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É OBRIGADO - Sindicato dos Médicos do Estado de Santa Catarina

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SÃO JOS<strong>É</strong><br />

<strong>Médicos</strong> <strong>de</strong> São José <strong>de</strong>ci<strong>de</strong>m entrar<br />

com ação judicial<br />

Consi<strong>de</strong>ran<strong>do</strong> o esgotamento das negociações políticas, os médicos efetivos <strong>de</strong> São José autorizam<br />

a Assessoria Jurídica <strong>do</strong> SIMESC a entrar com Dissídio Coletivo e <strong>de</strong>nunciar no Ministério Público<br />

e <strong>do</strong> Trabalho as irregularida<strong>de</strong>s constatadas<br />

Em 23 <strong>de</strong> março <strong>de</strong> 2009, o Corpo Clínico<br />

da Prefeitura <strong>de</strong> São José resolveu, em assembléia,<br />

paralisar as ativida<strong>de</strong>s. Motivo:<br />

o não cumprimento da Prefeitura Municipal<br />

<strong>de</strong> São José (PMSJ) quanto ao pagamento<br />

<strong><strong>do</strong>s</strong> salários e o <strong>de</strong>scaso quanto<br />

à falta <strong>de</strong> condições no ambiente <strong>de</strong> trabalho.<br />

Atitu<strong>de</strong> já realizada no ano passa<strong>do</strong>.<br />

Depois <strong>de</strong> várias negociações, no fim <strong>do</strong><br />

ano passa<strong>do</strong>, a Prefeitura se comprometeu<br />

a solucionar o problema, fazen<strong>do</strong> com<br />

que os médicos retornassem ao trabalho.<br />

Mas, isso não foi bem o que aconteceu.<br />

Em novembro <strong>de</strong> 2008, os presi<strong>de</strong>ntes<br />

das entida<strong>de</strong>s médicas <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong>, que<br />

constituem o Conselho Superior das<br />

Entida<strong>de</strong>s Médicas <strong>de</strong> <strong>Santa</strong> <strong>Catarina</strong><br />

(COSEMESC), foram convoca<strong><strong>do</strong>s</strong> a comparecer<br />

à audiência com o Procura<strong>do</strong>r <strong>do</strong><br />

Trabalho, Dr. Marcelo J. Ferlin D’Ambroso,<br />

para discutir as reivindicações <strong><strong>do</strong>s</strong> médicos<br />

<strong>do</strong> município <strong>de</strong> São José e o cumprimento<br />

<strong>do</strong> Termo <strong>de</strong> Compromisso <strong>de</strong><br />

Ajustamento <strong>de</strong> Conduta (TCAC), firma<strong>do</strong><br />

em 26 <strong>de</strong> outubro <strong>de</strong> 2007, on<strong>de</strong> o não<br />

cumprimento resultaria numa multa <strong>de</strong> R$<br />

1milhão <strong>de</strong> reais ao município e gestores.<br />

Na ocasião, os presi<strong>de</strong>ntes foram cientifica<strong><strong>do</strong>s</strong><br />

da existência <strong>do</strong> inquérito civil nº.<br />

516-2005, para apurar a instituição <strong>de</strong><br />

novo Plano <strong>de</strong> Cargos, Carreiras e Salários<br />

(PCCS) ao município <strong>de</strong> São José<br />

e obrigações contrárias à precarização da<br />

saú<strong>de</strong> municipal, sen<strong>do</strong>-lhes entregue cópia<br />

TCAC <strong>de</strong> fls. 450/459. O presi<strong>de</strong>nte<br />

<strong>do</strong> <strong>Sindicato</strong> <strong><strong>do</strong>s</strong> <strong>Médicos</strong> <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong><br />

<strong>Santa</strong> <strong>Catarina</strong> (SIMESC), Dr. João Pedro<br />

Carreirão Neto, esclareceu que várias<br />

unida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> no município estavam<br />

com condições precárias <strong>de</strong> trabalho.<br />

Depois da assembléia geral extraordinária,<br />

ocorrida em 16 <strong>de</strong> março <strong>de</strong> 2009, os médicos<br />

<strong>de</strong> São José <strong>de</strong>cidiram paralisar as<br />

ativida<strong>de</strong>s a partir <strong>de</strong> 23 daquele mês, por<br />

prazo in<strong>de</strong>termina<strong>do</strong>, no intuito <strong>de</strong> reabrir<br />

negociação com a PMSJ, para atendimento<br />

das reivindicações da categoria, ten<strong>do</strong><br />

como principal questão o reajuste salarial.<br />

No comunica<strong>do</strong>, envia<strong>do</strong> à Prefeitura e a<br />

Secretaria <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>, os médicos informaram<br />

que tal <strong>de</strong>cisão foi tomada, <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> ao<br />

total <strong>de</strong>scaso da Prefeitura em relação à<br />

situação. Ainda no <strong>do</strong>cumento, o corpo<br />

clínico informou que aguardava urgente<br />

manifestação <strong>do</strong> Prefeito para reiniciarem<br />

o processo <strong>de</strong> negociação, buscan<strong>do</strong><br />

o menor prejuízo possível à população.<br />

O gestor não apresentou nenhuma proposta.<br />

Segun<strong>do</strong> o pediatra e membro da<br />

Comissão <strong>de</strong> Mobilização, Dr. João Batista<br />

Berto, informou que a categoria <strong>de</strong>seja<br />

a equiparação salarial com os médicos <strong>do</strong><br />

Programa <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> da Família (PSF), que<br />

ganham R$ 6,2 mil (seis mil e duzentos<br />

reais) por 08 horas diárias. Berto aponta<br />

que os R$ 1,6 mil (mil e seiscentos reais)<br />

pagos por 04 horas diárias aos médicos<br />

efetivos são consi<strong>de</strong>ra<strong><strong>do</strong>s</strong> bastante <strong>de</strong>fasa<strong><strong>do</strong>s</strong>.<br />

“Além disso, trabalhamos em<br />

condições precárias. Em toda a re<strong>de</strong>,<br />

só há um aparelho <strong>de</strong> ultra-sonografia<br />

para todas as gestantes. Também faltam<br />

Raios-X e laboratórios”, reclama. Para<br />

o Secretário <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>, o pedi<strong>do</strong> <strong><strong>do</strong>s</strong><br />

médicos esbarrava no fluxo <strong>de</strong> caixa e<br />

nos limites orçamentários <strong>do</strong> município.<br />

No início <strong>de</strong> abril, o Secretário Municipal<br />

<strong>de</strong> Administração apresentou uma<br />

contraproposta oferecen<strong>do</strong> R$ 301 reais<br />

(trezentos e um reais) <strong>de</strong> função gratificada<br />

à classe. Como a prefeitura afirma que não<br />

tem recursos para equiparar os vencimentos<br />

(ao salário <strong>de</strong> R$ 6.200,00 <strong><strong>do</strong>s</strong> clínicos<br />

gerais <strong>do</strong> PSF), a comissão <strong>de</strong> especialistas<br />

responsáveis pelas negociações,<br />

apresentou pedi<strong>do</strong> <strong>de</strong> redução <strong>de</strong> 50%<br />

da carga horária e R$ 500 <strong>de</strong> gratificação.<br />

Os médicos <strong>de</strong>cidiram rejeitar a proposta<br />

apresentada horas antes pelo governo e<br />

manter a paralisação. Para o Secretário<br />

<strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>, a Lei <strong>de</strong> Responsabilida<strong>de</strong><br />

Fiscal impe<strong>de</strong> o governo <strong>de</strong> promover<br />

reajuste nesse momento. Segun<strong>do</strong> ele,<br />

São José aplica hoje 52,8% <strong>de</strong> sua arrecadação<br />

com folha <strong>de</strong> pagamento,<br />

quan<strong>do</strong> a lei <strong>de</strong>termina um limite <strong>de</strong> 54%.<br />

O Prefeito ofereceu uma gratificação <strong>de</strong><br />

especialida<strong>de</strong> médica no valor <strong>de</strong> aproximadamente<br />

R$ 300,00. No entanto, a<br />

reivindicação <strong><strong>do</strong>s</strong> médicos é <strong>de</strong> 35% sobre<br />

o valor <strong>do</strong> vencimento, o que correspon<strong>de</strong><br />

a pouco mais <strong>de</strong> R$ 500,00. Os médicos<br />

ainda pleiteiam uma isonomia salarial<br />

com os médicos <strong>do</strong> PSF, que recebem<br />

R$ 3.100,00 para quatro horas diárias <strong>de</strong><br />

trabalho. O prefeito se comprometeu em<br />

fazer uma proposta <strong>de</strong> escalonamento.<br />

A assessoria jurídica <strong>do</strong> SIMESC produziu<br />

um “termo <strong>de</strong> acor<strong>do</strong>”. Dentre as<br />

cláusulas está a primeira que diz: “fica<br />

oficialmente reconhecida pela Prefeitura<br />

<strong>de</strong> São José/SC, a <strong>de</strong>fasagem salarial<br />

existente entre os <strong>Médicos</strong> Efetivos e as<br />

equipes da Estratégia <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> da Família.<br />

Reconhece-se, também, que tal discrepância<br />

não tem razão <strong>de</strong> prosseguir,<br />

reconhecen<strong>do</strong>-se o direito <strong><strong>do</strong>s</strong> <strong>Médicos</strong><br />

Efetivos em ver seus vencimentos e vantagens<br />

equipara<strong><strong>do</strong>s</strong> às daquela categoria.”<br />

Ten<strong>do</strong> em vista o não segmento das negociações<br />

<strong>do</strong> Corpo Clínico <strong>de</strong> São José<br />

com a Prefeitura, a Diretoria Executiva,<br />

aprovou, por unanimida<strong>de</strong>, a proposta<br />

da Assessoria Jurídica da Entida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

impetrar, na justiça comum, com Dissídio<br />

Coletivo, com objetivo <strong>de</strong> garantir as<br />

condições <strong>de</strong> trabalho, quanto às negociações.<br />

Na ocasião, a assessoria jurídica<br />

<strong>do</strong> SIMESC sugeriu que os médicos<br />

retomassem as ativida<strong>de</strong>s e entrassem<br />

com ação, assim não per<strong>de</strong>riam a credibilida<strong>de</strong><br />

política ainda existente. Informaram<br />

que o Dissídio Coletivo não impe<strong>de</strong><br />

que futuramente os médicos possam<br />

entrar com uma Ação Judicial Individual.

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