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Controle da dimensão vertical com o aparelho ... - Dental Press

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Caso Clínico<br />

<strong>Controle</strong> <strong>da</strong> dimensão <strong>vertical</strong> <strong>com</strong><br />

o <strong>aparelho</strong> removível conjugado à<br />

ancoragem extrabucal no tratamento<br />

<strong>da</strong> Classe II, 1ª divisão<br />

José Fernando Castanha Henriques*<br />

Arnaldo Pinzan**<br />

Renato Rodrigues de Almei<strong>da</strong>***<br />

Guilherme R.P. Janson****<br />

Ricardo Takahashi*****<br />

Sandra Márcia Hayasaki******<br />

Resumo<br />

As más oclusões de Classe II, 1ª divisão <strong>com</strong> padrão de crescimento <strong>vertical</strong>, protrusão maxilar e/ou<br />

dentoalveolar apresentam um <strong>com</strong>prometimento <strong>da</strong> estética facial. Nestes casos, observa-se a rotação<br />

horária <strong>da</strong> mandíbula e aumento <strong>da</strong> dimensão <strong>vertical</strong> anterior. O <strong>aparelho</strong> removível conjugado<br />

à ancoragem extrabucal (AEB conjugado), pode ser utilizado na fase <strong>da</strong> dentadura mista tardia,<br />

no intuito de promover a normalização <strong>da</strong> relação entre as bases ósseas e obter melhor estabili<strong>da</strong>de<br />

esquelética, dentária e facial no final do tratamento.<br />

Palavras-chave: Ortodontia Interceptora. Má oclusão de Classe II. Ancoragem extrabucal. <strong>Controle</strong> <strong>da</strong> dimensão <strong>vertical</strong>.<br />

INTRODUÇÃO<br />

A obtenção <strong>da</strong> estética dentomaxilofacial<br />

constitui o principal objetivo do tratamento,<br />

tanto dos ortodontistas quanto dos próprios<br />

pacientes. Porém, em jovens que apresentam<br />

discrepâncias esqueléticas, a correção apenas<br />

dentoalveolar não promove a total harmonia do<br />

<strong>com</strong>plexo craniofacial. Nestes casos, preconizase<br />

a correção precoce dos desvios esqueléticos,<br />

ou seja, na fase de dentadura mista tardia, por<br />

meio de <strong>aparelho</strong>s ortopédicos mecânicos ou<br />

funcionais.<br />

Enquanto a Ortopedia Funcional dos<br />

Maxilares baseia-se na utilização de <strong>aparelho</strong>s<br />

passivos, que apenas liberam o potencial de crescimento<br />

intrínseco ao paciente e que está sendo<br />

impedido pela ação deletéria dos músculos, a<br />

Ortopedia mecânica emprega <strong>aparelho</strong>s ativos,<br />

isto é, que atuam diretamente sobre as estruturas<br />

dentoesqueléticas por meio de aplicação de forças<br />

de alta intensi<strong>da</strong>de (acima de 300 gramas).<br />

Há também a possibili<strong>da</strong>de de utilização dos<br />

* Professor Titular do Departamento de Ortodontia, Odontopediatria e Saúde Coletiva <strong>da</strong> FOB-USP e Coordenador do Curso de Pós-graduação ao nível de Doutorado<br />

<strong>da</strong> Disciplina de Ortodontia <strong>da</strong> FOB – USP.<br />

** Professor Associado do Departamento de Ortodontia, Odontopediatria e Saúde Coletiva <strong>da</strong> FOB – USP, Professor <strong>da</strong> Disciplina de Ortodontia <strong>da</strong> USC e Professor<br />

<strong>da</strong> UNICID.<br />

*** Professor Assistente Doutor <strong>da</strong> Disciplina de Ortodontia <strong>da</strong> Facul<strong>da</strong>de de Odontologia de Bauru/USP, Professor Responsável pela Disciplina de Ortodontia <strong>da</strong><br />

Facul<strong>da</strong>de de Odontologia de Lins, Coordenador do Curso de Especialização em Ortodontia <strong>da</strong> F.O.L. / UNIMEP e Professor Titular <strong>da</strong> UNICID.<br />

**** Professor Associado do Departamento de Ortodontia, Odontopediatria e Saúde Coletiva <strong>da</strong> FOB-USP e Coordenador do Curso de Pós-graduação ao nível de<br />

Mestrado <strong>da</strong> Disciplina de Ortodontia <strong>da</strong> FOB – USP.<br />

***** Doutor em Odontologia, área Ortodontia -FOB/ USP-, Coordenador do Curso de Especialização em Ortodontia <strong>da</strong> UNIPAR.<br />

****** Mestre em Odontologia, área Ortodontia -FOB/ USP-.<br />

R Clín Ortodon <strong>Dental</strong> <strong>Press</strong>, Maringá, v. 2, n. 4, p. 53-64 - ago./set. 2003 • 53


<strong>Controle</strong> <strong>da</strong> dimensão <strong>vertical</strong> <strong>com</strong> o <strong>aparelho</strong> removível conjugado à ancoragem extrabucal no tratamento <strong>da</strong> Classe II, 1ª divisão<br />

<strong>aparelho</strong>s funcionais associados à ancoragem<br />

extrabucal. A diversi<strong>da</strong>de de <strong>aparelho</strong>s é vasta,<br />

mas a sua escolha depende principalmente do<br />

<strong>com</strong>ponente mais envolvido na má oclusão:<br />

protrusão maxilar e/ou dentoalveolar, retrusão<br />

mandibular ou ambas. No primeiro caso, o<br />

meio de eleição é a ortopedia mecânica, ao passo<br />

que nos dois últimos, os <strong>aparelho</strong>s funcionais<br />

encontram-se mais indicados, desde que não<br />

possuam um predomínio do crescimento no<br />

sentido <strong>vertical</strong>.<br />

Dentre os <strong>aparelho</strong>s ortopédicos mecânicos,<br />

encontra-se o “AEB conjugado” 10 , que na<strong>da</strong><br />

mais é do que um <strong>aparelho</strong> removível conjugado<br />

à ancoragem extrabucal. O objetivo precípuo<br />

deste trabalho é descrever o mecanismo de ação,<br />

as indicações e contra-indicações deste <strong>aparelho</strong>,<br />

enfatizando-se o efeito do controle <strong>vertical</strong> e<br />

ântero-posterior do crescimento maxilar para a<br />

correção <strong>da</strong> Classe II, 1 a divisão e seu impacto<br />

sobre o perfil facial, ilustrado <strong>com</strong> um caso<br />

clínico tratado <strong>com</strong> este dispositivo.<br />

REVISÃO DE LITERATURA<br />

A correção <strong>da</strong> Classe II 19, 26 , desde os primórdios<br />

<strong>da</strong> Ortodontia, constitui o seu principal<br />

desafio, pois, apesar de não ser a mais freqüente<br />

na população, representa a maioria dos pacientes<br />

que procuram por tratamento ortodôntico,<br />

devido ao acentuado <strong>com</strong>prometimento <strong>da</strong><br />

estética facial 22 .<br />

Os primeiros relatos <strong>da</strong> utilização <strong>da</strong> ancoragem<br />

extrabucal para a correção dessa má oclusão<br />

<strong>da</strong>tam de 1875, por Kingsley 15 (1875 apud<br />

BAALACK; POULSEN, 1966), e de 1886, por<br />

Farrar 7 (1986 apud BAALACK; POULSEN,<br />

1966). Porém, <strong>com</strong>o nessa época ain<strong>da</strong> não<br />

havia sido desenvolvido a cefalometria, acreditava-se<br />

que a correção <strong>da</strong> Classe II era apenas<br />

dentária, sem possibili<strong>da</strong>des de alterações na<br />

direção de crescimento <strong>da</strong>s estruturas basais do<br />

<strong>com</strong>plexo craniofacial. Foi por esse motivo que<br />

em 1893, Baker 3 , <strong>com</strong> o advento dos elásticos<br />

intermaxilares, muito mais simples e estéticos,<br />

conseguiu relegar a ancoragem extrabucal ao<br />

esquecimento.<br />

Mais de 40 anos se passaram até que Oppenheim<br />

23 , em 1936, auxiliado <strong>com</strong> os estudos<br />

cefalométricos, difundiu amplamente a ancoragem<br />

extrabucal <strong>com</strong> o intuito de se intervir<br />

precocemente, melhorando a relação entre as<br />

bases ósseas.<br />

Já nessa época, os pesquisadores <strong>com</strong>eçaram<br />

a se preocupar <strong>com</strong> a sobrecarga que os dentes<br />

de ancoragem recebiam, em virtude <strong>da</strong>s forças<br />

extrabucais intensas aplica<strong>da</strong>s em apenas alguns<br />

dentes, geralmente os primeiros molares permanentes<br />

superiores. Assim, procurando uma distribuição<br />

mais uniforme <strong>da</strong>s forças extrabucais,<br />

McCalin 18 , em 1953, foi o primeiro a associar o<br />

<strong>aparelho</strong> extrabucal ao <strong>aparelho</strong> removível, por<br />

meio <strong>da</strong> inserção dos braços internos em tubos<br />

sol<strong>da</strong>dos aos grampos de retenção. Porém, o<br />

maior entrave deste <strong>aparelho</strong> foi a grande distorção<br />

dos grampos devido às forças excessivas<br />

que eram emprega<strong>da</strong>s. Posteriormente, em<br />

1975, Thurow 29 criou o que denominou de<br />

“splint maxilar” (Fig. 1), <strong>com</strong> o braço interno<br />

FIGURA 1 - “Splint” maxilar de Thurow (THUROW, 1975) 29 .<br />

FIGURA 2 - “Splint” modificado por Joffe e Jacobson<br />

14 , 1979.<br />

54 • R Clín Ortodon <strong>Dental</strong> <strong>Press</strong>, Maringá, v. 2, n. 4, p. 53-64 - ago./set. 2003


José Fernando Castanha Henriques, Arnaldo Pinzan, Renato Rodrigues de Almei<strong>da</strong>, Guilherme R.P. Janson, Ricardo Takahashi, Sandra Márcia Hayasaki<br />

FIGURA 3 - “Splint” modificado por Rock, 1990 24 .<br />

FIGURA 4 - AEB Conjugado 10 .<br />

do <strong>aparelho</strong> extrabucal incorporado ao acrílico<br />

e percorrendo as superfícies oclusais dos<br />

dentes posteriores. Segundo o autor, a maior<br />

vantagem deste <strong>aparelho</strong> se deve à distribuição<br />

uniforme <strong>da</strong> força por todo o arco dentário,<br />

<strong>com</strong>o um bloco, evitando a sobrecarga de<br />

dentes individualmente e promovendo maior<br />

controle tanto no sentido horizontal <strong>com</strong>o<br />

<strong>vertical</strong>. Além disso, verificou que a desoclusão<br />

promovi<strong>da</strong> pelo recobrimento oclusal permitiu<br />

a eliminação de interferências existentes, facilitando<br />

a movimentação dentária e a correção<br />

de deslocamentos funcionais <strong>da</strong> mandíbula.<br />

Com seu <strong>aparelho</strong>, obteve uma distalização<br />

dos dentes póstero-superiores, um controle<br />

<strong>da</strong> inclinação dos anteriores e inclinação distal<br />

dos caninos. Também verificou uma restrição<br />

do deslocamento ântero-inferior do <strong>com</strong>plexo<br />

maxilar, restringindo a rotação mandibular no<br />

sentido horário, advin<strong>da</strong> do crescimento <strong>vertical</strong><br />

excessivo <strong>da</strong> maxila. Desde então, até os dias<br />

4, 6, 8, 9, 10, 14, 24, 25, 27<br />

atuais, vários pesquisadores<br />

sugeriram algumas modificações, porém todos<br />

confirmaram a sua eficácia.<br />

A primeira modificação foi proposta por<br />

Joffe e Jacobson 14 , em 1979, por meio <strong>da</strong> incorporação<br />

do arco vestibular à placa removível,<br />

permitindo pequenos ajustes na inclinação dos<br />

incisivos superiores, que freqüentemente encontram-se<br />

vestibularizados nessa má oclusão<br />

(Fig. 2). Além disso, os braços internos do arco<br />

facial agora eram mergulhados no acrílico por<br />

distal dos incisivos centrais superiores em vez de<br />

repousar sobre as superfícies oclusais dos dentes<br />

posteriores, <strong>com</strong>o no splint de Thurow 29 .<br />

Em 1990, Rock 24 introduziu uma mola Coffin<br />

no <strong>aparelho</strong> removível <strong>com</strong>o forma de se<br />

prevenir à ocorrência de mordi<strong>da</strong> cruza<strong>da</strong> posterior,<br />

conforme o arco superior é distalizado e os<br />

molares inferiores mesializados, <strong>com</strong>o resultado<br />

do crescimento mandibular (Fig. 3).<br />

Finalmente, em 1991, Henriques et al. 10 ,<br />

publicaram o AEB conjugado que, em vez <strong>da</strong><br />

mola Coffin, utiliza um parafuso expansor,<br />

facilitando sobremaneira o controle <strong>da</strong>s ativações.<br />

Além disso, os demais <strong>com</strong>ponentes desse<br />

dispositivo são (Fig. 4) :<br />

• Grampos de A<strong>da</strong>ms 1 - auxiliam na retenção<br />

do <strong>aparelho</strong> e na distribuição <strong>da</strong>s forças<br />

pela maxila;<br />

• Placa de acrílico - recobre o palato duro<br />

e é dividi<strong>da</strong> ao meio ao nível <strong>da</strong> sutura palatina.<br />

O acrílico não deve ser muito espesso para<br />

não modificar a posição dos côndilos dentro<br />

<strong>da</strong>s cavi<strong>da</strong>des glenóides e para não aumentar a<br />

altura facial ântero-inferior (AFAI). A superfície<br />

de contato <strong>com</strong> os dentes inferiores deve ser<br />

bem poli<strong>da</strong> para não causar interferências no<br />

crescimento mandibular, podendo até eliminar<br />

interferências oclusais existentes.<br />

• Arco vestibular - faz suave contato <strong>com</strong><br />

os dentes ântero-superiores. Se um incisivo<br />

superior encontrar-se mais vestibularizado que<br />

os outros, um desgaste seletivo deve ser realizado,<br />

mas se todos os incisivos necessitarem de<br />

lingualização, o arco vestibular deve apresentar<br />

um contato bem efetivo <strong>com</strong> todos estes dentes,<br />

devendo-se desgastar o acrílico por to<strong>da</strong> a<br />

extensão lingual dos mesmos.<br />

• ARCO FACIAL - deve ser sempre utilizado<br />

<strong>com</strong> o I.H.G. (tração alta – “Interlandi<br />

headgear”)<br />

R Clín Ortodon <strong>Dental</strong> <strong>Press</strong>, Maringá, v. 2, n. 4, p. 53-64 - ago./set. 2003 • 55


<strong>Controle</strong> <strong>da</strong> dimensão <strong>vertical</strong> <strong>com</strong> o <strong>aparelho</strong> removível conjugado à ancoragem extrabucal no tratamento <strong>da</strong> Classe II, 1ª divisão<br />

10, 16<br />

Verificou-se que o AEB conjugado<br />

promoveu alterações semelhantes às do “splint<br />

maxilar”: uma restrição do crescimento maxilar,<br />

por meio <strong>da</strong> diminuição do ângulo SNA e<br />

manutenção do <strong>com</strong>primento efetivo <strong>da</strong> maxila<br />

(Co-A); avanço <strong>da</strong> mandíbula no sentido<br />

anterior, associado a um aumento do ângulo<br />

SNB; inclinação lingual dos incisivos superiores;<br />

manutenção ou pequeno aumento <strong>da</strong> dimensão<br />

<strong>vertical</strong> anterior e aumento <strong>da</strong> dimensão <strong>vertical</strong><br />

posterior, devido ao crescimento mandibular<br />

posterior.<br />

CONTROLE VERTICAL<br />

O controle <strong>vertical</strong> 28 é de extrema importância<br />

no tratamento <strong>da</strong> Classe II, 1ª divisão <strong>com</strong><br />

padrão de crescimento <strong>vertical</strong>, pois orienta a<br />

rotação mandibular no sentido anti-horário,<br />

restringindo o aumento <strong>da</strong> dimensão <strong>vertical</strong><br />

anterior (PP-Me) 28 e promovendo o aumento<br />

<strong>da</strong> dimensão <strong>vertical</strong> posterior (Ar-PM) 28 , propiciando<br />

um perfil facial harmônico ao final<br />

do tratamento 12 . Além disso, o controle <strong>vertical</strong><br />

dos molares superiores permite que os inferiores<br />

desenvolvam-se para cima e para frente,<br />

melhorando a relação dos molares superiores<br />

e inferiores.<br />

Para haver total eficácia do AEB conjugado 10 ,<br />

três fatores devem ser considerados: o ponto de<br />

aplicação, a direção e a intensi<strong>da</strong>de <strong>da</strong>s forças. O<br />

ponto <strong>da</strong> aplicação <strong>da</strong>s forças está relacionado<br />

<strong>com</strong> a localização dos braços internos do arco<br />

facial no acrílico, que depende do objetivo do<br />

tratamento. Nos casos de Classe II associados<br />

<strong>com</strong> uma sobremordi<strong>da</strong> profun<strong>da</strong>, o ponto de<br />

aplicação <strong>da</strong> força 11 concentra-se mais na região<br />

anterior, resultando em um <strong>com</strong>ponente<br />

de intrusão anterior e normalização do trespasse<br />

<strong>vertical</strong>. Para os casos de Classe II <strong>com</strong> mordi<strong>da</strong><br />

aberta anterior, os braços internos devem se localizar<br />

na altura dos molares permanentes para<br />

permitir uma rotação horária do Plano Palatino<br />

(PP), auxiliando o fechamento <strong>da</strong> mordi<strong>da</strong>. Já<br />

na Classe II <strong>com</strong> aumento <strong>da</strong> dimensão <strong>vertical</strong><br />

anterior, torna-se interessante à aplicação <strong>da</strong><br />

força na região entre os pré-molares superiores<br />

ou molares decíduos. Esse fator auxiliado <strong>com</strong><br />

a direção de forças, realiza<strong>da</strong> por meio dos<br />

elásticos do I. H. G. (Interlandi headgear),<br />

FIGURA 5 - Suturas do <strong>com</strong>plexo maxilar: (A) sutura<br />

frontomaxilar; (B) sutura zigomati<strong>com</strong>axilar e (C) sutura<br />

pterigopalatina (HENRIQUES, 1991) 10 .<br />

FIGURA 6 - Centros de resistência: 1- centro de resistência<br />

do processo alveolar; 2- centro de resistência do<br />

<strong>com</strong>plexo maxilar (CHABRE, 1990) 5 .<br />

FIGURA 7 - Direção <strong>da</strong> resultante de forças em relação<br />

ao centro de resistência <strong>da</strong> maxila (CHABRE, 1990) 5 .<br />

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José Fernando Castanha Henriques, Arnaldo Pinzan, Renato Rodrigues de Almei<strong>da</strong>, Guilherme R.P. Janson, Ricardo Takahashi, Sandra Márcia Hayasaki<br />

angulando os braços externos do arco facial<br />

aproxima<strong>da</strong>mente 45º acima do plano oclusal,<br />

possibilitam a aplicação <strong>da</strong> força em direção<br />

ao centro de resistência <strong>da</strong> maxila (Fig. 6, 7).<br />

Deve-se observar que a extremi<strong>da</strong>de dos braços<br />

externos encontra-se ao nível dos primeiros molares<br />

superiores. As forças de <strong>com</strong>pressão, dessa<br />

forma, dirigem-se às três suturas do <strong>com</strong>plexo<br />

maxilar: a frontomaxilar, a zigomati<strong>com</strong>axilar<br />

e a pterigopalatina (Fig. 5), controlando o<br />

crescimento tanto no sentido horizontal <strong>com</strong>o<br />

<strong>vertical</strong>. A intensi<strong>da</strong>de <strong>da</strong>s forças também é um<br />

importante fator e, em média, varia de 300 a<br />

400 gramas de ca<strong>da</strong> lado.<br />

CASO CLÍNICO<br />

A jovem N. F. B. G. procurou o Departamento<br />

de Odontopediatria, Ortodontia e Saúde<br />

Coletiva <strong>da</strong> Facul<strong>da</strong>de de Odontologia de Bauru<br />

<strong>da</strong> Universi<strong>da</strong>de de São Paulo (FOB-USP) e<br />

foi trata<strong>da</strong> na clínica <strong>da</strong> disciplina Ortodontia<br />

Preventiva e Interceptora, durante o Curso de<br />

Pós-Graduação em Odontologia, ao nível de<br />

Mestrado.<br />

A paciente possuía as seguintes características:<br />

leucoderma, 8 anos e 9 meses de i<strong>da</strong>de cronológica<br />

e 10 anos de i<strong>da</strong>de esquelética, 25 kg. e 1,28m de<br />

FIGURA 8 - Fotografia Extrabucal Frontal<br />

inicial.<br />

FIGURA 9 - Fotografia Extrabucal Lateral<br />

Inicial.<br />

FIGURA 11 - Fotografia Intrabucal Lateral<br />

Direita Inicial.<br />

FIGURA 10 - Fotografia Intrabucal Frontal<br />

Inicial.<br />

FIGURA 12 - Fotografia Intrabucal Lateral<br />

Esquer<strong>da</strong> Inicial.<br />

FIGURA 13 - Fotografia Intrabucal Oclusal<br />

Superior Inicial.<br />

FIGURA 14 - Fotografia Intrabucal Oclusal<br />

Inferior Inicial.<br />

R Clín Ortodon <strong>Dental</strong> <strong>Press</strong>, Maringá, v. 2, n. 4, p. 53-64 - ago./set. 2003 • 57


<strong>Controle</strong> <strong>da</strong> dimensão <strong>vertical</strong> <strong>com</strong> o <strong>aparelho</strong> removível conjugado à ancoragem extrabucal no tratamento <strong>da</strong> Classe II, 1ª divisão<br />

altura, longilíneo, forma de face trapezoi<strong>da</strong>l superior,<br />

hipertonici<strong>da</strong>de <strong>da</strong> musculatura peribucal,<br />

ausência de selamento labial passivo, sem obstrução<br />

respiratória (amí<strong>da</strong>las e adenóides), respiração<br />

nasal, desvio <strong>da</strong> linha média inferior para esquer<strong>da</strong>,<br />

má oclusão de Classe II, primeira divisão, trespasse<br />

<strong>vertical</strong> de 5mm e horizontal de 10mm, distâncias<br />

intercaninos de 27mm e intermolares de 31mm,<br />

curva de “spee” modera<strong>da</strong>, dentadura mista, higiene<br />

bucal regular e <strong>com</strong> hábito de onicofagia<br />

(Fig. 8-15).<br />

INTERPRETAÇÃO DAS MEDIDAS CEFALOMÉ-<br />

TRICAS<br />

Análise do Padrão FOB-USP – Medi<strong>da</strong>s Iniciais<br />

O exame <strong>da</strong> relação <strong>da</strong>s bases ósseas (Tab. 1)<br />

evidenciou um perfil ósseo convexo, uma discrepância<br />

entre os maxilares superior e inferior,<br />

devido a uma protrusão maxilar e uma retrusão<br />

mandibular. As medi<strong>da</strong>s referentes ao padrão do<br />

esqueleto cefálico (Tab. 2) mostraram os seus valores<br />

aumentados, relatando uma tendência de<br />

crescimento no sentido <strong>vertical</strong>. Ao relacionar<br />

os incisivos <strong>com</strong> as suas respectivas bases ósseas<br />

(Tab. 3), verificou-se um bom posicionamento<br />

dos incisivos superiores e inferiores. O perfil<br />

mole confirmou a convexi<strong>da</strong>de aponta<strong>da</strong> pela<br />

do perfil ósseo (Tab. 4).<br />

TABELA 1 – relação <strong>da</strong>s medi<strong>da</strong>s cefalométricas referentes à relação<br />

<strong>da</strong>s Bases Ósseas.<br />

Medi<strong>da</strong>s<br />

Leucodermas 17<br />

(10 anos)<br />

Medi<strong>da</strong>s iniciais<br />

NAP 6,1 o 14,5 o<br />

SNA 81,5 o 86 o<br />

SNB 78,2 o 76,5 o<br />

ANB 3,3 o 9,5 o<br />

SND<br />

Análise do Padrão FOB-USP – Medi<strong>da</strong>s Iniciais<br />

74 o<br />

TABELA 4 – relação <strong>da</strong>s medi<strong>da</strong>s cefalométricas referentes à relação<br />

do Perfi l Ósseo <strong>com</strong> o Perfi l Mole.<br />

Medi<strong>da</strong>s<br />

Relação do Perfi l Ósseo X Perfi l Mole<br />

Leucodermas 17<br />

(10 anos)<br />

Medi<strong>da</strong>s iniciais<br />

NAP 6,1 o 14,5 o<br />

H.NB<br />

H-nariz<br />

Linha S-Ls<br />

Linha S-Li<br />

17 o<br />

-2mm<br />

3mm<br />

0mm<br />

TABELA 2 – relação <strong>da</strong>s medi<strong>da</strong>s cefalométricas referentes ao Padrão<br />

do Esqueleto Cefálico.<br />

Medi<strong>da</strong>s<br />

ÂBS<br />

ÂBI<br />

Leucodermas 17<br />

(10 anos)<br />

Medi<strong>da</strong>s iniciais<br />

71 o<br />

28 o<br />

FMA 29,8 o 30 o<br />

SN.Ocl. 18,2 o 12 o<br />

SN. GoGn 34,1 o 36 o<br />

SN.Gn<br />

Padrão do Esqueleto Cefálico<br />

68 o<br />

TABELA 3 – relação <strong>da</strong>s medi<strong>da</strong>s cefalométricas referentes à relação<br />

dos incisivos <strong>com</strong> suas respectivas Bases Ósseas.<br />

Medi<strong>da</strong>s<br />

Leucodermas 17<br />

(10 anos)<br />

Medi<strong>da</strong>s iniciais<br />

1.NA 24,2 o 23 o<br />

1-NA 3,7mm 5mm<br />

FIGURA 15 - Cefalograma inicial.<br />

1.NB 27,6 o 24 o<br />

-NB 4,7mm 6mm<br />

D.C. - linha I<br />

0mm<br />

IMPA 92,5 o 89 o<br />

Relação dos Incisivos X Bases Ósseas<br />

58 • R Clín Ortodon <strong>Dental</strong> <strong>Press</strong>, Maringá, v. 2, n. 4, p. 53-64 - ago./set. 2003


José Fernando Castanha Henriques, Arnaldo Pinzan, Renato Rodrigues de Almei<strong>da</strong>, Guilherme R.P. Janson, Ricardo Takahashi, Sandra Márcia Hayasaki<br />

Índice <strong>da</strong> Altura Facial 13<br />

O índice <strong>da</strong> Altura Facial 13 revelou a dificul<strong>da</strong>de<br />

do caso, pela AFA (P.P.-Me) satisfatória<br />

e uma AFP (Ar-P.Mand.) diminuí<strong>da</strong> (Tab. 5),<br />

associado a um FMA de 30 o e uma relação de<br />

Classe II.<br />

TABELA 5 – relação <strong>da</strong>s medi<strong>da</strong>s cefalométricas referentes ao Índice <strong>da</strong><br />

Altura Facial 13 .<br />

Medi<strong>da</strong>s Leucodermas 13 Valores Iniciais<br />

AFP (Ar-PM) 41,38 33<br />

AFA (PP-Me) 59,29 61<br />

IAF (AFP/ AFA) 0,70 0,54<br />

Análise do modelo inferior<br />

Analisando o arco inferior, observou-se a<br />

ausência dos primeiros molares decíduos, devido<br />

à per<strong>da</strong> precoce destes dentes, <strong>com</strong> conseqüente<br />

movimento mesial dos segundos molares decíduos<br />

e dos primeiros molares permanentes e diminuição<br />

do <strong>com</strong>primento do arco. A análise <strong>da</strong> dentadura<br />

mista, de acordo <strong>com</strong> Moyers 20 , foi realiza<strong>da</strong> e se<br />

verificaram os seguintes valores (Tab. 6):<br />

Observou-se uma discrepância total de modelo<br />

de -2,7mm, confirmando a deficiência de<br />

espaço do arco inferior visualiza<strong>da</strong> no exame<br />

Índice <strong>da</strong> Altura Facial 13<br />

TABELA 6 – Análise <strong>da</strong> Dentadura Mista, de acordo <strong>com</strong> MOYERS 20 .<br />

Lado direito Lado esquerdo<br />

Espaço Presente (EP) 20,5mm 20mm<br />

Espaço Requerido (ER) 21,6mm 21,6mm<br />

Discrepância de Modelo (DM) -1,1mm -1,6mm<br />

Nível de 75%<br />

Análise do modelo inferior<br />

Discrepância Total<br />

-2,7mm<br />

FIGURA 16 - Fotografi a Extrabucal Frontal<br />

após 12 meses de tratamento.<br />

FIGURA 17 - Fotografi a Extrabucal Lateral<br />

após 12 meses de tratamento.<br />

FIGURA 18 - Fotografi a Intrabucal Oclusal<br />

Superior após 12 meses de tratamento.<br />

Instalação de um segundo <strong>aparelho</strong>, devido<br />

à fratura do acrílico.<br />

FIGURA 19 - Fotografi a Intrabucal Oclusal<br />

Inferior após 12 meses <strong>da</strong> instalação<br />

do arco lingual de Nance.<br />

R Clín Ortodon <strong>Dental</strong> <strong>Press</strong>, Maringá, v. 2, n. 4, p. 53-64 - ago./set. 2003 • 59


<strong>Controle</strong> <strong>da</strong> dimensão <strong>vertical</strong> <strong>com</strong> o <strong>aparelho</strong> removível conjugado à ancoragem extrabucal no tratamento <strong>da</strong> Classe II, 1ª divisão<br />

clínico.<br />

PLANO DE TRATAMENTO<br />

O tratamento de escolha foi o de realizar o<br />

controle do crescimento maxilar <strong>com</strong> a utilização<br />

do AEB conjugado 10 (Fig. 16-18) <strong>com</strong> tração<br />

alta por 16h/dia, devido a protrusão maxilar<br />

(SNA), pela predominância de crescimento no<br />

sentido <strong>vertical</strong> (SN-Go.Gn, SN.Gn) e a deficiência<br />

na altura facial posterior (AFP).<br />

Analisando o modelo inferior notou-se que<br />

o espaço necessário para a erupção dos caninos<br />

e pré-molares inferiores era insuficiente, <strong>com</strong><br />

uma discrepância total de modelo de –2,7mm.<br />

Entretanto, optou-se pela preservação do espaço,<br />

<strong>com</strong> a instalação de um arco lingual e uma<br />

reavaliação posterior (Fig. 19).<br />

Resultados obtidos <strong>com</strong> o tratamento<br />

O tratamento teve a duração de 30 meses (fase<br />

TABELA 7 – Medi<strong>da</strong>s cefalométricas ao início e fi m do tratamento.<br />

Medi<strong>da</strong>s Leucodermas 13 , 17 Medi<strong>da</strong>s iniciais Medi<strong>da</strong>s finais<br />

NAP 6,1 o 14,5 o 8 o<br />

SNA 81,5 o 86 o 81 o<br />

SNB 78,2 o 76,5 o 76,5 o<br />

ANB 3,3 o 9,5 o 4,5 o<br />

SND 74 o 74 o<br />

ÂBS 71 o 72 o<br />

ÂBI 28 o 28 o<br />

FMA 29,8 o 30 o 31 o<br />

SN.Ocl. 18,2 o 12 o 17 o<br />

SN. GoGn 34,1 o 36 o 37 o<br />

SN.Gn 68 o 69 o<br />

1.NA 24,2 o 23 o 16 o<br />

1-NA 3,7mm 5 mm 3 mm<br />

.NB 27,6 o 24 o 24 o<br />

-NB 4,7mm 6 mm 6 mm<br />

D.C. - linha I 0 mm -1 mm<br />

IMPA 92,5 o 89 o 90 o<br />

H.NB 17 o 12 o<br />

H-nariz -2 mm 2 mm<br />

Linha S-Ls 3 mm 1 mm<br />

Linha S-Li 0 mm 1 mm<br />

AFP (Ar-PM) 41,38mm 33 mm 36 mm<br />

AFA (PP-Me) 59,29mm 61 mm 62 mm<br />

IAF (AFP/ AFA) 0,70mm 0,54 0,58<br />

ativa e contenção), onde podem ser verifica<strong>da</strong>s as<br />

seguintes alterações cefalométricas: (Tab. 7)<br />

O espaço mantido <strong>com</strong> o arco lingual inferior<br />

foi ocupado totalmente pelos caninos e<br />

pré-molares inferiores, sem que fossem realizados<br />

desgastes e vestibuloversão dos incisivos<br />

inferiores (Fig. 19).<br />

DISCUSSÃO<br />

O <strong>aparelho</strong> removível conjugado à ancoragem<br />

extrabucal, AEB conjugado 10 , foi utilizado<br />

por um período de 30 meses (fase ativa e contenção)<br />

no intuito de realizar um redirecionamento<br />

do crescimento maxilar, bem <strong>com</strong>o corrigir a<br />

relação de Classe II (Fig. 20-29).<br />

Pelo motivo do paciente possuir uma tendência<br />

de crescimento facial no sentido <strong>vertical</strong><br />

(Tab. 2), optou-se pelo controle de crescimento<br />

<strong>vertical</strong> e ântero-posterior <strong>da</strong> maxila para normalizar<br />

os maxilares superior e inferior. O ponto<br />

de aplicação de força deu-se próximo ao centro<br />

de resistência <strong>da</strong> maxila, restringindo o seu deslocamento<br />

no sentido <strong>vertical</strong>, pois o paciente<br />

necessitava controlar a altura facial anterior<br />

(AFA) e o aumento <strong>da</strong> altura facial posterior<br />

(AFP), este possibilitado pelo crescimento <strong>vertical</strong><br />

posterior <strong>da</strong> mandíbula. Verificamos ao final<br />

do tratamento o controle <strong>da</strong> AFA (Tab. 5), onde<br />

seu valor permaneceu inalterado e o aumento<br />

<strong>da</strong> AFP em 3mm, possibilitando uma melhora<br />

no índice <strong>da</strong> altura facial (IAF).<br />

Em decorrência deste tratamento, observou-se<br />

uma diminuição do ângulo SNA, possivelmente<br />

devido ao deslocamento anterior do<br />

ponto N; uma manutenção do ângulo SNB e<br />

uma diminuição do ângulo ANB, <strong>com</strong> conseqüente<br />

diminuição do ângulo NAP e melhora<br />

no perfil facial.<br />

As medi<strong>da</strong>s relativas aos Planos Horizontais<br />

permaneceram <strong>com</strong> um suave aumento,<br />

demonstrando que o <strong>aparelho</strong> foi eficiente no<br />

controle <strong>vertical</strong> do crescimento maxilar. Em<br />

relação aos incisivos superiores, estes por sua vez,<br />

tiveram uma inclinação lingual e os inferiores<br />

se mantiveram na sua posição original.<br />

O impacto sobre o perfil facial, demonstrado<br />

pela diminuição <strong>da</strong> convexi<strong>da</strong>de<br />

facial, foi considerável, onde se verifi cou o<br />

aumento <strong>da</strong> medi<strong>da</strong> H-nariz, diminuição dos<br />

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José Fernando Castanha Henriques, Arnaldo Pinzan, Renato Rodrigues de Almei<strong>da</strong>, Guilherme R.P. Janson, Ricardo Takahashi, Sandra Márcia Hayasaki<br />

FIGURA 20 - Fotografia Extrabucal Frontal Inicial.<br />

FIGURA 21 - Fotografia Extrabucal Frontal Final.<br />

FIGURA 22 - Fotografia Extrabucal Lateral Inicial.<br />

FIGURA 23 - Fotografia Extrabucal Lateral Final.<br />

FIGURA 24 - Fotografia Intrabucal Frontal Inicial.<br />

FIGURA 25 - Fotografia Intrabucal Frontal Final.<br />

R Clín Ortodon <strong>Dental</strong> <strong>Press</strong>, Maringá, v. 2, n. 4, p. 53-64 - ago./set. 2003 • 61


<strong>Controle</strong> <strong>da</strong> dimensão <strong>vertical</strong> <strong>com</strong> o <strong>aparelho</strong> removível conjugado à ancoragem extrabucal no tratamento <strong>da</strong> Classe II, 1ª divisão<br />

FIGURA 26 - Fotografia Intrabucal Lateral Direita<br />

Inicial.<br />

FIGURA 27 - Fotografia Intrabucal Lateral Direita<br />

Final.<br />

FIGURA 28 - Fotografia Intrabucal Lateral Esquer<strong>da</strong><br />

Inicial.<br />

FIGURA 29 - Fotografia Intrabucal Lateral Esquer<strong>da</strong><br />

Final.<br />

FIGURA 30 - Superposição dos traçados inicial e final.<br />

62 • R Clín Ortodon <strong>Dental</strong> <strong>Press</strong>, Maringá, v. 2, n. 4, p. 53-64 - ago./set. 2003


José Fernando Castanha Henriques, Arnaldo Pinzan, Renato Rodrigues de Almei<strong>da</strong>, Guilherme R.P. Janson, Ricardo Takahashi, Sandra Márcia Hayasaki<br />

FIGURA 31 - Sobreposição maxilar. Os incisivos inclinaram para<br />

lingual e os molares movimentaram para distal.<br />

ângulos H.NB e NAP.<br />

To<strong>da</strong>s as modificações observa<strong>da</strong>s foram<br />

possíveis principalmente graças à persistência<br />

na colaboração do paciente e pela correta<br />

utilização do <strong>aparelho</strong>, no que se refere ao<br />

ponto de aplicação e intensi<strong>da</strong>de <strong>da</strong> força,<br />

permitindo um controle <strong>da</strong> altura facial anterior<br />

e posterior.<br />

CONCLUSÕES<br />

O <strong>aparelho</strong> removível conjugado à ancoragem<br />

extrabucal, denominado AEB conjugado,<br />

é eficiente na correção <strong>da</strong> má oclusão de Classe<br />

II, promovendo as seguintes alterações:<br />

• controle do deslocamento póstero-anterior<br />

<strong>da</strong> maxila (Tab. 7);<br />

• controle do crescimento <strong>vertical</strong> <strong>da</strong> maxila<br />

(Fig. 30, 32), promovendo um controle <strong>da</strong><br />

altura facial anterior (AFA) e uma melhora na<br />

altura facial posterior (AFP);<br />

• tendência de inclinação lingual dos incisivos<br />

superiores (Fig. 31);<br />

• inclinação distal dos dentes decíduos e<br />

permanentes póstero-superiores (Fig. 31);<br />

Considerações clínicas<br />

• O AEB conjugado 10 deve ser utilizado durante<br />

a fase de crescimento adequado (ao redor<br />

do surto de crescimento pubescente) para que<br />

os efeitos descritos neste trabalho possam ser<br />

verificados; e<br />

o ponto de inserção dos braços internos do<br />

<strong>aparelho</strong> extrabucal deve permanecer ao redor<br />

dos primeiros e segundos molares decíduos<br />

FIGURA 32 - Sobreposição mandibular.<br />

superiores ou seus sucessores, principalmente<br />

nos pacientes <strong>com</strong> tendência de crescimento<br />

no sentido <strong>vertical</strong>, para promover o controle<br />

<strong>vertical</strong> de todo o maxilar superior (Fig. 6 e7).<br />

Vertical control with extra-oral<br />

anchorage associated to removable<br />

appliance in the treatment of Class<br />

II, division 1 malocclusion<br />

Abstract<br />

Class II, division 1 malocclusion with <strong>vertical</strong><br />

growth, associated to maxillary or dental protrusion<br />

has poor facial esthetics. In such cases,<br />

the mandible rotates clockwise and has the<br />

increase in the anterior facial height. The extra<br />

oral anchorage associated to removable appliance<br />

can be used in the end of mixed dentition<br />

to improve the growth of the jaws and to obtain<br />

better skeletal, dental and facial stability at the<br />

end of the treatment.<br />

Key words: Interceptive orthodontics. Class II<br />

malocclusion. Extra oral anchorage. Vertical<br />

R Clín Ortodon <strong>Dental</strong> <strong>Press</strong>, Maringá, v. 2, n. 4, p. 53-64 - ago./set. 2003 • 63


<strong>Controle</strong> <strong>da</strong> dimensão <strong>vertical</strong> <strong>com</strong> o <strong>aparelho</strong> removível conjugado à ancoragem extrabucal no tratamento <strong>da</strong> Classe II, 1ª divisão<br />

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Endereço para correspondência:<br />

Disciplina de Ortodontia – FOB/USP<br />

Alame<strong>da</strong> Octávio Pinheiro Brizolla, 9-75<br />

Caixa Postal 73<br />

CEP 17043-101 - Bauru-SP<br />

64 • R Clín Ortodon <strong>Dental</strong> <strong>Press</strong>, Maringá, v. 2, n. 4, p. 53-64 - ago./set. 2003

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