Resenha de publicações - Fundação Museu do Homem Americano

Erland Nordenskjoeld (1933) em um estudo sobre a origem das civilizações indígenas da
América do Sul afirma que é muito improvável que as tribos indígenas que vivem nas áreas tropicais
ou sub-tropicais da América do Sul tenham aí chegado através do Pacífico. E diz que “não há traço
de probabilidade da existência de comunicação, na era pré-colombiana, entre a América do Sul e
o Velho Mundo a Leste.”
Em 1934, von Eicksted deu ao homem descoberto por Lund o nome de Homo sapiens lagoanus.
Outros pesquisadores estudaram os fósseis do rio das Velhas:
- Paul Rivet (1908);
- Ales Hrdlicka (1912);
- Arnaldo Cathoud, Anibal Mattos, Harold V. Walter (1937);
- H. Poch (1938);
- T. D. Stewart e Harold V. Walter (1954).
Segundo Paul Rivet (1948) “Esse tipo étnico, chamado paleo-americano ou de Lagoa Santa
encontra-se em toda a América, desde a baixa California, no norte, até a Argentina, no sul, passando
pela região do sudoeste norte-americano (Colorado, Novo México, Arizona, etc), Colômbia, Equador,
Peru e Brasil.....É importante notar que com esta raça relacionam-se, de maneira precisa, os
crânios da gruta de Lagoa Santa, considerados como muito antigos, e os de Fontezuelas, e os de
Arrecifes, que pertencem talvez ao Pleistoceno superior...Este tipo étnico de Lagoa Santa ou paleoamericano,
certamente muito antigo no Novo Mundo, acha-se estreitamente aparentado, por todos
os seus característicos, com o tipo Hipsidolicocéfalo ou dólico-acrocéfalo de Biasutti e Mochi,
dominante na Melanésia”
Marcelin Boule e Henri V. Vallois, 1952 : “ Que não se tenha encontrado na América o menor
traço dum Homem diferente do Homem atual, não poderia ser surpreendente para os
paleontologistas, que bem sabem que a América não é pátria originária dos Primatas
superiores.....Assim, as diversas categorias de documentos concordam em mostrar que o
povoamento da América, embora não seja tão recente quanto se pensava, não pode datar de
muito longe no Pleistoceno. Os mais antigos vestígios do Homem parecem referir-se à fase
final dessa época, mais ou menos como o nosso Paleolítico superior ou o nosso período de
transição entre o Paleolítico e o Neolítico. Isto pode representar 10 a 12 mil anos no máximo
talvez 15.000 anos”. Os autores mostravam suas dúvidas quanto à semelhança entre os crânios
fósseis e os dos índios atuais. Estes têm como um caráter constante a cabeça arredondada,
braquicéfala ou fortemente mesocéfala. E citam o antropólogo americano Stewart (Tepexpan
Man, 1949) que afirma que os crânios pré-históricos da América, têm uma cabeça alongada,
dolicocéfala ou fracamente mesocéfala.
R. Gruhmann (1955) afirma: “ A Austrália e a América só foram colonizadas pela primeira vez
pelo Homo sapiens.”
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