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(Coriandrum sativum L.): ESTUDO DA ... - Deag.ufcg.edu.br

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Revista Brasileira de Produtos Agroindustriais, Campina Grande, v.14, n.4, p.329-335, 2012 329<<strong>br</strong> />

ISSN 1517-8595<<strong>br</strong> />

CINÉTICA DE SECAGEM CONVECTIVA E LIOFILIZAÇÃO DE RAMOS<<strong>br</strong> />

DE COENTRO (<strong>Coriandrum</strong> <strong>sativum</strong> L.): <strong>ESTUDO</strong> <strong>DA</strong> INFLUÊNCIA DOS<<strong>br</strong> />

PROCESSOS EM SUA COLORAÇÃO<<strong>br</strong> />

Geânderson dos Santos 1 ; Danilo Santos Souza 2 ; Alessandra Almeida Castro 3 ;<<strong>br</strong> />

RESUMO<<strong>br</strong> />

O coentro (<strong>Coriandrum</strong> <strong>sativum</strong> L.) é uma planta olerícola de considerável valor e importância<<strong>br</strong> />

comercial em diversas regiões do Brasil. O objetivo desse trabalho foi avaliar os ajustes dos<<strong>br</strong> />

modelos matemáticos e o efeito do método de secagem so<strong>br</strong>e a cinética do processo da folha de<<strong>br</strong> />

coentro e analisar o comportamento da cor do material. Os ramos de coentro foram selecionados<<strong>br</strong> />

e lavados em água corrente e acondicionados em bandejas de aço inox para secagem em secador<<strong>br</strong> />

de bandeja a 50°C com ar a 0,6m/s e em liofilizador com pressão de 130µHg. A cor<<strong>br</strong> />

instrumental das amostras foi avaliada por meio de leitura direta. O produto desidratado em<<strong>br</strong> />

secador convectivo obteve uma maior taxa de secagem e consequentemente alcançou a umidade<<strong>br</strong> />

de equilí<strong>br</strong>io (0,02g água/g s.s.) em um menor tempo quando comparado com o produto liofilizado<<strong>br</strong> />

(0,01g água/g s.s.). Todos os modelos utilizados no estudo são apropriados para descrever os dados<<strong>br</strong> />

de secagem dos ramos de coentro levando em consideração que os valores do coeficiente de<<strong>br</strong> />

correlação (R²) foram superiores a 0,99. Os parâmetros a*, b* e C dos ramos de coentro não<<strong>br</strong> />

sofreram alterações com os métodos de secagem utilizados. Entretanto, os parâmetros h° e<<strong>br</strong> />

luminosidade (L*) foram influenciados.<<strong>br</strong> />

Palavras-chave: secagem, congelamento, liofilização, cor.<<strong>br</strong> />

DETERMINATION OF CONVECTIVE DRYING KINETICS AND LYOPHILIZING<<strong>br</strong> />

SPRIGS OF CORIANDER (<strong>Coriandrum</strong> <strong>sativum</strong> L.): STUDY INFLUENCE OF<<strong>br</strong> />

PROCESSES IN THEIR COLORING<<strong>br</strong> />

ABSTRACT<<strong>br</strong> />

Coriander (<strong>Coriandrum</strong> <strong>sativum</strong> L.) is a vegetable crop plant and of considerable commercial<<strong>br</strong> />

importance in several regions of Brazil. The aim of this study was to evaluate the settings of<<strong>br</strong> />

mathematical models and the effect of drying method on the process kinetics of coriander leaf<<strong>br</strong> />

and analyze the behavior of the color of the material. The sprigs of coriander were selected and<<strong>br</strong> />

washed in tap water and packed in trays of stainless steel drying tray dryer at 50 ° C with air at<<strong>br</strong> />

0.6 m / s at a pressure of 130μHg lyophilizer. The instrumental color of the samples was<<strong>br</strong> />

evaluated by direct reading. The product dried in a dryer with a larger convective drying rate<<strong>br</strong> />

and consequently reached the equili<strong>br</strong>ium moisture content (0.02g water/g d.m.) In a shorter time<<strong>br</strong> />

compared to the lyophilized product (0.01g water/g d.m.). All models used in the study are<<strong>br</strong> />

appropriate to describe the drying data of sprigs of coriander taking into account the values of<<strong>br</strong> />

the correlation coefficient (R²) were above 0.99. The parameters a*, b* and C of the sprigs<<strong>br</strong> />

of coriander were not altered by the drying methods used. However, the parameters h° and<<strong>br</strong> />

lightness (L*) were influenced.<<strong>br</strong> />

Keywords: drying, freezing, freeze-drying, color.<<strong>br</strong> />

1 Mestrando em Ciência e Tecnologia de Alimentos, Universidade Federal de Sergipe – UFS, São Cristóvão – SE.<<strong>br</strong> />

2 Mestrando em Ciência e Tecnologia de Alimentos, Universidade Federal de Sergipe – UFS, São Cristóvão – SE.<<strong>br</strong> />

3 Professora Dra do Departamento de Tecnologia de Alimentos, Universidade Federal de Sergipe – UFS, São Cristóvão – SE.


330 Cinética de secagem convectiva e liofilização de ramos de coentro: Estudo da influência dos processos.... Santos et al.<<strong>br</strong> />

INTRODUÇÃO<<strong>br</strong> />

O coentro provém da família<<strong>br</strong> />

Umbelliferae, parente da salsinha, o que explica<<strong>br</strong> />

o fato dele também ser conhecido por salsinha<<strong>br</strong> />

chinesa. É uma planta herbácea, de origem<<strong>br</strong> />

egípcia, com o nome científico de <strong>Coriandrum</strong><<strong>br</strong> />

<strong>sativum</strong> L., de caule cilíndrico, folhas verdes e<<strong>br</strong> />

<strong>br</strong>ilhantes, flores <strong>br</strong>ancas ou rosadas e frutos de<<strong>br</strong> />

cor vermelha ou marrom. As folhas frescas e os<<strong>br</strong> />

frutos secos são usados como condimentos. É<<strong>br</strong> />

uma planta olerícola de considerável valor e<<strong>br</strong> />

importância comercial em diversas regiões do<<strong>br</strong> />

Brasil, especialmente nas regiões Norte e<<strong>br</strong> />

Nordeste, em que é muito consumido e está<<strong>br</strong> />

presente na alimentação diária (Marques &<<strong>br</strong> />

Lorencetti, 1999). Devido ao seu aroma e sabor<<strong>br</strong> />

característicos, aliado a uma tendência cada vez<<strong>br</strong> />

maior de se consumir alimentos industrializados<<strong>br</strong> />

muito próximos ao similar natural, tem-se<<strong>br</strong> />

buscado formas de processamento que<<strong>br</strong> />

possibilitem a obtenção de alimentos com<<strong>br</strong> />

qualidade nutricional e com elevado tempo de<<strong>br</strong> />

prateleira (Silva, 2010).<<strong>br</strong> />

A secagem de materiais biológicos<<strong>br</strong> />

favorece a agregação de valor econômico ao<<strong>br</strong> />

vegetal, devido ao maior aproveitamento<<strong>br</strong> />

tecnológico com a elaboração de novos<<strong>br</strong> />

produtos. Também contribui para o aumento de<<strong>br</strong> />

seu período de conservação (Karathanos, 1999).<<strong>br</strong> />

Dentre os processos de secagem o<<strong>br</strong> />

método de secagem em estufa é o mais<<strong>br</strong> />

tradicional, pois é prático e relativamente<<strong>br</strong> />

barato. Normalmente esse processo é realizado<<strong>br</strong> />

em estufas com circulação forçada de ar ou<<strong>br</strong> />

“secador-de-bandeja” com regulação de<<strong>br</strong> />

temperatura (Silva & Queiroz, 2002). O<<strong>br</strong> />

processo de secagem neste método se dá pela<<strong>br</strong> />

evaporação da água da amostra submetida ao ar<<strong>br</strong> />

quente. Com a circulação forçada, a água<<strong>br</strong> />

evaporada é dispersada para o ambiente<<strong>br</strong> />

externo, impedindo assim, o retorno da mesma<<strong>br</strong> />

para a amostra.<<strong>br</strong> />

A liofilização é o processo de secagem<<strong>br</strong> />

em que a água livre contida no produto, passa<<strong>br</strong> />

do estado sólido para o estado gasoso pelo<<strong>br</strong> />

fenômeno de sublimação (Ibarz & Barbosa-<<strong>br</strong> />

Cánovas, 1999). A conservação de alimentos<<strong>br</strong> />

por liofilização permite que o produto tenha<<strong>br</strong> />

uma maior vida de prateleira devido à r<strong>edu</strong>ção<<strong>br</strong> />

da atividade de água, o que é associado à<<strong>br</strong> />

r<strong>edu</strong>ção no custo de transporte e<<strong>br</strong> />

armazenamento, devido à leveza e<<strong>br</strong> />

compactação, combinadas aos efeitos benéficos<<strong>br</strong> />

da estabilidade microbiológica e química dos<<strong>br</strong> />

alimentos (Fellows, 1994).<<strong>br</strong> />

Segundo Gava (1994) quando se compara<<strong>br</strong> />

os dois processos de secagem a liofilização<<strong>br</strong> />

apresenta algumas vantagens. A secagem em<<strong>br</strong> />

estufa é uma técnica de custo relativamente<<strong>br</strong> />

baixo, porém, pode provocar alguns danos<<strong>br</strong> />

como perdas de vitaminas e outros<<strong>br</strong> />

componentes, enquanto que a liofilização é um<<strong>br</strong> />

processo de desidratação de produtos em<<strong>br</strong> />

condições de pressão e temperatura, tais que a<<strong>br</strong> />

água previamente congelada, passa do estado<<strong>br</strong> />

sólido para o estado gasoso por sublimação,<<strong>br</strong> />

como esse é realizado a baixa temperatura e<<strong>br</strong> />

ausência do ar atmosférico permite que as<<strong>br</strong> />

propriedades químicas e organolépticas<<strong>br</strong> />

praticamente não se alterem.<<strong>br</strong> />

A cor pode ser utilizada como um<<strong>br</strong> />

índice de transformações naturais de alimentos<<strong>br</strong> />

frescos ou de mudanças ocorridas durante o<<strong>br</strong> />

processamento industrial, sendo assim um<<strong>br</strong> />

importante parâmetro de qualidade.<<strong>br</strong> />

Instrumentalmente, a intensidade da cor é<<strong>br</strong> />

representada por a* e b*, ao passo que L*<<strong>br</strong> />

indica a luminosidade da amostra (Chitarra &<<strong>br</strong> />

Alves, 2001; Sato & Cunha, 2005). Os termos<<strong>br</strong> />

C e h° indicam cromaticidade e ângulo hue,<<strong>br</strong> />

respectivamente. Os valores de h° apresentam<<strong>br</strong> />

cores da superfície do tecido vegetal<<strong>br</strong> />

(0°/vermelho, 90°/amarelo, 180°/verde e<<strong>br</strong> />

270°/azul) permitindo quantificar o teor de<<strong>br</strong> />

clorofilas em folhas (Amarante et al., 2008).<<strong>br</strong> />

Desta forma, esta pesquisa teve como<<strong>br</strong> />

objetivo avaliar os ajustes dos modelos<<strong>br</strong> />

matemáticos e o efeito do método de secagem<<strong>br</strong> />

so<strong>br</strong>e a cinética do processo do ramo de coentro<<strong>br</strong> />

e analisar o comportamento da cor do material<<strong>br</strong> />

antes e após a desidratação.<<strong>br</strong> />

MATERIAL E MÉTODOS<<strong>br</strong> />

Obtenção e preparo das amostras<<strong>br</strong> />

Como matéria-prima utilizou-se coentro<<strong>br</strong> />

(<strong>Coriandrum</strong> <strong>sativum</strong> L.) do cultivar “verdão”<<strong>br</strong> />

provenientes do Centro de Abastecimento –<<strong>br</strong> />

CEASA, localizado na cidade de Aracaju-SE,<<strong>br</strong> />

Brasil.<<strong>br</strong> />

As amostras foram imediatamente<<strong>br</strong> />

transportadas ao Laboratório de Análises de<<strong>br</strong> />

Alimentos-LAA, do Departamento de<<strong>br</strong> />

Tecnologia de Alimentos – UFS, para serem<<strong>br</strong> />

processadas.<<strong>br</strong> />

O coentro, ao ser recebido no LAA, foi<<strong>br</strong> />

previamente limpo e lavado em água corrente,<<strong>br</strong> />

para a remoção do excesso de terra, sendo,<<strong>br</strong> />

posteriormente, sanitizado com uma solução de<<strong>br</strong> />

hipoclorito de sódio a 15ppm por 10 min e, em<<strong>br</strong> />

Revista Brasileira de Produtos Agroindustriais, Campina Grande, v.14, n.4, p.329-335, 2012


Cinética de secagem convectiva e liofilização de ramos de coentro: Estudo da influência dos processos.... Santos et al. 331<<strong>br</strong> />

seguida, separado em folha e caule,<<strong>br</strong> />

desprezando-se a raiz, sendo denominados<<strong>br</strong> />

ramos.<<strong>br</strong> />

Amostras foram coletadas e submetidas<<strong>br</strong> />

ao ensaio de umidade em estufa a 105°C até<<strong>br</strong> />

peso constante (IAL, 2004).<<strong>br</strong> />

O congelamento das amostras<<strong>br</strong> />

direcionadas à liofilização foi realizado em um<<strong>br</strong> />

freezer vertical com temperatura de -22±2°C.<<strong>br</strong> />

Cinética de secagem por convecção em<<strong>br</strong> />

“secador-de-bandejas”<<strong>br</strong> />

Na secagem utilizou-se secador de<<strong>br</strong> />

bandejas a 60°C com fluxo de ar de 0,6 m/s.<<strong>br</strong> />

Para obtenção da curva de secagem, realizaramse<<strong>br</strong> />

pesagens em um intervalo de tempo de 30<<strong>br</strong> />

minutos durante um período total de secagem<<strong>br</strong> />

até alcançar umidade final de equilí<strong>br</strong>io.<<strong>br</strong> />

Cinética de secagem por liofilização<<strong>br</strong> />

Depois de congeladas, a desidratação<<strong>br</strong> />

das amostras foi realizada em um liofilizador da<<strong>br</strong> />

marca Christ a uma pressão de vácuo de<<strong>br</strong> />

aproximadamente 130µHg com temperatura do<<strong>br</strong> />

condensador de -50 ± 2°C. Para a determinação<<strong>br</strong> />

da cinética de secagem, as amostras foram<<strong>br</strong> />

pesadas em um intervalo de tempo de 60<<strong>br</strong> />

minutos, até peso constante.<<strong>br</strong> />

Modelagem do processo de secagem<<strong>br</strong> />

Os estudos cinéticos foram realizados<<strong>br</strong> />

para determinação das curvas das isotermas de<<strong>br</strong> />

dessorção do coentro, ajustando-se aos dados<<strong>br</strong> />

experimentais de secagem, através das<<strong>br</strong> />

equações descritas na Tabela 1 que<<strong>br</strong> />

correspondem aos modelos semi-empíricos<<strong>br</strong> />

análogos ao resfriamento de Newton (Marques<<strong>br</strong> />

et al., 2009).<<strong>br</strong> />

Tabela 1. Modelos matemáticos utilizados para ajustar os dados experimentais de secagem de coentro.<<strong>br</strong> />

Modelos Equações Matemáticas Equação<<strong>br</strong> />

Modelo de Lewis RU = exp(-kt) (1)<<strong>br</strong> />

Modelo de Brooker RU = Cexp(-kt) (2)<<strong>br</strong> />

Modelo de Page RU = Cexp(-kt n ) (3)<<strong>br</strong> />

Modelo Logarítmico RU = Cexp(-kt) + b (4)<<strong>br</strong> />

A razão de umidade (RU) foi calculada<<strong>br</strong> />

pela Equação 5 abaixo:<<strong>br</strong> />

RU = (5)<<strong>br</strong> />

O X 0 representa o conteúdo de umidade<<strong>br</strong> />

inicial (g.g -1 , massa seca) e X é o conteúdo de<<strong>br</strong> />

umidade no tempo (g.g -1 , massa seca). X e é o<<strong>br</strong> />

conteúdo de umidade de equilí<strong>br</strong>io (g.g -1 , massa<<strong>br</strong> />

seca). Nas equações, o C é o coeficiente<<strong>br</strong> />

dependente da temperatura e do processo, k e b<<strong>br</strong> />

são constantes de secagem (min -1 ) e t é o tempo<<strong>br</strong> />

de secagem (min);<<strong>br</strong> />

Análise de cor<<strong>br</strong> />

A cor instrumental das amostras foi<<strong>br</strong> />

avaliada por meio de leitura direta dos ramos<<strong>br</strong> />

com colorímetro da marca Konica Minolta®.<<strong>br</strong> />

As coordenadas retangulares foram registradas<<strong>br</strong> />

no próprio aparelho conforme a CIE<<strong>br</strong> />

(Comission Internatinale de E’clairage), onde<<strong>br</strong> />

a* varia do verde (-) ao vermelho (+), b* do<<strong>br</strong> />

azul (-) ao amarelo (+) e L* do preto (0) ao<<strong>br</strong> />

<strong>br</strong>anco (100).<<strong>br</strong> />

Análise estatística<<strong>br</strong> />

O software Statistica ® versão 8.0 para<<strong>br</strong> />

Windows foi utilizado para ajustar as equações<<strong>br</strong> />

dos dados experimentais. O coeficiente de<<strong>br</strong> />

correlação R 2 foi utilizado para descrever o<<strong>br</strong> />

melhor ajuste das equações de cinética de<<strong>br</strong> />

secagem. Todo o experimento foi realizado em<<strong>br</strong> />

três repetições.<<strong>br</strong> />

RESULTADOS E DISCUSSÃO<<strong>br</strong> />

As curvas da cinética de secagem pelo<<strong>br</strong> />

processo de secagem convectiva e por<<strong>br</strong> />

liofilização do coentro e os ajustes para as<<strong>br</strong> />

equações de Lewis, Brooker, Page e<<strong>br</strong> />

Logarítmica estão apresentadas na Figura 1.<<strong>br</strong> />

Revista Brasileira de Produtos Agroindustriais, Campina Grande, v.14, n.4, p.329-335, 2012


332 Cinética de secagem convectiva e liofilização de ramos de coentro: Estudo da influência dos processos.... Santos et al.<<strong>br</strong> />

1,0<<strong>br</strong> />

(B)<<strong>br</strong> />

RU<<strong>br</strong> />

0,5<<strong>br</strong> />

Secador convectivo 50°C<<strong>br</strong> />

Lifilizador<<strong>br</strong> />

Equação de Brooker<<strong>br</strong> />

RU = 1,053*exp (-0,402*t) , R 2 =0,994<<strong>br</strong> />

RU = 1,025*exp (-0,211*t) , R 2 =0,993<<strong>br</strong> />

0,0<<strong>br</strong> />

1,0<<strong>br</strong> />

0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20<<strong>br</strong> />

Tempo (h)<<strong>br</strong> />

(C)<<strong>br</strong> />

RU<<strong>br</strong> />

0,5<<strong>br</strong> />

Secador convectivo 50°C<<strong>br</strong> />

Lifilizador<<strong>br</strong> />

Equação de Page<<strong>br</strong> />

RU = 1,053*exp (-0,402*t) , R 2 =0,994<<strong>br</strong> />

RU = 0,99*exp (-0,30*t1,23) , R 2 =0,999<<strong>br</strong> />

0,0<<strong>br</strong> />

0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20<<strong>br</strong> />

Tempo (h)<<strong>br</strong> />

1,0<<strong>br</strong> />

(D)<<strong>br</strong> />

RU<<strong>br</strong> />

0,5<<strong>br</strong> />

Secador convectivo 50°C<<strong>br</strong> />

Lifilizador<<strong>br</strong> />

Equação Logarítmica<<strong>br</strong> />

RU = 1,07*exp (-0,38*t) -0,02, R 2 =0,998<<strong>br</strong> />

RU = 1,04*exp (-0,19*t) -0,04, R 2 =0,999<<strong>br</strong> />

0,0<<strong>br</strong> />

0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20<<strong>br</strong> />

Tempo (h)<<strong>br</strong> />

Figura 1. Conteúdo de umidade adimensional (base seca) versus tempo ajustado às Equações de<<strong>br</strong> />

Lewis (A), Brooker (B), Page (C) e Logarítmica (D) para diferentes métodos de secagem do coentro.<<strong>br</strong> />

Revista Brasileira de Produtos Agroindustriais, Campina Grande, v.14, n.4, p.329-335, 2012


Cinética de secagem convectiva e liofilização de ramos de coentro: Estudo da influência dos processos.... Santos et al. 333<<strong>br</strong> />

É possível verificar que o tempo<<strong>br</strong> />

necessário para desidratar o coentro até a<<strong>br</strong> />

umidade de equilí<strong>br</strong>io é diretamente<<strong>br</strong> />

influenciado pelo método de secagem utilizado.<<strong>br</strong> />

Observa-se que o produto desidratado em<<strong>br</strong> />

secador convectivo obteve uma maior taxa de<<strong>br</strong> />

secagem e consequentemente alcançou a<<strong>br</strong> />

umidade de equilí<strong>br</strong>io (0,02g água/g s.s.) em um<<strong>br</strong> />

menor tempo (15 horas) quando comparado<<strong>br</strong> />

com o produto liofilizado (0,01g água/g s.s.) em 20<<strong>br</strong> />

horas. Segundo Queiroz & Ne<strong>br</strong>a (2001) apud<<strong>br</strong> />

Borges et al. (2008) as altas taxas de secagem<<strong>br</strong> />

são alcançadas quando se eleva a temperatura<<strong>br</strong> />

ou velocidade do ar na secagem convectiva,<<strong>br</strong> />

ocasionando um aumento no coeficiente de<<strong>br</strong> />

difusão da umidade, alcançado-se mais<<strong>br</strong> />

rapidamente o conteúdo de umidade desejado.<<strong>br</strong> />

Entretanto, de acordo com Marques (2008) o<<strong>br</strong> />

processo de liofilização se mostra eficiente<<strong>br</strong> />

frente características sensoriais dos produtos,<<strong>br</strong> />

apesar de proporcionar maiores tempos de<<strong>br</strong> />

secagem.<<strong>br</strong> />

Os comportamentos das curvas de<<strong>br</strong> />

secagem observados para o coentro,<<strong>br</strong> />

independente do método aplicado, são típicos<<strong>br</strong> />

de secagem de material biológico, em que a<<strong>br</strong> />

taxa de secagem ocorre inicialmente em<<strong>br</strong> />

período constante e decresce à medida que o<<strong>br</strong> />

volume de água vai diminuindo da matriz até<<strong>br</strong> />

atingir período constante (MARQUES, 2008;<<strong>br</strong> />

PARK et al., 2001).<<strong>br</strong> />

A Figura 2 mostra os resultados obtidos<<strong>br</strong> />

para os parâmetros das equações ajustados aos<<strong>br</strong> />

dados experimentais. Observa-se que todos os<<strong>br</strong> />

modelos utilizados são apropriados para<<strong>br</strong> />

descrever os dados de secagem de ambos os<<strong>br</strong> />

métodos de secagem, podendo ser utilizados<<strong>br</strong> />

nas estimativas de curva de secagem convectiva<<strong>br</strong> />

e de liofilização do ramo de coentro, levando<<strong>br</strong> />

em consideração que os valores do coeficiente<<strong>br</strong> />

de correlação (R²) foram superiores a 0,99, o<<strong>br</strong> />

que aumenta o nível de confiança dos ajustes<<strong>br</strong> />

Parâmetros de secagem<<strong>br</strong> />

Métodos de secagem<<strong>br</strong> />

Modelo de Lewis<<strong>br</strong> />

k (h -1 ) R 2<<strong>br</strong> />

Secador 50°C 0,38(0,00) 0,996<<strong>br</strong> />

Liofilizador 0,28(0,00) 0,996<<strong>br</strong> />

Modelo de Brooker<<strong>br</strong> />

c (-) k (h -1 ) R 2<<strong>br</strong> />

Secador 50°C 1,05(0,01) 0,40 (0,00) 0,997<<strong>br</strong> />

Liofilizador 1,03(0,01) 0,21(0,00) 0,996<<strong>br</strong> />

Modelo de Page<<strong>br</strong> />

c (-) k (h -1 ) n (-) R 2<<strong>br</strong> />

Secador 50°C 0,99(0,00) 0,29(0,00) 1,22(0,00) 0,999<<strong>br</strong> />

Liofilizador 0,98(0,02) 0,15(0,01) 1,16(0,04) 0,998<<strong>br</strong> />

Modelo Logarítmico<<strong>br</strong> />

c (-) k (h -1 ) b (-) R 2<<strong>br</strong> />

Secador 50°C 1,07(0,02) 0,38 (0,01) -0,02(0,01) 0,998<<strong>br</strong> />

Liofilizador 1,04(0,01) 0,19 (0,01) -0,04(0,01) 0,999<<strong>br</strong> />

Figura 2 - Valores dos parâmetros ajustados dos modelos de Lewis, Brooker, Page e Logarítmico e<<strong>br</strong> />

seus respectivos coeficientes de correlação para os diferentes métodos de secagem.<<strong>br</strong> />

Os resultados da influência do método<<strong>br</strong> />

de secagem so<strong>br</strong>e a cor dos ramos de coentro<<strong>br</strong> />

estão apresentados na Tabela 2. Pode-se<<strong>br</strong> />

observar que não houve influência do método<<strong>br</strong> />

de secagem para os parâmetros a*, b* e<<strong>br</strong> />

cromaticidade (C) quando comparados com o<<strong>br</strong> />

coentro in natura, apresentando diferença<<strong>br</strong> />

significativa (p


334 Cinética de secagem convectiva e liofilização de ramos de coentro: Estudo da influência dos processos.... Santos et al.<<strong>br</strong> />

convectivo e 108,4° para o produto liofilizado,<<strong>br</strong> />

enquanto que o coentro in natura possuía 114°<<strong>br</strong> />

aproximadamente. A temperatura de 50°C para<<strong>br</strong> />

a secagem convectiva e a baixa temperatura (-<<strong>br</strong> />

50°C) associada à pressão de vácuo requeridas<<strong>br</strong> />

no processo de liofilização podem ter<<strong>br</strong> />

influenciado no processo degradativo da<<strong>br</strong> />

clorofila abundante nas folhas de coentro. Esta<<strong>br</strong> />

r<strong>edu</strong>ção está associada à degradação deste<<strong>br</strong> />

pigmento verde que possui estrutura química<<strong>br</strong> />

instável, ou seja, facilmente reativa. Segundo<<strong>br</strong> />

Fennema (2000), ao submeter a clorofila ao<<strong>br</strong> />

processo de aquecimento ocorrerá a<<strong>br</strong> />

desnaturação das proteínas que a protegem,<<strong>br</strong> />

com perda de magnésio e formação da feofitina,<<strong>br</strong> />

gerando-se modificações da coloração. A<<strong>br</strong> />

r<strong>edu</strong>ção da quantidade de clorofila é<<strong>br</strong> />

proporcional ao aumento da temperatura,<<strong>br</strong> />

existindo uma rápida transformação a 20° C em<<strong>br</strong> />

relação a temperaturas mais baixas, entre 0° C e<<strong>br</strong> />

10° C (SCHWARTZ et al., 1999).<<strong>br</strong> />

Tabela 2. Valores médios da clorofila e dos parâmetros de cor do coentro In natura, seco em secador<<strong>br</strong> />

e liofilizado.<<strong>br</strong> />

Parâmetros In natura Secador Liofilizador<<strong>br</strong> />

a* -7,90 ± 1,11a -6,17 ± 0,47a -6,20 ± 0,4a<<strong>br</strong> />

b* 17,73 ± 2,46a 20,23 ± 1,11a 18,80 ± 2,5a<<strong>br</strong> />

Cor C 19,43 ± 2,61a 21,13 ± 1,17a 19,83 ± 2,5a<<strong>br</strong> />

h° 114,07 ± 1,46a 106,93 ± 0,63b 108,43 ± 1,15b<<strong>br</strong> />

L* 18,43 ± 2,25b 34,90 ± 2,16a 28,90 ± 6,50a<<strong>br</strong> />

*As médias seguidas pela mesma letra não diferem estatisticamente pelo teste de Tukey a 5% de<<strong>br</strong> />

probabilidade.<<strong>br</strong> />

CONCLUSÃO<<strong>br</strong> />

A secagem por convecção forçada<<strong>br</strong> />

conduziu a uma maior taxa de secagem que a<<strong>br</strong> />

secagem por liofilização, alcançando,<<strong>br</strong> />

consequentemente o teor final de umidade<<strong>br</strong> />

equilí<strong>br</strong>io em um menor tempo.<<strong>br</strong> />

As equações, de Lewis, Brooker, Page e<<strong>br</strong> />

Logarítmica usadas para ajustar o<<strong>br</strong> />

comportamento da cinética de secagem se<<strong>br</strong> />

mostraram eficientes com altos valores de<<strong>br</strong> />

coeficientes de correlação e podem ser<<strong>br</strong> />

utilizadas para descrever o processo de secagem<<strong>br</strong> />

do ramo de coentro.<<strong>br</strong> />

As condições em que os métodos de<<strong>br</strong> />

secagem foram estudados neste trabalho não<<strong>br</strong> />

provocou alterações significativas (p


Cinética de secagem convectiva e liofilização de ramos de coentro: Estudo da influência dos processos.... Santos et al. 335<<strong>br</strong> />

sp.) em fatias. Ciência e Tecnologia de<<strong>br</strong> />

Alimentos, v. 21, n. 3, p. 288-292, 2001.<<strong>br</strong> />

Queiroz, M. R.; Ne<strong>br</strong>a, S. A. Theoretical and<<strong>br</strong> />

experimental analysis of drying kinetics of<<strong>br</strong> />

bananas. Journal of Food Engineering, v.<<strong>br</strong> />

47, n. 2, p. 127-132, 2001.<<strong>br</strong> />

Sato, A. C. K.; Cunha, R. L. da; Avaliação da<<strong>br</strong> />

Cor, Textura e Transparência de Massa<<strong>br</strong> />

Durante o Processamento de Goiabas em<<strong>br</strong> />

Calda. Braz. J. Food Technol., v.8, n.2, p.<<strong>br</strong> />

149-156, 2005.<<strong>br</strong> />

Schwartz, M. M.; Nunez, K. H.; Munoz, A. A.<<strong>br</strong> />

M.; Efecto de la temperatura de<<strong>br</strong> />

concentración de pulpa de kiwi so<strong>br</strong>e el<<strong>br</strong> />

color, clorofila y ácido ascórbico. Archivos<<strong>br</strong> />

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