Versão PDF - correio de venezuela
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05 a 11 <strong>de</strong> maio <strong>de</strong> 2011 • <strong>correio</strong> <strong>de</strong> <strong>venezuela</strong><br />
1 <strong>de</strong> janeiro <strong>de</strong> 2006) todos que, como<br />
eu, estavam na área equivalente do Ministério<br />
da Agricultura a recibos ver<strong>de</strong>s,<br />
per<strong>de</strong>mos o emprego. Foi esse o motivo<br />
que me levou a abandonar o país", explica<br />
Ana Sofia Afonso. "Depois <strong>de</strong>cidi<br />
mudar <strong>de</strong> área e acabei por me especializar<br />
neste sector, on<strong>de</strong> há muito pouca<br />
gente. Pensei que teria mais hipóteses <strong>de</strong><br />
trabalho", recorda, notando que, apesar<br />
disso, Portugal continua, para já, a não<br />
ser um <strong>de</strong>stino equacionado.<br />
Hoje insiste que, "em tempos <strong>de</strong> crise,<br />
num país em crise" o seu caso "prova<br />
que continua a haver pouco espaço para<br />
profissionais qualificados" na área em<br />
que trabalha. Veterinária, a trabalhar<br />
<strong>de</strong>s<strong>de</strong> 2006 na área da medicina que<br />
envolve estatística, epi<strong>de</strong>miologia e programação,<br />
completou um mestrado em<br />
epi<strong>de</strong>miologia e, em 2008, um doutoramento<br />
em epi<strong>de</strong>miologia, na Universida<strong>de</strong><br />
Erasmus <strong>de</strong> Roterdão. Depois <strong>de</strong><br />
conseguir um contrato direto com o Hospital<br />
<strong>de</strong> Roterdão, candidatou-se a um<br />
cargo na Agência Espanhola dos Medicamentos,<br />
publicado no Boletim Oficial<br />
do Estado. "Fizeram-me uma entrevista<br />
pelo telefone e vim a Madrid para assinar<br />
o contrato", explica. Um outro rosto<br />
da nova realida<strong>de</strong> emigrante é Catarina<br />
Rio, jovem recém-formada que está em<br />
Espanha <strong>de</strong>s<strong>de</strong> outubro do ano passado<br />
a trabalhar para uma multinacional suediáspora<br />
11<br />
A nova rua "Via da Casa dos Açores", inaugurada no final<br />
do passado mês <strong>de</strong> Abril na cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Toronto, é mais uma<br />
distinção à açorianida<strong>de</strong> no Canadá, <strong>de</strong>clarou à Lusa o<br />
presi<strong>de</strong>nte do Governo Regional, Carlos César.<br />
socieda<strong>de</strong>|Oportunida<strong>de</strong>s em Espanha<br />
Os novos rostos<br />
da emigração<br />
São qualificados mas têm<br />
<strong>de</strong> sair do país para arranjar<br />
trabalho<br />
CORREIO/LUSA<br />
Ana Sofia Afonso, epi<strong>de</strong>miologista,<br />
po<strong>de</strong>ria ser o rosto da nova emigração<br />
portuguesa para a Europa: formada,<br />
altamente especializada, sem espaço laboral<br />
em Portugal e contratada, por mérito,<br />
por uma entida<strong>de</strong> espanhola. "Muitos<br />
não conseguem acreditar que seja a<br />
única estrangeira aqui. Entrei por mérito,<br />
num concurso público e posso exercer<br />
aqui a minha área <strong>de</strong> especialida<strong>de</strong>",<br />
diz à Lusa a fármaco-epi<strong>de</strong>miologista,<br />
32 anos, actualmente contratada pela<br />
Agência Espanhola dos Medicamentos.<br />
Referindo que "há muito pouca gente<br />
em Portugal com esta especialida<strong>de</strong>",<br />
admite que sempre lhe disseram que<br />
seria "muito difícil" conseguir emprego<br />
na sua área "sem conhecimentos, sem<br />
cunhas". Os poucos lugares que existem<br />
na área em Portugal estão preenchidos<br />
e, em alguns casos, por pessoas sem a<br />
sua formação académica e experiência<br />
internacional, incluindo mais <strong>de</strong> quatro<br />
anos na Holanda. Recém- chegada<br />
a Espanha, Ana Sofia Afonso saiu <strong>de</strong><br />
Portugal "empurrada" pela instabilida<strong>de</strong><br />
laboral. "Quando a ASAE nasceu (a<br />
Muitos portugueses têm atravessado a fronteira à procura <strong>de</strong> trabalho<br />
Foto: Cortesia<br />
ca <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> ter feito na mesma empresa<br />
um estágio internacional ao abrigo do<br />
programa Leonardo da Vinci. "Vim para<br />
Madrid pelo <strong>de</strong>safio, pela experiência do<br />
estágio. Estava empregada em Portugal,<br />
mas surgiu esta oportunida<strong>de</strong> e não quis<br />
<strong>de</strong>saproveitar pelo que po<strong>de</strong>ria ajudar<br />
em termos <strong>de</strong> currículo", explica. Ainda<br />
com pouca experiência no mercado laboral<br />
espanhol, já reconhece diferenças<br />
entre os dois países, consi<strong>de</strong>rando que<br />
em Espanha são "menos exigentes e menos<br />
profissionais" que em Portugal, mas<br />
que é mais fácil ace<strong>de</strong>r ao mercado laboral<br />
espanhol. Mas, ao contrário <strong>de</strong> Ana<br />
Sofia, Catarina Rio espera regressar "em<br />
breve" a Portugal porque não quer "fazer<br />
vida <strong>de</strong> emigrante".!<br />
PUB<br />
Desemprego multiplicou-se por <strong>de</strong>z <strong>de</strong>s<strong>de</strong> final <strong>de</strong> 2007<br />
O <strong>de</strong>semprego entre os portugueses a<br />
residir em Espanha multiplicou-se por<br />
10 <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o final <strong>de</strong> 2007, último ano<br />
antes da crise económica, com mais <strong>de</strong><br />
23.900 <strong>de</strong>sempregados no final do primeiro<br />
trimestre <strong>de</strong>ste ano. Dados do<br />
Instituto Nacional <strong>de</strong> Estatística (INE)<br />
espanhol, facultados à agência Lusa,<br />
confirmam a tendência <strong>de</strong> crescimento<br />
do <strong>de</strong>semprego entre a comunida<strong>de</strong><br />
portuguesa nos últimos anos, apesar<br />
<strong>de</strong> momentos pontuais <strong>de</strong> alguma melhoria.<br />
Assim, os dados indicam que o <strong>de</strong>semprego<br />
mais que duplicou no início<br />
<strong>de</strong> 2008, chegando aos 10.500 <strong>de</strong>sempregados<br />
no final <strong>de</strong>sse ano. Em 2009<br />
a tendência manteve-se, com o ano<br />
a terminar com 14.100 <strong>de</strong>sempregados,<br />
número que voltou a crescer em<br />
2010- quando estavam <strong>de</strong>sempregados<br />
24.600 portugueses. A situação melhorou<br />
ligeiramente <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o final <strong>de</strong><br />
2010 até ao final <strong>de</strong> março último, com<br />
menos cerca <strong>de</strong> 3% <strong>de</strong> <strong>de</strong>sempregados.<br />
Os dados <strong>de</strong>monstram que os últimos<br />
trimestres <strong>de</strong> cada ano são sempre os<br />
que registam maior <strong>de</strong>semprego entre<br />
os portugueses. De referir que, segundo<br />
dados do INE espanhol, no final <strong>de</strong><br />
2010, residiam em Espanha cerca <strong>de</strong><br />
140.700 portugueses.