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KARATE DO O MEU MODO DE VIDA.pdf - Visionvox

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maior atenção as discussões entre ambos, e assim aprendi muito sobre a arte tanto em<br />

seus aspectos espirituais como físicos.<br />

Não fosse por esses dois grandes mestres, eu seria uma pessoa bem diferente hoje<br />

em dia. Considero ser quase impossível expressar minha gratidão a eles por me<br />

orientarem ao longo do caminho que me proporcionou minha principal fonte de gratificação<br />

durante oito décadas de minha vida.<br />

Reconhecimento do Absurdo<br />

Sinto ser essencial, bem no começo, inserir um breve comentário sobre o que o karatê<br />

não é, pois foram escritas muitas coisas absurdas sobre o assunto nos últimos anos. Mais<br />

adiante, quando a ocasião se apresentar, tentarei deixar claro o que o karatê é de fato.<br />

Antes de prosseguir, porém, penso ser correto esclarecer alguns dos equívocos que<br />

continuam a obscurecer a natureza essencial dessa arte.<br />

Por exemplo, certa vez ouvi alguém que se declarava uma autoridade dizer a seus<br />

espantosos ouvintes que “no karatê, temos um kata chamado nukite. Usando apenas os<br />

cinco dedos de uma das mãos, um homem pode perfurar a caixa torácica de seu adversário,<br />

agarrar os ossos e arrancá-los do corpo. Naturalmente”, continuava a pretensa<br />

autoridade, “este é um kata muito difícil de dominar, O praticante começa a exercitá-lo<br />

golpeando feijões dentro de um barril todos os dias durante horas e horas, milhares e<br />

milhares de vezes. Inicialmente, os dedos ficam dilacerados pelo exercício, e as mãos<br />

sangram. Depois, como a cada vez o sangue coagula, a forma dos dedos se altera<br />

grotescamente.<br />

“Por fim, a sensação de dor desaparece. Então o feijão é substituído por areia, pois<br />

esta é mais concentrada e os dedos encontram uma resistência muito maior. Apesar disso,<br />

à medida que o treinamento continua, os dedos finalmente trespassam a areia e alcançam<br />

o fundo do barril. O treinamento seguinte é feito com pedregulho, até que, aqui também<br />

depois de longa prática, o sucesso é alcançado. Finalmente, bolínhas de chumbo<br />

substituem o pedregulho. Depois de sessões de treinamento longas e vigorosas, os dedos<br />

estarão suficientemente fortes não somente para quebrar uma tábua grossa mas também<br />

para esmagar sem dificuldades uma pedra grande ou perfurar o couro de um cavalo.”<br />

Sem dúvida, muitos dos que ouviram essa estranha exposição saíram acreditando<br />

nela. Por um motivo ou outro, muitos estudantes de karatê ainda optam por fomentar tais<br />

mitos. Por exemplo, alguém que esteja pouco familiarizado com a arte pode dizer a um<br />

perito: “Entendo que você pratica karatê. Diga-me, você pode mesmo esmigalhar uma

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