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>> Todo apoio é necessário
A confirmação da gravidez é a primeira
crise que a adolescente vai enfrentar. Seu
mundo parece girar, e ela se faz a seguinte
pergunta: ter ou não ter? Os profissionais
de saúde precisam estar bem atentos
nesse momento, desprovidos de preconceito,
procurando sempre orientá-la no
sentido de buscar o apoio da família. A decisão
final deve caber à adolescente, pois
quando forçada a uma decisão, surge uma
nova gestação em curto período de tempo,
ou até mesmo uma rejeição ao filho.
Se a decisão da adolescente for de interromper
a gestação, o profissional deve
orientá-la mais ainda quanto aos aspectos
negativos desse ato e tentar minimizar as
consequências. O risco de morte materna
aumenta no segundo trimestre de gestação,
principalmente quando realizado em
condições precárias. Por motivo econômico
a adolescente acaba procurando pessoas
não qualificadas para o procedimento,
que na maioria das vezes acaba sendo
realizado sem condições mínimas e com
elevado risco de infecção ou hemorragia.
O objetivo não é discutir sobre o aborto,
pois o mesmo envolve questões éticas,
morais e religiosas, mas sim chamar
a a atenção para a necessidade de supervisionar
as adolescentes, que por alguma
razão submeteram-se ao procedimento.
Devemos sempre ser imparciais ao analisar
os fatos e desprovidos de preconceito.
A assistência dada à adolescente gestante
tem como principal objetivo assegurar que
a gravidez possa transcorrer sem interferências,
preparando-a para o parto e para maternidade.
O ideal é que a adolescente seja
acompanhada por médicos, enfermeiros, assistentes
sociais, psicólogos e nutricionistas.
Geralmente, o primeiro contato da
adolescente com o serviço de saúde é
para realização do pré-natal. A nutrição
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é de papel importante no acompanhamento
pré-natal da adolescente, devendo
ser adaptada a cada adolescente. O
preparo para amamentação é de suma
importância durante o pré-natal. As adolescentes
são orientadas em relação à importância
do aleitamento materno para
sua própria saúde e do recém-nascido.
Durante o período de gestação é interessante
que as adolescentes tenham um
espaço de atendimento que inclua dinâmicas
de grupo, forma ideal para que elas
possam trocar experiências, discutir sobre
os medos, ansiedades, e mitos sobre a
gravidez e o parto. É através do convívio
que a adolescente pode formar sua identidade
e definir seu papel e espaço, visto
que ao engravidar ela acaba se afastando de
seu grupo de amigos, e passa a se sentir
perdida, sem lugar. Assim, quando encontra
a possibilidade de um grupo que vive a
mesma realidade , costuma responder de
forma positiva e com excelentes resultados.
O ideal seria que essas adolescentes
pudessem estar acompanhadas no pré-
-parto, por algum familiar, seu parceiro,
sua mãe, madrinha ou qualquer outra
pessoa de confiança que lhe trouxesse
segurança. Cada ciclo do parto requer o
apoio de uma equipe de saúde especializada,
e se possível, do acompanhante.
A atitude da adolescente que é prepara
para o parto é muito boa, muitas vezes,
melhor do que a das mulheres adultas.
Muitos programas voltados para gestantes
adolescentes focam no período de
gestação e puerpério imediato, esquecendo
que após o parto ela se torna uma
mãe adolescente e passa a vivenciar uma
dupla crise: a adolescência e a maternidade.
O puerpério mostra à mulher a realidade
da maternidade. A necessidade de
cuidar de uma criança leva à conscientização
da mudança de perspectiva de vida.
No período de gestação as atenções
estão centralizadas na adolescente, após o
parto a importância se desloca para o bebê,
que exige cuidados dia e noite. Muitas adolescentes
não se sentem preparadas para
cuidar de outra vida, e este receio pode
acarretar em depressão. Por esse motivo, é
importante que os programas de pré-natais
possam dar assistência às adolescentes até
o primeiro ano de vida do bebê. É de suma
importância frisar que ao reforçar o vínculo
mãe/bebê dando-se assistência médica,
psicológica e social, é possível adquirir resultados
bastante significativos, não apenas
no que se refere ao aleitamento materno,
mas também ao bem-estar físico, psicológico
e social da mãe adolescente e do bebê.