casa do infante - Câmara Municipal do Porto
casa do infante - Câmara Municipal do Porto
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Capela de Nossa Senhora da Esperança<br />
Escadas <strong>do</strong> Caminho Novo | Século XVIII<br />
Construída sobre a Ermida de Nossa Senhora <strong>do</strong> Presépio, <strong>do</strong><br />
século XVII, foi administrada pelos Abades de São Pedro de Miragaia<br />
até 1892. Nesse ano foi colocada a grade e no ano seguinte pintou-<br />
-se o altar e o retábulo. Está em Vias de Classificação, juntamente<br />
com o Convento de São João Novo.<br />
Igreja e Convento de São João Novo<br />
Largo de São João Novo | 1613-1643 (Convento)/ 1672-1779 (Igreja) |<br />
Valentim Carvalho, mestre-pedreiro (claustro)/ Frei Manuel da<br />
Trindade (capela-mor e nave)/ António da Silva, Domingos Pinto<br />
e Pedro Pereira, mestres-pedreiros (frontaria)<br />
Em 1583, o Bispo <strong>do</strong> <strong>Porto</strong> Dom Frei Marcos de Lisboa dividiu a<br />
Cidade em quatro paróquias: Santa Maria da Sé, São Nicolau,<br />
Nossa Senhora da Vitória e São João de Belomonte, fican<strong>do</strong> esta<br />
última sedeada na Ermida de São João Baptista. Anos mais tarde,<br />
esta capelinha foi cedida aos Eremitas Calça<strong>do</strong>s de Santo Agostinho<br />
(1592), que a rebaptizam de Ermida de São João Novo, em<br />
homenagem a São João de São Facun<strong>do</strong>, canoniza<strong>do</strong> em 1572. Com<br />
a extinção da paróquia de São João de Belomonte (1602), o seu território foi dividi<strong>do</strong> pelas<br />
circunscrições vizinhas. O Convento começou a ser construí<strong>do</strong> em 1613, estan<strong>do</strong> concluí<strong>do</strong> o<br />
claustro em 1638 e avançan<strong>do</strong>-se para a obra de talha em 1643. Já a Igreja começou a ser levantada<br />
em 1672; até 1681 construíram-se a capela-mor e o primeiro tramo da nave; nos <strong>do</strong>is anos seguintes,<br />
cobriu-se o arco cruzeiro e começaram-se os alça<strong>do</strong>s laterais; a frontaria, projectada em 1700-<br />
1703, só foi construída entre 1726 e 1779. Para o interior, João Pereira <strong>do</strong>s Santos riscou o altarmor<br />
e a tribuna rococó, executa<strong>do</strong> pelo mestre-entalha<strong>do</strong>r Filipe da Silva (1700) e depois enriquecida<br />
pela pintura de João Glama Ströberle (1757-1766). Os azulejos da Capela de Santa Rita de Cássia<br />
foram executa<strong>do</strong>s em 1741, pelo mestre-azuleja<strong>do</strong>r Bartolomeu Antunes. Fin<strong>do</strong> o Cerco <strong>do</strong> <strong>Porto</strong><br />
(1832-1834), o Convento foi incorpora<strong>do</strong> nos bens na Fazenda Pública, sen<strong>do</strong> depois adapta<strong>do</strong> a<br />
Tribunal Criminal e Correccional <strong>do</strong> <strong>Porto</strong> (1863). A Igreja mantém-se aberta ao culto, estan<strong>do</strong> em<br />
Vias de Classificação, juntamente com a Capela de Nossa Senhora da Esperança.<br />
Casa de Belomonte, <strong>do</strong>s Pacheco Pereira<br />
Rua de Belomonte, 43-45 | XVIII<br />
Aquan<strong>do</strong> da abertura da Rua de Belomonte, no século XVI, aqui<br />
se ergueram as <strong>casa</strong>s <strong>do</strong> Mestre João da Paz, médico d'El-Rei Dom<br />
João II. Eram, então, foreiras ao Convento de São Domingos. Mais<br />
tarde, foram vendidas aos Pacheco Pereira, que as ampliaram e,<br />
já no século XVIII, enriqueceram com a construção <strong>do</strong> seu solar -<br />
-magnifico edifício barroco, que se destaca na Rua pela<br />
horizontalidade <strong>do</strong> seu piso sobrada<strong>do</strong>, que contrasta com os<br />
edifícios estreitos e eleva<strong>do</strong>s circunvizinhos. Interiormente, a<br />
escadaria é rematada por uma clarabóia em estuques, onde se<br />
salientam as cabeças de índios nos cantos. Já na segunda metade<br />
<strong>do</strong> século XIX, foi vendida à Companhia <strong>do</strong>s Caminhos de Ferro através de África, cuja heráldica<br />
substituiu a antiga pedra-de-armas <strong>do</strong>s Pacheco Pereira, quer na fachada, quer no salão nobre.<br />
Actualmente pertence à Escola Superior Artística <strong>do</strong> <strong>Porto</strong>.<br />
Hotel da Bolsa<br />
Rua de Ferreira Borges, 101/ Rua de Belomonte/ Rua <strong>do</strong> Comércio<br />
<strong>do</strong> <strong>Porto</strong> | 1907 | João Gomes da Silva Guerra<br />
Antigo edifício da Companhia de Seguros Garantia, obedece a<br />
estéticas beaux-arts de influência francesa, acentuadas pelos<br />
torreões amansarda<strong>do</strong>s.<br />
Edifício da Companhia Douro<br />
Largo de São Domingos, 10-22/ Rua de Ferreira Borges/ Rua de<br />
Sousa Viterbo | 1777/ 1836<br />
A Ordem <strong>do</strong>s Prega<strong>do</strong>res de São Domingos instalou-se no <strong>Porto</strong><br />
em 1237, construin<strong>do</strong> a sua <strong>casa</strong> entre 1239 e 1245, que recebeu o<br />
nome de Convento de Nossa Senhora <strong>do</strong>s Fiéis de Deus <strong>do</strong> <strong>Porto</strong>.<br />
Em 1676, foi instituída a Ordem Terceira de São Domingos <strong>do</strong> <strong>Porto</strong>,<br />
com templo próprio a partir de 1683, construí<strong>do</strong> segun<strong>do</strong> o risco<br />
de Padre Pantaleão da Rocha, arquitecto e Mestre de Coro da Sé<br />
<strong>do</strong> <strong>Porto</strong>. Problemas de relacionamento entre a Ordem e os Terceiros<br />
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levaram à transformação <strong>do</strong>s segun<strong>do</strong>s em Arquiconfraria da Santíssima Trindade da Redenção<br />
<strong>do</strong>s Cativos (1755) e à sua eventual transferência para a actual Praça da Trindade (1803-1841). Em<br />
1778, Igreja <strong>do</strong>s Terceiros acabou substituin<strong>do</strong> o velho templo <strong>do</strong>minicano, que ardera no ano<br />
anterior. Já em 1712, havia si<strong>do</strong> levanta<strong>do</strong> um edifício de <strong>do</strong>rmitórios, volta<strong>do</strong> para o Largo de<br />
São Domingos, cujas arcadas seriam mais tarde transformadas. Em 1832, um incêndio danificou<br />
o conjunto conventual, incorpora<strong>do</strong> na Fazenda Pública com lei de expulsão das ordens religiosas<br />
de Portugal (1834). Das igrejas - <strong>do</strong> Convento e <strong>do</strong>s Terceiros - nada restou, devi<strong>do</strong> à abertura de<br />
novos arruamentos; salvou-se o <strong>do</strong>rmitório, transforma<strong>do</strong> em 1836, para receber a Casa Filial <strong>do</strong><br />
Banco de Lisboa, depois <strong>do</strong> Banco de Portugal. Com a sua mudança para a Praça da Liberdade<br />
(1934), o edifício foi adquiri<strong>do</strong> pela Companhia de Seguros Douro, que o ocupou durante décadas.<br />
Futuramente, deverá ser transforma<strong>do</strong> em Casa das Artes.<br />
Merca<strong>do</strong> Ferreira Borges (antigo Merca<strong>do</strong> da Fruta)<br />
Praça <strong>do</strong> Infante Dom Henrique/ Rua de Ferreira Borges/ Rua de<br />
Mouzinho da Silveira | 1885-1888 | João Carlos Macha<strong>do</strong>, arq. to<br />
1882, a Câmara <strong>Municipal</strong> <strong>do</strong> <strong>Porto</strong> deliberou que se criasse um<br />
novo merca<strong>do</strong>, de forma a substituir o velhinho da Ribeira, que<br />
há muito apresentava condições insalubres. A obra começou em<br />
1885 e foi concluída em 1888. Com o virar <strong>do</strong> século o espaço já<br />
não respondia às necessidades, pensan<strong>do</strong>-se em dar-lhe nova<br />
utilidade; depois de alguns anos de incúria, foi entregue à Junta<br />
Nacional das Frutas, para entreposto de abastecimento de outros<br />
merca<strong>do</strong>s. Novamente aban<strong>do</strong>na<strong>do</strong> e degrada<strong>do</strong>, foi restaura<strong>do</strong><br />
entre 1982-1983, sen<strong>do</strong> os trabalhos entregues à mesma empresa<br />
que o construíra: a Companhia Aliança (Fundição de Massarelos). É um <strong>do</strong>s exemplares grandes<br />
da Arquitectura <strong>do</strong> Ferro <strong>do</strong> <strong>Porto</strong> e o seu nome comemora o economista e político portuense<br />
José Ferreira Borges (1786-1838), autor <strong>do</strong> 1.º Código Comercial Português (1833). Está classifica<strong>do</strong><br />
como Imóvel de Interesse Público.<br />
Instituto <strong>do</strong> Vinho <strong>do</strong> <strong>Porto</strong> (actual Instituto <strong>do</strong>s Vinhos <strong>do</strong><br />
Douro e <strong>Porto</strong>)<br />
Rua de Ferreira Borges, 27 < Rua da Bolsa | 1843<br />
Construí<strong>do</strong> para sede <strong>do</strong> Banco Comercial <strong>do</strong> <strong>Porto</strong>, que fora<br />
funda<strong>do</strong> em 1835. Apresenta um alça<strong>do</strong> de raiz neoclássica, dentro<br />
<strong>do</strong> gosto conserva<strong>do</strong>r da época. A partir da década de 1930 passou<br />
a edifício-sede <strong>do</strong> Instituto <strong>do</strong> Vinho <strong>do</strong> <strong>Porto</strong>, cuja denominação<br />
foi alterada em 2003, para Instituto <strong>do</strong>s Vinhos <strong>do</strong> Douro e <strong>Porto</strong>.<br />
Monumento <strong>do</strong> Infante Dom Henrique<br />
Praça <strong>do</strong> Infante Dom Henrique | 1894-1900 | Tomás Costa, escultor<br />
Aquan<strong>do</strong> <strong>do</strong> V Centenário <strong>do</strong> nascimento <strong>do</strong> Infante Dom Henrique,<br />
foi lança<strong>do</strong> um concurso para a construção de um monumento<br />
ao Navega<strong>do</strong>r. Ganhou o projecto de Tomás da Costa, que representa<br />
um Infante-guerreiro apontan<strong>do</strong> para o além-mar; no pedestal<br />
existem referências à arquitectura manuelina e relevos alusivos<br />
às passagens <strong>do</strong> Infante por Ceuta e pelo Promontório de Sagres;<br />
na frente representa-se a Vitória conduzin<strong>do</strong> corcéis e ladeada<br />
de tritões; e atrás a Fé das Descobertas.<br />
Igreja <strong>do</strong> Convento de São Francisco <strong>do</strong> <strong>Porto</strong><br />
Rua <strong>do</strong> Infante Dom Henrique | 1233 (construção)/ séculos XV-<br />
XVI-XVII-XVIII (alterações)<br />
A Ordem <strong>do</strong>s Frades Menores de São Francisco chegou ao <strong>Porto</strong><br />
em 1233, no meio da discussão que opunha o monarca ao bispo<br />
pela posse <strong>do</strong> burgo. A construção <strong>do</strong> conjunto conventual só<br />
terminaria em 1410. Na década seguinte, Fernão de Sá e a mulher<br />
Dona Filipa da Cunha instituíram o morga<strong>do</strong> na capela-mor, onde<br />
se fariam sepultar gerações de Alcaides-Móres <strong>do</strong> <strong>Porto</strong>. O<br />
Convento serviu como Casa Capitular da Província Claustral de<br />
Portugal até 1568, altura em que passou a Casa de Observância.<br />
Ao longo <strong>do</strong>s séculos, os mais diversos estilos foram sen<strong>do</strong><br />
integra<strong>do</strong>s harmoniosamente: gótico, maneirismo, barroco, rococó e neoclássico. Entre os artistas,<br />
destacam-se: Diogo de Castilho (arq. to ), na Capela <strong>do</strong>s Carneiros (1534); Francisco Moreira (mestre-<br />
-entalha<strong>do</strong>r, 1612) e Inácio Ferraz de Figueire<strong>do</strong> (mestre-<strong>do</strong>ura<strong>do</strong>r, 1615), no retábulo de São Brás<br />
e São José; Manuel da Ponte (mestre-<strong>do</strong>ura<strong>do</strong>r), no retábulo de Nossa Senhora <strong>do</strong>s Anjos da<br />
Porciúncula (1615 - desapareci<strong>do</strong> em 1764); Manuel Carneiro Adão (mestre-entalha<strong>do</strong>r), no retábulo<br />
de Nossa Senhora da Conceição ou da Árvore de Jessé (1719); Luís Pereira da Costa (mestreentalha<strong>do</strong>r),<br />
no retábulo de Santo António de Lisboa (1724); Francisco <strong>do</strong> Couto e Azeve<strong>do</strong> (risco)<br />
e Manuel da Costa Andrade (mestre-entalha<strong>do</strong>r), nos retábulos de Nossa Senhora <strong>do</strong> Socorro<br />
(1740) e de Nossa Senhora da Graça ou de Nossa Senhora da Rosa (1743-1744); Manuel Pereira da<br />
Costa Noronha (mestre-entalha<strong>do</strong>r), nos retábulos da Anunciação de Nossa Senhora (1750) e de<br />
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Nossa Senhora da Encarnação e <strong>do</strong>s Santos Mártires de Marrocos (1750-1751); Francisco Pereira<br />
Campanhã (mestre-entalha<strong>do</strong>r), no retábulo de Nossa Senhora da Soledade (1764-1765). Em 1833,<br />
os bombardeamentos da guerra civil provocaram um incêndio, que danificou os espaços<br />
conventuais. No ano seguinte, a Igreja foi ocupada como armazém da Alfândega. Por essa época,<br />
previa-se a sua destruição, para abertura de novos arruamentos (1834-1839); salvou-se por<br />
intervenção da Rainha Dona Maria II (1839). Está classificada como Monumento Nacional.<br />
Igreja da Venerável Ordem Terceira de São Francisco<br />
Rua <strong>do</strong> Infante Dom Henrique | 1795-1805 | António Pinto de<br />
Miranda, arq. to<br />
Os Terceiros Franciscanos foram instituí<strong>do</strong>s em 1633, numa das<br />
capelas <strong>do</strong>s claustros <strong>do</strong> Convento da Ordem. A construção de<br />
templo próprio começou em 1676. Entre 1794 e 1805, foi substituí<strong>do</strong><br />
pelo actual edifício, uma das primeiras construções neoclássicas<br />
<strong>do</strong> <strong>Porto</strong>, risca<strong>do</strong> pelo arq. to António Pinto de Miranda. Na fachada<br />
destacam-se as cinco imagens alegóricas: em plano superior, a<br />
Fé, Esperança e Caridade, modeladas pelo barrista João Braga e<br />
esculpidas por Bernar<strong>do</strong> Moreira; em plano interior, a Humildade<br />
e Penitência, <strong>do</strong> escultor Manuel Joaquim Alves de Sousa Allão e<br />
também executadas por Bernar<strong>do</strong> Moreira (1795-1799). O retábulo-<br />
-mor pertence ao arq. to António Pinto de Miranda e foi executa<strong>do</strong> pelo mestre-entalha<strong>do</strong>r Manuel<br />
Moreira da Silva, enriqueci<strong>do</strong> com os Anjos e o Senhor Ressuscita<strong>do</strong> <strong>do</strong> escultor Sousa Allão e o<br />
painel de São Francisco a entregar a Regra da Ordem Terceira a São Lúcio e Santa Bona <strong>do</strong> pintor<br />
José Teixeira Barreto (1795-1799). Luigi Chiari executou a obra de estuque e ornatos. No trabalho<br />
<strong>do</strong> órgão esteve o mestre Manuel de Sá Couto (1799). Os painéis <strong>do</strong>s altares laterais foram pinta<strong>do</strong>s<br />
em Londres, por Vieira Portuense (1799); e as pinturas alegóricas da abóbada são da autoria de<br />
Custódio José Teixeira (1800-1803).<br />
Casa <strong>do</strong> Despacho da Ordem de São Francisco<br />
Rua <strong>do</strong> Infante Dom Henrique | 1746-1749 | Nicolau Nasoni, arq. to<br />
(risco)/ António da Silva de Carvalho, mestre-pedreiro (execução)<br />
Edifício barroco, construí<strong>do</strong> sobre o cemitério <strong>do</strong>s Terceiros de<br />
São Francisco, em 1745, pelos mestre-pedreiros António da Silva<br />
de Carvalho, Pedro Pereira e Manuel Pereira. Interiormente, os<br />
tectos foram risca<strong>do</strong>s por Nasoni, neles trabalhan<strong>do</strong> José Martins<br />
Tinoco; também daquele, é o desenho das sanefas e <strong>do</strong> retábulo<br />
e moldura, tu<strong>do</strong> em talha <strong>do</strong>urada, executada por José Teixeira<br />
Guimarães. Está classificada como Imóvel de Interesse Público.<br />
Palácio da Bolsa/ Associação Comercial <strong>do</strong> <strong>Porto</strong><br />
Praça <strong>do</strong> Infante Dom Henrique/ Rua da Bolsa | XVIII/ 1839-1840/<br />
1862-1880 | Joaquim da Costa Lima, arq.to/ Thomaz Soller, arq. to<br />
(Pátio das Nações)/ Gustavo A<strong>do</strong>lfo Gonçalves de Sousa, eng., e<br />
José Mace<strong>do</strong> Araújo Júnior, arq. to (Salão Árabe)<br />
Em 1834, o Convento de São Francisco foi devora<strong>do</strong> por um fogo;<br />
nesse mesmo ano, acabou sen<strong>do</strong> abrangi<strong>do</strong> pela lei de expulsão<br />
das ordens religiosas e integra<strong>do</strong> na Fazenda Pública. Em 1842, a<br />
Associação Comercial <strong>do</strong> <strong>Porto</strong> encomen<strong>do</strong>u a Costa Lima Sampayo<br />
a construção da sua sede, aproveitan<strong>do</strong> o antigo claustro, agora<br />
transforma<strong>do</strong> em Pátio das Nações, assim chama<strong>do</strong> pela presença<br />
da heráldica <strong>do</strong>s principais países com que Portugal mantinha<br />
relações comerciais. A respectiva clarabóia da cobertura e o pavimento em mosaico foram<br />
desenha<strong>do</strong>s por Thomaz Soller, também autor da Sala das Assembleias Gerais. O Salão Árabe,<br />
data<strong>do</strong> de 1862 e desenha<strong>do</strong> pelo eng. Gonçalves de Sousa, inspira-se no Palácio de Alhambra,<br />
destacan<strong>do</strong>-se pela riqueza <strong>do</strong>s seus estuques, realça<strong>do</strong>s pela iluminação. Já nos princípios <strong>do</strong><br />
século XX, foi construída a Sala <strong>do</strong>s Retratos, segun<strong>do</strong> o risco <strong>do</strong> arq. to José Marques da Silva.<br />
Na decoração das diversas salas <strong>do</strong> edifício estiveram nomes grandes da Arte, como os escultores<br />
Soares <strong>do</strong>s Reis e Teixeira Lopes, os cenógrafos Manini e Pereira Júnior, os pintores António<br />
Ramalho, Veloso Salga<strong>do</strong>, Marques de Oliveira e António Carneiro. Está classifica<strong>do</strong> como<br />
Monumento Nacional.<br />
Hospital da Venerável Ordem Terceira de São Francisco<br />
Rua da Bolsa, 44/ Rua <strong>do</strong> Comércio <strong>do</strong> <strong>Porto</strong> | 1734-1743<br />
O Hospital da Venerável Ordem Terceira de São Francisco veio<br />
substituir um anterior recolhimento para irmãs pobres (entrevadas<br />
ou cegas), localiza<strong>do</strong> na Rua <strong>do</strong> Reguinho (actual Rua de São<br />
Francisco) e construí<strong>do</strong> entre 1686 e 1687. Em 1714, tinha apenas<br />
seis recolhidas, deliberan<strong>do</strong>-se que à morte da última se deveria<br />
construir um hospital de maiores dimensões. Assim aconteceu<br />
a partir de 1734, erguen<strong>do</strong>-se novo edifício, na Rua da Ferraria<br />
de Baixo (actual Rua <strong>do</strong> Comércio <strong>do</strong> <strong>Porto</strong>), para o efeito contan<strong>do</strong>-<br />
-se com os <strong>do</strong>nativos de Manuel Ribeiro Poço e Manuel da Silva<br />
e Sousa. Foi inaugura<strong>do</strong> a 26.V.1743 e, a 22.XII.1765, abriu uma nova<br />
enfermaria, destinada a entreva<strong>do</strong>s. Actualmente ainda mantém a função hospitalar.<br />
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Capela-Oratório da Via Sacra/ Passo da Via Sacra<br />
Rua <strong>do</strong> Infante Dom Henrique | 1733<br />
Construída na Rua de São Francisco, foi benzida em 1733, a favor<br />
Francisco Ribeiro Guimarães. Com as transformações urbanísticas<br />
Oitocentistas e a abertura da Rua Nova da Alfândega, foi transferida<br />
para o local actual. Estruturalmente, tem semelhanças com a<br />
Capela-Oratório <strong>do</strong>s Senhor <strong>do</strong>s Passos (ou de São Sebastião, na<br />
Rua de São Sebastião), pertencen<strong>do</strong> ambas a um mesmo percurso<br />
de Via-Sacra. No interior, o retábulo representa Cristo transportan<strong>do</strong><br />
a Cruz, ajuda<strong>do</strong> por Cireneu e ladea<strong>do</strong> das Santas Mulheres.<br />
Casa-Torre <strong>do</strong>s Pedrossem<br />
Rua da Reboleira, 59/ Rua <strong>do</strong> Outeirinho | 1688 (construção)/ 1979<br />
(remodelação) | Manuel Mendes, mestre-pedreiro (construção)/<br />
António Moura, arq. to (remodelação)<br />
A 15.IX.1688 foi assina<strong>do</strong> um contrato para a construção de uma<br />
<strong>casa</strong>-torre na Rua da Reboleira, entre Pedro Pedrossen da Silva e<br />
o mestre-pedreiro Manuel Mendes. O encomenda<strong>do</strong>r pertencia<br />
a uma família de merca<strong>do</strong>res de origem flamenga, que no <strong>Porto</strong><br />
aportuguesaram o apeli<strong>do</strong> de Petersen para Pedrossem. A <strong>casa</strong>-<br />
-torre continuou na mesma linhagem até ao século XIX. Em 1837,<br />
servia de sede a uma empresa exporta<strong>do</strong>ra de vinhos e, em 1862,<br />
como Hotel Inglês, onde se servia o famoso five o'clock tea (chá<br />
das cinco). Já em 1872, era propriedade <strong>do</strong> negociante Francisco Car<strong>do</strong>so Valente.<br />
Casa-Torre <strong>do</strong>s Lobo da Reboleira<br />
Rua da Reboleira, 55/ Rua <strong>do</strong> Outeirinho/ Muro <strong>do</strong>s Bacalhoeiros<br />
| século XIV<br />
Antiga <strong>casa</strong>-torre medieval, alterada ao longo <strong>do</strong>s séculos. No<br />
alça<strong>do</strong> volta<strong>do</strong> para a Rua da Reboleira, ainda são visíveis portais<br />
e janelas góticas; os andares superiores devem ter si<strong>do</strong> altera<strong>do</strong>s<br />
pelo século XVII, desse perío<strong>do</strong> também datan<strong>do</strong> o coroamento<br />
amea<strong>do</strong>. No século XIX pertencia a António de Sousa Lobo, o<br />
lendário Lobo da Reboleira, conheci<strong>do</strong> pela sua avareza; mais tarde,<br />
serviu de escritórios ao 1.º Barão de Massarelos (Joaquim Augusto<br />
Köpke Schwerin de Sousa - 1806-1895) e a Justino Ferreira Pinto<br />
Basto (1816-1869).<br />
Igreja Paroquial de São Nicolau<br />
Rua <strong>do</strong> Infante Dom Henrique | 1671/ 1758-1762 | Frei Manuel de<br />
Jesus Maria (alterações)<br />
As mais antigas raízes da Igreja de São Nicolau fundam-se na<br />
Albergaria de Santa Catarina, na Reboleira, criada para tratamento<br />
de leprosos (1247). Em 1583, o Bispo <strong>do</strong> <strong>Porto</strong> Dom Frei Marcos de<br />
Lisboa criou a Paróquia de São Nicolau, ainda instalada na Ermida<br />
de Santa Catarina. Esta, só seria demolida em 1671, construin<strong>do</strong>-<br />
-se a actual Igreja, benzida pelo Bispo Dom Nicolau Monteiro. Em<br />
Agosto de 1758, um incêndio obrigou à transferência <strong>do</strong> Santíssimo<br />
para a Capela de Nossa Senhora <strong>do</strong> Terreiro e à reconstrução da<br />
capela-mor e da frontaria, segun<strong>do</strong> o risco de Frei Manuel de Jesus<br />
Maria, Crúzio <strong>do</strong> Convento da Serra <strong>do</strong> Pilar. Era, então, Bispo <strong>do</strong> <strong>Porto</strong> Dom Luís de Sousa, cujo<br />
brasão-de-armas foi coloca<strong>do</strong> na fachada. Também da mesma época datam as esculturas de<br />
Santo Agostinho e Santo António de Lisboa, feitas em oficina da Capital. As obras ficaram<br />
concluídas em 1762. No ano seguinte, fizeram-se os altares laterais, num gosto rococó, segun<strong>do</strong><br />
projectos <strong>do</strong>s mestres-entalha<strong>do</strong>res José Teixeira Guimarães e Francisco Pereira Campanhã. Pelos<br />
fins <strong>do</strong> mesmo século, João Glama Ströberle pintou o painel <strong>do</strong> retábulo da A<strong>do</strong>ração <strong>do</strong>s Magos.<br />
No século XIX, construíram-se os altares colaterais neoclássicos (1816) e encomendaram-se os<br />
arcazes da sacristia (1817). Em 1832, foi feito o adro, para protecção de sepulturas. Já em 1861, a<br />
fachada principal foi revestida a azulejos releva<strong>do</strong>s de padrão, azuis e brancos.<br />
Antigo Restaurante Comercial<br />
Rua <strong>do</strong> Infante Dom Henrique, n.os 75-79 | século XVIII (edifício)/<br />
1907 (Restaurante) | Manuel de Oliveira, mestre-de-obras<br />
Inaugura<strong>do</strong> em 1894, pelo espanhol Manuel Recarey Antello, ficou<br />
famoso pela sua cozinha - destacan<strong>do</strong>-se o bife é inglesa - que<br />
atraiu gente da política, das artes e das letras. Funcionou até à<br />
década de 1960, quan<strong>do</strong> passou para a sociedade Mira, que<br />
introduziu algumas alterações pontuais. Mais tarde, serviu como<br />
agência <strong>do</strong> Banco Pinto & Sotto Mayor. A fachada conserva o<br />
enquadramento em ferro fundi<strong>do</strong>. Está classifica<strong>do</strong> como Imóvel<br />
de Interesse Público.<br />
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Capela de Nossa Senhora <strong>do</strong> Ó/ Capela de Nossa Senhora da<br />
Piedade/ Capela <strong>do</strong> Terreiro<br />
Largo <strong>do</strong> Terreirinho | século XVII-XVIII-XIX<br />
Construída no século XVI, reconstruída na centúria seguinte e com<br />
o alça<strong>do</strong> principal altera<strong>do</strong> depois de 1834, para reparação <strong>do</strong>s<br />
danos provoca<strong>do</strong>s pela Guerra Liberal e o Cerco <strong>do</strong> <strong>Porto</strong> (1832-<br />
-1834). O retábulo é uma obra barroca, datan<strong>do</strong> de 1712 e executada<br />
pelo mestre-entalha<strong>do</strong>r João da Costa. Ao século XIX pertencem<br />
o púlpito e execução da imagem de Nossa Senhora <strong>do</strong> Ó. Foi<br />
restaurada em fins <strong>do</strong> século XX e, a partir de 1982, a população<br />
fez ressurgir festas em honra de Nossa Senhora <strong>do</strong> Ó. Esta Capela<br />
her<strong>do</strong>u a evocação da antiga Capela da Sempre Virgem Maria<br />
Nossa Senhora <strong>do</strong> Ó de Cima <strong>do</strong> Muro, construída em 1685 e administrada por Confraria própria,<br />
benzida em 1783, pelo Bispo <strong>do</strong> <strong>Porto</strong> Dom João Rafael de Men<strong>do</strong>nça, e desmantelada em 1821.<br />
Casa <strong>do</strong> Infante/ Antiga Casa da Alfândega Velha<br />
Rua da Alfândega, 10 | 1325-1354 (construção)/ 1628 e 1677 (obras)/<br />
1894 (lápide da entrada principal)/ 1923 (ampliação de andar)/ 1958-<br />
1960 (restauro)/ 1994 (requalificação) | João Eanes Melacho (séc.<br />
14)/ Marquês de Fronteira (1677)/ Rogério <strong>do</strong>s Santos Azeve<strong>do</strong>,<br />
arq. to (1958-1960)/ Nuno Jennings Tasso de Sousa, arq. to (2001)<br />
Antigos aposentos <strong>do</strong> almoxarife da Alfândega <strong>do</strong> <strong>Porto</strong>, o edifício<br />
foi construí<strong>do</strong> a partir de 1325, sen<strong>do</strong> já utiliza<strong>do</strong> como armazéns<br />
da Alfândega em 1354. Durante o reina<strong>do</strong> de Dom Fernan<strong>do</strong> I,<br />
recebeu a Casa da Moeda, que se manteve em actividade até 1587,<br />
sen<strong>do</strong> finalmente extinta por alvará de 1607 e reactivada em 1688.<br />
Ainda a 4.III.1394, aqui nasceu o Infante Dom Henrique, facto que<br />
tanto orgulharia as gerações futuras de portuenses. Em 1628, primeiro, e em 1656, depois, fizeramse<br />
obras nas antigas instalações da Casa da Moeda e da Alfândega, respectivamente. Mas os<br />
grandes trabalhos ocorreriam em 1677, com a ampliação <strong>do</strong> edifício. A partir de 1860, a Casa da<br />
Alfândega foi perden<strong>do</strong> funcionalidade, com transferência <strong>do</strong>s serviços para novo edifício,<br />
construí<strong>do</strong> em Miragaia. Em 1894, comemoran<strong>do</strong>-se o V centenário <strong>do</strong> nascimento <strong>do</strong> Infante<br />
Dom Henrique, foi descerrada uma lápide sobre a porta principal. Seguiram-se as campanhas<br />
de obras no edifício, que lhe acrescentaram um piso (1923) e restauraram os espaços (1958-1960).<br />
Passou, então, a albergar o Arquivo Histórico <strong>Municipal</strong> <strong>do</strong> <strong>Porto</strong>, que haveria de promover nova<br />
campanha de obras (2001). Está classifica<strong>do</strong> como Monumento Nacional.<br />
Capela de São Salva<strong>do</strong>r <strong>do</strong> Mun<strong>do</strong><br />
Rua de Mouzinho da Silveira | 1747/ 1892<br />
Já pelo século XVI existiria uma escultura estofada e policromada<br />
de São Salva<strong>do</strong>r <strong>do</strong> Mun<strong>do</strong>, recolhida em capela própria a partir<br />
de 1657. No século XVIII, esculpiram-se as imagens de Nossa<br />
Senhora da Conceição e de Santo António de Lisboa. Ainda em<br />
1747, a Capela foi reconstruída, colocan<strong>do</strong>-se na entrada um<br />
alpendre de arcos, segun<strong>do</strong> informa uma notícia de 1775. Em 1783,<br />
o mestre-sineiro João de Rivas executou o sino. Com a abertura<br />
da Rua de Mouzinho da Silveira, em 1877, foram feitas alterações<br />
profundas na capela, sen<strong>do</strong> reconstruída em 1892.<br />
Feitoria Inglesa/ British Association<br />
Rua <strong>do</strong> Infante Dom Henrique, 18/ Rua de São João | 1785-1790 |<br />
John Whitehead (atribuição)<br />
Desde a primeira metade <strong>do</strong> século XVIII que funcionava no <strong>Porto</strong><br />
uma feitoria britânica, instalada na Rua Nova. Em 1767, a Câmara<br />
<strong>Municipal</strong> cedeu os terrenos para a construção de edifício, o que<br />
só aconteceria a partir de 1785. O risco <strong>do</strong> novo prédio está atribuí<strong>do</strong><br />
a John Whitehead, cônsul britânico no <strong>Porto</strong> e arquitecto ama<strong>do</strong>r.<br />
É uma construção que se filia na arquitectura neopalladiana<br />
inglesa, apresentan<strong>do</strong>-se como uma das primeiras construções<br />
neoclássicas da Cidade. Exteriormente, salienta-se a arcada <strong>do</strong><br />
rés-<strong>do</strong>-chão, em aparelho rustica<strong>do</strong>, sobre a qual se erguem três<br />
pisos. Os vãos <strong>do</strong> andar nobre são anima<strong>do</strong>s pela alternância de frontões curvos e triangulares.<br />
Interiormente, destacam-se os trabalhos em estuque, novamente de influência britânica, de<br />
estilo Adam.<br />
Casa <strong>do</strong>s Ferraz Madureira<br />
Rua <strong>do</strong> Clube Fluvial Portuense, 14-16/ Rua de São João, 44-48 |<br />
Século XVI<br />
Edifício de construção vernacular, apenas nobilita<strong>do</strong> pelo brasão-<br />
-de-armas (esquarteladas, I e IV de Ferraz e II e III de Madureira).