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irrigação no desenvolvimento inicial de híbridos de eucalipto

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i<br />

UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MATO GROSSO DO SUL<br />

UNIDADE UNIVERSITÁRIA DE AQUIDAUANA<br />

PÓS-GRADUAÇÃO EM AGRONOMIA<br />

IRRIGAÇÃO NO DESENVOLVIMENTO INICIAL DE<br />

HÍBRIDOS DE EUCALIPTO<br />

Leandro Henrique Jung<br />

AQUIDAUANA – MS<br />

FEVEREIRO / 2013


i<br />

UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MATO GROSSO DO SUL<br />

UNIDADE UNIVERSITÁRIA DE AQUIDAUANA<br />

PÓS-GRADUAÇÃO EM AGRONOMIA<br />

IRRIGAÇÃO NO DESENVOLVIMENTO INICIAL DE<br />

HÍBRIDOS DE EUCALIPTO<br />

Acadêmico: Leandro Henrique Jung<br />

Orientador: Prof. Dr. Adria<strong>no</strong> da Silva Lopes<br />

“Dissertação apresentada ao programa <strong>de</strong><br />

pós-graduação em Agro<strong>no</strong>mia, área <strong>de</strong><br />

concentração em Produção Vegetal, da<br />

Universida<strong>de</strong> Estadual <strong>de</strong> Mato Grosso do<br />

Sul, como parte das exigências para a<br />

obtenção do título <strong>de</strong> Mestre em Agro<strong>no</strong>mia<br />

(Produção Vegetal)”.<br />

AQUIDAUANA – MS<br />

FEVEREIRO / 2013


ii<br />

´J92i Jung, Leandro Henrique<br />

Irrigação <strong>no</strong> <strong><strong>de</strong>senvolvimento</strong> <strong>inicial</strong> <strong>de</strong> dois híbridos <strong>de</strong><br />

<strong>eucalipto</strong>/ Leandro Henrique Jung. Aquidauana, MS: UEMS,<br />

2013.<br />

50p.; 30cm.<br />

Dissertação (Mestrado) – Agro<strong>no</strong>mia (Produção Vegetal) –<br />

Universida<strong>de</strong> Estadual do Mato Grosso do Sul, 2013.<br />

Orientador: Prof. Dr. Adria<strong>no</strong> da Silva Lopes.<br />

1. Irrigação-<strong>eucalipto</strong> 2. Grancam 3. Urograndis I. Título.<br />

CDD 20.ed. 631.587


iii


iv<br />

“Os homens semeiam na terra o que colherão na vida<br />

espiritual: os frutos da sua coragem ou da sua<br />

fraqueza.”<br />

Allan Kar<strong>de</strong>c


v<br />

À minha mãe, Maria Janina Grabski Jung,<br />

ao meu pai, Cláudio Willy Jung,<br />

ao meu irmão Rodrigo Willy Jung,<br />

aos meus avós<br />

Dedico.


vi<br />

AGRADECIMENTOS<br />

Aos meus pais, Cláudio e Janina, e toda a minha família pelo apoio<br />

em todas os momentos.<br />

Ao professor Adria<strong>no</strong> da Silva Lopes pela paciência, pela presença<br />

em todos os momentos ao longo do mestrado e pelo exemplo <strong>de</strong> pessoa e<br />

profissional o qual eu admiro.<br />

À Universida<strong>de</strong> Estadual <strong>de</strong> Mato Grosso do Sul (UEMS) pela<br />

oportunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> estar cursando o Curso <strong>de</strong> Mestrado.<br />

À CAPES e à UEMS pela concessão <strong>de</strong> bolsa <strong>de</strong> estudo.<br />

Aos amigos Adria<strong>no</strong> Sassaqui, Ana Claudia Viegas e, em especial,<br />

Rejane Maia Tomichas pela amiza<strong>de</strong> e apoio.<br />

Aos companheiros <strong>de</strong> projeto Gabriel Queiroz, Jean Carlos, Dreyfus<br />

Bertoli, E<strong>de</strong>r Fanaya, Kelvin Melgar e Isabela Belchior pela ajuda durante<br />

a execução do experimento.<br />

À empresa Portal Ver<strong>de</strong> MS pelo fornecimento das mudas <strong>de</strong><br />

<strong>eucalipto</strong> - indispensáveis ao <strong><strong>de</strong>senvolvimento</strong> <strong>de</strong>ste trabalho.


vii<br />

Aos professores do Curso <strong>de</strong> Agro<strong>no</strong>mia da Unida<strong>de</strong> Universitária<br />

<strong>de</strong> Aquidauana – Universida<strong>de</strong> Estadual <strong>de</strong> Mato Grosso do Sul, pelos<br />

ensinamentos.<br />

Aos funcionários da Unida<strong>de</strong> Universitária <strong>de</strong> Aquidauana –<br />

Universida<strong>de</strong> Estadual <strong>de</strong> Mato Grosso do Sul que ajudaram na realização<br />

<strong>de</strong>ste trabalho.<br />

A todos aqueles, que <strong>de</strong> forma direta ou indireta, contribuíram para<br />

a realização <strong>de</strong>ste trabalho.<br />

À DEUS.


viii<br />

SUMÁRIO<br />

Página<br />

RESUMO ........................................................................................................................ ix<br />

PALAVRAS-CHAVE .................................................................................................... ix<br />

ABSTRACT .................................................................................................................... x<br />

KEYWORDS .................................................................................................................. x<br />

CAPÍTULO 1 – CONSIDERAÇÕES GERAIS ............................................................. 1<br />

CONSIDERAÇÕES GERAIS E ECONÔMICAS SOBRE O EUCALIPTO ................ 1<br />

HÍBRIDOS DE EUCALIPTOS ...................................................................................... 4<br />

O EUCALIPTO E A ÁGUA .......................................................................................... 5<br />

IRRIGAÇÃO NA CULTURA DO EUCALIPTO.........................................................7<br />

REFERÊNCIAS .............................................................................................................. 10<br />

CAPÍTULO 2 – IRRIGAÇÃO NO DESENVOLVIMENTO INICIAL DE<br />

HÍBRIDOS DE EUCALIPTO ........................................................................................ 17<br />

RESUMO ........................................................................................................................ 17<br />

PALAVRAS-CHAVE .................................................................................................... 17<br />

ABSTRACT .................................................................................................................... 17<br />

KEYWORDS .................................................................................................................. 18<br />

INTRODUÇÃO .............................................................................................................. 18<br />

MATERIAL E MÉTODOS ............................................................................................ 19<br />

RESULTADOS E DISCUSSÃO .................................................................................... 23<br />

CONCLUSÕES .............................................................................................................. 35<br />

AGRADECIMENTOS ................................................................................................... 35<br />

REFERÊNCIAS .............................................................................................................. 36


ix<br />

RESUMO<br />

O <strong>eucalipto</strong> é a essência florestal mais usada <strong>no</strong>s programas <strong>de</strong> reflorestamento <strong>no</strong><br />

Brasil, em razão <strong>de</strong> suas características <strong>de</strong> rápido crescimento e boa adaptação às<br />

condições edafoclimáticas existentes <strong>no</strong> país. Os reflorestamentos com <strong>eucalipto</strong>, na<br />

maioria das vezes, estão estabelecidos principalmente em áreas <strong>de</strong> cerrado, on<strong>de</strong> os<br />

solos apresentam baixa fertilida<strong>de</strong> e estão sujeitos a longos períodos <strong>de</strong> déficit hídrico, o<br />

que po<strong>de</strong> afetar a produtivida<strong>de</strong> florestal. Aliado a constante pressão por resultados<br />

financeiros das ativida<strong>de</strong>s econômicas e pelo aumento da produtivida<strong>de</strong>, o uso <strong>de</strong><br />

híbridos e da irrigação passam a assumir importância na segurança da produção e na<br />

busca pela eficiência produtiva. O objetivo <strong>de</strong>ste trabalho foi avaliar o <strong><strong>de</strong>senvolvimento</strong><br />

<strong>inicial</strong> <strong>de</strong> dois híbridos <strong>de</strong> <strong>eucalipto</strong> (Grancam e Urograndis), irrigados por gotejamento<br />

e microaspersão e sem irrigação, dos 7 aos 17 meses após o plantio (MAP). O<br />

experimento foi instalado na área experimental <strong>de</strong> irrigação da Universida<strong>de</strong> Estadual<br />

<strong>de</strong> Mato Grosso do Sul, <strong>no</strong> município <strong>de</strong> Aquidauana-MS. O <strong>de</strong>lineamento experimental<br />

utilizado foi o <strong>de</strong> blocos casualizados, em parcelas subdivididas, com quatro blocos e<br />

duas replicações <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> cada bloco, sendo que as parcelas foram compostas pelos<br />

tratamentos <strong>de</strong> irrigação (gotejamento, microaspersão e sequeiro) e as subparcelas pelos<br />

híbridos (Grancam e Urograndis). Foram avaliadas: a altura <strong>de</strong> plantas, o diâmetro <strong>de</strong><br />

caule, a área basal <strong>de</strong> caule, a relação entre altura e diâmetro <strong>de</strong> caule, o volume <strong>de</strong><br />

caule por hectare e o incremento médio mensal das variáveis analisadas. Os dados<br />

foram submetidos à análise <strong>de</strong> variância e comparados pelo teste <strong>de</strong> Tukey ao nível <strong>de</strong><br />

5% <strong>de</strong> probabilida<strong>de</strong>. Os sistemas <strong>de</strong> irrigação por gotejamento e microaspersão<br />

propiciam maior altura <strong>de</strong> plantas, diâmetro do caule, área basal do caule e volume <strong>de</strong><br />

caule por hectare. O híbrido Grancam apresenta parâmetros <strong>de</strong>ndrométricos superiores<br />

ao Urograndis, com tendência <strong>de</strong>, ao longo do tempo, apresentarem o mesmo<br />

crescimento.<br />

PALAVRAS-CHAVE: Eucalyptus spp., gotejamento, microaspersão, silvicultura.


x<br />

ABSTRACT<br />

Eucalyptus is the core forest most wi<strong>de</strong>ly used in the reforestation programs in Brazil,<br />

due to its rapid growth and good adaptation to the ecological conditions in the country.<br />

The reforestation with eucalyptus, in most cases, are established primarily in savanna<br />

areas where the soils have low fertility and are subject to long periods of water <strong>de</strong>ficit,<br />

which can affect forest yield. Coupled with constant pressure for financial results of<br />

eco<strong>no</strong>mic activities and increased productivity, the use of hybrids and irrigation <strong>no</strong>w<br />

gained importance in security production and the search for productive efficiency. The<br />

aim of this study was to evaluate the initial <strong>de</strong>velopment of two hybrid of eucalyptus<br />

(Grancam and Urograndis), microsprinkler and drip irrigated and <strong>no</strong>n-irrigated from 7<br />

to 17 months after planting (MAP). The experiment was installed in the experimental<br />

area irrigation of Universida<strong>de</strong> Estadual <strong>de</strong> Mato Grosso do Sul in Aquidauana, Mato<br />

Grosso do Sul State, Brazil. The experimental <strong>de</strong>sign was a randomized block, split plot<br />

<strong>de</strong>sign with four blocks and two replications in each block, whereas the plots were<br />

composed by irrigation treatments (microsprinkler, drip and <strong>no</strong>n-irrigated) and the<br />

subplots hybrids (Grancam and Urograndis). Were evaluated: plant height, stem<br />

diameter, basal area of the stem, the relationship between height and stem diameter,<br />

stem volume per hectare and increased average monthly variables. The data were<br />

subjected to analysis of variance and compared by Tukey test at 5% probability. The<br />

irrigation systems microsprinkler and drip provi<strong>de</strong> greater plant height, stem diameter,<br />

basal area of the stem and stem volume per hectare. The hybrid Grancam presents<br />

parameters <strong>de</strong>ndrometric above the Urograndis with trend along time experiencing the<br />

same growth.<br />

KEYWORDS: drip irrigation, Eucalyptus spp., forestry, microsprinkler.


1<br />

CAPÍTULO 1 – CONSIDERAÇÕES GERAIS<br />

CONSIDERAÇÕES GERAIS E ECONÔMICAS SOBRE O EUCALIPTO<br />

O setor florestal apresenta gran<strong>de</strong> importância <strong>no</strong> cenário socioeconômico<br />

nacional gerando 4,6 milhões <strong>de</strong> empregos diretos e indiretos e sendo responsável por<br />

5,6% das exportações brasileiras (9,1 bilhões <strong>de</strong> dólares) e por 3,4% do PIB nacional<br />

(44,6 bilhões <strong>de</strong> dólares) (SBS, 2008). As áreas ocupadas por florestas plantadas em<br />

2011 totalizaram 7 milhões <strong>de</strong> hectares, sendo 93 % <strong>de</strong>ssas áreas <strong>de</strong>stinadas ao<br />

<strong>eucalipto</strong> e ao pinus (ABRAF, 2012).<br />

O gênero Eucalyptus, <strong>de</strong>scrito por L'Héritier pertence à família das Mirtáceas e<br />

é nativo, com exceção <strong>de</strong> poucas espécies, principalmente da Austrália. São mais <strong>de</strong> 670<br />

espécies conhecidas, além <strong>de</strong> um gran<strong>de</strong> número <strong>de</strong> varieda<strong>de</strong>s e híbridos, apropriados<br />

para cada finalida<strong>de</strong> <strong>de</strong> aplicação da ma<strong>de</strong>ira. No Brasil, seu cultivo em escala<br />

econômica <strong>de</strong>u-se a partir <strong>de</strong> 1904, com o trabalho do agrô<strong>no</strong>mo silvicultor Edmundo<br />

Navarro <strong>de</strong> Andra<strong>de</strong>, para aten<strong>de</strong>r a <strong>de</strong>manda da Companhia Paulista <strong>de</strong> Estradas <strong>de</strong><br />

Ferro, sendo utilizado como dormente, lenha para as locomotivas e poste para a<br />

eletrificação das linhas (ANDRADE, 1961).<br />

No final dos a<strong>no</strong>s 20, as si<strong>de</strong>rúrgicas começaram a aproveitar a ma<strong>de</strong>ira do<br />

<strong>eucalipto</strong>, transformando-o em carvão vegetal utilizado <strong>no</strong> processo <strong>de</strong> fabricação <strong>de</strong><br />

ferro-gusa. Após esse período, <strong>no</strong>vas aplicações foram <strong>de</strong>senvolvidas, principalmente<br />

para produção <strong>de</strong> papel e celulose, matéria-prima mais requisitada atualmente para<br />

exportação (SHIMIZU, 2006).<br />

A partir <strong>de</strong> 1965, com a lei dos incentivos fiscais ao reflorestamento, houve<br />

uma gran<strong>de</strong> expansão na área cultivada com <strong>eucalipto</strong>. Esses incentivos, sob os aspectos<br />

socioeconômicos, contribuíram para uma maior participação do setor <strong>no</strong> PIB, emprego,<br />

renda, impostos e balança comercial. Sob o aspecto ambiental, vale ressaltar uma<br />

diminuição na pressão sobre as florestas nativas, abrigo para a fauna, proteção das águas<br />

e dos solos, melhoria da qualida<strong>de</strong> do ar, recuperação <strong>de</strong> áreas <strong>de</strong>gradadas e<br />

contribuição para amenizar o efeito estufa (VALVERDE, 2001).<br />

Com as <strong>no</strong>vas exigências do mercado internacional, preocupado com a<br />

produção sustentável e a manutenção <strong>de</strong> florestas nativas, o consumo dos produtos


2<br />

florestais proce<strong>de</strong>ntes <strong>de</strong> florestas plantadas tem aumentado (FREITAG, 2007).<br />

Consi<strong>de</strong>rando esse aspecto, o Brasil passa a beneficiar-se e assumir posição privilegiada<br />

perante os países que buscam reverter o processo <strong>de</strong> mudança climática, tanto do ponto<br />

<strong>de</strong> vista <strong>de</strong> reduções das emissões quanto em projetos <strong>de</strong> sequestro <strong>de</strong> carbo<strong>no</strong>,<br />

principalmente com a implantação <strong>de</strong> florestas <strong>de</strong> <strong>eucalipto</strong> utilizando tec<strong>no</strong>logias que o<br />

difere dos <strong>de</strong>mais países (ROCHA, 2002).<br />

Conforme Pereira (2006), a produtivida<strong>de</strong> das plantações florestais brasileiras<br />

está longe <strong>de</strong> alcançar seu máximo potencial, havendo amplas possibilida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> elevála,<br />

adotando-se métodos <strong>de</strong> cultivos a<strong>de</strong>quados e técnicas <strong>de</strong> melhoramento. O gran<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>safio consiste em i<strong>de</strong>ntificar o equilíbrio entre as práticas silviculturais que<br />

mantenham ou elevem a produtivida<strong>de</strong> em longo prazo, reduzindo os impactos<br />

ambientais (GONÇALVES et al., 2000). Fica evi<strong>de</strong>nte a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> aumento <strong>de</strong><br />

produtivida<strong>de</strong>, logo, várias empresas <strong>no</strong> setor <strong>de</strong> cultivo têm buscado alternativas <strong>de</strong><br />

manejo que aumentem essa produtivida<strong>de</strong> sempre buscando responsabilida<strong>de</strong> ambiental<br />

(ALMEIDA, 2008).<br />

O reflorestamento com essências florestais exóticas, <strong>no</strong> Brasil, foi restrito às<br />

gran<strong>de</strong>s empresas reflorestadoras durante muito tempo. Em a<strong>no</strong>s recentes, porém, tem<br />

emergido como uma ativida<strong>de</strong> compensadora para o peque<strong>no</strong> ou médio produtor rural,<br />

superando, em rentabilida<strong>de</strong>, ativida<strong>de</strong>s agropecuárias tradicionais, como a cultura<br />

canavieira e a bovi<strong>no</strong>cultura (BAENA, 2005). Contudo, Cor<strong>de</strong>iro et al. (2010)<br />

evi<strong>de</strong>nciam que a participação dos peque<strong>no</strong>s e médios produtores rurais é <strong>de</strong><br />

fundamental importância para a ativida<strong>de</strong> florestal integrada ao consumo industrial,<br />

como condição indispensável ao <strong><strong>de</strong>senvolvimento</strong> socioeconômico das comunida<strong>de</strong>s<br />

regionais e a sustentabilida<strong>de</strong> dos empreendimentos florestais e industriais.<br />

Outro aspecto abordado <strong>no</strong> Brasil são os reflorestamentos com <strong>eucalipto</strong>, <strong>no</strong>s<br />

quais apresentam viabilida<strong>de</strong> técnica e econômica, mostrando-se muito promissora<br />

(SOARES et al., 2003). Essas espécies po<strong>de</strong>m ampliar significativamente sua<br />

participação na composição da renda agropecuária, com vantagens adicionais sob a<br />

visão social e ambiental (CORDEIRO et al., 2010). Segundo Avena (2002), os impactos<br />

regionais gerados pelo aumento do setor florestal têm alterado a organização<br />

socioeconômica, provocando uma <strong>no</strong>va lógica <strong>de</strong> crescimento econômico que resulta na<br />

mo<strong>de</strong>rnização econômica da região.<br />

O <strong>eucalipto</strong> oferece diversas vantagens em comparação a outras espécies<br />

florestais, inclusive as nativas, graças ao clima favorável do Brasil e ao avanço


3<br />

alcançado pelas pesquisas e tec<strong>no</strong>logia florestal, o <strong>eucalipto</strong> po<strong>de</strong> ser colhido num prazo<br />

<strong>de</strong> 5 a 7 a<strong>no</strong>s para a produção <strong>de</strong> celulose, quando atinge até 35 metros <strong>de</strong> altura e<br />

produtivida<strong>de</strong> que supera 50 m 3 ha -1 a<strong>no</strong> -1 (BAESSO et al., 2010). A alta produtivida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> volume <strong>de</strong> ma<strong>de</strong>ira do <strong>eucalipto</strong> também oferece a vantagem <strong>de</strong> contribuir para o<br />

alívio da <strong>de</strong>manda crescente <strong>de</strong> ma<strong>de</strong>ira, favorecendo a preservação das florestas nativas<br />

remanescentes (MARCHIORI & SOBRAL, 1997).<br />

Para a implantação <strong>de</strong> reflorestamento <strong>de</strong> <strong>eucalipto</strong>, é muito importante a<br />

escolha da espécie que se adapte ao local e aos objetivos pretendidos, como por<br />

exemplo, para lenha e carvão são utilizadas espécies que geram gran<strong>de</strong> quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

ma<strong>de</strong>ira em prazo curto como Eucalyptus grandis, E. urophylla e E. torilliana; para a<br />

produção <strong>de</strong> papel e celulose utiliza-se espécies que apresentem cerne branco e macio<br />

como E. grandis, E. saligna e E. urophylla. Já, para postes, moirões, dormentes e<br />

estacas, as espécies com cerne duro (para resistir às intempéries) como Eucalyptus<br />

robusta e E. globulus são as mais indicadas e, para a serraria, as espécies <strong>de</strong> ma<strong>de</strong>ira<br />

firme, em que não ocorram rachaduras como o Eucalyptus dunnii, E. viminalis e E.<br />

grandis po<strong>de</strong>m ser os mais indicados (MARCHIORI & SOBRAL, 1997; PAIVA et al.,<br />

2001).<br />

Para aten<strong>de</strong>r à <strong>de</strong>manda mundial <strong>de</strong> papel, a indústria <strong>de</strong> celulose vem obtendo<br />

incrementos expressivos na produção, o que faz que haja aumento da <strong>de</strong>manda <strong>de</strong><br />

matéria-prima (ARRUDA et al., 2011). O plantio <strong>de</strong> <strong>eucalipto</strong> <strong>no</strong> Brasil tem se<br />

estendido para regiões além daquelas tradicionais, como a Sul e Su<strong>de</strong>ste do país, o que<br />

levanta a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> se obter informações sobre a produção esperada <strong>de</strong>sses <strong>no</strong>vos<br />

plantios (SANTANA et al., 2008). Atualmente os Estados <strong>de</strong> Minas Gerais, São Paulo,<br />

Bahia, Mato Grosso do Sul, Rio Gran<strong>de</strong> do Sul, Espírito Santo e Paraná se <strong>de</strong>stacam <strong>no</strong><br />

cenário nacional como os estados <strong>de</strong>tentores <strong>de</strong> 85,8% da área total <strong>de</strong> plantios do<br />

gênero Eucaliptus, <strong>de</strong>stacando-se os Estados <strong>de</strong> Tocantins, Mato Grosso do Sul, Paraná<br />

e Maranhão, apresentando as maiores expansões <strong>de</strong> áreas <strong>de</strong>stinadas a cultura (ABRAF,<br />

2012).<br />

No início dos plantios <strong>de</strong> <strong>eucalipto</strong> em larga escala, as mudas eram produzidas<br />

por meio <strong>de</strong> sementes não melhoradas, o que muitas vezes resultava em má qualida<strong>de</strong><br />

dos povoamentos, em razão da <strong>de</strong>suniformida<strong>de</strong> do material (FREITAS et al., 2006).<br />

Para Simões & Silva (2010), os rendimentos operacionais aliados aos custos <strong>de</strong><br />

produção <strong>de</strong> mudas florestais se tornam imperativos <strong>no</strong> planejamento e execução <strong>de</strong><br />

todas as etapas que compõem a operação, sendo imprescindível a maximização


4<br />

operacional e a minimização dos custos <strong>de</strong> produção, incorporados os custos <strong>de</strong><br />

investimentos e <strong>de</strong> receitas futuras, são <strong>de</strong> suma importância nas tomadas <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisões, o<br />

que as tornam mais seguras eco<strong>no</strong>micamente. Uma das dificulda<strong>de</strong>s para assegurar a<br />

rentabilida<strong>de</strong> é que, <strong>no</strong>rmalmente, os plantios florestais encontram-se inseridos em<br />

ecossistemas sensíveis às perturbações antrópicas em função <strong>de</strong> razões como o relevo<br />

aci<strong>de</strong>ntado, solos com baixa fertilida<strong>de</strong> natural e antigas áreas agrícolas <strong>de</strong>gradadas.<br />

Estes fatores, associados às operações <strong>de</strong> manejo, colheita mecanizada da ma<strong>de</strong>ira,<br />

construção e manutenção <strong>de</strong> estradas florestais e ao potencial erosivo da região são os<br />

principais responsáveis pela perda da capacida<strong>de</strong> produtiva dos solos sob florestas<br />

plantadas e alteração da quantida<strong>de</strong> e qualida<strong>de</strong> da água em sub-bacias, <strong>de</strong>correntes da<br />

erosão hídrica (SILVA et al., 2011).<br />

A necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> aumento <strong>de</strong> produção tem feito que as empresas do setor<br />

busquem alternativas <strong>de</strong> manejo que aumentem a produtivida<strong>de</strong> florestal (ALMEIDA,<br />

2008), usando, para tanto, tec<strong>no</strong>logia <strong>de</strong> alto nível <strong>no</strong> plantio e manejo das florestas e<br />

produtos florestais, tornando necessário o conhecimento da autoecologia das espécies <strong>de</strong><br />

interesse (KAGEYAMA, 1990). Segundo Paiva et al. (2001), uma forma <strong>de</strong> se obter<br />

mudas <strong>de</strong> boa qualida<strong>de</strong> é a utilização <strong>de</strong> irrigação em viveiros <strong>de</strong> mudas, sendo que<br />

essa técnica tem comprovada eficiência, propiciando altas taxas <strong>de</strong> sobrevivência das<br />

mesmas, minimizando as perdas <strong>de</strong> mudas a campo. Várias pesquisas tem mostrado<br />

respostas muito fortes da irrigação ou fertilização (separadamente ou em combinação)<br />

em relação ao crescimento da árvore <strong>de</strong> <strong>eucalipto</strong>, sendo elevada a níveis <strong>de</strong> produção<br />

nunca antes alcançados (HUNTER, 2001).<br />

É importante enten<strong>de</strong>r que existem vários fatores exter<strong>no</strong>s e inter<strong>no</strong>s que<br />

influenciam <strong>no</strong> sucesso da produção <strong>de</strong> ma<strong>de</strong>ira <strong>de</strong> <strong>eucalipto</strong>, <strong>de</strong>vendo-se ressaltar que<br />

as plantas jovens são mais suscetíveis ao meio, <strong>de</strong>ssa forma, a eficiência <strong>no</strong> uso da água<br />

po<strong>de</strong> ser entendida como um eficiente mecanismo evolutivo pelo qual a planta adquire<br />

maior elasticida<strong>de</strong> para enfrentar possíveis déficits hídricos.<br />

HÍBRIDOS DE EUCALIPTOS<br />

As espécies do gênero Eucalyptus não ocorrem naturalmente <strong>no</strong> Brasil. Uma<br />

das formas para alcançar rapidamente ganhos <strong>de</strong> produtivida<strong>de</strong> <strong>de</strong>sejados, em me<strong>no</strong>r<br />

espaço <strong>de</strong> tempo, é por meio da propagação vegetativa, pela qual se obtêm clones, o que<br />

permite a manutenção <strong>de</strong> características superiores por serem estes geneticamente


5<br />

uniformes. Em geral, o critério <strong>de</strong> seleção <strong>de</strong> árvores superiores, visando obter alta<br />

produtivida<strong>de</strong>, a custos competitivos para geração <strong>de</strong> clones adaptados às condições<br />

locais, baseia-se na avaliação <strong>de</strong> caracteres silviculturais (GONZÁLEZ, 2002).<br />

A existência <strong>de</strong> consi<strong>de</strong>rável divergência genética entre espécies e entre<br />

procedências <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> espécies, aliada à dominância gênica associada à manifestação<br />

<strong>de</strong> <strong>de</strong>terminados caracteres, estimula a realização <strong>de</strong> programas <strong>de</strong> hibridação visando à<br />

seleção <strong>de</strong> materiais heterogêneos, em <strong>eucalipto</strong>s (DAVIDSON, 1973). A hibridação<br />

entre espécies distintas e posterior seleção clonal <strong>de</strong> indivíduos híbridos superiores nas<br />

progênies tem sido uma prática corriqueira <strong>no</strong> melhoramento genético do <strong>eucalipto</strong> <strong>no</strong><br />

Brasil (MARTINS & IKEMORI, 1987).<br />

A hibridação tem sido utilizada, por exemplo, para transferir resistência ao<br />

cancro do <strong>eucalipto</strong> para E. grandis, mediante o seu cruzamento com E. urophylla e,<br />

para transferir tolerância à geada para E. globulus em cruzamentos com várias espécies<br />

tolerantes (MARTINS & IKEMORI, 1987; ORME & HETHERINGTON, 1991); e para<br />

associar maior produtivida<strong>de</strong> florestal com maior <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> da ma<strong>de</strong>ira, envolvendo<br />

espécies como E. grandis, E. urophylla, E. pellita, E. resinifera, E. camaldulensis, E.<br />

tereticornis, E. robusta, E. saligna e E. paniculata (ASSIS, 1985).<br />

Entre os híbridos, <strong>de</strong>staca-se o Urograndis, proveniente do cruzamento entre as<br />

espécies E. urophylla x E. grandis, o qual <strong>no</strong> Brasil constitui a base da silvicultura em<br />

muitas empresas florestais (ALZATE, 2004).<br />

Segundo Borges et al. (2011), o híbrido <strong>de</strong> <strong>eucalipto</strong> Grancam, que é resultado<br />

do cruzamento entre E. grandis x E. camaldulensis, tem se <strong>de</strong>stacado por apresentar<br />

rápido <strong><strong>de</strong>senvolvimento</strong>, refletindo <strong>no</strong>s parâmetros diâmetro e altura <strong>de</strong> plantas, em<br />

relação ao híbrido Urograndis sendo, <strong>de</strong>ssa forma, muito utilizado em sistema<br />

agrosilvopastoril por permitir que o gado entre <strong>no</strong> sistema mais rapidamente.<br />

A produtivida<strong>de</strong> <strong>de</strong>sses híbridos po<strong>de</strong> ser aumentada com a reposição racional<br />

<strong>de</strong> água, utilizando a irrigação suplementar.<br />

O EUCALIPTO E A ÁGUA<br />

A água é uma das substâncias mais comuns e mais importantes na superfície da<br />

Terra - foi nela que a vida evoluiu e é nela que se processam os principais processos<br />

bioquímicos que ocorrem em plantas e animais (LARCHER, 2000). Sua estrutura e<br />

proprieda<strong>de</strong>s influenciam fortemente na estrutura e proprieda<strong>de</strong>s das proteínas,


6<br />

membranas, ácidos nucléicos e outros constituintes das células, sendo o principal<br />

constituinte do tecido vegetal, o que representa 50% da massa fresca nas plantas<br />

lenhosas e cerca <strong>de</strong> 80 a 95% nas plantas herbáceas. Atua como reagente <strong>no</strong><br />

metabolismo vegetal, transporte e translocação <strong>de</strong> solutos, na turgescência celular, na<br />

abertura e fechamento dos estômatos e na penetração do sistema radicular (TAIZ &<br />

ZEIGER, 2004).<br />

A disponibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> água afeta o crescimento das plantas por controlar a<br />

abertura estomática e consequentemente a produção <strong>de</strong> matéria seca. O <strong>de</strong>créscimo <strong>no</strong><br />

teor <strong>de</strong> água <strong>no</strong> solo diminui o potencial hídrico das folhas, on<strong>de</strong> suas células não<br />

encontram-se mais túrgidas, contribuindo assim para a diminuição da condutância<br />

estomática, promovendo o fechamento parcial dos estômatos e consequentemente a<br />

troca <strong>de</strong> gases entre os meios, po<strong>de</strong>ndo até levar a paralisação <strong>de</strong> crescimento das<br />

plantas e perda <strong>de</strong> produtivida<strong>de</strong> (TATAGIBA et al., 2007). Na planta, a água se<br />

movimenta basicamente pela diferença entre o potencial <strong>de</strong> vapor d’água na atmosfera<br />

em tor<strong>no</strong> das folhas e o potencial da água do solo. Assim, existe na planta um complexo<br />

sistema hidráulico, on<strong>de</strong> todas as partes funcionais são interligadas por uma fase<br />

líquida, permitindo o movimento da água nas folhas, <strong>no</strong> xilema e nas raízes, sendo esse<br />

movimento causado pela redução do potencial da água nas folhas, resultante da<br />

transpiração (AWARD & CASTRO, 1983).<br />

Thomas (2008) salientou que uma das principais causas das taxas <strong>de</strong><br />

mortalida<strong>de</strong> <strong>de</strong> mudas <strong>de</strong> espécies florestais, logo após o transplantio, é a incapacida<strong>de</strong><br />

das mesmas <strong>de</strong> se manterem com o conteúdo <strong>de</strong> água a<strong>de</strong>quado. Condições em que esta<br />

<strong>de</strong>sidratação é suprida pelo teor <strong>de</strong> água do solo ou pelo aumento da capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

retenção <strong>de</strong> água <strong>no</strong> solo por meio <strong>de</strong> polímeros retentores <strong>de</strong> água e da aplicação da<br />

mesma logo após o transplantio, reduzindo a mortalida<strong>de</strong> das mudas. As perdas <strong>de</strong> água<br />

por transpiração das plantas <strong>de</strong> <strong>eucalipto</strong>, assim como <strong>de</strong> outras plantas, são<br />

<strong>de</strong>terminadas principalmente por: variações climáticas, que é a resultante das relações<br />

entre a radiação e déficit <strong>de</strong> saturação <strong>de</strong> vapor da atmosfera, temperatura e velocida<strong>de</strong><br />

do vento e; mecanismos fisiológicos como a resposta estomática a fatores ambientais, a<br />

estrutura da copa, particularmente pelo índice <strong>de</strong> área foliar e a disponibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> água<br />

<strong>no</strong> solo (LIMA, 1996).<br />

A quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> água requerida para compensar a perda por evapotranspiração<br />

da cultura (ETc) se <strong>de</strong>fine como necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> água da cultura. Apesar dos valores da<br />

ETc e das necessida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> água da cultura serem idênticos, suas <strong>de</strong>finições conceituais


7<br />

são diferentes. As necessida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> água da cultura se referem à quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> água que<br />

necessita ser fornecida a cultura por meio da irrigação ou chuva, enquanto que a ETc se<br />

refere a quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> água perdida por meio da evapotranspiração (ALLEN et al.,<br />

1998).<br />

Uma das frequentes críticas en<strong>de</strong>reçadas ao <strong>eucalipto</strong> refere-se ao consumo <strong>de</strong><br />

água pelas árvores e seus impactos sobre a umida<strong>de</strong> do solo, os rios e os lençóis<br />

freáticos (VITAL, 2007). Poore & Fries (1985) afirmam que, quanto mais rápido o<br />

crescimento <strong>de</strong> uma árvore, maior seu consumo <strong>de</strong> água. Estima-se que a faixa <strong>de</strong><br />

evapotranspiração <strong>de</strong> uma plantação <strong>de</strong> <strong>eucalipto</strong> seja equivalente a precipitações<br />

pluviométricas ao redor <strong>de</strong> 800 a 1.200 mm a<strong>no</strong> -1 (FOELKEL, 2005). Lima (1990)<br />

apresenta resultados experimentais semelhantes a esse, com perda <strong>de</strong> água do solo em<br />

plantações <strong>de</strong> Eucalyptus globulus ao redor <strong>de</strong> 750 mm a<strong>no</strong> -1 , estimado pelo método <strong>de</strong><br />

avaliação do balanço hídrico do solo, que <strong>de</strong>ve ser feito levando em consi<strong>de</strong>ração a<br />

interceptação, infiltração, percolação, evaporação, transpiração e escoamento superficial<br />

(PEREIRA et al., 2006).<br />

IRRIGAÇÃO NA CULTURA DO EUCALIPTO<br />

Segundo Saad et al. (2002) e Tagliaferre et al. (2012), os métodos<br />

frequentemente utilizados para estimar a necessida<strong>de</strong> hídrica pelas culturas, se baseiam<br />

em métodos climáticos, on<strong>de</strong> é necessário obter informações meteorológicas regionais<br />

para estimativa da evapotranspiração <strong>de</strong> referência (ETo) e, consequentemente,<br />

melhorar o aproveitamento <strong>de</strong> água proveniente das precipitações pluviais e otimizar o<br />

dimensionamento <strong>de</strong> sistemas <strong>de</strong> irrigação.<br />

Por outro lado, Mielke et al. (1999) comentam que a evapotranspiração <strong>de</strong> um<br />

povoamento florestal é função da energia radiante disponível, umida<strong>de</strong> atmosférica,<br />

velocida<strong>de</strong> do vento e resistência imposta pela vegetação e que, em estan<strong>de</strong>s florestais<br />

já estabelecidos, a transpiração das árvores po<strong>de</strong> respon<strong>de</strong>r por mais <strong>de</strong> 90% das perdas<br />

por evapotranspiração. A quantificação da radiação inci<strong>de</strong>nte em diversas situações,<br />

tanto a fotossinteticamente ativa como a radiação solar global e o entendimento <strong>de</strong> seu<br />

efeito <strong>no</strong> funcionamento <strong>de</strong> vários processos fisiológicos, são fundamentais para<br />

estabelecer-se uma expectativa <strong>de</strong> produção vegetal e também para que se possa propor<br />

práticas <strong>de</strong> manejo que possibilitem o melhor aproveitamento dos recursos hídricos e <strong>de</strong><br />

outros recursos (LEITE, 1996).


8<br />

Existem várias metodologias para a estimativa da transpiração, <strong>de</strong>ntre as quais<br />

se <strong>de</strong>stacam os métodos combinados, que levam em consi<strong>de</strong>ração os efeitos do balanço<br />

<strong>de</strong> energia e a capacida<strong>de</strong> do ar em reter vapor <strong>de</strong> água. O método <strong>de</strong> Penman-Monteith,<br />

além <strong>de</strong> consi<strong>de</strong>rar os dois efeitos citados, incorpora os efeitos da resistência à perda <strong>de</strong><br />

vapor <strong>de</strong> água imposta pelo dossel vegetal nas trocas gasosas (MONTEITH, 1965).<br />

Uma irrigação efetuada sem critérios técnicos racionais po<strong>de</strong> resultar na morte<br />

<strong>de</strong> árvores, <strong>de</strong>vido ao encharcamento e à entrada <strong>de</strong> doenças, bem como a lixiviação <strong>de</strong><br />

nutrientes e sais, po<strong>de</strong>ndo resultar em capacida<strong>de</strong> perdida para o escoamento <strong>de</strong> águas,<br />

bem como a redução <strong>no</strong> potencial <strong>de</strong> crescimento (WORLEDGE et al., 1998).<br />

Entretanto, a <strong>de</strong>ficiência hídrica po<strong>de</strong> reduzir a turgescência das células com progressiva<br />

<strong>de</strong>sidratação do protoplasma. Logo, todos os processos vitais são afetados pelo<br />

<strong>de</strong>créscimo do potencial hídrico e consequente inibição do processo <strong>de</strong> crescimento da<br />

planta (TAIZ & ZEIGER, 2004). Em estudo realizado por Martins et al. (2008), com<br />

intuito <strong>de</strong> <strong>de</strong>tectar a influência do déficit hídrico <strong>no</strong> solo sobre espécies <strong>de</strong> <strong>eucalipto</strong>,<br />

eles verificaram que os valores <strong>de</strong> fração <strong>de</strong> água transpirável para as espécies <strong>de</strong><br />

<strong>eucalipto</strong> (E. grandis e E. saligna) foram maiores do que os da maioria das culturas<br />

anuais e perenes estudadas, indicando boa adaptação <strong>de</strong>ssas espécies à <strong>de</strong>ficiência<br />

hídrica <strong>no</strong> solo.<br />

A aplicação <strong>de</strong> água <strong>no</strong> solo com a finalida<strong>de</strong> <strong>de</strong> fornecer às espécies vegetais a<br />

umida<strong>de</strong> necessária ao seu <strong><strong>de</strong>senvolvimento</strong> po<strong>de</strong> ser realizada por meio <strong>de</strong> diversos<br />

métodos <strong>de</strong> irrigação. Dentre os sistemas que aplicam a água com alta frequência e <strong>de</strong><br />

forma localizada estão o gotejamento e a microaspersão (BERNARDO, 1995).<br />

A irrigação na agricultura <strong>de</strong>ve ser entendida não somente como uma<br />

segurança contra secas ou veranicos, mas como uma técnica que dê condições para que<br />

o material genético expresse em campo todo o seu potencial produtivo (HERNANDEZ,<br />

2004). Além disso, se bem utilizada, a irrigação é um instrumento muito eficaz <strong>no</strong><br />

aumento da rentabilida<strong>de</strong>, permitindo, por exemplo, a racionalização <strong>de</strong> insumos por<br />

meio da fertirrigação (SILVA & SILVA, 2005). Entre outros aspectos ligados a<br />

irrigação, a uniformida<strong>de</strong> <strong>de</strong> distribuição <strong>de</strong> sistemas <strong>de</strong> irrigação localizada, tanto na<br />

fase <strong>de</strong> projeto como <strong>no</strong> acompanhamento do <strong>de</strong>sempenho após a implantação é muito<br />

importante. São disponíveis diferentes métodos para avaliação <strong>de</strong>ssa uniformida<strong>de</strong>,<br />

gerando, <strong>no</strong> entanto, coeficientes sem base <strong>de</strong> comparação. Devido ao crescimento da<br />

área irrigada por sistemas localizados e a importância da avaliação da sua uniformida<strong>de</strong>


9<br />

<strong>de</strong> distribuição, <strong>de</strong>staca-se a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> correlação entre os diferentes métodos<br />

aplicáveis (FAVETTA & BOTREL, 2001).<br />

Os principais sistemas do método <strong>de</strong> irrigação localizada são o gotejamento e a<br />

microaspersão, sendo que ambos têm como característica a alta frequência e baixo tur<strong>no</strong><br />

<strong>de</strong> rega, apresentando a me<strong>no</strong>r quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> água disponível em relação à maior<br />

eficiência dos sistemas. A irrigação por gotejamento é a aplicação <strong>de</strong> água <strong>no</strong> solo<br />

diretamente sobre o sistema radicular da cultura explorada em pequenas quantida<strong>de</strong>s<br />

durante um longo período (BERNARDO et al., 2006). Outro aspecto importante é que a<br />

água não irá cobrir totalmente o solo, mas apenas parte <strong>de</strong>le se comparando com outros<br />

sistemas <strong>de</strong> irrigação (FONTES & SILVA, 2002; BERNARDO, 1995).<br />

Existem poucos trabalhos sobre a necessida<strong>de</strong> hídrica do <strong>eucalipto</strong> a campo.<br />

Contudo, <strong>no</strong> trabalho <strong>de</strong> Silveira et al. (2012), as melhores respostas da irrigação<br />

efetuada em árvores <strong>de</strong> <strong>eucalipto</strong>, <strong>no</strong> primeiro a<strong>no</strong> <strong>de</strong> <strong><strong>de</strong>senvolvimento</strong>, foram as<br />

lâminas <strong>de</strong> irrigação equivalentes à 200% e 300% da ETc, <strong>no</strong> qual, a lâmina <strong>de</strong> 200% da<br />

ETc se apresentou com maior viabilida<strong>de</strong>, em função <strong>de</strong> ser mais econômica do que a<br />

equivalente à 300% da ETc e propiciar o mesmo incremento. Quando se trata da<br />

avaliação <strong>de</strong> sistemas <strong>de</strong> irrigação localizada, Jung et al. (2012) constataram que até os<br />

180 dias após o transplante, o <strong><strong>de</strong>senvolvimento</strong> dos híbridos <strong>de</strong> <strong>eucalipto</strong> Grancam e<br />

Urograndis, não apresentou diferença em função da irrigação por gotejamento e<br />

microaspersão; e que ambos apresentam melhores resultados quando comparados ao<br />

sequeiro.<br />

Logo, com a pressão pelo aumento <strong>de</strong> produtivida<strong>de</strong> das culturas e resultados<br />

financeiros das ativida<strong>de</strong>s econômicas, o uso da irrigação passa a ser fundamental na<br />

segurança da produção em busca pela eficiência produtiva. Nesta situação, o uso<br />

eficiente da água passa a ser fundamental para a conciliação entre custos <strong>de</strong> produção,<br />

oferta <strong>de</strong> água e resultados financeiros, já sendo percebidas as vantagens da irrigação<br />

para diversas culturas (OLIVEIRA, 2012). É sabido que o manejo da irrigação tem sido<br />

realizado na maioria das vezes sem critérios. Ao mesmo tempo, são escassos os estudos<br />

em relação à produção <strong>de</strong> <strong>eucalipto</strong> irrigado a campo.


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17<br />

CAPÍTULO 2 – IRRIGAÇÃO NO DESENVOLVIMENTO INICIAL DE<br />

HÍBRIDOS DE EUCALIPTO<br />

IRRIGAÇÃO NO DESENVOLVIMENTO INICIAL DE HÍBRIDOS DE<br />

EUCALIPTO<br />

RESUMO: O objetivo <strong>de</strong>ste trabalho foi avaliar o <strong><strong>de</strong>senvolvimento</strong> <strong>inicial</strong> <strong>de</strong> dois<br />

híbridos <strong>de</strong> <strong>eucalipto</strong> (Grancam e Urograndis), irrigados por gotejamento e por<br />

microaspersão e sem irrigação, dos 7 aos 17 meses após o plantio (MAP). O<br />

experimento foi instalado na área experimental <strong>de</strong> irrigação da Universida<strong>de</strong> Estadual<br />

<strong>de</strong> Mato Grosso do Sul, <strong>no</strong> município <strong>de</strong> Aquidauana-MS. O <strong>de</strong>lineamento experimental<br />

utilizado foi o <strong>de</strong> blocos casualizados, em parcelas subdivididas, com quatro blocos e<br />

duas replicações <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> cada bloco, sendo que as parcelas foram compostas pelos<br />

tratamentos <strong>de</strong> irrigação (gotejamento, microaspersão e sequeiro) e as subparcelas pelos<br />

híbridos (Grancam e Urograndis). Foram avaliadas: a altura <strong>de</strong> plantas, o diâmetro <strong>de</strong><br />

caule, a área basal <strong>de</strong> caule, a relação entre altura e diâmetro <strong>de</strong> caule, o volume <strong>de</strong><br />

caule por hectare e o incremento médio mensal das variáveis analisadas. Os dados<br />

foram submetidos à análise <strong>de</strong> variância e comparados pelo teste <strong>de</strong> Tukey ao nível <strong>de</strong><br />

5% <strong>de</strong> probabilida<strong>de</strong>. Os sistemas <strong>de</strong> irrigação por gotejamento e microaspersão<br />

propiciam maior altura <strong>de</strong> plantas, diâmetro do caule, área basal do caule e volume <strong>de</strong><br />

caule por hectare. O híbrido Grancam apresenta parâmetros <strong>de</strong>ndrométricos superiores<br />

ao Urograndis, com tendência <strong>de</strong>, ao longo do tempo, apresentarem o mesmo<br />

crescimento.<br />

PALAVRAS-CHAVE: Eucalyptus spp., gotejamento, microaspersão, silvicultura.<br />

IRRIGATION IN INITIAL DEVELOPMENT OF HYBRIDS EUCALYPTUS<br />

ABSTRACT: The aim of this study was to evaluate the initial <strong>de</strong>velopment of two<br />

hybrid of eucalyptus (Grancam and Urograndis), microsprinkler and drip irrigated and<br />

<strong>no</strong>n-irrigated from 7 to 17 months after planting (MAP). The experiment was installed<br />

in the experimental area irrigation of Universida<strong>de</strong> Estadual <strong>de</strong> Mato Grosso do Sul in<br />

Aquidauana, Mato Grosso do Sul State, Brazil. The experimental <strong>de</strong>sign was a<br />

randomized block, split plot <strong>de</strong>sign with four blocks and two replications in each block,


18<br />

whereas the plots were composed by irrigation treatments (microsprinkler, drip and<br />

<strong>no</strong>n-irrigated) and the subplots hybrids (Grancam and Urograndis). Were evaluated:<br />

plant height, stem diameter, basal area of the stem, the relationship between height and<br />

stem diameter, stem volume per hectare and increased average monthly variables. The<br />

data were subjected to analysis of variance and compared by Tukey test at 5%<br />

probability. The irrigation systems microsprinkler and drip provi<strong>de</strong> greater plant height,<br />

stem diameter, basal area of the stem and stem volume per hectare. The hybrid Grancam<br />

presents parameters <strong>de</strong>ndrometric above the Urograndis with trend along time<br />

experiencing the same growth.<br />

KEY WORDS: drip irrigation, Eucalyptus spp., forestry, microsprinkler.<br />

INTRODUÇÃO<br />

O gênero Eucalyptus pertence à família Myrtaceae, or<strong>de</strong>m Mirtales das<br />

Angiospermas e possui aproximadamente 650 espécies, além <strong>de</strong> um gran<strong>de</strong> número <strong>de</strong><br />

varieda<strong>de</strong>s e híbridos, apresenta uma ampla dispersão mundial, <strong>de</strong>senvolvendo-se<br />

satisfatoriamente em diversas situações edafoclimáticas (SANTOS et al., 2001). É uma<br />

planta originária do continente da Oceania, principalmente da Austrália, embora<br />

algumas raras espécies sejam <strong>de</strong> ilhas como Nova Guiné e Timor, além das Ilhas<br />

Moluscas. Sua implantação em outras áreas se <strong>de</strong>u somente <strong>no</strong> século XIX, começando<br />

pela Europa, passando pelos Estados Unidos e finalmente chegando ao Brasil <strong>no</strong> Estado<br />

do Rio Gran<strong>de</strong> do Sul em 1868 (MIRITZ et al., 2008).<br />

Em 2011, a área <strong>de</strong> plantios <strong>de</strong> Eucalyptus <strong>no</strong> Brasil totalizou 4,8 milhões <strong>de</strong><br />

hectares, representando crescimento <strong>de</strong> 2,5% (119.617 ha) frente ao indicador <strong>de</strong> 2010<br />

<strong>de</strong>stacando-se os estados <strong>de</strong> Minas Gerais, São Paulo, Bahia e Mato Grosso do Sul. O<br />

principal fator que alavancou esse crescimento foi o estabelecimento <strong>de</strong> <strong>no</strong>vos plantios,<br />

frente à <strong>de</strong>manda futura dos projetos industriais do segmento <strong>de</strong> papel e celulose<br />

(ABRAF, 2012) sendo ainda matéria-prima para as indústrias <strong>de</strong> si<strong>de</strong>rurgia, carvão<br />

vegetal, lenha, serrados, compensados e lâminas e painéis reconstituídos como, por<br />

exemplo, aglomerados e chapas <strong>de</strong> fibras e MDF.<br />

As ativida<strong>de</strong>s florestais em Mato Grosso do Sul concentram-se na parte leste do<br />

Estado por conta do baixo valor relativo das terras, abrangendo os municípios <strong>de</strong> Três<br />

Lagoas e Ribas do Rio Pardo, pela disponibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> híbridos, proximida<strong>de</strong> <strong>de</strong> outros<br />

Estados com expectativas voltadas para a indústria <strong>de</strong> celulose e também pela excelente


19<br />

topografia apresentada pela região, além do Estado apresentar diversas características<br />

atrativas para investimentos (SANTOS, 2011). Po<strong>de</strong>m ser citadas, por exemplo, sua<br />

geografia com área territorial <strong>de</strong> mais <strong>de</strong> 357 mil km², temperaturas que variam entre 21<br />

ºC e 32 ºC, dispor <strong>de</strong> duas bacias para o transporte hidroviário, além <strong>de</strong> fazer fronteira<br />

com os Estados <strong>de</strong> Mato Grosso, Goiás, São Paulo, Paraná e países como Paraguai e<br />

Bolívia (CHAEBO et al., 2010).<br />

O Brasil ainda necessita <strong>de</strong> informações mais concretas e alternativas<br />

tec<strong>no</strong>lógicas para <strong>de</strong>senvolver técnicas <strong>de</strong> manejo mais eficientes e viáveis para a<br />

exploração <strong>de</strong> florestas plantadas. Uma alternativa que visa aperfeiçoar a produção é a<br />

utilização <strong>de</strong> híbridos proporcionada pelo melhoramento genético. A escolha das<br />

espécies para os cruzamentos <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> da finalida<strong>de</strong> almejada; espécies como E. grandis<br />

e E. urophylla apresentam bom volume <strong>de</strong> ma<strong>de</strong>ira e E. camaldulensis e E. globulus,<br />

alta <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong>. A hibridação promove maior variabilida<strong>de</strong> genética para estas<br />

características e une numa mesma planta os potenciais produtivos (BISON, 2004).<br />

Apesar do e<strong>no</strong>rme sucesso alcançado pelo melhoramento genético do <strong>eucalipto</strong><br />

<strong>no</strong> Brasil, para se continuar obtendo resultados adicionais é preciso utilizar <strong>no</strong>vas<br />

estratégias (GONÇALVES et al., 2001), tendo como alternativa a utilização da<br />

irrigação. Segundo Fernan<strong>de</strong>s et al. (2012), a irrigação po<strong>de</strong> se tornar uma técnica<br />

importante para o setor florestal, por potencializar <strong>de</strong> maneira significativa as<br />

produções. Essa prática, <strong>de</strong> maneira racional, utiliza eficientemente a água, garantindo o<br />

fornecimento controlado para as espécies florestais em quantida<strong>de</strong> suficiente e <strong>no</strong><br />

momento a<strong>de</strong>quado, complementando a precipitação natural.<br />

Segundo Bernardo (1995), a irrigação localizada caracteriza-se por aplicar água<br />

somente na zona radicular das culturas <strong>de</strong> forma pontual ou em faixa contínua, em<br />

pequenas intensida<strong>de</strong>s, porém com alta frequência, <strong>de</strong> modo que se mantenha a umida<strong>de</strong><br />

do solo sempre próxima à capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> campo.<br />

O objetivo <strong>de</strong>ste trabalho foi avaliar a influência da irrigação sobre o<br />

<strong><strong>de</strong>senvolvimento</strong> <strong>inicial</strong> <strong>de</strong> dois híbridos <strong>de</strong> <strong>eucalipto</strong> (Grancam e Urograndis), em<br />

Aquidauana-MS.<br />

MATERIAL E MÉTODOS<br />

A pesquisa foi conduzida na área experimental <strong>de</strong> agricultura irrigada da Unida<strong>de</strong><br />

Universitária <strong>de</strong> Aquidauana - Universida<strong>de</strong> Estadual <strong>de</strong> Mato Grosso do Sul


20<br />

(UUA/UEMS), localizada <strong>no</strong> município <strong>de</strong> Aquidauana - MS, com coor<strong>de</strong>nadas<br />

geográficas 20°20’ Sul, 55°48’ Oeste e altitu<strong>de</strong> média <strong>de</strong> 207 metros. O clima da região,<br />

segundo a classificação <strong>de</strong> Köppen, foi <strong>de</strong>scrita como Aw, <strong>de</strong>finido como clima tropical<br />

quente sub-úmido, com estação chuvosa <strong>no</strong> verão e seca <strong>no</strong> inver<strong>no</strong> e precipitação<br />

média anual <strong>de</strong> 1200 mm. O solo da área, foi classificado como Argissolo Vermelho-<br />

Amarelo distrófico, segundo <strong>no</strong>rmas da Embrapa (2006).<br />

Os dados climáticos foram obtidos na estação climatológica do Instituto<br />

Nacional <strong>de</strong> Meteorologia (INMET) instalada <strong>no</strong> município <strong>de</strong> Aquidauana-MS,<br />

consistindo <strong>de</strong> dados diários <strong>de</strong> precipitação pluvial, temperatura (máxima, mínima e<br />

média), umida<strong>de</strong> relativa do ar, radiação solar global e velocida<strong>de</strong> do vento, entre 20 <strong>de</strong><br />

<strong>no</strong>vembro <strong>de</strong> 2011 (7 meses após o plantio – MAP) e 20 <strong>de</strong> setembro <strong>de</strong> 2012 (17<br />

MAP) (Tabela 1).<br />

TABELA 1. Dados médios <strong>de</strong> temperatura máxima, mínima e média (Tmax, Tmin e Tmed),<br />

umida<strong>de</strong> relativa do ar (UR), radiação solar global (Rs), velocida<strong>de</strong> do vento a 2 metros<br />

<strong>de</strong> altura (U2) e precipitação pluviômétrica (mm) referentes ao período <strong>de</strong> 7 a 17 MAP<br />

em Aquidauana-MS.<br />

MAP*<br />

Tmax Tmin Tmed UR Rs U2 Precipitação<br />

---------------ºC--------------- % MJ m 2 dia -1 m s -1 mm<br />

7 33,6 20,9 27,3 62,8 23,8 1,7 140,4<br />

8 35,6 21,1 28,4 60,0 28,0 1,3 56,6<br />

9 34,9 22,6 28,7 67,0 21,9 1,4 90,8<br />

10 33,9 22,7 28,3 70,0 21,9 1,1 176,7<br />

11 33,1 22,0 27,6 72,0 24,1 0,8 134,1<br />

12 32,6 20,9 26,7 71,5 20,5 0,8 126,0<br />

13 29,1 17,6 23,3 71,5 17,0 0,9 79,0<br />

14 28,4 17,5 22,9 74,9 13,4 0,8 166,2<br />

15 26,8 12,8 19,8 69,5 17,1 0,8 85,0<br />

16 33,5 17,1 25,3 57,6 17,6 0,9 0,0<br />

17 34,9 18,4 26,7 51,9 19,5 1,2 24,5<br />

*Meses após o plantio.<br />

A adubação, <strong>no</strong> plantio das mudas, foi realizada <strong>de</strong> acordo com as<br />

recomendações <strong>de</strong> Andra<strong>de</strong> (2004), a partir da análise química do solo (Tabela 2). O<br />

coveamento foi realizado <strong>no</strong> dia 19 <strong>de</strong> abril <strong>de</strong> 2011, com dimensões <strong>de</strong> 0,3 x 0,3 x 0,3<br />

m, on<strong>de</strong> foram misturados ao solo 115 gramas por cova do formulado 04-20-20. As<br />

mudas <strong>de</strong> <strong>eucalipto</strong> foram plantadas a campo <strong>no</strong> dia 20 <strong>de</strong> abril <strong>de</strong> 2011, quando as<br />

mesmas possuíam altura média <strong>de</strong> 0,3 m, espaçadas em 2,25 x 4,00 m.<br />

O <strong>de</strong>lineamento experimental foi em blocos casualizados, com parcelas<br />

subdivididas, utilizando quatro blocos e duas replicações <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> cada bloco


21<br />

(BANZATTO & KRONKA, 1989). Os tratamentos empregados nas parcelas<br />

correspon<strong>de</strong>ram a dois sistemas <strong>de</strong> irrigação (microaspersão e gotejamento) e uma área<br />

<strong>de</strong> sequeiro. Nas subparcelas, os tratamentos foram os híbridos <strong>de</strong> <strong>eucalipto</strong>, sendo o<br />

Urograndis, clone I224 (Eucalyptus urophylla x Eucalyptus grandis) e Grancam, clone<br />

1277 (Eucalyptus grandis x Eucalyptus camaldulensis). Cada subparcela consistiu <strong>de</strong> 10<br />

plantas (90 m 2 ). A área experimental foi composta por 3 hectares (ha), sendo 1 ha para<br />

cada tratamento das parcelas (microaspersão, gotejamento e sequeiro).<br />

TABELA 2. Caracterização química do solo.<br />

Profundida<strong>de</strong><br />

P M.O. K Ca Mg Al H+Al S T<br />

*pH<br />

(m)<br />

mg dm -3 g dm -3 ---------------------cmolc dm -3 --------------------<br />

0,0 – 0,2 6,5 16,6 22,0 0,66 3,7 0,9 0,0 2,2 5,26 7,46<br />

0,2 – 0,4 6,3 12,6 13,0 0,28 3,4 0,7 0,0 2,2 4,38 6,58<br />

0,4 – 0,6 6,2 7,3 9,0 0,16 2,6 0,6 0,0 2,0 3,36 5,36<br />

*pH em água 1:2,5.<br />

Na área irrigada por gotejamento foram utilizados gotejadores<br />

autocompensantes, com vazão <strong>de</strong> 2,4 L h -1 , espaçamento <strong>de</strong> 0,5 m entre emissores e<br />

pressão <strong>de</strong> serviço <strong>de</strong> 10 m c.a. Já, na microaspersão, utilizou-se microaspersores com<br />

vazão unitária <strong>de</strong> 48 L h -1 , raio <strong>de</strong> alcance <strong>de</strong> 1,5 m e pressão <strong>de</strong> serviço <strong>de</strong> 40 m c.a.<br />

instalados a 0,3 m <strong>de</strong> cada planta.<br />

O manejo <strong>de</strong> irrigação foi baseado na estimativa da evapotranspiração <strong>de</strong><br />

referência (ETo) a partir da equação (1) <strong>de</strong> Penman-Monteith (ALLEN et al., 1998):<br />

ETo = 0,408 ∆(Rn - G)+γ ( 900 U 2<br />

T + 273 ) (e s - e a )<br />

∆ + γ(1 + 0,34U 2 )<br />

Em que: ETo - evapotranspiração <strong>de</strong> referência, mm dia -1 ; Rn - Saldo <strong>de</strong> radiação, MJ<br />

m -2 dia -1 ; G - fluxo <strong>de</strong> calor <strong>no</strong> solo, MJ m -2 dia -1 ; - <strong>de</strong>clinação da curva <strong>de</strong> saturação<br />

do vapor da água, kPa ºC -1 ; - constante psicrométrica, kPa ºC -1 ; U2 - velocida<strong>de</strong> média<br />

do vento a 2 m acima da superfície do solo, m s -1 ; T - temperatura média do ar, ºC; es -<br />

pressão <strong>de</strong> saturação <strong>de</strong> vapor, kPa; ea - pressão atual <strong>de</strong> vapor, kPa.<br />

(1)<br />

A evapotranspiração da cultura (ETc) foi estimada <strong>de</strong> acordo com a equação 2,<br />

seguida <strong>de</strong> adaptações para irrigação localizada calculada <strong>de</strong> acordo com equação 3<br />

(BERNARDO et al., 2006):


22<br />

ETc = ETo kc (2)<br />

Em que: kc – coeficiente <strong>de</strong> cultura (0,70 – 0,82) estimado diariamente para o <strong>eucalipto</strong><br />

(ALVES, 2009).<br />

ETc Loc = ETc k L (3)<br />

Em que: kL –fator <strong>de</strong> correção conforme o método <strong>de</strong> irrigação localizada, estimado <strong>de</strong><br />

acordo com a equação 4 (KELLER & BLIESNER, 1990).<br />

k L = 0,1 √PAM (4)<br />

Em que: PAM – Porcentagem da área molhada calculada <strong>de</strong> acordo com Bernardo et al.<br />

(2006).<br />

Os sistemas <strong>de</strong> irrigação por gotejamento e microaspersão resultaram em valores<br />

<strong>de</strong> PAM <strong>de</strong> 52,0% e 78,5%, respectivamente. Para o cálculo da lâmina <strong>de</strong> irrigação<br />

utilizou-se como critério a água facilmente disponível para irrigação localizada, sendo<br />

calculada conforme a equação 5.<br />

AFD Loc = (θ cc - θ pmp ) Z "p" PAM<br />

100<br />

Em que: AFDLoc - água facilmente disponível para irrigação localizada; θcc - umida<strong>de</strong><br />

do solo na capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> campo (potencial mátrico <strong>de</strong> -10 kPa, m 3 m -3 ); θpmp - umida<strong>de</strong><br />

do solo <strong>no</strong> ponto <strong>de</strong> murcha permanente (potencial mátrico <strong>de</strong> -1500 kPa, m 3 m -3 ); Z –<br />

profundida<strong>de</strong> do sistema radicular, 970 mm (REIS et al., 2006); “p” – fator <strong>de</strong> <strong>de</strong>pleção<br />

<strong>de</strong> água <strong>no</strong> solo para coníferas (0,7) recomendado por Allen et al. (1998).<br />

(5)<br />

A AFDLoc foi <strong>de</strong> 38,9 e 58,8 mm para o gotejamento e microaspersão,<br />

respectivamente. No entanto, <strong>de</strong>vido à alta frequência e baixa intensida<strong>de</strong> da aplicação<br />

<strong>de</strong> água, característica da irrigação localizada, a irrigação foi efetuada sempre que a<br />

somatória da ETcLoc atingiu o valor igual ou superior a 9 mm.<br />

A coleta <strong>de</strong> dados iniciou-se aos 7 MAP (20 <strong>de</strong> <strong>no</strong>vembro <strong>de</strong> 2011), sendo<br />

realizada a cada 30 dias até os 17 MAP (20 <strong>de</strong> setembro <strong>de</strong> 2012), <strong>no</strong> qual foram<br />

mensurados a altura <strong>de</strong> plantas (ALT) com o auxílio <strong>de</strong> um hipsômetro e o diâmetro <strong>de</strong><br />

caule (DC) (0,1 m da superfície do solo) por meio <strong>de</strong> uma fita métrica. Com esses<br />

parâmetros, foi possível quantificar a área basal <strong>de</strong> caule (ABC), a relação entre ALT e


23<br />

DC (RAD) e o volume <strong>de</strong> caule por hectare (VCH), que foi estimado conforme a<br />

equação 6.<br />

VCH = ABC ALT 0,5 NP (6)<br />

Em que: VCH – volume <strong>de</strong> caule por hectare, m 3 ; ABC – área basal <strong>de</strong> caule a 0,1 m da<br />

superfície do solo, m 2 ; ALT – altura <strong>de</strong> planta, m; 0,5 – fator <strong>de</strong> forma do <strong>eucalipto</strong><br />

(VILAS BÔAS et al., 2009); NP – número <strong>de</strong> plantas por hectare.<br />

Foram <strong>de</strong>terminados, a partir dos 7 MAP, os incrementos médios mensais da<br />

altura <strong>de</strong> plantas (IMALT), do diâmetro <strong>de</strong> caule (IMDC), da área basal <strong>de</strong> caule<br />

(IMABC) e do volume <strong>de</strong> caule por hectare (IMVCH), sendo a diferença entre os<br />

parâmetros do mês corrente e o mês anterior.<br />

Os resultados foram submetidos a análise <strong>de</strong> variância e, para aqueles que<br />

mostraram efeito significativo dos tratamentos pelo teste F, proce<strong>de</strong>u-se o teste <strong>de</strong><br />

comparações <strong>de</strong> médias Tukey a 5% <strong>de</strong> probabilida<strong>de</strong>, com o auxílio software<br />

Statistical Analysis Systems (SAS, 1999).<br />

RESULTADOS E DISCUSSÃO<br />

As lâminas totais (irrigação + precipitação) aplicadas durante o experimento<br />

foram <strong>de</strong> 2288,6; 2009,8 e 1353,8 mm para os manejos com sistema <strong>de</strong> irrigação por<br />

microaspersão, gotejamento e sequeiro, respectivamente, sendo que a precipitação<br />

pluviométrica correspon<strong>de</strong>u a 1353,8 mm (Tabela 3). A evapotranspiração acumulada<br />

da cultura (ETc) do 7º ao 17º MAP para o sistema <strong>de</strong> microaspersão e gotejamento foi<br />

<strong>de</strong> 1612,1 e 1311,7 mm, respectivamente. Foi observada uma lâmina <strong>de</strong> irrigação <strong>no</strong><br />

sistema <strong>de</strong> microaspersão 23% superior ao sistema <strong>de</strong> gotejamento <strong>no</strong> período, fato que<br />

po<strong>de</strong> ser explicado <strong>de</strong>vido a maior porcentagem da área molhada (PAM) <strong>no</strong> sistema <strong>de</strong><br />

microaspersão (78,5%) e, assim, o processo <strong>de</strong> perda <strong>de</strong> água por evaporação na<br />

superfície do solo é mais pronunciado que <strong>no</strong> sistema <strong>de</strong> gotejamento, que apresentou<br />

PAM <strong>de</strong> 52%. A microaspersão e o gotejamento resultaram num tur<strong>no</strong> <strong>de</strong> rega médio <strong>de</strong><br />

6,1 e 6,6 dias, respectivamente.


Precipitação pluviométrica (mm)<br />

ETc (mm dia -1 )<br />

24<br />

TABELA 3. Estimativa da evapotranspiração máxima, média, mínima e acumulada<br />

(ETc) da cultura do <strong>eucalipto</strong>, lâmina <strong>de</strong> irrigação (LI), lâmina total (LT) e tur<strong>no</strong> <strong>de</strong> rega<br />

médio (TR) do 7º ao 17º MAP.<br />

ETcmax ETcmed ETcmin ETcacum LI LT 1 TR<br />

----------mm dia -1 --------- --------------mm------------- dia<br />

Sistemas <strong>de</strong> irrigação<br />

Gotejamento 5,2 2,5 0,3 1311,7 656,0 2009,8 6,6<br />

Microaspersão 6,3 3,1 0,4 1612,1 934,8 2288,6 6,1<br />

Sequeiro - - - - - 1353,8 -<br />

1 Lâmina <strong>de</strong> irrigação + chuva.<br />

Na Figura 1 é apresentada a precipitação pluviométrica, evapotranspiração da<br />

cultura do <strong>eucalipto</strong> irrigada por gotejamento (ETcgot) e microaspersão (ETcmic). A<br />

máxima ETc para o sistema <strong>de</strong> microaspersão (6,3 mm) e gotejamento (5,2 mm) foram<br />

encontrados aos 326 dias após o plantio (11 meses após o plantio – MAP). Foi<br />

observada concentração das precipitações pluviométricas em alguns períodos.<br />

200<br />

180<br />

160<br />

140<br />

120<br />

100<br />

80<br />

60<br />

40<br />

20<br />

0<br />

Precipitação ETcgot ETcmic<br />

7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17<br />

Meses Após o Plantio<br />

5,0<br />

4,5<br />

4,0<br />

3,5<br />

3,0<br />

2,5<br />

2,0<br />

1,5<br />

1,0<br />

0,5<br />

0,0<br />

FIGURA 1. Precipitação pluviométrica, evapotranspiração da cultura do <strong>eucalipto</strong><br />

irrigada por gotejamento (ETcgot) e microaspersão (ETcmic) em Aquidauana-MS,<br />

2012.<br />

Para a variável ALT, em todos os períodos avaliados, obteve-se médias<br />

superiores <strong>no</strong>s tratamentos irrigados (Tabela 4). Os híbridos <strong>de</strong> <strong>eucalipto</strong> irrigados por<br />

gotejamento e microaspersão e o sequeiro obtiveram crescimento <strong>de</strong> 6,9; 7,1 e 4,2 m<br />

respectivamente, dos 7 aos 17 MAP, o que representa um incremento <strong>de</strong> 486, 491 e<br />

350%, respectivamente. De maneira geral, as irrigações foram fundamentais para que a


25<br />

altura <strong>de</strong> plantas <strong>de</strong> <strong>eucalipto</strong>, <strong>no</strong>s estágios iniciais, fosse significativamente superior ao<br />

<strong>eucalipto</strong> não irrigado.<br />

Reis et al. (2006), ao avaliarem o comportamento <strong>de</strong> clones <strong>de</strong> híbridos <strong>de</strong><br />

Eucalyptus grandis x E. urophylla e <strong>de</strong> E. camaldulensis x E. spp., submetidos a dois<br />

regimes <strong>de</strong> irrigação <strong>no</strong> campo, relataram que o crescimento em altura, do <strong>eucalipto</strong>,<br />

não variou significativamente entre os tratamentos <strong>de</strong> irrigação, ao mesmo tempo que,<br />

em diâmetro e volume, as plantas do tratamento irrigado foram superiores em relação as<br />

do não irrigado. Queiroz et al. (2009), avaliando o comportamento do E. grandis, E.<br />

urophylla, E. camaldulensis, E. urograndis e E. pellita, observaram aos 18 meses após o<br />

plantio, <strong>no</strong> Rio <strong>de</strong> Janeiro, alturas médias variando em tor<strong>no</strong> <strong>de</strong> 5,2 m, valores inferiores<br />

aos observados <strong>no</strong> presente trabalho, on<strong>de</strong> aos 17 MAP as plantas irrigadas<br />

apresentavam em média 8,5 m.<br />

TABELA 4. Altura <strong>de</strong> plantas (ALT), diâmetro <strong>de</strong> caule (DC), área basal <strong>de</strong> caule<br />

(ABC), relação entre a altura e diâmetro <strong>de</strong> caule (RAD) e volume <strong>de</strong> caule por hectare<br />

(VCH) <strong>de</strong> <strong>eucalipto</strong>s para os sistemas <strong>de</strong> irrigação em Aquidauana-MS, 2012.<br />

Sistemas <strong>de</strong> irrigação ALT (m) DC (cm) ABC (cm2 ) RAD VCH (m 3 )<br />

7 meses após o plantio<br />

Gotejamento 1,4 A 2,2 A 4,2 A 63,1 A 0,4 A<br />

Microaspersão 1,5 A 2,4 A 4,6 A 61,3 A 0,4 A<br />

Sequeiro 1,2 B 1,9 B 3,0 B 67,1 A 0,2 B<br />

DMS 0,2 0,3 1,1 - 0,1<br />

IV (%) 5,9 6,0 11,1 6,7 15,6<br />

- 8 meses após o plantio<br />

Gotejamento 1,9 A 2,6 B 5,6 B 74,9 A 0,7 A<br />

Microaspersão 2,1 A 2,9 A 7,1 A 70,9 AB 0,9 A<br />

Sequeiro 1,5 B 2,1 C 3,9 C 67,8 B 0,3 B<br />

DMS 0,3 0,3 1,4 5,3 0,3<br />

IV (%) 6,1 4,8 9,9 3,0 15,7<br />

- 9 meses após o plantio<br />

Gotejamento 2,7 A 3,5 A 10,2 A 75,9 A 1,7 A<br />

Microaspersão 2,9 A 3,8 A 12,2 A 77,8 A 2,2 A<br />

Sequeiro 1,6 B 2,4 B 5,0 B 65,4 B 0,5 B<br />

DMS 0,4 0,5 3,1 3,2 0,8<br />

IV (%) 6,0 6,0 13,2 1,7 21,1<br />

- 10 meses após o plantio<br />

Gotejamento 3,5 A 4,3 A 15,4 A 79,9 A 3,3 A<br />

Microaspersão 3,7 A 4,6 A 17,2 A 81,2 A 3,9 A<br />

Sequeiro 2,1 B 3,1 B 7,9 B 69,9 B 0,9 B<br />

DMS 0,5 0,6 4,7 4,4 1,4<br />

IV (%) 6,0 6,3 13,6 2,3 20,9<br />

- 11 meses após o plantio<br />

(Continua…)


(Continuação…)<br />

Sistemas <strong>de</strong> irrigação ALT (m) DC (cm) ABC (cm 2 ) RAD VCH (m 3 )<br />

Gotejamento 4,1 A 4,9 A 19,6 A 82,8 A 4,9 A<br />

Microaspersão 4,2 A 5,1 A 21,5 A 82,6 A 5,5 A<br />

Sequeiro 2,7 B 3,6 B 10,5 B 74,4 B 1,7 B<br />

DMS 0,5 0,7 6,0 4,2 2,2<br />

IV (%) 5,9 6,4 13,8 2,1 21,1<br />

- 12 meses após o plantio<br />

Gotejamento 4,8 A 5,5 A 25,1 A 85,6 A 7,2 A<br />

Microaspersão 4,9 A 5,9 A 29,1 A 82,7 AB 8,5 A<br />

Sequeiro 3,3 B 4,1 B 13,7 B 80,4 B 2,8 B<br />

DMS 0,6 0,8 6,8 4,1 2,8<br />

IV (%) 5,6 5,7 11,7 1,9 17,8<br />

- 13 meses após o plantio<br />

Gotejamento 5,3 A 6,3 A 31,8 A 84,4 A 10,0 A<br />

Microaspersão 5,6 A 6,8 A 36,8 A 82,3 AB 12,1 A<br />

Sequeiro 3,7 B 4,6 B 17,4 B 78,9 B 3,9 B<br />

DMS 0,7 0,9 8,6 3,8 4,2<br />

IV (%) 5,6 5,7 11,7 1,9 17,8<br />

- 14 meses após o plantio<br />

Gotejamento 5,9 A 7,3 A 42,4 A 81,5 A 14,7 A<br />

Microaspersão 6,2 A 7,7 A 47,8 A 80,3 A 17,2 A<br />

Sequeiro 3,9 B 5,4 B 23,8 B 73,2 B 5,8 B<br />

DMS 0,7 0,8 9,2 2,3 4,7<br />

IV (%) 4,9 4,8 9,4 1,2 14,7<br />

- 15 meses após o plantio<br />

Gotejamento 6,4 A 8,0 A 51,8 A 79,4 A 19,2 A<br />

Microaspersão 6,7 A 8,7 A 59,9 A 77,3 A 22,9 A<br />

Sequeiro 4,4 B 6,1 B 30,5 B 70,9 B 8,1 B<br />

DMS 0,6 0,9 10,5 2,5 5,8<br />

IV (%) 4,2 4,4 8,7 1,3 13,5<br />

- 16 meses após o plantio<br />

Gotejamento 7,6 A 9,4 A 70,0 A 81,7 A 30,9 A<br />

Microaspersão 7,6 A 10,2 A 83,1 A 74,9 B 36,5 A<br />

Sequeiro 4,9 B 6,9 B 39,3 B 70,6 C 11,6 B<br />

DMS 0,8 1,1 15,3 3,5 9,8<br />

IV (%) 4,9 4,7 9,4 1,8 14,6<br />

- 17 meses após o plantio<br />

Gotejamento 8,3 A 9,8 B 77,1 B 83,9 A 36,3 A<br />

Microaspersão 8,6 A 10,9 A 93,9 A 78,8 B 45,5 A<br />

Sequeiro 5,4 B 7,4 C 44,1 C 71,9 C 14,1 B<br />

DMS 0,7 0,9 14,6 2,8 9,8<br />

IV (%) 3,9 4,0 8,0 1,4 12,0<br />

Médias seguidas <strong>de</strong> letras diferentes nas colunas diferem entre si <strong>no</strong> nível <strong>de</strong> 5% <strong>de</strong> probabilida<strong>de</strong> pelo<br />

teste Tukey.<br />

26<br />

Os valores <strong>de</strong> diâmetro <strong>de</strong> caule, <strong>de</strong> maneira geral, foram superiores <strong>no</strong>s<br />

tratamentos irrigados em relação ao não irrigado, com exceção aos 8 e aos 17 MAP,


27<br />

on<strong>de</strong> a microaspersão promoveu os maiores valores <strong>de</strong> DC, sendo observado aos 17<br />

MAP valores na or<strong>de</strong>m <strong>de</strong> 9,8 cm <strong>no</strong> gotejamento, 10,9 cm na microaspersão e 7,4 cm<br />

<strong>no</strong> sequeiro (Tabela 4). Tatagiba et al. (2007), avaliando 6 clones <strong>de</strong> <strong>eucalipto</strong> em<br />

condições <strong>de</strong> estresse hídrico, observaram um maior diâmetro <strong>de</strong> caule em plantas que<br />

não sofreram déficit hídrico, fato que provavelmente ocorreu neste trabalho nas plantas<br />

que não foram irrigadas.<br />

Fernan<strong>de</strong>s et al. (2012), avaliando os efeitos da irrigação e da nutrição mineral<br />

sobre o Eucalyptus grandis ao longo <strong>de</strong> 5 a<strong>no</strong>s, também obtiveram resultados<br />

semelhantes em seu trabalhos, com os tratamentos irrigados proporcionando as maiores<br />

alturas e diâmetros. Enten<strong>de</strong>-se que a reposição <strong>de</strong> água em relação à evapotranspiração<br />

da cultura é necessária para que se possa obter melhores resultados e para que o<br />

<strong>eucalipto</strong> expresse seu máximo potencial produtivo.<br />

A área basal <strong>de</strong> caule teve comportamento semelhante ao DC, on<strong>de</strong> a irrigação<br />

promoveu os maiores valores <strong>de</strong> modo geral, exceto aos 8 e aos 17 MAP, on<strong>de</strong> apenas a<br />

microaspersão propiciou as maiores médias (Tabela 4). Foi observada um aumento na<br />

ABC dos híbridos <strong>de</strong> <strong>eucalipto</strong> irrigado por gotejamento e microaspersão e, sequeiro, <strong>de</strong><br />

72,9; 89,3 e 41,1 cm 2 respectivamente, dos 7 aos 17 MAP.<br />

A RAD não foi influenciada significativamente pela irrigação apenas aos 7 MAP.<br />

Aos 8 MAP o sistema <strong>de</strong> gotejamento propiciou médias superiores em relação ao<br />

sequeiro, sendo as mesma semelhantes as proporcionadas pela microaspersão, com<br />

valores na or<strong>de</strong>m <strong>de</strong> 74,9; 70,9 e 67,8 cm <strong>no</strong> gotejamento, microaspersão e sequeiro,<br />

respectivamente (Tabela 4). Em relação ao mesmo parâmetro, aos 10, 11, 14 e 15 MAT,<br />

verifica-se que os tratamentos irrigados promoveram as maiores médias. Já, aos 17<br />

MAP, constata-se uma maior RAD <strong>no</strong> sistema <strong>de</strong> gotejamento.<br />

Observa-se na Tabela 4, que o volume <strong>de</strong> caule por hectare, para todos os<br />

períodos avaliados, foi superior <strong>no</strong>s tratamentos irrigados em relação ao sequeiro. Aos<br />

17 MAP foi observado VCH na or<strong>de</strong>m <strong>de</strong> 36,3 m 3 <strong>no</strong> gotejamento, 45,5 m 3 na<br />

microaspersão e 14,1 m 3 <strong>no</strong> sequeiro, constatando <strong>no</strong>s tratamentos irrigados, plantas<br />

com maior volume <strong>de</strong> caule por hectare em relação às não irrigadas. Nota-se um<br />

aumento <strong>de</strong> 22,2 m 3 ha -1 <strong>no</strong> gotejamento e <strong>de</strong> 31,4 m 3 ha -1 na microaspersão quando<br />

comparados ao volume <strong>de</strong> caule por hectare proporcionado pelo sequeiro, indicando que<br />

a aplicação <strong>de</strong> água proporcio<strong>no</strong>u maior conforto hídrico ao <strong>eucalipto</strong>, expressando<br />

assim o seu potencial produtivo. Verifica-se com a irrigação uma maior produtivida<strong>de</strong> e<br />

possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> redução <strong>no</strong> período <strong>de</strong> corte do <strong>eucalipto</strong>. Silva et al. (2008), avaliando


28<br />

a aplicação <strong>de</strong> lodo <strong>de</strong> esgoto úmido e seco em plantios <strong>de</strong> Eucalyptus grandis<br />

obtiveram volume <strong>de</strong> caule em tor<strong>no</strong> <strong>de</strong> 30 m 3 por hectare em árvores com ida<strong>de</strong> <strong>de</strong> 18<br />

meses.<br />

Com a redução do conteúdo <strong>de</strong> água <strong>no</strong> solo e consequente <strong>de</strong>clínio do potencial<br />

hídrico na planta, o que provavelmente ocorreu <strong>no</strong> sequeiro, boa parte dos processos<br />

vitais é afetado nas mesmas. A <strong>de</strong>ficiência hídrica po<strong>de</strong> produzir <strong>de</strong>créscimo <strong>no</strong> volume<br />

celular, aumento na concentração do conteúdo celular, progressiva <strong>de</strong>sidratação do<br />

protoplasma, redução na taxa fotossintética e fechamento estomático (LARCHER,<br />

1995) o que, em espécies lenhosas, po<strong>de</strong> resultar em me<strong>no</strong>r produção <strong>de</strong> ma<strong>de</strong>ira e<br />

altura <strong>de</strong> planta. Taiz & Zeiger (2004) salientam que, via <strong>de</strong> regra, todos os processos<br />

vitais são afetados pelo <strong>de</strong>créscimo do potencial hídrico, o que compromete o<br />

crescimento do <strong>eucalipto</strong>, sendo a diminuição do turgor celular uma primeira resposta<br />

da planta ao déficit hídrico, po<strong>de</strong>ndo causar, consequentemente, uma redução <strong>no</strong><br />

crescimento da planta.<br />

Tatagiba et al. (2007) relatam que um mecanismo que o <strong>eucalipto</strong> po<strong>de</strong> utilizar<br />

contra o déficit hídrico, é o maior crescimento das raízes em profundida<strong>de</strong>, que está<br />

relacionado com a capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> sobrevivência da planta. Gonçalves & Passos (2000)<br />

comentam em seu trabalho que a <strong>de</strong>ficiência hídrica po<strong>de</strong> afetar diretamente o<br />

crescimento em altura e em diâmetro das plantas <strong>de</strong> <strong>eucalipto</strong> reduzindo, assim, a<br />

expansão celular e a formação da pare<strong>de</strong> celular e, indiretamente, reduzindo a<br />

disponibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> carboidratos ou influenciando a produção <strong>de</strong> reguladores <strong>de</strong><br />

crescimento.<br />

Os tratamentos irrigados promoveram os maiores incrementos mensais da altura<br />

<strong>de</strong> plantas aos 9 e 16 MAP (Tabela 5). Aos 7 e 15 MAP não foi observado efeito<br />

significativo dos sistemas <strong>de</strong> irrigação, indicando que o volume das chuvas foi<br />

suficiente para as plantas <strong>de</strong> <strong>eucalipto</strong> tivessem suas necessida<strong>de</strong>s hídricas supridas.<br />

Ainda sobre o mesmo parâmetro, aos 17 MAP, verificou-se maior IMALT na<br />

microaspersão, com 0,9 m.


29<br />

TABELA 5. Incremento mensal da altura <strong>de</strong> plantas (IMALT), incremento mensal do<br />

diâmetro <strong>de</strong> caule (IMDC), incremento mensal da área basal do caule (IMABC) e<br />

incremento mensal do volume <strong>de</strong> caule por hectare (IMVCH) <strong>de</strong> <strong>eucalipto</strong>s para os<br />

sistemas <strong>de</strong> irrigação em Aquidauana-MS, 2012.<br />

Sistemas <strong>de</strong> irrigação<br />

IMALT (m) IMDC (cm) IMABC (cm 2 ) IMVCH (m 3 )<br />

7 meses após o plantio<br />

Gotejamento 0,4 A 0,5 A 1,7 A 0,2 A<br />

Microaspersão 0,4 A 0,6 A 1,9 A 0,2 A<br />

Sequeiro 0,4 A 0,4 A 1,3 A 0,1 A<br />

DMS - - - -<br />

IV (%) 13,9 13,6 17,4 20,9<br />

- 8 meses após o plantio<br />

Gotejamento 0,6 A 2,2 A 1,5 B 0,3 B<br />

Microaspersão 0,7 A 2,4 A 2,5 A 0,5 A<br />

Sequeiro 0,3 B 1,9 B 0,9 B 0,1 C<br />

DMS 0,1 0,3 0,8 0,1<br />

IV (%) 8,4 6,0 18,2 17,5<br />

- 9 meses após o plantio<br />

Gotejamento 0,7 A 0,9 A 4,6 A 0,9 A<br />

Microaspersão 0,9 A 0,9 A 5,1 A 1,3 A<br />

Sequeiro 0,1 B 0,3 B 1,2 B 0,2 B<br />

DMS 0,15 0,3 1,9 0,6<br />

IV (%) 9,9 14,7 21,4 27,1<br />

- 10 meses após o plantio<br />

Gotejamento 0,8 A 0,8 A 5,2 A 1,6 A<br />

Microaspersão 0,7 A 0,7 A 5,0 A 1,7 A<br />

Sequeiro 0,6 A 0,6 A 2,9 B 0,5 B<br />

DMS - - 1,9 0,7<br />

IV (%) 13,8 10,6 16,7 21,5<br />

- 11 meses após o plantio<br />

Gotejamento 0,6 A 0,6 A 4,2 A 1,6 A<br />

Microaspersão 0,5 A 0,5 A 4,3 A 1,6 A<br />

Sequeiro 0,6 A 0,5 A 2,8 A 0,9 A<br />

DMS - - - -<br />

IV (%) 8,8 13,8 18,5 22,6<br />

- 12 meses após o plantio<br />

Gotejamento 0,7 A 0,7 B 5,5 B 2,3 B<br />

Microaspersão 0,7 A 0,9 A 7,6 A 3,0 A<br />

Sequeiro 0,7 A 0,5 C 3,2 C 1,1 C<br />

DMS - 0,1 1,3 0,7<br />

IV (%) 9,5 7,7 9,2 12,7<br />

- 13 meses após o plantio<br />

Gotejamento 0,5 AB 0,7 A 6,7 A 2,8 A<br />

Microaspersão 0,6 A 0,7 A 7,7 A 3,6 A<br />

Sequeiro 0,3 B 0,5 B 3,7 B 1,2 B<br />

DMS 0,2 0,1 2,3 1,5<br />

IV (%) 19,7 10,8 15,2 23,1<br />

- 14 meses após o plantio<br />

(Continua…)


(Continuação…)<br />

Sistemas <strong>de</strong> irrigação IMALT (m) IMDC (cm) IMABC (cm 2 ) IMVCH (m 3 )<br />

Gotejamento 0,6 A 1,0 A 10,6 A 4,7 A<br />

Microaspersão 0,6 A 0,9 A 11,0 A 5,1 A<br />

Sequeiro 0,3 B 0,8 A 6,4 B 1,8 B<br />

DMS 0,2 - 2,6 1,1<br />

IV (%) 15,2 11,0 10,9 11,6<br />

- 15 meses após o plantio<br />

Gotejamento 0,5 A 0,9 A 9,4 B 4,5 A<br />

Microaspersão 0,5 A 0,9 A 12,1 A 5,8 A<br />

Sequeiro 0,4 A 0,7 B 6,7 C 2,3 B<br />

DMS - 0,1 2,5 1,4<br />

IV (%) 14,0 8,3 10,2 12,8<br />

- 16 meses após o plantio<br />

Gotejamento 1,2 A 1,3 A 18,2 A 11,6 A<br />

Microaspersão 0,9 A 1,5 A 23,2 A 13,5 A<br />

Sequeiro 0,5 B 0,8 B 8,7 B 3,5 B<br />

DMS 0,3 0,3 5,6 4,4<br />

IV (%) 14,5 9,3 13,2 18,1<br />

- 17 meses após o plantio<br />

Gotejamento 0,6 B 0,5 B 7,0 B 5,4 B<br />

Microaspersão 0,9 A 0,7 A 10,9 A 9,0 A<br />

Sequeiro 0,4 B 0,4 B 4,8 B 2,5 C<br />

DMS 0,2 0,1 2,4 1,5<br />

IV (%) 15,7 12,5 12,2 10,6<br />

Médias seguidas <strong>de</strong> letras diferentes nas colunas diferem entre si <strong>no</strong> nível <strong>de</strong> 5% <strong>de</strong> probabilida<strong>de</strong> pelo<br />

teste Tukey.<br />

30<br />

O incremento mensal do diâmetro <strong>de</strong> caule, <strong>de</strong> maneira geral, foi superior <strong>no</strong>s<br />

tratamentos irrigados, exceto <strong>no</strong>s 7, 10 e 11 MAP, on<strong>de</strong> não foi observado efeito<br />

significativo sobre o parâmetro (Tabela 5). Aos 8 MAP <strong>de</strong>staca-se o IMDC on<strong>de</strong> foi<br />

observado um incremento <strong>de</strong> 2,4; 2,2 e 1,9 cm, respectivamente para a microaspersão,<br />

gotejamento e sequeiro, fato ocorrido <strong>de</strong>vido ao alto saldo radiação solar observado <strong>no</strong><br />

período com 28,0 MJ m 2 dia -1 (Tabela 1).<br />

Sasse & Sands (1996) observaram o mesmo comportamento <strong>no</strong>s incrementos<br />

mensais <strong>de</strong> altura e diâmetro <strong>de</strong> caule. Esses autores, ao avaliarem a resposta do<br />

Eucalyptus globulus ao estresse hídrico, observaram que as taxas <strong>de</strong> crescimento em<br />

altura e diâmetro foram reduzidas pelo déficit hídrico, o que po<strong>de</strong> ter ocorrido nas<br />

plantas não irrigadas avaliadas neste trabalho.<br />

O IMABC aos 8 e 17 MAP foi superior <strong>no</strong> sistema <strong>de</strong> microaspersão em relação<br />

ao sistema <strong>de</strong> gotejamento e sequeiro, com valores na or<strong>de</strong>m <strong>de</strong> 7,0 cm 2 <strong>no</strong> sistema <strong>de</strong><br />

gotejamento, 10,9 cm 2 <strong>no</strong> sistema <strong>de</strong> microaspersão e 4,8 cm 2 <strong>no</strong> sequeiro aos 17 MAP.<br />

Aos 9, 10, 13, 14 e 16 MAP os sistemas irrigados promoveram as maiores médias, aos 7


31<br />

e 11 MAP não foi observado efeito significativo dos sistema <strong>de</strong> irrigação e, aos 12 e 15<br />

MAP, verificou-se as maiores médias <strong>no</strong> sistema <strong>de</strong> microaspersão (Tabela 5).<br />

Para o incremento mensal do volume <strong>de</strong> caule por hectare <strong>no</strong>ta-se os sistemas <strong>de</strong><br />

irrigação promovendo os maiores valores <strong>de</strong> modo geral, sendo que, o mesmo não foi<br />

influenciado pelos sistemas <strong>de</strong> irrigação <strong>no</strong> sétimo e décimo primeiro mês após o<br />

plantio (Tabela 5). Aos 8, 12 e 17 MAP, o sistema <strong>de</strong> microaspersão promoveu os<br />

maiores valores, sendo observado um IMVCH na or<strong>de</strong>m <strong>de</strong> 9,0 m 3 para a<br />

microaspersão, 5,4 m 3 para o gotejamento e 2,5 m 3 para o sequeiro aos 17 MAP.<br />

A altura <strong>de</strong> plantas, em todos os períodos avaliados, foi superior <strong>no</strong> híbrido<br />

Grancam, com o mesmo atingindo 7,9 m e o Urograndis 6,9 m, aos 17 MAP (Tabela 6).<br />

O diâmetro <strong>de</strong> caule apresentou resultados semelhantes a ALT, on<strong>de</strong> sempre o híbrido<br />

Grancam foi superior ao Urograndis, com 9,78 e 8,95 cm, respectivamente aos 17 MAP.<br />

Queiroz et al. (2009) em um experimento conduzido em Paty <strong>de</strong> Alferes – RJ, avaliando<br />

o comportamento do híbrido Urograndis entre outros matérias genéticos, encontraram<br />

resultados semelhantes, com o híbrido Urograndis atingindo altura <strong>de</strong> plantas e diâmetro<br />

<strong>de</strong> caule na or<strong>de</strong>m <strong>de</strong> 6,3 m e 7,5 cm, respectivamente aos 18 meses <strong>de</strong> ida<strong>de</strong>.<br />

TABELA 6. Altura <strong>de</strong> plantas (ALT), diâmetro <strong>de</strong> caule (DC), área basal do caule<br />

(ABC), relação entre a altura e diâmetro do caule (RAD) e volume <strong>de</strong> caule por hectare<br />

(VCH) para os híbridos <strong>de</strong> <strong>eucalipto</strong> em Aquidauana-MS, 2012.<br />

Híbrido<br />

ALT (m) DC (cm) ABC (cm 2 ) RAD VCH (m 3 )<br />

7 meses após o plantio<br />

Grancam 1,6 A 2,5 A 5,1 A 65,7 A 0,5 A<br />

Urograndis 1,1 B 1,8 B 2,8 B 61,9 A 0,2 B<br />

IV (%) 6,9 8,2 13,9 7,6 17,4<br />

- 8 meses após o plantio<br />

Grancam 2,2 A 2,9 A 7,1 A 73,9 A 0,9 A<br />

Urograndis 1,5 B 2,2 B 3,9 B 68,4 B 0,4 B<br />

IV (%) 6,8 6,8 12,2 1,9 16,2<br />

- 9 meses após o plantio<br />

Grancam 2,8 A 3,7 A 11,0 A 76,5 A 1,9 A<br />

Urograndis 2,0 B 2,9 B 7,2 B 69,5 B 1,0 B<br />

IV (%) 6,4 6,7 12,2 2,2 16,8<br />

- 10 meses após o plantio<br />

Grancam 3,6 A 4,5 A 16,3 A 81,0 A 3,5 A<br />

Urograndis 2,6 B 3,5 B 10,7 B 73,1 B 1,9 B<br />

IV (%) 5,9 6,6 12,3 2,4 16,4<br />

- 11 meses após o plantio<br />

Grancam 4,2 A 5,0 A 20,4 A 83,6 A 5,1 A<br />

Urograndis 3,1 B 4,0 B 14,0 B 76,2 B 2,9 B<br />

IV (%) 6,2 6,4 12,0 1,6 16,6<br />

(Continua…)


(Continuação…)<br />

Híbrido ALT (m) DC (cm) ABC (cm 2 ) RAD VCH (m 3 )<br />

- 12 meses após o plantio<br />

Grancam 4,9 A 5,7 A 26,6 A 86,9 A 7,8 A<br />

Urograndis 3,7 B 4,7 B 18,6 B 78,8 B 4,5 B<br />

IV (%) 5,9 5,8 10,4 1,7 14,2<br />

- 13 meses após o plantio<br />

Grancam 2,4 A 6,4 A 33,0 A 85,6 A 10,6 A<br />

Urograndis 4,2 B 5,3 B 24,3 B 78,1 B 6,8 B<br />

IV (%) 5,9 5,9 10,7 1,7 14,1<br />

- 14 meses após o plantio<br />

Grancam 5,9 A 7,3 A 43,2 A 80,6 A 14,9 A<br />

Urograndis 4,8 B 6,2 B 32,9 B 76,0 B 10,2 B<br />

IV (%) 5,3 5,2 8,9 1,4 12,0<br />

- 15 meses após o plantio<br />

Grancam 6,4 A 8,1 A 52,9 A 78,3 A 19,6 A<br />

Urograndis 5,2 B 7,1 B 41,9 B 73,4 B 13,9 B<br />

IV (%) 5,1 5,1 8,8 1,6 12,0<br />

- 16 meses após o plantio<br />

Grancam 7,2 A 9,3 A 69,5 A 77,6 A 29,4 A<br />

Urograndis 6,2 B 8,4 B 58,7 B 73,8 B 23,3 B<br />

IV (%) 4,3 4,8 8,7 1,4 11,4<br />

- 17 meses após o plantio<br />

Grancam 7,9 A 9,8 A 76,7 A 80,5 A 35,2 A<br />

Urograndis 6,9 B 8,9 B 66,7 A 75,9 B 28,7 B<br />

IV (%) 4,3 4,6 8,3 1,9 10,6<br />

Médias seguidas <strong>de</strong> letras diferentes nas colunas diferem entre si pelo teste F, Grancam = E. grandis x E.<br />

camaldulensis; Urograndis = E. urophylla x E. grandis.<br />

32<br />

Em relação à ABC, dos 7 aos 16 MAP o híbrido Grancam foi superior ao<br />

Urograndis, e aos 17 MAP não houve diferença significativa entre os mesmos, com o<br />

Grancam atingindo 76,7 cm 2 e o Urograndis 66,7 cm 2 (Tabela 6). A RAD, não foi<br />

influenciada aos 7 MAP, e <strong>no</strong>s <strong>de</strong>mais meses foi observada superiorida<strong>de</strong> do híbrido<br />

Grancam. Já, o VCH observado, foi em todos os períodos avaliados superior para o<br />

híbrido Grancam, com o mesmo atingindo um VCH <strong>de</strong> 35,2 m 3 e o Urograndis 28,7 m 3<br />

aos 17 MAP.<br />

Constata-se a superiorida<strong>de</strong> do híbrido Grancam <strong>no</strong> período avaliado,<br />

provavelmente por algum fator <strong>de</strong> or<strong>de</strong>m genética. Reis et al. (2006), estudando os<br />

híbridos Grancam e Urograndis irrigados e não irrigados, não observaram interação<br />

significativa entre clones e níveis <strong>de</strong> irrigação, <strong>de</strong>stacando que o híbrido Grancam<br />

apresentou tendência <strong>de</strong> maior altura, diâmetro e volume <strong>de</strong> caule <strong>no</strong> tratamento sem<br />

irrigação, e o Urograndis se mostrou superior <strong>no</strong> tratamento irrigado.


33<br />

O IMALT observado foi superior <strong>no</strong> híbrido Grancam aos 7, 9 e 10 MAP, já dos<br />

15 aos 17 MAP não houve efeito significativo dos híbridos sobre o IMALT (Tabela 7).<br />

Em relação ao IMDC foi observado efeito significativo dos híbridos aos 7, 8 e 10 MAP,<br />

sendo o híbrido Grancam superior ao Urograndis <strong>no</strong>s três períodos.<br />

TABELA 7. Incremento mensal da altura <strong>de</strong> plantas (IMALT), incremento mensal do<br />

diâmetro <strong>de</strong> caule (IMDC), incremento mensal da área basal do caule (IMABC) e<br />

incremento mensal do volume <strong>de</strong> caule por hectare (IMVCH) para os híbridos <strong>de</strong><br />

<strong>eucalipto</strong> em Aquidauana-MS, 2012.<br />

Híbrido<br />

IMALT (m) IMDC (cm) IMABC (cm 2 ) IMVCH (m 3 )<br />

7 meses após o plantio<br />

Grancam 0,5 A 0,6 A 2,1 A 0,3 A<br />

Urograndis 0,3 B 0,4 B 1,2 B 0,1 B<br />

CV (%) 15,6 18,8 19,8 20,0<br />

- 8 meses após o plantio<br />

Grancam 0,6 A 2,5 A 2,0 A 0,4 A<br />

Urograndis 0,4 B 1,8 B 1,2 B 0,2 B<br />

CV (%) 7,8 8,2 19,2 18,2<br />

- 9 meses após o plantio<br />

Grancam 0,6 A 0,7 A 3,9 A 0,9 A<br />

Urograndis 0,5 B 0,7 A 3,2 A 0,6 B<br />

CV (%) 10,1 12,0 16,6 20,0<br />

- 10 meses após o plantio<br />

Grancam 0,8 A 0,8 A 5,3 A 1,6 A<br />

Urograndis 0,6 B 0,6 B 3,5 B 0,9 B<br />

CV (%) 13,8 10,3 15,2 17,2<br />

- 11 meses após o plantio<br />

Grancam 0,6 A 0,6 A 4,3 A 1,6 A<br />

Urograndis 0,5 B 0,5 A 3,3 A 1,0 B<br />

CV (%) 9,5 13,3 17,4 20,1<br />

- 12 meses após o plantio<br />

Grancam 0,8 A 0,7 A 6,3 A 2,7 A<br />

Urograndis 0,6 B 0,6 A 4,6 B 1,6 B<br />

CV (%) 10,2 10,3 11,6 13,0<br />

- 13 meses após o plantio<br />

Grancam 0,5 A 0,6 A 6,4 A 2,8 A<br />

Urograndis 0,5 A 0,7 A 5,7 A 2,3 A<br />

CV (%) 10,8 10,6 14,6 16,9<br />

- 14 meses após o plantio<br />

Grancam 0,5 A 0,9 A 10,1 A 4,4 A<br />

Urograndis 0,6 A 0,9 A 8,6 B 3,3 B<br />

CV (%) 11,9 9,1 9,8 12,0<br />

- 15 meses após o plantio<br />

Grancam 0,5 A 0,8 A 9,7 A 4,7 A<br />

Urograndis 0,4 A 0,8 A 9,0 A 3,7 A<br />

CV (%) 15,0 10,1 13,0 15,6<br />

- 16 meses após o plantio<br />

(Continua…)


(Continuação…)<br />

Híbrido IMALT (m) IMDC (cm) IMABC (cm 2 ) IMVCH (m 3 )<br />

Grancam 0,8 A 1,2 A 16,6 A 9,7 A<br />

Urograndis 1,0 A 1,3 A 16,8 A 9,4 A<br />

CV (%) 14,5 9,3 13,2 18,1<br />

- 17 meses após o plantio<br />

Grancam 0,7 A 0,5 A 7,2 A 5,9 A<br />

Urograndis 0,6 A 0,6 A 7,9 A 5,5 A<br />

CV (%) 18,7 10,9 12,9 15,1<br />

Médias seguidas <strong>de</strong> letras diferentes nas colunas diferem entre si pelo teste F, Grancam = E. grandis x E.<br />

camaldulensis; Urograndis = E. urophylla x E. grandis.<br />

34<br />

O IMABC foi influenciado significativamente pelos híbridos aos 7, 8, 10, 12 e<br />

14 MAP, on<strong>de</strong> o Grancam foi superior ao Urograndis. Já, o IMVCH foi influenciado<br />

significativamente pelos híbridos aos 7, 8, 9, 10, 11, 12 e 14 MAP, sempre o híbrido<br />

Grancam apresentando resultados superiores (Tabela 7).<br />

Observa-se, a partir dos 9 MAP, que alguns parâmetros não foram influenciados<br />

significativamente pelos híbridos e a partir dos 15 MAP todos os parâmetros não foram<br />

influenciados pelos híbridos, o que indica que após um crescimento <strong>inicial</strong> superior do<br />

híbrido Grancam, há uma tendência que os híbridos apresentem crescimento similar ao<br />

longo do tempo. Resultados contrários foram encontrados por Queiroz et al. (2009),<br />

avaliando o comportamento <strong>no</strong> campo <strong>de</strong> sete materiais genéticos <strong>de</strong> <strong>eucalipto</strong> <strong>no</strong><br />

Estado do Rio <strong>de</strong> Janeiro, observaram que o híbrido Urograndis sempre foi o material<br />

genético com tendência <strong>de</strong> maior crescimento aos 18 meses <strong>de</strong> ida<strong>de</strong>.<br />

Foi constatada interação entre o fator irrigação e híbrido para a RAD aos 9, 12,<br />

13 e 16 MAP. Observa-se que aos 9 MAP, o híbrido Grancam foi superior ao<br />

Urograndis quando os mesmos foram submetidos à irrigação, tanto por gotejamento<br />

quanto para microaspersão e, não houve diferença quando os mesmos não foram<br />

irrigados. A irrigação <strong>de</strong>ntro das subparcelas influenciou somente o híbrido Grancam,<br />

evi<strong>de</strong>nciando que os sistemas <strong>de</strong> irrigação propiciaram valores superiores ao sequeiro.<br />

Aos 12 MAP o hibrido Grancam foi superior ao Urograndis quando irrigados por<br />

microaspersão e <strong>no</strong> sequeiro, já quando irrigados por gotejamento os híbridos não<br />

diferiram. A irrigação influenciou somente o híbrido Urograndis, on<strong>de</strong> o gotejamento e<br />

a microaspersão proporcionaram as maiores RAD.<br />

Já, aos 13 MAP, ainda sobre o parâmetro RAD, não foi observada diferença<br />

entre os híbridos quando irrigados por gotejamento e microaspersão e, quando não<br />

foram irrigados, o Grancam apresentou-se superior ao Urograndis, já os sistemas <strong>de</strong><br />

irrigação influenciaram somente a RAD do híbrido Urograndis, on<strong>de</strong> o gotejamento e a


35<br />

microaspersão promoveram os maiores valores. Enquanto aos 16 MAP, o gotejamento<br />

promoveu as maiores médias <strong>no</strong>s dois híbridos, e os híbridos somente foram<br />

influenciados, quando não foi realizada irrigação, sendo o Grancam superior.<br />

Para o parâmetro IMALT foi constatada interação entre o fator irrigação e<br />

híbrido aos 8, 11, 12, 13 e 14 MAP. Aos 8 MAP o híbrido Grancam foi superior ao<br />

Urograndis quando irrigados por gotejamento, não diferindo na microaspersão e <strong>no</strong><br />

sequeiro. Em relação aos sistemas <strong>de</strong> irrigação, o sistema <strong>de</strong> gotejamento e<br />

microaspersão propiciaram os maiores valores em ambos os híbridos. Nos 11 e 12 MAP<br />

o híbrido Grancam foi superior quando não irrigado, não sendo observada diferença<br />

entre os híbridos quando irrigados. Enquanto os sistemas <strong>de</strong> irrigação propiciaram<br />

valores semelhantes <strong>no</strong>s dois híbridos.<br />

Ainda sobre o IMALT, aos 13 MAP, em relação aos híbridos, o Urograndis foi<br />

superior <strong>no</strong> sistema <strong>de</strong> microaspersão, não havendo diferença entre os híbridos <strong>no</strong><br />

gotejamento e <strong>no</strong> sequeiro. Já, em relação aos sistemas <strong>de</strong> irrigação, a microaspersão<br />

propiciou as maiores médias quando utilizado o híbrido Urograndis. Aos 14 MAP, os<br />

híbridos apresentaram comportamento semelhante em todos os sistemas <strong>de</strong> irrigação. Já<br />

em relação aos sistemas <strong>de</strong> irrigação, a microaspersão e o gotejamento propiciaram<br />

valores superiores ao sequeiro <strong>no</strong>s dois híbridos.<br />

Foi observada interação entre os sistemas <strong>de</strong> irrigação e os híbridos para o<br />

IMDC somente aos 14 MAP, em relação aos sistemas <strong>de</strong> irrigação, foram observadas<br />

médias superiores <strong>de</strong> incremento mensal do diâmetro <strong>de</strong> caule <strong>no</strong>s sistemas <strong>de</strong><br />

microaspersão e o gotejamento em relação ao sequeiro, somente quando utilizado o<br />

híbrido Urograndis, não sendo observada diferença quando utilizado o Grancam. Já, em<br />

relação aos híbridos, ambos apresentaram IMDC semelhantes em todos os sistemas <strong>de</strong><br />

irrigação.<br />

CONCLUSÕES<br />

Com a aplicação <strong>de</strong> água para o <strong>eucalipto</strong> por meio dos sistemas <strong>de</strong><br />

microaspersão e gotejamento são observados: maior altura <strong>de</strong> plantas, diâmetro do<br />

caule, área basal <strong>de</strong> caule e volume <strong>de</strong> caule por hectare.<br />

De modo geral, a irrigação promove maior incremento mensal: da altura <strong>de</strong><br />

plantas, do diâmetro <strong>de</strong> caule, da área basal <strong>de</strong> caule e do volume <strong>de</strong> caule por hectare<br />

dos 7 aos 17 meses após o plantio.


36<br />

O híbrido Grancam, <strong>no</strong> <strong><strong>de</strong>senvolvimento</strong> <strong>inicial</strong> dos 7 aos 17 MAP, apresenta<br />

parâmetros <strong>de</strong>ndrométricos superiores ao Urograndis, com tendência <strong>de</strong>, ao longo do<br />

tempo, apresentar crescimento semelhante.<br />

AGRADECIMENTOS<br />

À Coor<strong>de</strong>nação <strong>de</strong> Aperfeiçoamento <strong>de</strong> Pessoal <strong>de</strong> Nível Superior – CAPES e à<br />

Universida<strong>de</strong> Estadual <strong>de</strong> Mato Grosso do Sul – UEMS pela concessão <strong>de</strong> bolsa <strong>de</strong><br />

estudos. À Fundação <strong>de</strong> Apoio ao Desenvolvimento do Ensi<strong>no</strong>, Ciência e Tec<strong>no</strong>logia do<br />

Estado <strong>de</strong> Mato Grosso do Sul - FUNDECT pelo apoio financeiro ao <strong><strong>de</strong>senvolvimento</strong><br />

<strong>de</strong>ste trabalho. À empresa Portal Ver<strong>de</strong> MS pela doação das mudas.<br />

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