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N.º - Ordem dos Enfermeiros

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Consigo pela Sua Saúde<br />

SECÇÃO REGIONAL DO CENTRO<br />

Viver com epilepsia<br />

Pe d r o Ric a r d o C. Go n ç a l v e s<br />

Enfermeiro<br />

An a Ma r g a r i d a S. Ar a ú j o<br />

Estudante Curso de Licenciatura em Enfermagem<br />

Antigamente a Epilepsia era escondida da sociedade. Ter<br />

epilepsia indicava ser portador de uma doença mental ou contagiosa,<br />

de transmissão hereditária obrigatória e sem cura.<br />

Contudo, hoje em dia, já existe uma concepção diferente.<br />

De forma a esclarecer o máximo de pessoas possível sobre esta<br />

doença que em cada mil afecta 4 a 7 Portugueses, expõe-se aqui<br />

alguma informação.<br />

Sabe-se que, embora seja mais frequente o desenvolvimento<br />

da epilepsia até aos 25 e depois <strong>dos</strong> 65 anos de idade, esta<br />

pode afectar todo o tipo de pessoas, de qualquer sexo e idade.<br />

Trata-se de um distúrbio que afecta o cérebro e que se expressa<br />

através de crises: as convulsões. Estas são causadas devido<br />

a uma descarga anormal de alguns neurónios cerebrais que,<br />

consequentemente provocam perturbações do movimento,<br />

sensibilidade e consciência, durante alguns segun<strong>dos</strong> ou vários<br />

minutos. Nesta altura, a pessoa não é capaz de se controlar.<br />

É importante perceber que 80% das crises se controlam<br />

com a medicação e que, actualmente, existem novas terapêuticas<br />

com elevada eficácia e com menos efeitos secundários.<br />

Aconselha-se o doente epiléptico a contar às pessoas mais<br />

próximas sobre a sua doença, explicando os procedimentos a<br />

ter durante uma potencial crise epiléptica. Também é importante<br />

que este tenha consigo um cartão que informe que tem<br />

Epilepsia e que contenha algumas informações gerais como<br />

alergias, medicamentos e contactos de emergência. Este documento<br />

é útil e poderá prevenir graves problemas. Também<br />

poderá utilizar o telemóvel com estes da<strong>dos</strong> básicos.<br />

No âmbito da Saúde, o Enfermeiro assume um papel fundamental<br />

na educação para a saúde da pessoa com Epilepsia e<br />

família. O grande desafio para estes doentes passa por adoptar<br />

um estilo de vida saudável, nomeadamente:<br />

- Ter uma alimentação equilibrada e nutritiva;<br />

- Praticar exercício físico com regularidade;<br />

- Cumprir o horário da medicação, podendo distribuir os<br />

medicamentos da semana numa caixa, escrevendo notas ou utilizando<br />

alarmes;<br />

- Dormir bem, 7 a 10 horas por noite, dependendo da sua<br />

idade;<br />

- Reduzir o stress, com técnicas de relaxamento e divertindo-se;<br />

- Evitar a prática de desportos de alto risco – futebol, alpinismo,<br />

parapente, asa-delta, pesca submarina, nunca nadando<br />

sozinho;<br />

- Não tomar banho de imersão;<br />

- Evitar alguns medicamentos;<br />

- Evitar a ingestão de estimulantes (café, álcool, drogas);<br />

- Evitar mudanças súbitas de intensidade luminosa ou luzes<br />

intermitentes (presentes nas discotecas, televisão, computador),<br />

no caso de epilepsias fotossensitivas. Instale um filtro<br />

no computador;<br />

- Evitar ambientes com muito ruído;<br />

- Tornar a sua casa segura, prevenindo quedas e outros acidentes;<br />

- Evitar algumas profissões: condutor de transportes públicos<br />

e de camiões; piloto de transportes aéreos; mergulhador;<br />

bombeiro e actividades que envolvam exposição sem protecção<br />

a grandes alturas ou o manuseamento de produtos químicos e<br />

máquinas perigosas.<br />

A nível sexual constata-se que devido a efeitos secundários<br />

da medicação e/ou perturbações psicológicas, o desejo e o prazer<br />

sexual podem diminuir.<br />

Assim, o doente epiléptico deve consultar regularmente o<br />

seu Neurologista para avaliar a sua situação clínica e a eficácia<br />

da terapêutica. É importante que nunca pare ou altere a medicação<br />

por iniciativa<br />

própria e aconselha-se<br />

a anotar as crises epilépticas<br />

que vão surgindo,<br />

fazendo parte delas,<br />

a hora e o eventual motivo<br />

que as despoletou.<br />

Sites de interesse:<br />

www.epilepsia.pt (EPI – Associação<br />

Portuguesa de Familiares,<br />

Amigos e Pessoas com<br />

Epilepsia; Liga Portuguesa<br />

contra a Epilepsia)<br />

www.epico.pt (Epilepsia. Conhecimento.<br />

Oportunidades)<br />

A pessoa com<br />

Epilepsia pode ter<br />

uma vida igual a<br />

qualquer outra<br />

pessoa! É necessário<br />

uma atitude positiva<br />

face à vida.<br />

12 | Enfermagem e o Cidadão

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