OBSERVATORIO DO ANALISTA EM REVISTA - 2 EDICAO
Revista eletrônica do site Observatório do Analista. Criação coletiva de Analistas-Tributários da Receita Federal do Brasil.
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prática, tanto mais presente<br />
quanto maior o rendimento, é<br />
estimulada por empresas privadas,<br />
igualmente interessadas<br />
na menor tributação de<br />
sua força laboral. Trata-se de<br />
evasão fiscal planejada e praticada<br />
pelas duas pontas do<br />
negócio, ou seja, a “Pejotização”.<br />
Um dos regimes fiscais que<br />
mais incentivou o empreendedorismo<br />
no País também abriu<br />
a porta de acesso a esse tipo<br />
de planejamento tributário –<br />
trata-se do Simples Nacional –<br />
que continua a evoluir abrangendo<br />
maior número de atividades<br />
para adesão. O<br />
rendimento do trabalhador<br />
nesse regime obtém na prática<br />
a isenção do imposto de<br />
renda sobre seus “lucros”, assim<br />
como da contribuição previdenciária.<br />
Basta recolher<br />
mensalmente o valor estipulado<br />
pelo sistema, embolsar a<br />
diferença e apurar o “lucro<br />
anual”, isento de tributação.<br />
Muito distante, portanto, da<br />
maioria dos assalariados no<br />
mercado formal.<br />
Parte relevante da proliferação<br />
de ME e EPP em prestação<br />
de serviços nos últimos<br />
anos não se deve a “novos”<br />
empreendimentos, mas sim à<br />
criação de empresas de uma<br />
só pessoa, a “famosa” PJ (ou<br />
Pessoa Jurídica), estimulada<br />
por uma estrutura tributária<br />
trabalhista anacrônica. Tanto<br />
sob o aspecto fazendário como<br />
sob o previdenciário essa<br />
prática compromete a arrecadação<br />
tributária e a capacidade<br />
de financiamento do<br />
Estado. É sob a perspectiva<br />
estratégica e não administrativa<br />
que o tema deve ser enfrentado.<br />
Desde o sucesso do Plano<br />
Real a economia brasileira<br />
tem festejado o aumento da<br />
renda e do emprego. Diante<br />
das novas políticas públicas<br />
em resposta às necessidades<br />
sociais, aumentou a carência<br />
de recursos para o financiamento<br />
do Estado, especialmente<br />
da Seguridade Social,<br />
o que causou a criação de novas<br />
contribuições sociais e a<br />
complexidade fiscal para as<br />
empresas. Com relação às<br />
pessoas físicas, entretanto,<br />
apenas foi criada uma nova<br />
estratificação de faixas tributárias.<br />
A adesão ao regime do<br />
Simples Nacional pela “nova<br />
classe média” foi decorrência<br />
do acidentado terreno delimitado<br />
por um lado pela legislação<br />
trabalhista e por outro<br />
pela legislação tributária corporativa.<br />
No arranjo, os dois<br />
atores saem “ganhando” – o<br />
capital e o trabalho – à margem<br />
do Tesouro, ou do Estado.<br />
Desde o primeiro nível da administração<br />
da empresa, onde<br />
se tem o pagamento do pro<br />
labore, até os níveis gerenciais<br />
e de alta especialização,<br />
existe a possibilidade da remuneração<br />
através da prestação<br />
de serviços prestados por<br />
PJ. Há alguns anos existia o<br />
elevado risco de contratação<br />
através desse regime, posto<br />
que é naturalmente sujeito a<br />
contenciosos trabalhistas, mas<br />
com o tempo a prática, associada<br />
a uma rede de consultas<br />
prévias entre empresas tomadoras,<br />
reduziu as chances de<br />
causas trabalhistas indesejáveis.<br />
Basta uma referência<br />
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