N.º - Ordem dos Enfermeiros
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To<strong>dos</strong> os Dias são Dias<br />
SECÇÃO REGIONAL DO CENTRO<br />
11 de Julho de 2010<br />
Dia Mundial da População<br />
An a n d a Fe r n a n d e s<br />
Professora Coordenadora<br />
Especialista em Enfermagem de Saúde Infantil e Pediátrica<br />
“Os americanos comem ostras mas<br />
não caracóis. Os franceses comem caracóis<br />
mas não orelheira. Os portugueses comem<br />
orelheira mas não peixe cru. Os holandeses<br />
comem peixe cru<br />
mas não grilos. Os zulus<br />
comem grilos mas não<br />
peixe. Os judeus comem<br />
peixe mas não porco.<br />
Os hindus comem porco<br />
mas não vaca. Os russos<br />
comem vaca mas não<br />
cobras. Os chineses acham a<br />
sopa de cobra deliciosa”.<br />
(Desconhecido)<br />
O número de cidadãos estrangeiros residentes em Portugal<br />
tem vindo a aumentar desde há 30 anos. As regiões com maior<br />
actividade económica são os destinos mais frequentes <strong>dos</strong> imigrantes:<br />
Lisboa, Faro e Setúbal. Apesar de apenas 5 em cada<br />
100 pessoas serem provenientes de outro país, é cada vez mais<br />
frequente cruzarmo-nos na rua, no supermercado ou até nos<br />
locais de trabalho com pessoas de nacionalidade estrangeira<br />
que trabalham em Portugal. A comunidade maior vem do Brasil<br />
(24% <strong>dos</strong> residentes estrangeiros), seguindo-se os cidadãos<br />
da Ucrânia (12%), Cabo Verde (12%), Angola (6%), Roménia<br />
(6%), Guiné-Bissau (6%), Moldávia (5%) e outros*. Para quem<br />
não saiba, qualquer cidadão estrangeiro residente em Portugal,<br />
esteja ou não legalizado, tem direito a ser atendido nos Centros<br />
de Saúde e Hospitais do Serviço Nacional de Saúde.<br />
Nos serviços de saúde, também cerca de 5 em cada 100<br />
profissionais de saúde vêm de outros países: União Europeia,<br />
sobretudo Espanha, e em menor número Brasil, Angola e Guiné.<br />
Neste encontro entre pessoas de culturas diferentes, descobrimos<br />
hábitos relaciona<strong>dos</strong> com o nascimento, a alimentação<br />
e até com a morte, que nos surpreendem e nos fazem pensar<br />
sobre os nossos próprios hábitos.<br />
Mas as diferenças de hábitos não surgem apenas entre pessoas<br />
de países diferentes. No nosso pequeno país há também<br />
diferenças importantes entre as pessoas de diferentes regiões,<br />
entre pessoas do meio rural e urbano, entre pessoas com mais<br />
e menos instrução, de família para família. Enfim, cada um de<br />
nós tem os seus próprios hábitos e valores: tem a sua própria<br />
cultura.<br />
Dos enfermeiros espera-se o respeito pelos valores, costumes,<br />
crenças espirituais e práticas de cada pessoa e família. Para<br />
promover a saúde, prevenir a doença e facilitar a recuperação<br />
<strong>dos</strong> doentes, os enfermeiros têm que ser competentes nas relações<br />
que estabelecem com as pessoas e as famílias, nas técnicas<br />
que realizam, e também têm que ser culturalmente competentes.<br />
Isto é, têm que ser capazes de reconhecer as diferenças e<br />
respeitar os valores e as tradições. Mas têm também o dever de<br />
identificar as práticas que podem pôr em risco a saúde e de dar<br />
a informação necessária para que as pessoas possam fazer escolhas<br />
mais saudáveis, chegando a um acordo sobre os melhores<br />
cuida<strong>dos</strong> para a sua saúde.<br />
* Fonte: Serviço de Estrangeiros e Fronteiras – Relatório de Imigração,<br />
Fronteiras e Asilo. SEF, 2008.<br />
6 | Enfermagem e o Cidadão