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<strong>jornal</strong> <strong>balcao</strong> <strong>automotivo</strong>_<strong>edicao</strong>-<strong>0068</strong>_<strong>Layout</strong> 1 04/06/2012 11:27 Page 12<br />
12<br />
CAPA<br />
Maio de 2012 | Edição 68<br />
Em algumas<br />
regiões, expansão.<br />
Em outras, nem tanto<br />
Redução dos juros bancários e queda nas vendas de<br />
veículos novos podem refletir no varejo de autopeças.<br />
Ainda é prematuro dizer de que forma, mas executivos<br />
do setor já analisam a situação atual do mercado<br />
Por: Karin Fuchs<br />
Segundo a mais recente estatística<br />
do mercado de reposição, as vendas<br />
no setor cresceram 7% no<br />
ano passado, quando comparadas a<br />
2010, totalizando R$ 73,8 bilhões e,<br />
nos últimos sete anos, o faturamento<br />
do aftermarket teve um incremento de<br />
55%. Os dados se referem a toda<br />
cadeia (fabricantes, distribuidores,<br />
autopeças e reparação).<br />
Enquanto que alguns executivos do<br />
setor confirmam o crescimento, alguns<br />
afirmam que ele ficou aquém do desejado.<br />
E, para este ano, muitos já antecipam<br />
que as vendas se manterão em<br />
um ritmo constante, sem grandes surpresas<br />
ou resultados significativos.<br />
Mesmo com os recentes anúncios<br />
de redução de juros, inicialmente<br />
pelos bancos públicos, seguido pelos<br />
privados, e pela queda nas vendas de<br />
veículos novos – somente em abril, as<br />
vendas tiveram uma retração de 14,2%<br />
e maior ainda foi a queda de venda dos<br />
importados (26%), quando comparado<br />
FOTOS: DIVULGAÇÃO<br />
WALTER DE OLIVEIRA,<br />
PRESIDENTE DO SINCOPEÇAS-GO<br />
ao mês anterior, o varejo ainda não<br />
sentiu os reflexos, mas aposta que efeitos<br />
surtirão.<br />
A queda de vendas dos veículos<br />
novos se explica pela maior restrição<br />
ao crédito, devido aos índices de inadimplência.<br />
Somente em março, na<br />
linha de CDC (Crédito Direto ao<br />
Consumidor), a inadimplência foi na<br />
ordem de 5,7%. No entanto, as campanhas<br />
das montadoras, com taxas<br />
zero em financiamentos de veículos<br />
novos, logo foram para o ar e o<br />
Governo, junto ao Banco Central, já<br />
estuda medidas para reverter<br />
esse cenário.<br />
Para ajudar a desovar os estoques<br />
das montadoras, o governo estuda<br />
liberar parte do dinheiro que os bancos<br />
são obrigados a manter depositados no<br />
Banco Central para aumentar o financiamento<br />
de automóveis. Além disso, a<br />
equipe econômica pode mudar as<br />
regras para ampliação do número de<br />
prestações e redução das entradas e<br />
das taxas de juros dessas operações,<br />
conforme matéria publicada na Folha<br />
de São Paulo, no dia 18 de maio.<br />
Enquanto isso, executivos do setor<br />
e empresários do varejo fazem uma<br />
análise de como está o setor e as perspectivas<br />
com as mudanças anunciadas<br />
no que tange às quedas de juros e de<br />
vendas de veículos zero quilômetro.<br />
EM GOIÁS<br />
Presidente do Sincopeças-GO,<br />
Walter de Oliveira informa que os<br />
resultados de 2011 para o setor, além<br />
do esperado, foram ainda mais positivos<br />
em Goiás. “Nós tivemos um<br />
aumento de 8% nas vendas e, somente<br />
no primeiro trimestre deste ano, a alta<br />
foi de 17%”, especifica.<br />
Sobre a queda de juros dos bancos,<br />
ele diz que ainda é cedo para avaliar,<br />
mas que certamente vai incentivar as<br />
vendas de todos os setores, inclusive o<br />
de autopeças. “Teremos mais dinheiro<br />
circulando no mercado. E, sobre a<br />
redução das vendas de veículos novos,<br />
também é prematuro avaliar os reflexos<br />
no mercado. No entanto, pensando<br />
em longo prazo, quanto mais veículos<br />
novos são vendidos hoje, teremos mais<br />
clientes de autopeças no futuro, pois o<br />
índice de sucateamento de veículos no<br />
Brasil ainda é muito baixo”.<br />
Oliveira antecipa que as vendas no<br />
primeiro semestre deste ano devam<br />
ficar na casa dos 15% a 18% e defende<br />
que para o consumidor aderir mais à<br />
manutenção preventiva deve haver<br />
campanhas de informação e conscientização.<br />
“Não apenas sobre a manutenção<br />
preventiva, que é muito importante,<br />
mas também com relação à<br />
compra de peças usadas sem procedência,<br />
o que incentiva muito o<br />
roubo de carros e a insegurança”,<br />
conclui.<br />
EM SÃO PAULO<br />
Francisco De La Torre, presidente<br />
do Sincopeças-SP, analisa que no ano<br />
de 2011 o varejo teve uma melhora na<br />
rentabilidade, uma vez que o faturamento<br />
aumentou, mesmo com um<br />
número menor de empresas. Já nos<br />
primeiros meses deste ano, diz ele:<br />
“nós tivemos um resultado inferior,<br />
quando comparado ao mesmo período<br />
de 2011. Como o segundo semestre<br />
costuma ser melhor do que o primeiro,<br />
a expectativa é que o desempenho seja<br />
melhor nos próximos meses até por<br />
causa da queda de juros que impulsiona<br />
a economia”, prevê.<br />
Queda que, segundo ele, ainda não<br />
foi sentida pelo mercado. “Ainda não<br />
sentimos o reflexo dessa medida. A<br />
queda das taxas de juros é benéfica<br />
para a economia e, consequentemente,<br />
também é positiva para o varejo”.<br />
E sobre a redução das vendas de<br />
veículos novos ele comenta que o mercado<br />
da reposição atende os com mais<br />
de três anos de uso e como a frota circulante<br />
tem crescido, em média, 7%<br />
nos últimos anos o mercado tem<br />
demanda crescente de manutenção<br />
para atender.<br />
Ainda de acordo com De La Torre,<br />
vale lembrar que a experiência com a<br />
implantação da inspeção ambiental<br />
veicular na cidade de São Paulo deixa<br />
FRANCISCO DE LA TORRE,<br />
PRESIDENTE DO SINCOPEÇAS-SP