />

sabor.” A frase não é de nenhum executivo da Unilever,<br />

empresa fabricante, mas de um comprador de supermercado:<br />

Francisco Ferreira da Silva, da rede Morini, 7 lojas<br />

voltadas ao público A e B de Belo Horizonte (MG). “Só<br />

no último ano, as vendas dos produtos cresceram 30%”,<br />

conta. “Quando lançamos o produto em 2009 sabíamos<br />

que o sabor era muito importante, mas também agregamos<br />

outros atributos valorizados pela consumidora:<br />

com o tempero, o arroz continua branquinho e não fica<br />

empapado; o feijão ganha cor viva; e o frango, fica mais<br />

suculento”, explica Fernando Kahane, gerente de temperos<br />

da Unilever. Resultado: metade do crescimento<br />

da categoria em 2010, que foi de 18,3%, veio dos três<br />

produtos. Segundo dados da Kantar WorldPanel, quando<br />

a linha ‘Meu’ ainda não existia, a categoria era adquirida<br />

5 vezes ao ano pelos domicílios brasileiros. Depois<br />

de chegar ao mercado, o número subiu para 6,5 vezes<br />

nos mesmos lares. “Ou seja, o consumidor continua<br />

comprando o tempero com o qual estava acostumado,<br />

mas acrescentou a nossa linha à cesta de compras. Contribuímos<br />

para o crescimento da categoria”, comemora<br />

Kahane. Para se ter uma ideia, juntas as variantes Meu<br />

Arroz, Feijão e Frango Assado respondem por 11,3% do<br />

faturamento de temperos e já representam a segunda<br />

linha mais importante do mercado.<br />

Para o varejista essa nova realidade exige um<br />

novo conhecimento: saber o que é realmente diferente<br />

e capaz de impactar positivamente no consumidor<br />

e nas vendas. O assunto é tão quente, que até<br />

os institutos de pesquisa começam a desenvolver<br />

ferramentas para identificar o que chega ao mercado<br />

como proposta inovadora.<br />

EntEnda o concEito<br />

A Nielsen é uma dessas consultorias. Ela desenvolveu<br />

critérios que separam o corriqueiro do novo. Segundo<br />

a instituição, é inovador o produto que cria<br />

uma nova categoria, estimula novos usos, provoca<br />

mudanças de hábitos no público e impulsiona as<br />

vendas no mercado em que atua. Não é à toa que<br />

apenas 5% do total de itens lançados em 2010 foram<br />

classificados pela empresa como inovadores. Os outros<br />

95% foram rotulados de ‘me too’, ou seja, produtos<br />

parecidos, similares ou iguais a outros já existentes.<br />

De acordo com a Nielsen, isso não significa<br />

que esse grande número de lançamentos não agrade<br />

ao consumidor. Muitas vezes, um ‘me too’ traz, por<br />

exemplo, uma mudança na embalagem que atende<br />

as necessidades específicas, porém não gera tantos<br />

benefícios ao público e às vendas quanto lançamentos<br />

‘memoráveis’. Quem pensa de maneira parecida<br />

é Bento Alves da Costa Filho, professor de administração<br />

e negócios do Ibmec-DF. Ele comenta que,<br />

embora o tema tenha ganhado força nos últimos<br />

anos, já na década de 1970 surgiram estudos para<br />

entender as inovações. “Um autor, Thomas Robertson,<br />

separou as inovações em contínuas e descontínuas.<br />

A primeira diz respeito a uma mudança mais<br />

sutil, menos impactante, como uma melhoria em<br />

algo que já existe. Já a segunda é aquela que faz as<br />

pessoas mudarem de comportamento, que mexe<br />

com a vida delas”, explica. Para Costa Filho, as empresas<br />

que conseguem lançar um produto inovador<br />

descontínuo detêm, por um período, uma espécie<br />

de monopólio sobre o mercado. Nesse período,<br />

podem cobrar mais pelo diferencial oferecido. Depois,<br />

os concorrentes começam a copiar.


50 | Capa | <strong>Supermercado</strong> m oderno • julho 2011<br />

inovação<br />

Com praticidade e nutrição, Nestlé Fast movimenta achocolatados<br />

Versátil. É assim que Luís Dias, gerente de loja do Veran, 10 unidades na<br />

Grande São Paulo, define a linha Nestlé Fast, lançada no início do ano passado. Para<br />

ele, o produto pode ser bem trabalhado em três pontos da loja: com achocolatados<br />

líquidos, iogurtes e nas geladeiras onde ficam bebidas para consumo imediato. Dias faz<br />

parte do grupo de varejistas que reconheceu a marca da Nestlé como inovadora. Outra<br />

empresa que aprovou a linha foi a Morini, de Belo Horizonte (MG), na qual as vendas da<br />

categoria subiram 50% no ano passado, depois da introdução da novidade. Os produtos<br />

são dirigidos sobretudo aos jovens, que administram o próprio consumo e têm muitas<br />

atividades ao longo do dia. Segundo a Nestlé, o Fast garante para esse público o que ele<br />

busca: nutrição e portabilidade – a bebida é fácil de carregar por ser vendida em garrafinhas<br />

de 280 ml ou 300 ml. Formada inicialmente pelas versões Neston, Nescau<br />

e Alpino, a linha ganhou recentemente a versão Molico.<br />

dario de freitas<br />

ExEmplo dE sucEsso<br />

nutry lançou a categoria de barra de cereal<br />

em 1992 e neste ano deve crescer 70%<br />

joão de freitas<br />

Alguns exemplos do passado recente<br />

ilustram bem as vantagens<br />

que um produto inovador traz ao<br />

mercado. Segundo os consultores,<br />

fazem parte dessa lista o cereal<br />

em barra Nutry, os biscoitos<br />

Club Social e o iogurte funcional<br />

Activia, entre outros. Em comum,<br />

esses produtos inauguraram segmentos<br />

ou categorias, atraíram novos consumidores<br />

e elevaram as vendas do mercado. E tudo isso<br />

porque ofereceram soluções novas aos consumidores,<br />

como portabilidade e praticidade – no caso de<br />

Club Social – e vida saudável e saborosa – no caso<br />

de Nutry e Activia.<br />

Lançada em 1992, a barra de cereal chegou ao<br />

Brasil pela marca Chonk. Inicialmente, o produto<br />

era posicionado como uma guloseima. Dois anos<br />

depois, o nome mudou para Nutry e inaugurou<br />

uma nova proposta: a de alimento saudável, uma<br />

vez que se trata de produto à base de cereais em um<br />

formato prático de ser consumido. Inicialmente o<br />

produto era comercializado em dois sabores – castanha<br />

e banana. Hoje, a linha conta com 14 itens e<br />

soma uma participação de mercado de 25,6% em<br />

valor, segundo a fabricante Nutrimental. Além dos<br />

clássicos, há opções diet e light e com apelo à indulgência<br />

– os campeões de vendas –, como brigadeiro,<br />

trufa e bolo de chocolate.<br />

Rodrigo Mota, diretor comercial da Nutrimental,<br />

acredita que, além de ter desenvolvido a categoria,<br />

Nutry continua contribuindo para o seu crescimento,<br />

atualmente na faixa de 20% a 30% ao ano. E isso<br />

se deve em parte aos investimentos em pesquisas de<br />

mercado, que têm resultado no lançamento de produtos<br />

que atendem novas necessidades do público. É<br />

o caso da barra de cereal funcional Nutry Ativa, que


52 | Capa | <strong>Supermercado</strong> m oderno • julho 2011<br />

inovação<br />

chegou ao mercado em maio.<br />

Como exige a legislação, o<br />

produto foi aprovado pelo Ministério<br />

da Saúde como funcional<br />

sob o número 6.2551.0016. E isso<br />

se deve à presença do nutriente<br />

FOS (fruto-oligossacarídeo), derivado<br />

do açúcar de cana ou da<br />

beterraba, na quantidade de 3 g<br />

por unidade. Para ganhar o registro<br />

de alimento funcional, a fabricante<br />

comprovou por meio de<br />

estudos científicos que a ingestão<br />

diária de uma barra de Nutry Ativa<br />

durante 21 dias ajuda a regular<br />

o funcionamento do sistema digestivo.<br />

Para surtir melhor efeito,<br />

Veet Cera Quente atrai<br />

mulheres dispostas a pagar mais<br />

A cera quente Veet para micro-ondas foi lançada em<br />

março do ano passado e está presente na rede Cotrijal,<br />

6 lojas no Rio Grande do Sul, praticamente desde o seu<br />

lançamento. “Nesse período, a versão já é a oitava mais<br />

vendida da categoria de depilatórios, incluindo todas as<br />

marcas e variantes,”, afirma Sidinei de Quadros, assistente<br />

de loja. Para ele, a boa aceitação do público se deve ao<br />

fato de ser um produto de fácil aplicação, rápido preparo<br />

e bom desempenho. “Outro benefício é remover os pelos<br />

sem agredir a pele, pois sua fórmula possui hidratante”,<br />

afirma. Segundo dados da Nielsen,<br />

enquanto a categoria faturou 16% mais<br />

em valor nos últimos 12 meses, Veet<br />

contabilizou alta de 43%. Esse percentual<br />

foi puxado pela cera quente<br />

de micro-ondas, que representou<br />

21,3% do crescimento da marca. “A<br />

consumidora de cera quente busca<br />

resultados duradouros. Por isso, ela<br />

se dispõe a pagar mais quando confia<br />

na marca”, garante Fabrício Anias,<br />

líder do trade marketing da fabricante<br />

Reckitt Benckiser.<br />

joão de freitas<br />

o consumo da barra de cereal deve ser acompanhado<br />

por uma alimentação equilibrada e hábitos de<br />

vida saudáveis, como prática de exercícios físicos.<br />

Graças a esse lançamento, além de outras iniciativas,<br />

a Nutrimental espera que suas vendas de barra<br />

de cereal aumentem 70% neste ano. A empresa<br />

toda, incluindo os demais negócios, deverá fechar<br />

2011 com um resultado 14% superior ao de 2010.<br />

Outro alimento funcional considerado inovador<br />

pelos especialistas foi o iogurte Activia. Lançado no<br />

Brasil em 2004 pela Danone, hoje é líder no segmento<br />

de produtos lácteos frescos, com 13% de participação<br />

em valor, segundo dados da Nielsen de 2010.<br />

“A marca é a primeira com alegação de propriedade<br />

funcional da Danone graças à presença do probiótico<br />

DanRegularis, que resiste à passagem pelo sistema<br />

digestivo, alcançando o intestino em grandes<br />

quantidades e de forma ativa, o que favorece o<br />

trânsito intestinal”, afirma César Tavares,<br />

gerente de marketing de Activia. Assim<br />

como a barra de cereal, a marca também<br />

contribui para impulsionar as<br />

vendas da categoria no País. De<br />

acordo com o executivo da Danone,<br />

em 2004, quando Activia desembarcou<br />

no mercado nacional,<br />

o consumo anual era de 4 kg de iogurte<br />

por habitante. Hoje é de 6,4 kg.<br />

O principal público-alvo da marca são as<br />

mulheres. Pesquisa da TNS Market Research,<br />

joão de freitas<br />

com activia,<br />

consumo de<br />

iogurte subiu<br />

de 4 kg para<br />

6,4 kg/pessoa


54 | Capa | <strong>Supermercado</strong> m oderno • julho 2011<br />

inovação<br />

Oral-B Pró-Saúde atende consumidor mais exigente<br />

“Os consumidores da Oral-B Pró-Saúde são aqueles muito preocupados com a saúde bucal e que desejam um produto<br />

diferente. Valorizam, por exemplo, cerdas cruzadas, que ajudam a combater a placa bacteriana. Quem compra escovas como<br />

essa também leva cremes dentais de maior valor agregado”, afirma Lúcia Morita, sócia da loja independente Portal, localizada na<br />

zona norte da capital paulista. Segundo a supermercadista, nos últimos anos, o aumento do poder aquisitivo dos consumidores<br />

favoreceu as vendas dessas escovas, cuja alta foi de cerca de 7% entre os meses de janeiro e junho deste ano. Não é por acaso que<br />

a linha é considerada inovadora por 60% dos supermercadistas consultados.<br />

A Oral-B Pró-Saúde é composta pelas versões 7 Benefícios e a elétrica Antibacteriana. Segundo a fabricante Procter &<br />

Gamble, elas se destacam por terem cerdas especiais que ajudam na remoção da placa bacteriana entre os dentes, sendo chamadas<br />

de CrissCross e Power Tip. Para se comunicar com esse público bastante exigente, a marca se posiciona como a mais<br />

indicada pelos dentistas. Atualmente, a Procter & Gamble soma 30,6% de participação de mercado em volume na categoria<br />

de escovas, segundo levantamento da Nielsen no bimestre março/abril deste ano.<br />

feita em 2010, apontou que 58%<br />

do público feminino sofre de distúrbios<br />

digestivos. Atualmente,<br />

a linha é composta de 40 itens.<br />

Quando chegou ao mercado,<br />

eram apenas quatro.<br />

como idEntificar<br />

uma inovação<br />

Mesmo com atributos tão bem<br />

aceitos pelo público, reconhecer<br />

produtos como os citados é uma<br />

tarefa difícil. Afinal, não existem<br />

regras que facilitem a vida do<br />

supermercadista. É preciso conviver<br />

com o risco de a novidade<br />

oral-B Pró-saúde é considerada inovadora<br />

por 60% dos supermercadistas<br />

não vingar. Para minimizar erros,<br />

o jeito é cercar-se do máximo de<br />

informações possível. Para José<br />

Augusto Domingues, sócio-diretor<br />

da consultoria Sense Envirosell,<br />

um ponto de partida é o<br />

próprio processo de criação do<br />

produto. O varejista deve se perguntar,<br />

em primeiro lugar, de onde vem e por que<br />

surgiu a ideia do lançamento. Provavelmente, o<br />

conceito decorrerá de um ‘problema’ de consumo.<br />

Identificado o problema e sua causa, é preciso entender<br />

qual a solução encontrada pelo fabricante,<br />

além do potencial de consumo. Quanto mais concorrentes<br />

com posicionamentos semelhantes atuarem<br />

no mercado, menores serão as chances de se<br />

encontrar inovação.<br />

Costa Filho, do Ibmec-DF, relaciona outras duas<br />

perguntas que podem ser feitas diante de um lançamento.<br />

A primeira é se o produto traz uma melhoria<br />

em relação ao que já existe e, a segunda, se ele é compatível<br />

com os valores do consumidor. “Sabemos, por<br />

exemplo, que nos dias atuais as pessoas buscam mais<br />

alimentos saudáveis. Portanto, a probabilidade de um<br />

produto que traga benefícios claros à saúde dar certo<br />

é maior”, comenta o especialista. Ele também<br />

acredita que os consumidores se dividem em um<br />

grupo pequeno, formado por pessoas que gostam<br />

de comprar novos produtos, e outro maior, considerado<br />

conservador em relação às novidades. “Na<br />

hora de reconhecer uma inovação, é preciso pensar<br />

principalmente no segundo perfil de público. Ou<br />

seja: o produto vai agradar a esses clientes que pensam<br />

duas vezes antes de colocar seu dinheiro em algo<br />

que não conhecem e só o fazem quando têm alguma<br />

referência ou indicação?”, comenta o professor.<br />

Por essa razão, o especialista lembra que é im-


56 | Capa | <strong>Supermercado</strong> m oderno • julho 2011<br />

inovação<br />

dario de freitas<br />

diferenciais de Bonafont<br />

mantêm força da marca<br />

Embora tenha sido lançada no final de 2008, a<br />

água Bonafont ainda permanece intacta na cabeça do<br />

supermercadista como produto inovador. Em sondagem<br />

de SM, 21,1% dos varejistas apontaram a marca. E<br />

não é por acaso: a fabricante Danone conseguiu agregar<br />

diferenciais a uma bebida bastante simples. Em vez de<br />

‘vender’ apenas hidratação, vende também o benefício<br />

de ajudar na eliminação de nutrientes que o corpo não<br />

precisa, além de ter menos sais minerais na composição.<br />

“A Danone foi a primeira a atender uma nova<br />

necessidade do consumidor, a de purificar o organismo”,<br />

comenta José Augusto Domingues, sócio-diretor<br />

da Sense Envirosell. Luís Dias, gerente de loja da rede<br />

Veran, 10 lojas, completa: “O público se identificou com<br />

essa proposta. Por isso, paga até um pouco mais por Bonafont”,<br />

diz. Segundo ele, a marca é líder na rede e vende<br />

50% mais do que a segunda colocada. Também ocupa<br />

metade do espaço da gôndola de água mineral. Luís<br />

Dias conta ainda que a fabricante procura negociar para<br />

que o produto esteja sempre em evidência em terminais<br />

de gôndola e pontos extras. “Esse lançamento deu certo<br />

porque as pessoas estão procurando mais qualidade de<br />

vida. O consumidor abraçou essa causa”, finaliza.<br />

portante negociar com o fabricante a possibilidade<br />

de realizar degustação ou distribuição de amostras.<br />

Dessa forma, o supermercadista pode testar a aceitação<br />

do consumidor. Com 29 lojas no Grande ABC e<br />

interior paulista, a Coop avalia durante 90 dias o desempenho<br />

dos produtos que entram no sortimento.<br />

“A análise é feita em parceria com a indústria e com<br />

base em dados nossos e da Nielsen”, explica Gustavo<br />

Ramos, gerente comercial da cooperativa. Segundo<br />

ele, a utilização das informações do instituto ajuda a<br />

comparar a performance do item na área de atuação.<br />

Assim, se a análise apontar que na região as vendas<br />

são maiores do que dentro da rede, isso pode significar<br />

que a forma de trabalhar o produto não está<br />

sendo adequada. É uma maneira de evitar avaliações<br />

equivocadas a respeito do lançamento.<br />

a hora dE incluir no mix<br />

análisEs com o fabricantE<br />

Outro ponto importante é analisar a proposta do<br />

produto para identificar se já existem similares no<br />

mercado ou se ele pode ser considerado inédito. Há<br />

várias maneiras de se fazer isso, como negociar para<br />

que os fabricantes compartilhem os resultados de<br />

pesquisas com consumidores ou mensurar conjuntamente<br />

o potencial de consumo. Um método que<br />

também pode ser empregado é analisar, em cada<br />

categoria, o que os especialistas chamam de grade<br />

de preço. Segundo Gustavo Ayala, consultor de varejo,<br />

consiste em segmentar os produtos em faixas<br />

de preços. Cada uma vai corresponder a um tipo de<br />

posicionamento. Assim, tem-se no nível mais alto<br />

os produtos premium e, no mais baixo, aqueles posicionados<br />

como primeiro preço e, portanto, considerados<br />

porta de entrada da categoria. Ayala explica<br />

que normalmente os itens mais caros representam<br />

o teto que o cliente está disposto a pagar, pois são<br />

referência de qualidade na categoria. Acima desse<br />

valor, o cliente só compra se o produto for muito<br />

inovador. “Mesmo assim, por mais diferente que<br />

um lançamento seja, ele não pode ultrapassar o valor<br />

do tíquete médio da loja”, afirma o especialista.


58 | Capa | <strong>Supermercado</strong> m oderno • julho 2011<br />

inovação<br />

É bom lembrar que<br />

uma inovação de verdade permite<br />

margens maiores, pelo menos<br />

durante algum tempo<br />

0,50<br />

“É preciso ter em mente que 98% das vendas<br />

de um supermercado correspondem a produtos<br />

que custam até R$ 10. Qualquer mercadoria<br />

que custe acima disso, entra nos 2% de exceções”,<br />

completa o especialista.<br />

A partir do momento que as faixas estão<br />

estabelecidas, deve-se avaliar em qual delas o<br />

lançamento se encaixa. Se já houver um grande<br />

número de itens no mesmo patamar de preço<br />

significa que há diversos similares na categoria.<br />

“O correto é introduzir novidades apenas nas faixas<br />

que apresentam espaços em aberto. Esses são<br />

normalmente os segmentos com menor concorrência”,<br />

diz Ayala. Quem adota essa metodologia<br />

paralelamente a outros critérios é a Coop. “Evitamos<br />

ter muitos produtos com o mesmo preço,<br />

pois significa que eles têm propostas iguais.<br />

Quando isso acontece, a venda da categoria não<br />

aumenta, apenas se divide”, explica Ramos.<br />

Por fim, convém lembrar que uma inovação<br />

permitirá margens maiores, pelo menos durante<br />

algum tempo. Daí a necessidade de o varejo<br />

apurar bem suas ferramentas e metodologias,<br />

para identificar os lançamentos que realmente<br />

trazem benefícios ao negócio. Fazendo isso, as<br />

lojas entregarão o que o cliente quer, recebendo<br />

em troca o que precisam: mais vendas. Sm<br />

MaiS iNFOrMaçõeS:<br />

Coop: (11) 4991-9500<br />

Morini: (31) 3241-4158<br />

Cotrijal: (54) 3332-2500<br />

Portal: (11) 2979-3979<br />

Danone: www.danone.com.br<br />

Procter & Gamble: www.pg.com/pt_BR<br />

Gustavo ayala: gustavoayala@uol.com.br<br />

reckitt Benckiser: www.rb.com/br<br />

ibmec-DF: www.ibmec.br<br />

Sense envirosell: (11) 3884-8855<br />

Nestlé: www.nestle.com.br<br />

Unilever: www.unilever.com.br<br />

Nutrimental: www.nutrimental.com.br<br />

Veran: (11) 4723-5350


62 | <strong>Supermercado</strong> m oderno • julho 2011<br />

megamercado<br />

divulgação<br />

Danette aposta nas mídias sociais<br />

para se comunicar com os jovens<br />

A mArcA de sobremesAs<br />

lácteas cremosas da<br />

Danone volta a investir<br />

em comunicação após<br />

oito anos. “Impossível<br />

mesmo é resistir a<br />

Danette” é o título<br />

da nova campanha,<br />

focada no público<br />

jovem. Criada pelas<br />

agências de publicidade<br />

Young & Rubicam e de<br />

interatividade Wunderman, a campanha digital utiliza<br />

vídeos e aplicativos que usam o humor para interagir<br />

com os fãs da marca nas mídias sociais. Famosos<br />

como Maguila, Sérgio Malandro, Supla e Palmirinha já<br />

aparecem em vídeos da campanha online. mm<br />

PepsiCo investe R$ 17 milhões<br />

em apoio a agricultores na<br />

produção de batata<br />

AssegurAr umA produção de batatas de alta<br />

qualidade e apoiar produtores rurais. Esses são os<br />

objetivos da PepsiCo do Brasil – dona de marcas<br />

como Quaker, Coqueiro e Elma Chips – que anuncia<br />

repasse de R$ 17 milhões aos agricultores que<br />

tem contrato de fornecimento com a companhia.<br />

Com o valor recebido, os produtores adquiriram<br />

cerca de 15 mil toneladas de insumos e realizaram<br />

investimentos em infraestrutura, a exemplo de<br />

construção de câmaras frias, além da aquisição<br />

de beneficiadoras de batata e colhedoras<br />

automotrizes. A batata foi a escolhida pelo alto<br />

risco de quebra na produção. Em 2010, a PepsiCo<br />

bateu o recorde de sua história ao processar 125 mil<br />

toneladas do tubérculo. mm


65 Estratégia <strong>Supermercado</strong> moderno • julho 2011<br />

indústria falha,<br />

varejo não ajuda<br />

Para Hugues Godefroy, executivo da Sara Lee, um dos maiores problemas<br />

enfrentados pelo varejo – a entrega pela indústria de pedidos incompletos e<br />

fora do prazo – pode ser resolvido com uma melhor previsão da demanda. E<br />

isso depende do próprio supermercadista. Em entrevista exclusiva para SM, ele<br />

expõe seu ponto de vista e fala das profundas mudanças no setor de café.<br />

N<br />

o Brasil há 13 anos, o francês Hugues<br />

Godefroy conhece bem o mercado de<br />

consumo do País e se sente à vontade<br />

para comentar a relação entre indústria<br />

e varejo, e como ela pode se tornar mais<br />

produtiva. Também faz uma análise<br />

das mudanças que estão ocorrendo no<br />

segmento de café. Segundo ele, a alta de preço é um problema<br />

mais sério do que parece (e duradouro) e a indústria deve aumentar<br />

sua concentração, com um inevitável declínio dos<br />

fornecedores médios regionais. Conheça as opiniões desse<br />

profissional que é pós-graduado em administração de<br />

empresas pela École Supérieure de Commerce na<br />

França, começou a carreira em seu país, como gerente<br />

de vendas da Unilever, e passou pela gerência<br />

e diretoria de empresas como Masterfood,<br />

Effem e Kimberly-Clark. Hoje, ocupa o cargo<br />

de diretor comercial da Sara Lee.<br />

FoToS: joÃo DE FREITAS<br />

HUGUES GODEFROY<br />

Varejo não se interessa por<br />

itens de baixo giro e que não<br />

agregam valor à categoria


66 | Estratégia | <strong>Supermercado</strong> m oderno • julho 2011<br />

entreviSta<br />

EntrEvista HugueS godefroy<br />

SM O supermercadista se queixa de que as indústrias<br />

(não só de café) entregam pedidos incompletos e fora<br />

do prazo, o que provoca ruptura ou necessidade de estoque<br />

alto. Por que isso acontece? O que deveria ser<br />

feito para acabar com o problema?<br />

HugueS godefroy O principal problema é a falta<br />

de uma boa previsão de demanda. A indústria precisa<br />

de maior acuracidade da previsão para calcular corretamente<br />

sua produção. E isso porque o varejo não compartilha<br />

os dados de vendas, o que é particularmente<br />

grave quando falamos dos eventos sazonais, como Natal<br />

e Páscoa, e de promoções e encartes.<br />

SM Você está dizendo que o problema se concentra no<br />

próprio varejo?<br />

HugueS godefroy Existem certamente outros<br />

problemas, como o de logística e de infraestrutura viária,<br />

que causam impacto no prazo de entrega. Mas se a<br />

indústria tem acesso aos dados de vendas do varejo<br />

(volume e valor) e consegue prever corretamente a demanda,<br />

ela produz na quantidade certa e dimensiona o<br />

transporte necessário para suprir os pedidos. A indústria<br />

pode tomar decisões sobre o veículo mais apropriado e<br />

o tempo que ele precisará para chegar ao seu destino.<br />

SM A demanda varia muito?<br />

HugueS godefroy Itens de promoção e de menor<br />

giro têm maior variação e geram problemas em toda a<br />

cadeia. Existem estudos que mostram que 2% de variação<br />

de demanda no varejo pode significar 25% de variação<br />

nos fornecedores de matéria-prima para a indústria.<br />

o principal problema<br />

é a falta de uma boa previsão<br />

de demanda<br />

SM A Sara Lee já trabalha com clientes que abrem os<br />

dados de vendas?<br />

HugueS godefroy Sim, vários. São clientes que<br />

utilizam a ferramenta BIS (Business Intelligent System):<br />

Grupo Pão de Açúcar, Walmart, Carrefour, Nordestão, G.<br />

Barbosa, Angeloni, Zona Sul. O Pão de Açúcar, por<br />

exemplo, consegue saber quanto precisa de cada item<br />

em função de variação de preço, encarte, promoção.<br />

Isso para não ter excessos ou falta de produtos.<br />

SM A indústria também deve compartilhar dados com<br />

o varejo?<br />

HugueS godefroy Sem dúvida. Devemos abrir<br />

dados importantes, como os de comportamento de<br />

compra do brasileiro, o dia de maior venda de cada<br />

item, a quantidade média adquirida, etc. Na Sara Lee,<br />

compartilhamos várias informações com nossos clien-


68 | Estratégia | <strong>Supermercado</strong> m oderno • julho 2011<br />

entreviSta<br />

EntrEvista HugueS godefroy<br />

tes. Sabemos, por exemplo, que o primeiro domingo<br />

depois do dia 5 de cada mês é a data em<br />

que o café mais tem saída. Se o varejo não tem<br />

essa informação, acaba enfrentando ruptura.<br />

SM A alta no preço do café é passageira ou o varejo<br />

tem de se preparar para valores mais altos?<br />

HugueS godefroy Sim, é um movimento natural<br />

do mercado. Nos últimos dois anos retiramos do portfómaiores<br />

empresas<br />

já detêm 41%<br />

do mercado.<br />

Concentração<br />

tende a<br />

aumentar.<br />

HugueS godefroy Não acredito que seja<br />

algo conjuntural. Existem fenômenos mundiais<br />

irreversíveis a curto prazo. Houve um aumento na<br />

temperatura média da Colômbia, importante<br />

país produtor. Isso é péssimo para o cultivo e afetará<br />

a produtividade das plantações. Na América<br />

Central também há esse problema, o que favorece<br />

a propagação de fungos e pragas e diminui a<br />

produção. E no Vietnã há entraves econômicos.<br />

SM O Brasil não tem condições de aumentar a oferta<br />

mundial de café?<br />

HugueS godefroy Sim, mas ainda não sabemos<br />

se isso vai acontecer. O café concorre com outras culturas<br />

importantes como laranja e cana, além da pecuária.<br />

A primeira safra leva quatro a cinco anos para ser boa e<br />

pronta para colheita, o que pode inibir investimentos.<br />

Existem, portanto, incertezas sobre a expansão da safra<br />

brasileira. Se continuarmos com demanda crescente e<br />

oferta menor, deveremos ter novos aumentos de preço.<br />

SM Como o consumidor deverá enfrentar esse aumento<br />

de preço?<br />

HugueS godefroy Acho que ele se interessará<br />

mais pelos produtos monodose, que oferecem a quantidade<br />

certa para consumo. Temos estudos que mostram<br />

que a dona de casa sempre prepara mais bebida do que a<br />

família consome. A alternativa do brasileiro será equilibrar<br />

os gastos, evitando desperdício.<br />

SM Todas as indústrias estão preparadas para enfrentar<br />

a alta do preço da matéria-prima? O processo de<br />

consolidação do setor deve continuar?<br />

HugueS godefroy Nos últimos cinco anos, as<br />

três maiores empresas saltaram de 25% para 41% de<br />

participação no mercado, e a concentração deve aumentar<br />

ainda mais. As empresas que produzem mil a<br />

4 mil toneladas/mês, empresas médias regionais,<br />

têm dificuldade de se manter na ativa. Elas não têm<br />

escala e enfrentam muita dificuldade na gestão do<br />

fluxo de caixa para financiar a compra do café verde,<br />

os grãos. As empresas pequenas, entretanto, deverão<br />

sobreviver. Com produção abaixo de mil toneladas,<br />

elas têm custo menor do que as empresas médias<br />

e atuarão em nichos, como o de cafés especiais.<br />

SM Super e hipermercados falam em tirar do mix itens<br />

de baixo giro. A Sara Lee também se preocupa em eliminar<br />

do portfólio produtos que não geram resultados?


70 | Estratégia | <strong>Supermercado</strong> moderno • julho 2011<br />

entreviSta<br />

EntrEvista HugueS godefroy<br />

lio oito produtos e, até o próximo ano, retiraremos mais<br />

cinco ou seis. Eliminamos, por exemplo, cafés aromatizados,<br />

cujo desempenho não justificava a permanência.<br />

SM Mas a Sara Lee também tem investido em vários<br />

lançamentos.<br />

HugueS godefroy É verdade. Em 2010, lançamos<br />

Pilão Sabor, Leveza e Intenso, e cinco SKUs do Senseo,<br />

um café em sachê para xícaras de 60 ml e 120 ml. O produto<br />

é preparado em uma cafeteira elétrica, também<br />

batizada de Senseo, produzida pela Philips. Neste ano,<br />

estamos relançando no Rio de Janeiro a marca Palheta,<br />

que pertencia ao Café Damasco, adquirido em 2010. A<br />

marca esteve quatro anos fora do mercado, mas tem<br />

um nível de lembrança muito alto no Estado. Lançaremos<br />

ainda neste ano mais três a cinco SKUs.<br />

SM Não é um contrassenso tantos lançamentos, quando<br />

o varejo quer cortar itens?<br />

SM Essa regra de menos marcas e mais versões vale<br />

para todas as categorias?<br />

HugueS godefroy Não. A seção de vinhos, por<br />

exemplo, exige um sortimento mais horizontal, ou seja,<br />

variedade de marcas, além de variedade de itens. Já em<br />

fósforo, o consumidor precisa de apenas uma marca e<br />

toda a variedade de tamanhos de embalagem.<br />

SM A compra de espaço no ponto de venda não distorce<br />

um pouco essa lógica de como compor o mix?<br />

HugueS godefroy A Sara Lee não compra espaço<br />

e não gosta disso. Afinal, investe em gerenciamento por<br />

categoria, que define o sortimento a partir do perfil do<br />

público e de sua árvore de decisão. Queremos um espaço<br />

justo. Se temos x % do mercado, queremos x % do<br />

espaço. Essa é a regra do jogo. Cabe a nós conquistar<br />

mais vendas para ampliar o nosso espaço.<br />

Sm<br />

HugueS godefroy O varejo quer cortar<br />

itens que não giram e não agregam valor à<br />

categoria. O que lançamos são produtos com<br />

potencial para garantir boas vendas e boas<br />

margens. O Senseo, por exemplo, é uma alternativa<br />

à necessidade de evitar desperdício<br />

e, portanto, maior desembolso. Além disso,<br />

é um café coado. O espresso é bem aceito,<br />

mas visto como muito forte para o consumo<br />

corriqueiro. O brasileiro prefere o café coado.<br />

SM Esse excesso de variedade não dificulta a<br />

decisão do varejo e do consumidor?<br />

a Sara Lee<br />

não gosta<br />

de comprar<br />

espaço no<br />

ponto de<br />

venda<br />

HugueS godefroy Estudos mostram que o consumidor<br />

brasileiro quer um sortimento vertical, ou seja, poucas<br />

marcas e muitas opções em cada uma delas. Em café,<br />

as lojas dispõem de sete ou oito marcas de preço baixo.<br />

Não é preciso tudo isso para uma mesma oferta de preço<br />

baixo. Isso não facilita a compra e nem favorece as vendas.


75 Estratégia <strong>Supermercado</strong> moderno • julho 2011<br />

Por Viviane Sousa | viviane.sousa@lund.com.br<br />

Pegue carona nas<br />

redes sociais de seus<br />

fornecedores<br />

Cada vez mais populares, as redes<br />

sociais se transformaram numa<br />

plataforma de marketing online<br />

estratégica para as empresas. O<br />

motivo: garantem contato direto<br />

com o público-alvo e ainda geram<br />

mídia espontânea. Tudo via<br />

web. Atentos ao retorno dessa interação, que vai de maior<br />

reconhecimento e valorização da imagem à fidelização de<br />

clientes, muitos supermercados decidiram criar seus perfis<br />

e fan pages naqueles que hoje são considerados os portais<br />

de mídia social mais populares no País: Orkut, Facebook,<br />

Os fabricantes de bens<br />

de consumo começam a<br />

invadir as redes sociais.<br />

E a boa notícia é que o<br />

varejo pode ganhar<br />

com essa iniciativa,<br />

beneficiando-se de<br />

ações bem-sucedidas<br />

da indústria. Parcerias<br />

com esses fornecedores<br />

podem trazer<br />

vantagens, como<br />

aumento de vendas, e<br />

principalmente<br />

valorização da imagem<br />

da loja. Saiba mais.


76 | Estratégia | <strong>Supermercado</strong> moderno • julho 2011<br />

redeS SociaiS<br />

NOVOs CaNais<br />

Mais da metade das empresas brasileiras<br />

aposta nesses novos canais de marketing<br />

É<br />

o que revela pesquisa do Ibramerc (Instituto Brasileiro<br />

de Inteligência de Mercado). De acordo com o estudo,<br />

no ano passado, 65% das empresas nacionais já estavam<br />

presentes nas redes sociais. Os portais mais usados por elas<br />

são: Twitter (84%), YouTube (62%) e o Facebook (61%). Das<br />

251 companhias que participaram do levantamento, 46%<br />

utilizam as redes sociais para monitorar o mercado, 45%<br />

para acompanhar o comportamento dos clientes e 39% para<br />

monitorar a sua concorrência.<br />

Estão em alta<br />

nas redes sociais<br />

campanhas que<br />

deixam evidente<br />

a preocupação<br />

da empresa com<br />

questões socioambientais<br />

Twitter. A essa lista também pode<br />

ser somado o YouTube.<br />

As indústrias de bens de consumo<br />

também estão invadindo<br />

esse novo canal de marketing<br />

viral. Segundo Ricardo<br />

Pomeranz, presidente<br />

da Rapp Digital Brasil,<br />

hoje os fabricantes nacionais<br />

já investem de<br />

4% a 5% da verba publicitária<br />

em ações nas<br />

redes sociais. No ano<br />

passado, o percentual<br />

era bem menor. “A tendência<br />

é de aumento,<br />

porque é um negócio<br />

promissor”, avalia Pomeranz.<br />

E o mais importante: o<br />

autosserviço começa a perceber<br />

que também pode se beneficiar<br />

dos resultados dessa estratégia<br />

adotada pelos seus fornecedores.<br />

Entre os benefícios, estão aumento<br />

de vendas e conquista de<br />

novos clientes. Ricardo Pastore,<br />

professor e coordenador do<br />

Núcleo de Estudos do Varejo da<br />

ESPM (Escola Superior de Propaganda<br />

e Marketing), explica que<br />

há duas maneiras de alcançar essas vantagens: uma<br />

é explorar as ações bem-sucedidas e outra é desenvolver,<br />

sempre em parceria com os fabricantes,<br />

campanhas específicas para a loja.<br />

“Mas, antes de adotar qualquer medida, é necessário<br />

entender quais as necessidades dos clientes do<br />

supermercado e as tendências de mercado, porque<br />

não adianta criar ou apostar numa campanha em<br />

parceria com a indústria se a proposta, o tema, o<br />

produto ou a marca em questão não têm a ver com<br />

o público da loja”, explica Pastore.<br />

Hoje, por exemplo, as ações de marketing que<br />

mais fazem sucesso nas redes sociais e podem ser<br />

exploradas pelas empresas do setor junto com os<br />

fornecedores são as relacionadas a lançamentos de<br />

novos produtos e distribuição de prêmios, além<br />

de descontos nas lojas. O que também está em alta<br />

são campanhas que deixam clara a preocupação<br />

da empresa com questões socio-ambientais.<br />

WALMART APOSTA EM PARCERIA<br />

SUSTENTÁVEL<br />

Com seu projeto Sustentabilidade de Ponta a Ponta,<br />

o Walmart Brasil foi uma das primeiras empresas<br />

do setor a estabelecer parcerias com os fabricantes<br />

para criar uma ação específica nas redes sociais, baseada<br />

no tema do momento: sustentabilidade.<br />

O objetivo da gigante foi garantir produtos com-<br />

Os produtos do projeto de sustentabilidade têm<br />

espaço nobre no Portal do Walmart e das indústrias<br />

DIuVlGAÇÃo


78 | Estratégia | <strong>Supermercado</strong> m oderno • julho 2011<br />

redeS SociaiS<br />

A exposição<br />

das marcas nas<br />

redes sociais faz<br />

com que elas<br />

tenham maior<br />

interatividade<br />

com o seu<br />

público-alvo<br />

provadamente sustentáveis nas<br />

prateleiras de suas bandeiras em<br />

todo o País. Para isso, os fabricantes<br />

escolhidos para a parceria<br />

tiveram que aceitar o desafio de<br />

avaliar o próprio negócio em busca<br />

de oportunidades de reduzir<br />

os impactos ambientais no ciclo<br />

de vida de um de seus produtos.<br />

Entre as indústrias integrantes do<br />

projeto, estão Nestlé, Unilever,<br />

3M, J&J, Pepsico e Cola Cola.<br />

A Unilever, por exemplo, desenvolveu<br />

o amaciante Comfort<br />

concentrado, cuja embalagem<br />

75% menor do que<br />

a da versão tradicional garante<br />

economia no uso de<br />

matéria-prima e de recursos<br />

naturais na produção.<br />

O resultado é um produto<br />

cerca de 20% mais barato<br />

para o consumidor, na<br />

comparação com a outra<br />

versão. E não para por aí.<br />

Sua fórmula concentrada<br />

faz com que 500 ml do<br />

produto tenha um rendimento<br />

igual ao da embalagem de 2 litros<br />

do item tradicional.<br />

Já a Pepsico lançou o Toddy orgânico<br />

fabricado com açúcar e cacau<br />

sem utilização de agrotóxicos<br />

na produção. Além de não agredir<br />

o meio ambiente com defensivos<br />

agrícolas na plantação, o produto<br />

possui um rótulo feito com papel<br />

100% reciclado, que leva o certificado<br />

FSC, fornecido pelo Conselho<br />

Brasileiro de Manejo Florestal.<br />

Todas essas informações foram<br />

compiladas em vários vídeos<br />

– que têm menos de dois minutos<br />

– e disponibilizados no YouTube. Cada um soma<br />

centenas de exibições. Links desses filmes, esporadicamente,<br />

são divulgados em outras redes sociais,<br />

como Twitter e Facebook. Além disso, o projeto Sustentabilidade<br />

de Ponta a Ponta conta com um espaço<br />

especial no portal do Walmart e de seus parceiros.<br />

A ação também rendeu ganhos para a imagem das<br />

empresas e produtos envolvidos. Todas tiveram suas<br />

marcas relacionadas ao conceito de empresa ecologicamente<br />

correta. “E isso é apreciado por um número<br />

cada vez maior de consumidores”, destaca Mário Faria,<br />

professor de Estratégia de Marketing Digital da<br />

BSP (Business School São Paulo). De acordo com ele,<br />

desenvolver uma campanha específica para a loja em<br />

conjunto com os fornecedores é uma garantia maior<br />

de que o retorno será positivo.<br />

Mídias sociais eM núMeros<br />

54,5 milhões<br />

esse é o número de pessoas que tiveram<br />

acesso à internet no País no ano passado<br />

20,7 milhões<br />

até 2010, esse era o número de linhas<br />

de telefonia móvel no Brasil capazes de se<br />

conectar à internet em banda larga.<br />

Mais da metade dos acessos foi registrada<br />

nas redes sociais<br />

90%<br />

esse é o percentual de pessoas conectadas à internet no<br />

Brasil que estão em redes sociais<br />

32 milhões<br />

é o número de usuários do Orkut no Brasil<br />

18 milhões do Facebook<br />

84% das empresas estão no Twitter<br />

62% delas frequentam o YouTube


80 | Estratégia | <strong>Supermercado</strong> moderno • julho 2011<br />

redeS SociaiS<br />

DESCONTO É ATRATIVO<br />

DE AÇÃO DO GPA<br />

FoNTE: CoNSulToRES DE MARKETING DIGITAl<br />

Para construir o portal Marcas<br />

Recomendadas (www.marcasrecomendadas.com.br),<br />

o GPA (Grupo<br />

Pão de Açúcar) fez parcerias<br />

com vários fornecedores. Quem<br />

acessa diariamente o site pode ganhar<br />

descontos na compra de produtos<br />

disponíveis em alguma bandeira<br />

do Grupo. Os internautas<br />

também participam de concursos<br />

culturais e se mantêm informados<br />

sobre lançamentos, dicas, receitas<br />

e as últimas campanhas das<br />

marcas parceiras da ação. Todo o<br />

conteúdo também é divulgado nas<br />

redes sociais onde os fabricantes<br />

mantêm perfis, caso do Facebook,<br />

Twitter e Orkut.<br />

esTraTÉGia aCerTada<br />

Manter uma boa estratégia nas redes sociais é a garantia<br />

de retorno de qualquer ação de marketing colocada em<br />

prática. Não adianta, por exemplo, divulgar conteúdo sem ter<br />

um bom suporte de atendimento aos usuários. Veja a seguir<br />

uma lista de boas práticas. Quando adotadas, elas fazem<br />

toda a diferença em campanhas nas redes sociais:<br />

• Qualquer ação ou conteúdo precisam ser bem avaliados<br />

antes de ser postados nas redes. É importante antecipar<br />

qual tipo de repercussão podem gerar<br />

• A ação precisa deixar claro que seu maior objetivo é valorizar<br />

o público<br />

• Todo serviço prestado nas redes sociais precisa ser eficiente.<br />

Respostas rápidas a dúvidas são muito apreciadas pelo<br />

consumidor que frequente esses canais<br />

•Informações transmitidas devem ser consistentes e<br />

relevantes para os leitores<br />

• Qualquer ação precisa ter credibilidade, ou seja, cumprir o<br />

que foi prometido<br />

• Acompanhar a repercussão do conteúdo é fundamental<br />

para controlar a ação<br />

• Manter interação entre os diferentes canais de mídias sociais<br />

aumenta o marketing viral<br />

Marcas parceiras do Pão de Açúcar oferecem<br />

descontos para clientes que frequentem a web<br />

De acordo com o GPA, um número considerável<br />

de acessos ao portal vem das redes sociais. Para se<br />

ter ideia, 25% dos consumidores que entram nos sites<br />

imprimem cupons de descontos, que vão de 5%<br />

a 30%. Eles podem ser trocados nas lojas do Extra e<br />

do Pão de Açúcar.<br />

Ades, marca de bebida à base de soja da Unilever,<br />

está presente no portal. Segundo Joana Fleury,<br />

gerente de marketing da marca, a divulgação nas<br />

redes sociais permitiu à empresa estabelecer uma<br />

relação mais próxima não apenas com os consumidores,<br />

mas também com os supermercadistas.<br />

“Com isso, fica cada vez mais fácil manter um diálogo<br />

coerente com nosso público, bem diferente<br />

daquele modelo antigo de marketing pelo qual as<br />

marcas só despejavam informação e torciam para<br />

que o público-alvo entendesse”, diz a executiva.<br />

DE OLHO NOS COMENTÁRIOS<br />

Para explorar uma ação do fornecedor que já está em<br />

andamento é imprescindível manter-se informado<br />

sobre seus resultados antes de estabelecer qualquer<br />

parceria. “Isso porque, ao aproveitar o conteúdo das<br />

redes sociais de uma marca, a imagem do supermercado<br />

automaticamente se conecta a ela. Então, caso<br />

a ação repercuta de forma negativa, não é apenas a<br />

imagem do fornecedor que será afetada, mas a da<br />

loja também. A dica é ficar atento e evitar campa-


82 | Estratégia | <strong>Supermercado</strong> moderno • julho 2011<br />

redeS SociaiS<br />

Dica para<br />

encontrar novos<br />

parceiros em ações<br />

de marketing viral:<br />

comece a navegar<br />

pelas redes sociais<br />

nhas que tenham algum risco de<br />

não dar certo”, destaca Ricardo<br />

Pastore, da ESPM.<br />

O segredo para não apostar<br />

numa ação de resultado duvidoso<br />

é acompanhar diariamente os<br />

perfis das marcas em todos os<br />

canais de mídia social. “O supermercadista<br />

deve ter certeza de<br />

que os comentários tecidos pelos<br />

usuários das redes são positivos.<br />

Se não forem, o melhor é buscar<br />

parceria com outro fornecedor”,<br />

alerta Faria, da BSP.<br />

Para ele, além das<br />

campanhas, também<br />

deve ser avaliado<br />

o desempenho dos<br />

serviços prestados<br />

aos usuários, como<br />

o de atendimento ao<br />

cliente (SAC). Nesse<br />

caso, a qualidade e a<br />

rapidez de retorno<br />

contam a favor, e o<br />

nível de atualizações dos perfis<br />

também”, diz o especialista.<br />

Entre as melhores ações para<br />

serem exploradas, estão as de<br />

lançamentos. Em conjunto com<br />

o fabricante, deve-se avaliar a<br />

possibilidade de divulgar que<br />

os novos produtos já podem ser<br />

encontrados no supermercado.<br />

Oferecer preços promocionais<br />

vinculados a um concurso cultural,,<br />

por exemplo, também pode<br />

ser interessante.<br />

Como o supermercadista deve<br />

ter percebido, pegar uma carona<br />

nas iniciativas bem-sucedidas de<br />

seus fornecedores nas redes sociais<br />

ou criar campanhas especí-<br />

ficas não chega a ser algo complexo. E o resultado<br />

pode ser animador. Então, um primeiro passo para<br />

não perder o bonde é começar a navegar pelo Facebook,<br />

Orkut, Twitter e YouTube, entre outros, para<br />

identificar os melhores parceiros de marekting viral.<br />

As redes sociais estão à sua espera.<br />

Sm<br />

CUidadOs para NÃO errar Na esCOlha<br />

Mesmo que não esteja em seus planos estabelecer<br />

algum tipo de parceria para explorar as redes sociais<br />

com seus fornecedores, vale a pena ficar atento ao que<br />

está sendo comentado sobre eles na web. A iniciativa pode<br />

ajudar a traçar estratégias para sua loja. Se a repercussão<br />

da ação na rede social for positiva, a dica é expor os<br />

produtos e marcas comentados em pontos extras e áreas de<br />

maior tráfego. A ideia é mostrar aos clientes que eles estão<br />

disponíveis no supermercado, além de elevar vendas.<br />

Quando os comentários são negativos, no entanto,<br />

a recomendação é não se desesperar. Segundo os<br />

especialistas, os produtos podem ser mantidos nas<br />

gôndolas de origem discretamente até a turbulência nas<br />

redes passar. Segundo Martha Gabriel, consultora de<br />

marketing digital e professora da Anhembi Morumbi, não<br />

é preciso se preocupar com queda nas vendas nesse caso.<br />

“Isso é difícil de acontecer. A exceção pode ser apenas se a<br />

repercussão negativa estiver associada à má qualidade, à<br />

possibilidade de ter algum ingrediente prejudicial à saúde e<br />

outras razões de grande impacto”, destaca.<br />

Há pouco tempo, por exemplo, as críticas de um<br />

consumidor contra a fabricante de eletrodomésticos<br />

Brastemp levaram a empresa a figurar entre os quatro<br />

trending topics – assuntos mais discutidos – no Twitter. Um<br />

vídeo no YouTube também foi postado pelo autor da crítica<br />

para dizer que sua família estava há mais de 90 dias sem<br />

geladeira em casa devido ao problema. Com isso, ganhou o<br />

apoio de milhares de consumidores. Vários até endossaram<br />

suas reclamações. Pouco tempo depois, o problema foi<br />

resolvido, mas o vídeo postado sobre isso pelo consumidor<br />

prejudicado foi visto por bem menos pessoas. Apesar da<br />

repercussão negativa, não houve impacto nas vendas.<br />

MAIS INFORMAÇÕES:<br />

Ades: www.ades.com.br<br />

Anhembi Morumbi: www.anhembi.br<br />

BSP: www.bsp.edu.br<br />

ESPM: www.espm.br<br />

Rapp Digital Brasil: www.rappbrasil.com.br<br />

GPA: www.grupopaodeacucar.com.br<br />

Walmart: www.walmartbrasil.com.br<br />

FoNTES: CoMITÊ GESToR DA INTERNET No BRASIl; IBoPE/NIElSEN; ANATEl;


87 Estratégia <strong>Supermercado</strong> moderno • julho 2011<br />

mídia digital<br />

A TV que faz dinheiro<br />

A ferramenta pode ser tanto fonte de informação nos pontos de venda<br />

quanto de receita para o varejo. Não é por acaso que, após conquistar os<br />

gigantes, começa a ser explorada também pelos pequenos e médios do<br />

setor. Conheça mais esse negócio e avalie se serve para sua loja.<br />

Por Viviane Sousa | viviane.sousa@lund.com.br<br />

Sucesso entre os gigantes,<br />

as mídias digitais out of<br />

home começam a despertar<br />

interesse também das<br />

pequenas e médias empresas<br />

do setor. O motivo<br />

são as vantagens que<br />

oferecem. Entre as principais, está o fato<br />

de serem fonte de renda, estimular compras<br />

por impulso e deixar a experiência de<br />

compra mais agradável nas lojas.<br />

Segundo Emerson Calegaretti, CEO da<br />

Cereja Digital PRN, especializada na operação de<br />

mídias digitais, nos próximos cinco anos os supermercados<br />

menores deverão responder por 50% do<br />

faturamento da empresa, que hoje concentra suas<br />

atenções para as grandes redes. Uma prova do potencial<br />

do pequeno varejo é que outras operadoras,<br />

como a Subway Link, que atende a rede Walmart,<br />

começam a despertar para esse segmento.<br />

Segundo essas empresas, o negócio também é<br />

viável para as lojas menores. Só é preciso tomar alguns<br />

cuidados, como caprichar nos recursos audiovisuais,<br />

como displays eletrônicos<br />

e TVs de tela plana, usados para<br />

divulgar promoções, anúncios<br />

e programas de entretenimento<br />

dentro das lojas. “É assim que as<br />

mídias digitais despertam a atenção<br />

e influenciam os consumidores”,<br />

diz Calegaretti.<br />

O executivo dá exemplos dos<br />

benefícios dessa ferramenta. Segundo<br />

ele, o Carrefour, cliente<br />

da empresa desde 2004, elevou<br />

as mídias<br />

digitais<br />

movimentam<br />

us$ 6 bilhões<br />

no mundo<br />

todo. o brasil<br />

responde por<br />

3% desse<br />

total, o<br />

equivalente a<br />

us$ 180<br />

milhões.<br />

joão de freiTAs


88 | Estratégia | <strong>Supermercado</strong> m oderno • julho 2011<br />

mÍdIaS dIGITaIS<br />

As TVs<br />

distraem<br />

os clientes<br />

nos caixas e<br />

melhoram a<br />

experiência de<br />

compra<br />

as vendas de um aparelho<br />

de barbear em 72%<br />

anunciando o produto<br />

nas TVs instaladas na<br />

rede cerca de 30 dias. Em<br />

ainda menos tempo, o<br />

Extra dobrou o consumo de uma<br />

certa marca de alimentos resfriados<br />

usando as mídias digitais.<br />

Os anúncios veiculados também<br />

são fonte de receita. Arnold<br />

Correia, diretor-geral da Subway<br />

Link, explica que o dinheiro é dividido<br />

entre o varejo e as<br />

operadoras. “Só no ano<br />

passado, pagamos mais de<br />

R$ 3,3 milhões em participação<br />

publicitária para<br />

nossos clientes”, avalia.<br />

Vantagens como essas podem<br />

ser usufruídas pelos pequenos<br />

varejistas. “O importante é que a<br />

loja tenha um bom fluxo de clientes<br />

para atrair anunciantes e, assim,<br />

gerar boa receita com publicidade”,<br />

diz Correia.<br />

Com 4 lojas, o Perini, com sede<br />

em Salvador (BA), já adotou as<br />

mídias digitais em 3 unidades. São<br />

cerca de 10 TVs em cada uma. Elas<br />

ficam perto dos checkouts, nos<br />

corredores de maior fluxo de consumidores<br />

e em seções como a padaria.<br />

Para Ana Amoedo, gerente de<br />

mar keting da rede, o conteúdo<br />

transmitido chama mais atenção do<br />

público do que um cartaz. “Os programas<br />

de saúde e gastronomia, por<br />

exemplo, distraem os clientes nas filas<br />

dos caixas. Também divulgamos<br />

promoções de produtos, sem contar<br />

que as lojas ficam com aparência de<br />

modernas”, acredita.<br />

Custo baixo de implantação<br />

Mas receita com anúncio ganha volume após um ano<br />

A receita gerada pela mídia digital é dividida<br />

entre varejo e operadora. A Subway pagou<br />

R$ 3,3 mi a seus clientes em 2010.<br />

A maioria dos supermercados que possui mídia<br />

digital tem optado por parcerias com operadoras.<br />

O acordo funciona como uma concessão de uso da<br />

área de venda das lojas, onde são instalados os aparelhos.<br />

São as operadoras que negociam a veiculação<br />

de anúncios com os anunciantes. Elas também<br />

se responsabilizam pelo fornecimento, instalação e<br />

manutenção dos equipamentos. Oferecem ainda o<br />

conteúdo não publicitário, como informações institucionais<br />

e demais programas de entretenimento<br />

e informação. As operadoras enviam aos seus clientes<br />

relatório mensal com o número de vezes que<br />

cada programa ou anúncio foi exibido e a evolução<br />

de vendas dos produtos envolvidos, por exemplo.<br />

Como se encarregam de todo o processo, as<br />

operadoras afirmam que o custo é quase zero para<br />

o varejo. Porém, alertam que a receita dos anúncios<br />

só começa a ganhar volume a partir de um ano.<br />

Antes disso, diz Calegaretti, da Cereja, a carteira de<br />

anunciantes está sendo formada.<br />

Para decidir se a mídia digital é um bom negócio,<br />

acompanhe a seguir como elas funcionam.


90 | Estratégia | <strong>Supermercado</strong> m oderno • julho 2011<br />

mÍdIaS dIGITaIS<br />

Como funcionam as mídias digitais<br />

Entenda melhor essa ferramenta e saiba como obter dela o melhor desempenho<br />

para agradar a clientela e faturar mais<br />

o pão de açúcar<br />

utiliza a mídia<br />

digital para<br />

divulgar<br />

serviços, como o<br />

programa de<br />

fidelidade mais<br />

diuVlgAção<br />

Para ganhar com as mídias digitais,<br />

é preciso primeiro entender<br />

como elas funcionam. A<br />

seguir, você confere três passos essenciais<br />

para garantir uma boa operação<br />

e obter o máximo de resultados.<br />

1 Definição DA<br />

pRogRAmAção<br />

INSTITUCIONAL Costuma ser mais fácil definir<br />

esse tipo de conteúdo. Normalmente, os super<br />

e hipermercados utilizam a ferramenta para<br />

informar os clientes sobre valores e posicionamento<br />

da empresa e os serviços oferecidos. Em<br />

suas lojas, o Pão de Açúcar divulga seu prograjoão<br />

de freiTAs<br />

A programação<br />

muda conforme<br />

o formato da<br />

loja e o perfil<br />

do público<br />

A programação é considerada<br />

crítica para o sucesso<br />

da mídia digital. Se o<br />

conteúdo não for definido<br />

adequadamente, o impacto<br />

sobre o público ficará<br />

aquém das expectativas.<br />

Por essa razão, sua definição<br />

deve levar em conta o<br />

tipo de loja e o perfil dos<br />

seus clientes.<br />

Para Arnold Correia,<br />

diretor-geral da Subway<br />

Link, não adianta, por<br />

exemplo, exibir em<br />

um hipermercado a<br />

programação definida<br />

para uma loja de<br />

vizinhança. Ou ainda<br />

um programa de entretenimento<br />

voltado<br />

para o público de<br />

classes C e D em lojas<br />

para classe média alta. Por isso, alguns<br />

parâmetros podem ser seguidos para<br />

definir o conteúdo. Veja:<br />

PUBLICITÁRIO A recomendação das operadoras<br />

de mídias digitais é evitar anúncios de<br />

produtos e serviços que possam ter impacto<br />

negativo na imagem da loja, como os considerados<br />

politicamente incorretos. A sugestão<br />

também vale para campanhas de cunho político,<br />

ideológico ou religioso.<br />

Segundo Correia, da Subway, o ideal é priorizar<br />

publicidade de produtos comercializados<br />

no supermercado. Também não há restrições a<br />

mercadorias ou serviços não disponíveis na loja,<br />

mas que sejam de interesse do cliente, como pacotes<br />

de viagens. Nas lojas do Perini, por exemplo,<br />

são exibidos anúncios de universidades,<br />

construtoras de imóveis, montadoras e revendedoras<br />

de veículos. “Tomamos cuidado para<br />

não divulgar nada que possa concorrer com o<br />

que vendemos”, destaca Ana Amoedo, gerente<br />

de marketing da rede.<br />

Os produtos de maior valor agregado são<br />

os que costumam vender mais quando divulgados<br />

pela ferramenta, uma vez que a decisão<br />

de compras é mais sofisticada. “Tanto é que<br />

identificamos uma alta de 157% nas vendas<br />

de uma TV de LCD, após ter sido divulgada<br />

na programação de um de nossos clientes. Em<br />

contrapartida, anunciamos no mesmo período<br />

um novo detergente em pó e o crescimento<br />

foi menor, 5%”, conta Emerson Calegaretti,<br />

CEO da Cereja Digital PRN.


92 | Estratégia | <strong>Supermercado</strong> m oderno • julho 2011<br />

mÍdIaS dIGITaIS<br />

lojas direcionadas<br />

para o público A<br />

e B podem optar<br />

por conteúdo<br />

sobre viagens<br />

e culinária<br />

gourmet. dicas<br />

de consumo em<br />

seções como queijo<br />

e vinho também<br />

são indicadas.<br />

ma de fidelidade, campanhas promocionais<br />

e informações sobre o<br />

seu circuito de corridas.<br />

ENTRETENIMENTO O formato da<br />

loja e o perfil de público são os<br />

itens mais pesam na definição da<br />

programação de entretenimento<br />

transmitida pelas mídias digitais.<br />

Se a loja for voltada para classe<br />

média alta, uma recomendação é<br />

optar por conteúdo com boa trilha<br />

sonora, programas de viagens<br />

e de culinária gourmet, além de<br />

agenda cultural e notícias. O Pão<br />

de Açúcar exibe sugestões de especialistas<br />

em vinhos, queijos e<br />

cafés nos equipamentos instalados<br />

próximo a essas seções.<br />

Já para as classes C e D, o ideal<br />

são programas sobre saúde,<br />

alimentação, esportes, utilidade<br />

pública, noticiários e dicas envolvendo<br />

datas sazonais. Boa parte<br />

do conteúdo de entretenimento<br />

exibido nas mídias digitais<br />

dos supermercados<br />

são fragmentos de<br />

programas de canais pagos, que precisam ser liberados<br />

mediante autorização.<br />

Para garantir esse tipo de conteúdo, as operadoras<br />

geralmente mantêm convênio com canais<br />

pagos. A Subway Link tem parceria com a Band<br />

News. Já a Cereja Digital PRN, com o Multishow.<br />

2 inStAlAção DAS míDiAS<br />

Não há uma regra para a quantidade de aparelhos<br />

e displays eletrônicos a serem instalados nas<br />

lojas. No Carrefour, por exemplo, há uma média<br />

de 19 TVs de tela plana por unidade. Já na bandeira<br />

Pão de Açúcar, são 10. O importante é que<br />

esses equipamentos fiquem em locais onde há alto<br />

tráfego de clientes, como corredores principais e<br />

checkouts. Seções como a de vinhos, rotisseria e<br />

padaria também podem entrar na lista. O objetivo<br />

é garantir audiência.<br />

O tamanho das telas varia conforme as áreas onde<br />

serão instaladas. Para os corredores centrais, as mais<br />

indicadas são as acima de 42 polegadas. Nesse caso,<br />

quanto maior o tamanho, maior o impacto no ponto<br />

de venda. Para os corredores internos, o ideal são as<br />

de 23 a 42 polegadas. Já para os checkouts, as de 18 a<br />

42 polegadas estão entre as recomendadas.<br />

No mercado, já é possível encontrar telas verticais<br />

o mais recomendado é instalar as tVs em seções de alto<br />

tráfego de clientes, como a padaria<br />

diuVlgAção


94 | Estratégia | <strong>Supermercado</strong> m oderno • julho 2011<br />

mÍdIaS dIGITaIS<br />

que ficam a apenas 90 cm do chão,<br />

o que aumenta a visibilidade. As<br />

tradicionais ficam a 2,5 metros.<br />

Outra novidade são telas de até 7<br />

polegadas, para serem instaladas<br />

nas prateleiras. Sua programação<br />

se restringe à publicidade dos<br />

produtos expostos. São indicadas<br />

para lançamentos e ofertas.<br />

3 CompoSição DA<br />

gRADe e tempo<br />

De DuRAção DoS<br />

pRogRAmAS<br />

A programação dos<br />

checkouts deve ter de<br />

35 a 45 minutos no total,<br />

sendo cada inserção de<br />

até 3 minutos<br />

Uma grade de programação<br />

balanceada ajuda a atrair a atenção<br />

dos clientes. As operadoras destinam<br />

de 40% a 60% do conteúdo<br />

à publicidade, entre 30% e 50% a<br />

entretenimento e 10% ao institucional.<br />

“Anúncios representam a<br />

maior parte da grade porque são<br />

a fonte de receita da ferramenta”,<br />

explica Correia, da Subway Link.<br />

Para manter o interesse do público<br />

pela programação, é importante<br />

definir o número de horas de transmissão do<br />

conteúdo e o tempo de cada programa. A duração<br />

pode variar de acordo com o setor da loja onde as<br />

TVs estão instaladas. “Nessa etapa, o período de<br />

permanência dos clientes em cada seção também é<br />

levado em consideração”, diz Calegaretti.<br />

Nos corredores centrais, por exemplo, o conteúdo<br />

completo deve ter entre 25 e 35 minutos, com<br />

programas curtos de 60 segundos. Isso porque o<br />

tráfego é intenso e os clientes estão em trânsito.<br />

Nos corredores internos e nos<br />

caixas, a grade pode se estender<br />

de 35 a 45 minutos,<br />

porque o tempo de permanência<br />

do consumidor<br />

é maior nesses locais. Por<br />

isso, os programas podem<br />

ser mais longos. No primeiro<br />

caso, é aceitável que<br />

tenham até 2 minutos e,<br />

no segundo, até 3 minutos,<br />

com preferência para os de entretenimento.<br />

Em qualquer um dos casos, é recomendado que<br />

a duração dos anúncios não ultrapasse 60 segundos<br />

para não cansar o público. Manter uma programação<br />

sempre atual também é importante. Para isso,<br />

deve-se incluir novidades toda semana.<br />

Agora que você sabe um pouco mais sobre as<br />

mídias digitais out of home, pode avaliar cuidadosamente<br />

os benefícios que ela pode trazer para o<br />

seu supermercado, além de possíveis desvantagens.<br />

Como todo negócio novo, você precisa reunir<br />

o maior número de informações disponíveis.<br />

Também é importante fazer simulações para saber<br />

quem seriam os potenciais anunciantes e quanto<br />

seria possível arrecadar com essa ferramenta. Só<br />

convém decidir se o investimento será feito após<br />

essa análise. Quanto menos riscos, melhor.<br />

Sm<br />

mAi S infoR m AçõeS :<br />

Carrefour: www.grupocarrefour.com.br<br />

Cereja Digital: www.cerejaprn.com<br />

grupo pão de Açúcar: www.grupopaodeacucar.com.br<br />

perini: www.perini.com.br<br />

Subway: www.subwaylink.com.br


97 Loja <strong>Supermercado</strong> m oderno • julho 2011<br />

Dois (bons)<br />

programas de<br />

fidelidade<br />

Um é de fidelidade, outro<br />

de relacionamento. Não<br />

importa o nome. Nos dois<br />

casos – Pão de Açúcar e<br />

Coop –, tudo começa com a<br />

análise do perfil de compra<br />

do cliente e termina com<br />

aumento nas vendas.<br />

Por Viviane Sousa | viviane.Sousa@lund.com.br<br />

Se você ainda acredita que o sucesso<br />

de um bom programa de<br />

fidelidade está em recompensar<br />

os clientes com descontos<br />

massificados – que servem para<br />

qualquer pessoa –, cuidado!<br />

Essa, na verdade, é considerada<br />

uma estratégia antifidelidade ou antirrelacionamento.<br />

Hoje, os especialistas estão convencidos de<br />

que qualquer ação deve se basear numa análise criteriosa de perfil de compra do shopper<br />

ou de quanto ele desembolsa na loja. Dois programas, o do GPA (Grupo Pão de<br />

Açúcar) e o da rede Coop, levam essas convicções ao pé da letra e dão bons exemplos<br />

de como conduzir iniciativas vitoriosas. Com sofisticados softwares de frente de caixa,<br />

que permitem apurar os dados do cliente, essas empresas desenvolvem ações para grupos<br />

de consumidores e, com isso, conseguem alavancar vendas e margens.


98 | Loja | <strong>Supermercado</strong> m oderno • julho 2011<br />

programaS de fidelidade<br />

perfil dos<br />

shoppers<br />

A Dunnhumby criou<br />

para o GPA 11 carteiras<br />

de clientes<br />

1<br />

gourmet<br />

grupo que compra<br />

principalmente produtos com<br />

apelo gastronômico<br />

2<br />

saudável<br />

interessado por produtos com<br />

apelo à saúde<br />

3<br />

repositor<br />

faz compras de reposição<br />

4<br />

açougue/feira<br />

leva principalmente carnes,<br />

hortifrútis e outros perecíveis<br />

5<br />

ocasional<br />

não vai à loja com frequência<br />

6<br />

oportunista<br />

costuma comprar apenas<br />

produtos em oferta<br />

InIcIatIva do pão de açúcar:<br />

Mais clientes, mais vendas<br />

7<br />

oferteiro<br />

é fiel à loja, mas prefere<br />

comprar itens em promoção<br />

8<br />

conveniência<br />

busca, sobretudo, produtos<br />

práticos<br />

9<br />

festa<br />

nos fins de semana leva muita<br />

cerveja, destilados, refrigerantes,<br />

carvão, carnes, salgadinhos e<br />

outros itens de festa<br />

10<br />

bairro<br />

aquele que vai à loja todo dia<br />

11<br />

moderno<br />

deixou de fazer compra<br />

do mês e passou a ir mais<br />

vezes ao supermercado<br />

O Grupo Pão de Açúcar, 615 lojas, reestruturou o seu programa<br />

de fidelidade com a ajuda da inglesa Dunnhumby, com quem se<br />

associou. A empresa, presente em 25 países, analisa dados e propõe<br />

ações de marketing direcionado, além de estratégias de preço, adequação<br />

de sortimento e exposição de produtos. Na rede americana<br />

Kroger, por exemplo, a Dunnhumby constatou que o baixo índice<br />

de vendas de leite era provocado por uma exposição incorreta do<br />

produto. Quando o comportamento de compra dos consumidores<br />

foi avaliado, percebeu-se que a maioria escolhia<br />

o produto considerando a versão. “A<br />

rede passou, então, a expor os leites por tipo<br />

e não mais por marcas, como era feito habitualmente,<br />

o que fez as vendas duplicarem<br />

em poucos meses”, conta Adriano Araújo, diretor<br />

comercial da empresa.<br />

No Brasil, a Dunnhumby ajuda o GPA a<br />

administrar cerca de dois milhões de clientes<br />

cadastrados no Cartão Mais. No ano passado,<br />

esse público garantiu um aumento de 12<br />

pontos percentuais no faturamento de toda<br />

a rede. Isso significa que responderam por<br />

mais de 50% das vendas totais da empresa.<br />

O software utilizado captura os dados pelo<br />

CPF dos clientes. São informações que revelam,<br />

por exemplo, o que é adquirido, quando,<br />

em que quantidade e com qual frequência.<br />

Mostram quais produtos e marcas são mais<br />

consumidos e quando o açougue e o hortifrútis<br />

recebem mais visitas. O próprio sistema se<br />

encarrega, então, de agrupar pessoas com hábitos<br />

de compra muito parecidos.<br />

A Dunnhumby criou para o GPA 11 carteiras<br />

de clientes (veja quadro ao lado). Segundo<br />

Débora Franchim, gerente de marketing<br />

responsável pelo programa de fidelidade do<br />

Pão de Açúcar, cada cliente faz parte de apenas<br />

uma dessas carteiras. “Por isso, a análise é<br />

muito criteriosa. Também atualizamos mensalmente<br />

os cadastros para saber se algum<br />

cliente mudou de perfil”, explica.


100 | Loja | <strong>Supermercado</strong> m oderno • julho 2011<br />

programaS de fidelidade<br />

A rede Coop, cooperativa de consumo com<br />

29 lojas na Grande São Paulo e no interior do<br />

Estado, também contou com um parceiro para<br />

conduzir a iniciativa que chama de programa<br />

de relacionamento: a Peppers & Rogers Group,<br />

especializada em gestão de clientes. “Com a<br />

empresa, criamos e estruturamos um ambiente<br />

analítico (database) que carrega dados cadastrais<br />

e transacionais de 1,5 milhão de coa<br />

rede paulista<br />

coop convidou<br />

27 mil clientes<br />

cadastrados<br />

para comprar<br />

amaciante por<br />

r$ 0,01, com a<br />

condição de<br />

que levassem<br />

também duas<br />

embalagens de<br />

detergente<br />

para roupas.<br />

resultado:<br />

120% de<br />

aumento nas<br />

vendas.<br />

divulgação<br />

divulgação<br />

Clientes do<br />

Programa Mais<br />

também ganham<br />

descontos exclusivos<br />

Todos os dados são cruzados para,<br />

então, serem criadas ações e campanhas<br />

específicas, muitas vezes em parceria<br />

com fornecedores. Uma ação de sucesso<br />

foi a do lançamento de uma versão do<br />

shampoo e condicionador Seda, para<br />

um tipo específico de cabelo. A Dunnhumby<br />

levantou quais clientes do<br />

Pão de Açúcar costumavam comprar<br />

shampoo e condicionador com aquelas<br />

comunicação visual do pão de açúcar indica produtos<br />

que garantem aumento da pontuação no mês<br />

características e enviou a<br />

eles e-mail e mala-direta<br />

com uma amostra do<br />

novo produto, fornecida<br />

pela Unilever, fabricante<br />

da marca Seda. “O resultado<br />

foi excelente. Há<br />

muito tempo não vendíamos tanto um<br />

lançamento em tão pouco tempo”, conta<br />

Débora Franchim.<br />

Os clientes que fazem parte do Programa<br />

Mais também têm acesso a<br />

uma série de descontos exclusivos.<br />

Nas lojas, há sempre uma lista de 150<br />

itens com preços reduzidos. Outro benefício<br />

é o esquema de pontos: a cada<br />

R$ 1 comprado, o consumidor ganha<br />

um ponto, que pode ser convertido<br />

em vale-compras a ser trocado exclusivamente<br />

por produtos das lojas.<br />

O esquema de pontos também contempla o<br />

cliente no dia de seu aniversário ou quando ele<br />

faz compras com sacolas retornáveis. Para ter<br />

acesso às vantagens, o público precisa apenas<br />

informar o CPF ao passar com as compras no<br />

checkout. Segundo Débora, é possível acumular<br />

pontos por dois anos, quando o benefício expira.<br />

programa de relacIonamento<br />

Mais R$ 38 milhões em vendas na Coop


102 | Loja | <strong>Supermercado</strong> m oderno • julho 2011<br />

programaS de fidelidade<br />

rafael<br />

d’andrea,<br />

dono da<br />

agência<br />

Shopper<br />

operados”, explica Sidnéia Abranches<br />

Maurício, responsável pela<br />

implementação do projeto. Ao<br />

contrário dos programas tradicionais,<br />

que privilegiam informações<br />

sobre hábitos de consumo,<br />

o da Coop prioriza dados sobre<br />

o valor da compra e o que ela assegura<br />

de margem líquida para a<br />

empresa. Ao todo, foram criados<br />

cinco grupos:<br />

1 maIor valor (a)<br />

2 alto conSUmo (B)<br />

3 mÉdIo conSUmo (c)<br />

4 BaIXo conSUmo (d)<br />

5 InatIvoS (e)<br />

Mensalmente o perfil dos clientes<br />

é avaliado a fim de verificar se<br />

algum deles deve mudar de carteira.<br />

Segundo Sidnéia, a empresa<br />

estabeleceu objetivos para o tratamento<br />

de cada grupo. Alguns<br />

exemplos: o que fazer para manter<br />

e reconhecer os consumidores da<br />

carteira A; que ações tomar para<br />

desenvolver e recuperar os da carteira<br />

D; como reativar os inativos,<br />

pertencentes à carteira E.<br />

AgênciA Shopper<br />

Entre as campanhas postas em prática para alcançar<br />

esses objetivos, estão ofertas e entrega de brindes.<br />

“Fazemos parcerias com os fornecedores e, dependendo<br />

da marca envolvida e da carteira na qual o cliente<br />

está, a oferta pode ser vinculada a um consumo mínimo<br />

ou à compra de algum item”, explica Sidnéia.<br />

Mensalmente, a Coop desenvolve uma média de<br />

15 ações, com duração de duas semanas a dois meses.<br />

Durante uma campanha na seção de laticínios,<br />

por exemplo, 100 mil clientes receberam mala-direta<br />

com informação sobre promoções exclusivas.<br />

Resultado: eles gastaram R$ 600 mil a mais do que<br />

gastariam normalmente. Em outra ação, essa na seção<br />

de limpeza, 27 mil consumidores foram convidados<br />

a comprar amaciantes de roupas por R$ 0,01<br />

ao levar duas embalagens de sabão em pó. As vendas<br />

cresceram 120%. “A ideia é mostrar que a empresa<br />

faz parte da vida do cooperado e é a extensão<br />

do seu lar”, afirma a responsável pelo projeto.<br />

As ações garantiram, só no ano passado, um<br />

incremento de R$ 38 milhões no faturamento da<br />

Coop. Ao todo, foram realizadas 149 campanhas,<br />

que, juntas, geraram 2,34 milhões de interações. Em<br />

2009, o incremento foi de R$ 21,5 milhões, com 69<br />

campanhas e 1,77 milhão de interações.<br />

Sm<br />

Mais inforM ações:<br />

Coop: www.coop-sp.com.br<br />

Dunnhumby: www.dunnhumby.com<br />

GPa: www.grupopaodeacucar.com.br<br />

agência shopper: www.agenciashopper.com.br<br />

Além de empresas internacionais de marketing dirigido, o mercado<br />

conta com companhias brasileiras, como a recém-inaugurada Agência<br />

Shopper, que começa a atender supermercados. A empresa desenvolveu<br />

metodologia para agrupar os clientes conforme seus interesses e perfil de<br />

compra. “Quando uma loja decide, por exemplo, que quer alavancar o setor<br />

de vinhos, identificamos os consumidores que mais consomem a bebida e<br />

desenvolvemos ações de desconto exclusivamente para eles,” conta Rafael<br />

D’Andrea, dono da agência. Segundo ele, ao se comunicar direto com o<br />

público-alvo, que é naturalmente mais sensível aos apelos envolvendo a<br />

categoria, o supermercado potencializa as vendas e torna o cliente bem mais<br />

satisfeito. “Ao se sentir paparicado e privilegiado, o consumidor tende a voltar<br />

à loja mais vezes. E é isso o que todo mundo quer”, afirma.


105 Loja <strong>Supermercado</strong> m oderno • julho 2011<br />

novos<br />

| Por Adriana Silvestrini<br />

| adriana.santos@lund.com.br<br />

equipamentos<br />

para novas lojas<br />

Com a expansão acelerada do varejo alimentar, a indústria de<br />

equipamentos vem se preparando para atender o aumento da demanda e<br />

lançar produtos mais tecnológicos. Veja o que os fabricantes estão fazendo.<br />

Quem teve problemas para comprar ou receber<br />

equipamentos, no ano passado e início deste ano,<br />

pode ficar descansado e continuar com seus projetos<br />

de expansão. A indústria do segmento garante<br />

que não terá dificuldades de entrega. Produção e<br />

estoque serão suficientes para atender a demanda,<br />

em crescimento desde 2010. Segundo dados da<br />

Associação Brasileira de <strong>Supermercado</strong>s, 282 empresas devem investir ao<br />

longo deste ano quase R$ 2 bilhões na construção de novas lojas, R$ 650 milhões<br />

em reformas e R$ 61 milhões em aquisições. “Isso soa como canção<br />

diuvlgação


106 | Loja | <strong>Supermercado</strong> moderno • julho 2011<br />

eQuIpamenToS<br />

aos meus ouvidos”, brinca Adilson<br />

Lemos, gerente de marketing da<br />

Metalfrio, fabricante de equipamentos<br />

de refrigeração<br />

comercial. “Estamos não<br />

só preparados para fornecer<br />

produtos, como<br />

dispomos de máquinas<br />

cada vez mais adaptadas<br />

às necessidades do varejo<br />

alimentar”, garante.<br />

A empresa desenvolveu<br />

uma ponta de ilha<br />

para lojas pequenas de vizinhança,<br />

que vêm crescendo muito<br />

nos últimos anos. São pontas com<br />

plug -in modular, com maior capacidade<br />

por metro quadrado e 40%<br />

de redução no consumo de energia<br />

em relação à versão tradicional. A<br />

fabricante, que no ano passado faturou<br />

R$ 70,8 milhões, 92% mais<br />

do que em 2009, também tem lançamentos<br />

para o segundo semestre<br />

deste ano. É o caso do VB21, equipamento<br />

para bebidas que será<br />

posicionado no checkout.<br />

A Eletrofrio Refrigeração, fabricante de expositores<br />

refrigerados, câmaras frigoríficas e sistemas<br />

de geração de frio alimentar, também comemora os<br />

números do setor supermercadista.<br />

“Tivemos aumento<br />

a indústria<br />

do segmento<br />

garante que não<br />

terá problemas<br />

de entrega<br />

real de vendas na ordem<br />

de 10% no mercado nacional<br />

no ano de 2010”, afirma<br />

Roberto Weidner, diretor de<br />

marketing e vendas.<br />

De acordo com o executivo,<br />

em 2010 a área fabril<br />

foi ampliada em 30% e a empresa<br />

adquiriu equipamentos<br />

de última geração, alguns importados da Itália e do<br />

Japão. “Isso possibilita o aumento da produção e da<br />

qualidade”, diz. Weidner ressalta ainda que as fábricas<br />

têm capacidade para atender as necessidades de<br />

mercado mesmo em épocas sazonais fortes – como<br />

novembro e dezembro – e anos excepcionais.<br />

Sobre a expectativa de crescimento a curto prazo,<br />

porém, Weidner faz um alerta importante. “As<br />

vendas de equipamentos frigoríficos deverão ficar<br />

estáveis nos próximos dois anos por causa da alta<br />

nas taxas de juros e da diminuição de prazos. Tais<br />

fatores podem diminuir o ritmo dos investimentos<br />

em novas lojas e reformas”, ressalta o diretor.<br />

“A expansão do varejo<br />

alimentar soa<br />

como canção aos<br />

meus ouvidos.<br />

graças a ela,<br />

crescemos 92%<br />

em vendas.”<br />

ADILSON LEMOS, DA METALFRIO<br />

divulgação<br />

CONFIANÇA NO FUTURO<br />

indústria projeta mais vendas<br />

Eros Jantsch, diretor de hardware da Bematech,<br />

empresa de tecnologia para o comércio,<br />

não concorda. Para ele, até 2012 a<br />

demanda vai aumentar, pois o consumidor<br />

continuará gastando mais,<br />

sobretudo o das classes CDE, o que<br />

favorecerá a expansão do varejo. “Estamos<br />

vendendo mais equipamentos<br />

principalmente para pequenas<br />

lojas”, afirma. A Bematech também<br />

lança novidades para atender as novas<br />

necessidades do mercado. Uma delas


108 | Loja | <strong>Supermercado</strong> moderno • julho 2011<br />

eQuIpamenToS<br />

“Estamos<br />

vendendo<br />

principalmente<br />

para pequenas<br />

lojas, graças ao<br />

aumento de<br />

consumo entre as<br />

classes CdE”<br />

EROS JANTSCH, DA BEMATECH<br />

de olho na demanda crescente, a<br />

Fast gôndolas investiu nos últimos<br />

anos em máquinas, processos<br />

produtivos, serviços e sistemas<br />

divulgação<br />

é o RC -8000 (Retail Computer), uma<br />

CPU que possui fonte externa, maior<br />

durabilidade e menor consumo de<br />

energia. “Com ela, o supermercadista<br />

ganha área de exposição para mercadorias,<br />

aumentando o faturamento por<br />

metro quadrado”, afirma Jantsch.<br />

Outra fabricante confiante no mercado<br />

é a Rod -Car. “No ano passado, crescemos<br />

mais de 20% em vendas e esperamos repetir<br />

a mesma taxa ao longo dos próximos cinco<br />

anos”, comenta Éd Pinharbel Silvério, gerente<br />

nacional de vendas da empresa.<br />

Em 2010, a Rod-Car não teve problemas<br />

para atender os supermercadistas por possuir<br />

um estoque regulador. O mesmo aconteceu no<br />

primeiro semestre de 2011. “As lojas do tipo atacarejo<br />

(cash & carry) e as tradicionais de cinco a<br />

20 checkouts têm elevado muito sua participação<br />

nas compras. Da mesma forma, o Norte e<br />

Nordeste apresentam aumento considerável na<br />

demanda”, revela Silvério. O gerente lembra que<br />

a empresa fabrica carrinhos diferentes para cada<br />

região do País. Em veículos para cidades litorâneas,<br />

por exemplo, aplica um acabamento especial<br />

à base de verniz eletrostático, que prolonga<br />

por mais de cinco vezes a sua vida útil.<br />

No setor de gôndolas, o mercado também<br />

apresenta resultados positivos. As vendas da<br />

Fast Gôndolas têm registrado uma alta média<br />

de 15% ao ano e nos próximos três anos deverão<br />

avançar no mesmo patamar. “Investimos<br />

nos últimos anos em máquinas, processos produtivos,<br />

serviços e sistemas só para atender o<br />

aumento na demanda”, conta Valdevir Guerra,<br />

diretor comercial e de marketing da empresa.<br />

AUMENTO DE DEMANDA<br />

Produção cresce, preço cai<br />

Os fornecedores de sistemas eletrônicos de segurança<br />

estão se beneficiando da expansão do<br />

setor, mas também de um dos seus grandes<br />

problemas: o alto índice de perdas. Segundo o<br />

Centro de Pesquisa sobre Varejo, do Reino Unido,<br />

o Brasil ocupa o segundo lugar no ranking<br />

internacional de perdas por furtos ou erros administrativos,<br />

atrás apenas da Índia. A pesquisa,<br />

envolvendo 42 países, mostrou que o índice<br />

brasileiro de perdas/faturamento é de 1,64%, o<br />

que corresponde a 1 bilhão de dólares em frau-


110 | Loja | <strong>Supermercado</strong> moderno • julho 2011<br />

eQuIpamenToS<br />

des de funcionários e 759 milhões<br />

de dólares em furtos por clientes.<br />

Não é à toa que muitas redes têm<br />

investido em soluções de segurança<br />

para reduzir suas perdas e<br />

garantir maior rentabilidade para<br />

o negócio. E que as empresas especializadas<br />

estão aproveitando<br />

antes o acesso acontecia apenas por laptop,<br />

agora pode ser feito também por iPod<br />

a oportunidade e desenvolvendo<br />

novas tecnologias. A Intelbrás,<br />

por exemplo, colocará em agosto<br />

no mercado um equipamento<br />

que analisa o comportamento das<br />

imagens. Ele acusa, por exemplo,<br />

a entrada de pessoas em áreas não<br />

autorizadas ou como está o tráfego<br />

de veículos dentro do estacionamento”,<br />

conta Márcio Ferreira,<br />

gerente nacional de vendas.<br />

Enquanto a novidade não chega<br />

ao varejo, Ferreira comemora<br />

as vendas do DVR, que transmite<br />

as imagens gravadas<br />

por celular. “Antes o<br />

acesso era só por laptop,<br />

agora pode ser feito<br />

também por iPod, permitindo que o proprietário<br />

controle sua empresa de onde estiver”, completa.<br />

Para a Intelbrás o mercado não poderia estar<br />

melhor. A empresa cresceu 70% no último ano e<br />

hoje atende lojas de todos os tamanhos. “Com o<br />

aumento da procura, conseguimos produzir mais e<br />

reduzir custos. Isso tornou nossos produtos acessíveis<br />

a redes de todos os tamanhos”, comemora.<br />

O otimismo também é relatado<br />

pela Plastrom Sensormatic. A empresa<br />

cresceu mais de 40% em 2010,<br />

em comparação com os três anos anteriores,<br />

sobretudo com as linhas de<br />

EAS – sistema que ajuda o varejista<br />

a reduzir furtos internos – e de Circuito Fechado<br />

de Televisão. De acordo com Gilberto Vasconcelos,<br />

diretor-geral, a previsão é de que as vendas aumentem<br />

mais 20% em 2011. “Nos próximos anos, devemos<br />

crescer tanto quanto o País, até porque vamos<br />

lançar novas tecnologias, entre as quais soluções de<br />

gestão de estoques em prateleira, RFID e etiquetagem<br />

na origem”, exemplifica Vasconcelos. A expansão<br />

do setor, portanto, está muito bem amparada. E<br />

ela continuará “soando como canção” aos ouvidos<br />

da indústria de equipamentos.<br />

Sm<br />

MAIS INFORMAÇÕES:<br />

ABRAS: www.abras.com.br<br />

BEMATECH: www.bematech.com.br<br />

ELETROFRIO: www.eletrofrio.com.br<br />

FAST GÔNDOLAS: www.fastgondolas.com.br<br />

INTELBRÁS: www.intelbras.com.br<br />

METALFRIO: www.metalfrio.com.br<br />

PLASTROM SENSORMATIC: www.plastromsensormatic.com.br<br />

ROD -CAR: www.rodcar.com.br<br />

divulgação<br />

divulgação<br />

“crescemos 40% no último ano, graças<br />

aos circuitos fechados de televisão e<br />

ao sistema que ajuda o varejista<br />

no combate aos furtos internos”<br />

GILBERTO VASCONCELOS, DA PLASTROM SENSORMATIC


113 Loja <strong>Supermercado</strong> moderno • julho 2011<br />

resíduos sólidos<br />

Descarte depende<br />

da sua loja<br />

Com a aprovação da Política Nacional de Resíduos Sólidos, o setor é um dos<br />

responsáveis pelo descarte de produtos e embalagens que não interessam mais<br />

ao consumidor. Entenda melhor a lei e conheça alternativas para cumpri-la.<br />

Por Fernando Salles | salles@lund.com.br<br />

QUe Lei É<br />

essa<br />

A Lei da Política Nacional de<br />

Resíduos Sólidos institui uma<br />

série de medidas para garantir o<br />

tratamento ambientalmente<br />

correto do lixo em todo o Brasil.<br />

Impõe ao poder público, por<br />

exemplo, a substituição dos lixões<br />

por aterros sanitários, locais<br />

preparados para evitar a<br />

contaminação do solo e dos<br />

lençóis freáticos<br />

QUais ProDUTos<br />

esTÃo inCLUÍDos<br />

Vale para agrotóxicos e seus resíduos e embalagens; pilhas e<br />

baterias; pneus; óleos lubrificantes, seus resíduos e<br />

embalagens; lâmpadas; eletroeletrônicos e componentes; e<br />

todas as embalagens plásticas, metálicas ou de vidro<br />

enTenda<br />

a políTica<br />

nacional<br />

de reSíduoS<br />

SólidoS<br />

CoMo afeTa os sUPerMerCaDos<br />

No artigo 33, obriga a implantação de sistemas de logística reversa, com o retorno dos produtos após o<br />

uso pelo consumidor. Essa responsabilidade deve ser compartilhada entre fabricantes, importadores,<br />

distribuidores e comerciantes


114 | Loja | <strong>Supermercado</strong> m oderno • julho 2011<br />

reSíduoS SólidoS<br />

Muitos produtos<br />

têm mais de uma<br />

embalagem ou usam<br />

excesso de material.<br />

Como a lei incentiva<br />

a diminuição dos<br />

resíduos gerados,<br />

convém discutir com os<br />

fabricantes como usar<br />

menos matéria-prima.<br />

Uma lei que ficou cerca de<br />

duas décadas parada no<br />

Congresso deve trazer mudanças<br />

na operação da sua<br />

loja e na relação com fornecedores.<br />

Sancionada pelo<br />

presidente Lula no final de<br />

2010, a Política Nacional de Resíduos Sólidos impõe,<br />

em um de seus artigos, a implantação de sistemas de<br />

logística reversa a fabricantes, importadores, distribuidores<br />

e comerciantes, o que inclui o autosserviço.<br />

Na prática, a legislação responsabiliza os membros<br />

da cadeia por todo o ciclo de vida dos produtos.<br />

Ou seja, o supermercado deve estar preparado para<br />

receber de volta produtos e embalagens que o cliente<br />

descartar. Essa responsabilidade<br />

independe dos serviços públicos<br />

de coleta e deve ser compartilhada<br />

com os integrantes da cadeia.<br />

A regra vale para pilhas e baterias,<br />

eletroeletrônicos e componentes,<br />

lâmpadas, pneus, agrotóxicos, óleos<br />

lubrificantes, além de embalagens<br />

de plástico, metal e vidro.<br />

O governo formou dois grupos<br />

interministeriais para comandar<br />

as tratativas com os envolvidos<br />

na distribuição, como indústria e<br />

varejo. Dessas discussões devem<br />

surgir direcionamentos para que<br />

a logística reversa torne-se realidade. Até agosto de<br />

2012, deve ser apresentado um plano de implementação.<br />

Já o prazo para ser colocado em prática é de<br />

quatro anos após a sanção da lei – dezembro de 2014.<br />

centiva apenas o descarte correto,<br />

mas também a redução da quantidade<br />

de resíduos gerados. “Muitos<br />

produtos contam com mais<br />

de uma embalagem ou excesso de<br />

material. Um dos caminhos pode<br />

ser discutir com o fornecedor uma<br />

redução na quantidade de plástico<br />

ou papelão”, exemplifica.<br />

Algumas iniciativas já realizadas<br />

pelo varejo dão razão a ele.<br />

Uma delas vem do Walmart Brasil.<br />

Felipe Antunes, gerente de sustentabilidade,<br />

conta que alguns itens<br />

de marca própria são produzidos<br />

com menos material nas embalagens.<br />

É o caso do achocolatado<br />

Bompreço, cuja redução é de 30%.<br />

Na bandeira Pão de Açúcar, os<br />

clientes são incentivados a fazer<br />

reciclagem antes mesmo de consumir:<br />

67 lojas contam com caixas<br />

verdes nas quais os clientes podem<br />

descartar o excesso de embalagem<br />

logo após a compra. Com a iniciativa,<br />

a empresa já arrecadou 1,3<br />

achocolatado bompreço, marca<br />

própria do Walmart, é vendido em<br />

embalagem confeccionada com 30%<br />

menos material<br />

diuvlgação<br />

Menos eMbalageM<br />

Solução além do descarte<br />

Seja qual for a mecânica adotada pela cadeia de distribuição,<br />

uma coisa é certa: o autosserviço terá de<br />

realizar diversas adequações. Vicente Manzione Filho,<br />

sócio da Gestão Origami, consultoria especializada<br />

em sustentabilidade, lembra que a lei não in-


116 | Loja | <strong>Supermercado</strong> m oderno • julho 2011<br />

reSíduoS SólidoS<br />

Adequação à lei também já é feita pelo Walmart.<br />

Lá, o processo de coleta, tratamento e<br />

destinação de resíduos é considerado um dos<br />

pilares do programa de sustentabilidade. Desdisponibilizar<br />

postos de entrega<br />

de resíduos é uma<br />

das sugestões da<br />

lei para viabilizar<br />

a logística<br />

reversa. clientes<br />

costumam aderir.<br />

milhão de embalagens, encaminhadas<br />

para cooperativas de reciclagem. Parte<br />

desse material é aproveitado na confecção<br />

de embalagens cartonadas da<br />

marca exclusiva Taeq.<br />

Antecipar-se às exigências, como<br />

fazem os dois gigantes do autosserviço,<br />

é a melhor alternativa para o setor,<br />

acredita Estanislau Freitas Jr., coordenador<br />

de comunicação do Instituto<br />

Akatu, ONG que estimula o consumo<br />

consciente. “O ideal é o varejo se<br />

adiantar e implantar processos desde<br />

já. Além de boas para a sociedade, essas<br />

ações são muito bem vistas pelo<br />

público e podem ajudar no marketing<br />

da empresa. Com o avanço nas discussões<br />

a respeito do descarte de resíduos,<br />

quem não se adaptar logo vai<br />

perder o freguês”, avalia.<br />

Outra ação realizada com sucesso<br />

é a coleta de materiais recicláveis.<br />

Segundo Manzione Filho, da Gestão<br />

Origami, as exigências legais tendem<br />

a aumentar a escala do que se faz<br />

hoje. Ele lembra que resíduos de certos<br />

produtos podem ser matéria-prima para a<br />

fabricação de outros. E uma solução para diluir<br />

custos da implantação da logística reversa<br />

pode ser vender parte do material coletado. A<br />

iniciativa ajuda a evitar repasses nos preços,<br />

um dos riscos para o consumidor.<br />

Pão de açúcar<br />

42 mil toneladas de recicláveis<br />

O Grupo Pão de Açúcar conta com duas empresas<br />

parceiras na implementação da gestão<br />

integrada de resíduos, o que inclui<br />

separação de recicláveis, lixo orgânico<br />

e rejeitos. A separação é feita nas<br />

próprias lojas, onde plástico e papelão<br />

são prensados e encaminhados para<br />

a venda na forma de fardos. Já o lixo<br />

orgânico é encaminhado para reaproveitamento<br />

como compostagem ou<br />

ração animal. Aquilo que não pode ser<br />

reaproveitado (rejeito) vai direto para<br />

os aterros sanitários.<br />

Atualmente, a empresa conta com<br />

228 postos de entrega voluntária de<br />

material reciclável. Esses pontos já receberam<br />

42 mil toneladas de plástico,<br />

vidro, papel, metal e óleo de cozinha<br />

usado. Em 31 lojas, é feita também a<br />

coleta de celulares, baterias e acessórios. Até o<br />

final deste ano, o trabalho deve ser estendido a<br />

160 lojas. Mais avançada ainda está a coleta de<br />

pilhas e baterias comuns, disponível em todas as<br />

filiais da empresa. A maior parte desse trabalho<br />

é feita em parceria com fornecedores.<br />

joão de freitaS<br />

WalMart<br />

40 cooperativas beneficiadas


118 | Loja | <strong>Supermercado</strong> m oderno • julho 2011<br />

reSíduoS SólidoS<br />

no Pão de açúcar,<br />

caixas verdes<br />

incentivam o<br />

descarte correto de<br />

embalagens antes<br />

do consumo.<br />

Material é<br />

reaproveitado em<br />

embalagens da<br />

marca taeq.<br />

de 2006, a empresa conta com<br />

estações de reciclagem. Hoje são<br />

cerca de 300 em todo o Brasil. Os<br />

produtos oriundos do descarte<br />

são recebidos por aproximadamente<br />

40 cooperativas.<br />

custos da implantação da logística<br />

reversa podem ser diluídos com a<br />

venda do material coletado nas lojas<br />

Algumas lojas da rede estão<br />

aptas a receber lâmpadas fluorescentes,<br />

que exigem cuidados especiais<br />

por conter mercúrio.<br />

descarte de eletrônicos<br />

Serviço embutido na compra<br />

Outro gigante, o Carrefour, mantém<br />

104 estações de coleta – em<br />

2009 eram só 15. Neste momento,<br />

a empresa negocia parceria para<br />

joão de freitaS<br />

levar a iniciativa às lojas onde há viabilidade de<br />

implantação. Mas o Carrefour oferece também um<br />

serviço que deve se tornar mais comum a partir da<br />

implantação da lei. Trata-se do programa Descarte<br />

Sustentável, pelo qual os clientes podem descartar de<br />

modo ambientalmente correto aparelhos eletrônicos,<br />

como TVs, monitores, notebooks, etc.<br />

O projeto é uma parceria com a Descarte Certo.<br />

Lúcio Di Domenico, presidente da empresa, explica<br />

que, no ato da compra de um eletroeletrônico, é<br />

oferecida ao consumidor a possibilidade de solicitar<br />

o descarte do equipamento antigo. Quem concorda<br />

inclui o valor do serviço no pagamento (em<br />

torno de R$ 130), do mesmo modo que as garantias<br />

estendidas. Feito isso, o consumidor acessa o site<br />

da Descarte Certo e define o dia em que o aparelho<br />

antigo poderá ser retirado pela equipe de coleta.<br />

Outra opção é a venda da coleta para ser realizada<br />

apenas no momento em que o consumidor decidir<br />

se desfazer do produto que está comprando, com<br />

prazo máximo de 14 anos. Esse serviço sai por cerca<br />

de R$ 20. A empresa já vendeu perto de 10 mil garantias<br />

de descarte, mas acredita que em breve a prática<br />

estará mais difundida no varejo e entre os consumidores.<br />

“Em dois ou três anos, o setor já venderá<br />

todos os eletroeletrônicos com o serviço embarcado.<br />

Com ele, a logística reversa fica garantida”, acredita.<br />

Caso se confirme a previsão otimista de di Domenico,<br />

o varejo estará livre dos custos logísticos<br />

envolvidos no processo. “Cerca de 80% do custo do<br />

desmanche de um produto eletrônico é logística”,<br />

afirma. Com a consolidação da cultura do descarte<br />

consciente, uma alternativa é, no momento da<br />

entrega do produto, a equipe já levar o aparelho<br />

velho. A discussão sobre como implementar a logística<br />

reversa está só no começo. O melhor é não<br />

perder tempo e buscar, com fornecedores e parceiros,<br />

alternativas viáveis para a sua empresa.<br />

Sm<br />

Mais i nforM ações:<br />

Carrefour: www.carrefour.com.br<br />

Descarte Certo: www.descartecerto.com.br<br />

Gestão origami: www.gestaoorigami.com.br<br />

Grupo Pão de açúcar: www.grupopaodeacucar.com.br<br />

instituto akatu: www.akatu.org.br<br />

Walmart: www.walmart.com.br


120 | <strong>Supermercado</strong> m oderno • julho 2011<br />

novos produtos<br />

DiVulgação<br />

Polenta cremosa em<br />

três novos sabores<br />

A Stival Alimentos reforçou sua linha de<br />

polentas cremosas com os sabores<br />

galinha caipira, bolonhesa e calabresa. O<br />

investimento total do lançamento é de cerca<br />

de R$ 630 mil. Até o fim do ano, o produto –<br />

que fica pronto em 10 minutos – estará nas<br />

grandes redes de todo o Brasil. Segundo Alexandre Stival, diretor<br />

da empresa, a venda do produto garante ao varejo uma margem<br />

média de lucro de 30%. Informações: www.stival.com.br<br />

Chás de Vinho Quente e<br />

Quentão durante todo o inverno<br />

Baseados nos chás de gengibre e montanhês, a Hikari traz os sabores<br />

Quentão e Vinho Quente para aproveitar a sazonalidade não só<br />

das Festas Juninas, mas também de todo o período de inverno,<br />

que vai até meados de<br />

setembro. A estratégia<br />

de divulgação inclui<br />

ações de degustação.<br />

Informações: (11) 2684-4330.<br />

Detergente lava-louças<br />

ecológico<br />

DiVulgação<br />

DiVulgação<br />

Nada de desperdício! Esse foi o lema da Soin –<br />

indústria do ramo de higiene e limpeza – ao<br />

criar o Zap Eco, um detergente lava-louças<br />

concentrado. O produto foca a economia e<br />

a preservação do meio ambiente, contando,<br />

inclusive, com embalagem reutilizável e feita<br />

com menor quantidade de plástico. O kit<br />

do produto, composto por um dispenser e<br />

um sachê, tem preço sugerido de R$ 4. Já o<br />

sachê avulso para reposição sai por R$ 1,10.<br />

Informações: www.portalsoin.com.br


| 121<br />

DiVulgação<br />

iogurte com<br />

0% de lactose<br />

Boa notícia para quem possui intolerância à<br />

lactose. O Laticínios Verde Campo acaba<br />

de lançar o LacFree nas opções natural e<br />

morango. Por não conter açúcar, é indicado<br />

também para diabéticos. Inicialmente, o novo iogurte é vendido<br />

apenas nos Estados de Minas Gerais, Rio de Janeiro e São Paulo. A<br />

empresa investiu cerca de R$ 3 milhões em infraestrutura para a<br />

fabricação da novidade. Informações: www.verdecampo.com.br<br />

Depil Bella estreia nos<br />

supermercados<br />

Após 13 anos nas perfumarias,<br />

a marca Depil Bella<br />

expandiu a distribuição de<br />

seus produtos depilatórios<br />

para os supermercados de todo o Brasil. Com a nova estratégia,<br />

estima um aumento de 40% nas vendas em até três anos. Para<br />

comunicar a novidade ao público, a empresa promete desenvolver<br />

anúncios em revistas femininas. Informações: (11) 2236-5888<br />

ovomaltine agora na caixinha<br />

DiVulgação<br />

A marca Ovomaltine amplia seu<br />

portfólio e lança uma versão em<br />

caixinhas de 180 ml. A bebida<br />

láctea pronta para beber traz 10<br />

vitaminas e quatro minerais -<br />

ferro, zinco, iodo e manganês. Para<br />

chegar a essa fórmula especial,<br />

foram realizadas pesquisas junto<br />

a crianças e mães em São Paulo,<br />

Estado que terá distribuição<br />

exclusiva neste primeiro<br />

momento. Informações:<br />

www.ovomaltineforever.com.br<br />

DiVulgação


122 | <strong>Supermercado</strong> m oderno • julho 2011<br />

cenas do varejo<br />

Conveniência<br />

sempre<br />

Ao ir às compras, o<br />

consumidor busca<br />

praticidade e conveniência.<br />

para surpreendê-lo, você<br />

pode se inspirar em<br />

medidas simples, como a<br />

adotada pelo taquaral,<br />

supermercado de<br />

campinas (sp). a loja<br />

expõe no flv mandioca já<br />

cortada e lavada. teste na<br />

sua loja a “facilidade”, mas<br />

descasque poucas<br />

mandiocas por vez. Elas<br />

não podem passar mais do<br />

que um dia mergulhadas<br />

na água filtrada.<br />

EnviE uma foto curiosa do passado ou prEsEntE para o E-mail: vivianE.sousa@lund.com.br<br />

sm sElEcionará as mElhorEs.

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