FOO FIGHTERS - Metro

14 www.readmetro.com
cultura
QUARTA-FEIRA, 1º DE FEVEREIRO DE 2012
Arte
sem
idade
Yure Romão se divide entre o samba, a poesia, a performance e a faculdade
FOTOS BRUNA PRADO / METRO RIO
Do samba ao rap, jovens cariocas fazem arte e renovam o perfil cultural da cidade Grafiteiros e artistas
plásticos transformam muros, paredes e até o pedalinho da Lagoa Blogueira estudante lança primeiro livro
Tito Senna possui obras por toda a cidade
Escolher a carreira sempre é
complicado. No caso de seis
jovens, a opção pela arte foi
natural. Aos 20 e poucos
anos, eles ainda não enxergam
nos livros, pinturas e
canções um ofício. Mas o
primeiro passo para viver
de arte já foi dado e eles estão
renovando a agenda cultural
carioca.
“Eu me considero um cara
que quer trabalhar com
arte. Se isso é ser artista, eu
sou”, define Yure Romão, de
20 anos, um estudante de
Letras que mergulhou no
mundo do choro aos 12
anos de idade.
Poeta, leva a sério ao escrever
suas canções. Já tocou
em festivais universitários,
no teatro municipal de
Niterói e no Circo Voador.
Venceu um concurso de
poesia promovido pelo consulado
da França. E assim
vai levando a vida:
“Hoje existe uma
inversão. Se você
gosta de uma coisa,
é hobby; se não
gosta, é trabalho.”
YURE ROMÃO, MÚSICO E POETA
“Quero viver de poesia,
teatro, música e performance”,
explica Yure.
As letras também são
companheiras de Íris Figueiredo,
de 19 anos, estudante
de Comunicação Social na
Universidade Federal do Rio
de Janeiro. Ele vive entre os
livros da faculdade e, agora,
um de sua autoria: “Dividindo
Mel”, uma comédia romântica
lançada há um mês
pela editora Draco.
“Na noite de autógrafos
achei que não ia ninguém.
Começou a aparecer pessoas
que liam o meu blog
que eu nem conhecia”, recorda
Irís, que já está preparando
sua segunda obra:
“Não me imagino fazendo
outra coisa. Sempre escrevi.
Todo dia, pelo menos
por meia hora. Disse uma
vez que ia ter um livro antes
dos 20 anos, consegui”, comemora
a jovem.
Grafites
Nos muros, o grafite fez do
cinza um mosaico de cores
e formas nada convencionais.
Uma nova geração de
grafiteiros tem tornado o
cotidiano mais divertido.
Um deles é Tito Senna, de
25 anos – artista plástico,
dono de uma marca de roupa
urbana e grafiteiro. Ao
ser perguntado se tantas
funções entram em conflito,
Senna é objetivo.
“Vejo que criar coisas é o
que devemos fazer”, diz Tito,
acrescentando. “As pessoas
não conseguem dizer
que são mais de uma coisa.
Eu busco quais habilidades
eu posso ter”, pondera.
No currículo de Tito há
as novas pinturas dos pedalinhos
da Lagoa; a parede ao
lado do Maison de France,
que muda a cada ano pelo
artista; a marca de roupa
For; e o projeto de uma exposição
e de um livro sobre
a história do grafite no Rio.
Outro artista plástico e
grafiteiro que tem conseguido
sucesso é Leonardo Leal,
19 anos, estudante de Arquitetura
da PUC. Recentemente,
ele teve sua obra vista pelo
grande público. Leal foi
um dos criadores das vaquinhas
da Cow Parade. “Vi a
atualização no Facebook de
um amigo que é artista para
se inscrever e só faltava um
dia. Fiz o desenho, fui selecionado.
Tudo isso em vinte
e quatro horas”, conta Leonardo.
METRO RIO
Leo Leal descobriu a inscrição da Cow Parade pelo Facebook
NA RIMA
Dupla de
rap vence
preconceito
Maurício, de 20 anos, e Márcio, de 21,
formam a dupla de rap Carta na Manga
A dupla Carta na Manga,
criada em 2009 por
Maurício Monteiro, de
20 anos, e Márcio Gabriel,
de 21, lançou de
forma independente
seu primeiro álbum em
dezembro. Até realizar
o sonho, nem a própria
família acreditava
neles. “Nem meu irmão,
que hoje é grande
fã, acreditava na gente,
achava que era brincadeira”,
lembra Maurício.
Márcio diz que o cenário
musical também mudou.
“Há três anos, não tinha
muito espaço para o nosso
estilo, até porque somos da
zona sul e havia preconceito
da galera de outras áreas.
Hoje, fazemos shows em
universidades e em comunidades,
sem distinção”.
METRO RIO