GOMES, Agenor Pinto Garcia. Leilão de Eficiência ... - PPE - UFRJ
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(IC, 2002) que serviria <strong>de</strong> base ao Novo Mo<strong>de</strong>lo proposto, e estabelecia como premissas, entre<br />
outras colocações:<br />
• Fornecer energia é uma função <strong>de</strong> elevada importância estratégica para o crescimento<br />
sustentável.<br />
• As bases <strong>de</strong> sustentação do fornecimento <strong>de</strong> eletricida<strong>de</strong> não po<strong>de</strong>m ser entregues às<br />
forças do mercado, nem a uma visão tecnocrática e centralizadora.<br />
• A política energética <strong>de</strong>ve voltar-se ao crescimento econômico, ao atendimento das<br />
necessida<strong>de</strong>s da socieda<strong>de</strong>, à geração <strong>de</strong> empregos, à melhor distribuição <strong>de</strong> renda e<br />
à inclusão social. Entre outros <strong>de</strong>sdobramentos necessários, esse perfil resulta na necessida<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> se buscar a universalização do fornecimento da energia elétrica, inclusive<br />
no meio rural, com tarifas módicas.<br />
• O Brasil dispõe <strong>de</strong> abundantes potenciais hidráulicos para geração <strong>de</strong> energia elétrica<br />
a custos muito inferiores à média dos praticados internacionalmente.<br />
• O planejamento <strong>de</strong> longo prazo é instrumento fundamental para se programar as a-<br />
ções necessárias à consecução das metas visadas.<br />
• O planejamento integrado, <strong>de</strong> longo prazo, exige uma nova estrutura institucional<br />
envolvendo <strong>de</strong>finições precisas para: a) eletricida<strong>de</strong>; b) petróleo e gás natural;<br />
c) álcool e bagaço da cana; d) carvão e combustível nuclear; e) fontes alternativas<br />
como a eólica, a solar e a biomassa; f) conservação <strong>de</strong> energia; g) cogeração e geração<br />
elétrica distribuída nas empresas consumidoras.<br />
Propunha-se, portanto, um novo mo<strong>de</strong>lo que pretendia ser a síntese dos outros dois: retomava<br />
o planejamento energético, a priorida<strong>de</strong> às hidrelétricas, o valor econômico-social da<br />
energia ao mesmo tempo em que mantinha a participação privada e a concorrência nos setores<br />
<strong>de</strong> geração e comercialização. A Tabela 1 resume as principais diferenças entre os 3 mo<strong>de</strong>los<br />
já praticados no setor elétrico brasileiro.<br />
Mo<strong>de</strong>lo Estatal (até 1995)<br />
Financiamento através <strong>de</strong> recursos<br />
públicos<br />
Empresas verticalizadas<br />
Tabela 1 – Comparação entre os Mo<strong>de</strong>los do Setor Elétrico<br />
Mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> Livre Mercado (1995<br />
a 2003)<br />
Financiamento através <strong>de</strong> recursos<br />
públicos e privados<br />
Empresas divididas por ativida<strong>de</strong>:<br />
geração, transmissão, distribuição e<br />
comercialização<br />
Novo Mo<strong>de</strong>lo (2004)<br />
Financiamento através <strong>de</strong> recursos<br />
públicos e privados<br />
Empresas divididas por ativida<strong>de</strong>:<br />
geração, transmissão, distribuição,<br />
comercialização, importação e<br />
exportação<br />
Convivência entre empresas estatais<br />
e privadas<br />
Competição na geração e comercialização<br />
Empresas predominantemente<br />
estatais<br />
Abertura e ênfase na privatização<br />
das empresas<br />
Monopólios - competição inexistentlização<br />
Competição na geração e comercia-<br />
Consumidores cativos Consumidores livres e cativos Consumidores livres e cativos<br />
Tarifas reguladas em todos os segmentos<br />
Preços livremente negociados na<br />
geração e comercialização<br />
No ambiente livre: preços livremente<br />
negociados na geração e<br />
comercialização<br />
No ambiente regulado: leilão e<br />
licitação pela menor tarifa