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CAISM

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Depoimentos de<br />

mães adolescentes<br />

Capa<br />

“Me chamo Gabrielle Talita, tenho 19 anos e tive uma filha aos 15.<br />

Foi um susto quando descobri que estava grávida, fiquei umas duas horas no banheiro,<br />

trancada pensando no que eu iria fazer. Apesar da minha insanidade, não<br />

me passou pela cabeça abortar, só estava preocupada com o que meus pais iriam<br />

pensar. Sofri preconceito da família inteira, meu pai queria me expulsar de casa, mas<br />

minha mãe não permitiu. Saí da escola, fui atrás do meu sonho antecipadamente,<br />

que era ser fotógrafa, comecei a lutar por um futuro melhor não somente para mim<br />

mas para minha filha também. Com o tempo tudo foi se ajeitando, eu namorava<br />

faziam 3 anos, mas uma traição acabou com o namoro e eu resolvi criar minha filha<br />

sozinha e solteira, não ligando para o que os outros iam dizer. Meu emprego<br />

deu super certo, fiz uns cursos online, corri atrás da minha câmera, do meu sucesso,<br />

dos meus clientes. Hoje minha filha é uma menina saúdavel, linda, que me<br />

fez crescer e ver a vida como ela realmente é. Me tornei uma mulher madura que<br />

pensa pra frente e está sempre preocupada com o futuro e o dia de amanhã.”<br />

Gabrielle Talita, 19 anos.<br />

Modelo: Aline Tortosa/Fotografia: Agência Plug<br />

Alguns estudos atuais comprovam que o<br />

pré-natal consegue minimizar os riscos obstétricos<br />

da gravidez na adolescência, mas<br />

infelizmente a procura pelos serviços de<br />

pré-natal continua pequena. Para resolver<br />

o problema, é necessário que os programas<br />

pré-natais implantem estratégias relacionadas<br />

à captação precoce e atendimento<br />

oportuno para as adolescentes, e desenvolvam<br />

serviços relacionados à prevenção da<br />

gestação na adolescência e assistência à mãe<br />

e também ao pai adolescente e seu filho.<br />

“Ao ver aquelas duas linhas no teste de gravidez, senti<br />

um frio tão grande pelo meu corpo, que nunca tinha sentido antes.<br />

Ser mãe aos 17 anos? Quem imagina isso? Nem no meu sonho mais distante, eu imaginei<br />

que isso pudesse acontecer comigo. Mas... Aconteceu! Ver minha barriga inchar,<br />

as náuseas, os primeiros ultrassons, o sexo do bebê, as primeiras roupinhas... Tudo era<br />

novo pra mim. Empolgante e assustador. Ver pessoas que pensei que estariam ao meu<br />

lado em qualquer circunstância, se afastando da mesma forma que surgiram na minha<br />

vida, doeu mais do que as dores nas costas que senti nas três últimas semanas da gestação.<br />

Nunca me senti preparada pra ser mãe. Mas, quem está, na verdade? Depois de<br />

9 meses com azias, dores nas costas, pessoas se afastando, “falação” dos familiares<br />

e pressão do seu próprio psicológico, eu só me senti viva, quando tive a Laura<br />

pela primeira vez em meus braços. As dores? Acabaram. O psicológico? Confuso.<br />

As pessoas? Quem liga pra elas? Tudo acabou quando senti que o amor existia sim.<br />

E que ele estava presente naquela hora, quando nos olhamos pela primeira vez.”<br />

Milene. 20 anos.<br />

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