14.01.2015 Views

universidade do sul de santa catarina janine geremias ... - Unisul

universidade do sul de santa catarina janine geremias ... - Unisul

universidade do sul de santa catarina janine geremias ... - Unisul

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA<br />

JANINE GEREMIAS CORRÊA<br />

ATIVIDADE ANTIMICROBIANA DE PLANTAS BIOATIVAS SOBRE<br />

MICROORGANISMOS PRESENTES EM HEMOLINFA DE CAMARÕES<br />

Tubarão<br />

Dezembro/2007.


JANINE GEREMIAS CORRÊA<br />

ATIVIDADE ANTIMICROBIANA DE PLANTAS BIOATIVAS SOBRE<br />

MICROORGANISMOS PRESENTES EM HEMOLINFA DE CAMARÕES<br />

Relatório apresenta<strong>do</strong> ao curso <strong>de</strong> graduação<br />

em Engenharia Química como requisito parcial<br />

para aprovação na disciplina Estágio<br />

Supervisiona<strong>do</strong> curricular.<br />

Universida<strong>de</strong> <strong>do</strong> Sul <strong>de</strong> Santa Catarina<br />

Supervisora: Professora Dra. Maria Carminati Lima<br />

Tubarão<br />

Dezembro/2007.


JANINE GEREMIAS CORRÊA<br />

ATIVIDADE ANTIMICROBIANA DE PLANTAS BIOATIVAS SOBRE<br />

MICROORGANISMOS PRESENTES EM HEMOLINFA DE CAMARÕES<br />

Este relatório foi avalia<strong>do</strong> e consi<strong>de</strong>ra<strong>do</strong><br />

a<strong>de</strong>qua<strong>do</strong> como requisito parcial na aprovação<br />

da disciplina Estágio Supervisiona<strong>do</strong> Curricular<br />

em Engenharia Química da Universida<strong>de</strong> <strong>do</strong> Sul<br />

<strong>de</strong> Santa Catarina.<br />

Tubarão, 07 <strong>de</strong> Dezembro <strong>de</strong> 2007.<br />

_____________________________________________________<br />

Supervisora Professora Maria Carminati Lima, Dra<br />

Universida<strong>de</strong> <strong>do</strong> Sul <strong>de</strong> Santa Catarina<br />

_____________________________________________________<br />

Prof. Suzana Cimara Batista, Dra<br />

Universida<strong>de</strong> <strong>do</strong> Sul <strong>de</strong> Santa Catarina<br />

_____________________________________________________<br />

Prof. Dile Pontarolo Stremel, Dr<br />

Universida<strong>de</strong> <strong>do</strong> Sul <strong>de</strong> Santa Catarina


Dedico aos meus pais que sempre me<br />

incentivaram e me apoiaram em to<strong>do</strong>s os<br />

momentos <strong>de</strong> minha vida.<br />

A to<strong>do</strong>s que estiveram ao meu la<strong>do</strong> nesta<br />

caminhada.


AGRADECIMENTOS<br />

A Deus que sempre está ao meu la<strong>do</strong> em to<strong>do</strong>s os momentos<br />

<strong>de</strong> minha vida.<br />

A supervisora pedagógica Dra. Maria Carminati Lima pelas<br />

orientações e sugestões <strong>de</strong>ste estágio.<br />

Ao Msc. Engenheiro Agrônomo Paulo José M. Padilha pelo<br />

aprendiza<strong>do</strong>, paciência e orientações.<br />

À Universida<strong>de</strong> <strong>do</strong> Sul <strong>de</strong> Santa Catarina e ao Curso <strong>de</strong><br />

Engenharia Química que oportunizaram a realização <strong>de</strong>ste trabalho.<br />

À Empresa EPAGRI e LADA por ter aberto os caminhos <strong>de</strong><br />

oportunida<strong>de</strong>, aprendiza<strong>do</strong> e conhecimento na realização <strong>de</strong>ste estágio.<br />

Ao professor <strong>do</strong> Curso da Agronomia da Uni<strong>sul</strong> Jasper Zanco,<br />

por orientações feitas.<br />

A Engenheira Agrônoma da EPAGRI <strong>de</strong> tubarão Juliana<br />

Koening Duarte Lunardi, por orientações feitas.<br />

A Veterinária, Dra Juliana <strong>de</strong> Me<strong>de</strong>iros por orientações,<br />

aprendiza<strong>do</strong>.


RESUMO<br />

A carcinicultura vem sofren<strong>do</strong> nos últimos tempos enfermida<strong>de</strong>s que trouxeram<br />

inúmeras perdas, no qual se <strong>de</strong>stacam as bactérias <strong>do</strong> Gênero Víbrios. O uso <strong>de</strong><br />

antibiótico na carcinicultura não é o recomenda<strong>do</strong>, pois trás inúmeros problemas<br />

tanto para o meio ambiente, hospe<strong>de</strong>iros e para o homem. A busca por uma<br />

alternativa com plantas bioativas foi realiza<strong>do</strong> através <strong>de</strong> testes in vitro com esses<br />

microorganismos. Foram feitos testes com o méto<strong>do</strong> <strong>de</strong> disco <strong>de</strong> difusão em<br />

orifícios com <strong>do</strong>is óleos essenciais o <strong>de</strong> Melaleuca e Tomilho. Esses óleos, segun<strong>do</strong><br />

literaturas possuem ação antimicrobiana contra microorganismos patogênicos.<br />

Através <strong>do</strong>s testes feitos ficou comprova<strong>do</strong> que esses óleos essenciais têm ação<br />

antimicrobiana em presuntivos <strong>de</strong> víbrios presentes na carcinicultura.<br />

Palavras-chave: Carcinicultura, Víbrios, Óleos Essenciais.


LISTA DE FIGURAS<br />

FIGURA 1: LITOPENAUEUS VENNAMEI..........................................................................................13<br />

FIGURA 2: VÍBRIOS SEMEADOS EM MEIO DE TCBS.......................................................................16<br />

FIGURA 3: DESTILAÇÃO DE ÓLEOS ESSENCIAL POR ARRASTE A VAPOR ......................................20<br />

FIGURA 4: PROCESSO DE ENFLEURAGE .....................................................................................21<br />

FIGURA 5: EXTRAÇÃO COM DIÓXIDO DE CARBONO ...................................................................23<br />

FIGURA 6: MELALEUCA ALTERNIFOLIA .....................................................................................23<br />

FIGURA 7: TOMILHO (THYMUS VULGARIS L) .............................................................................25<br />

FIGURA 8: SEMEADURA DE VÍBRIOS EM TCBS.............................................................................28<br />

FIGURA 9: COLÔNIAS COM PRESUNTIVOS DE VÍBRIOS INOCULADOS EM ÁGAR NUTRIENTE<br />

COM 2% DE NACL......................................................................................................................29<br />

FIGURA 10: PRESUNTIVOS DE VÍBRIOS SEMEADOS EM CALDO DE TRIPTONA NACL 2%................30<br />

FIGURA 11: PLACA DE PETRI COM POÇOS ...................................................................................31<br />

FIGURA 12: INÓCULO SENDO ESPALHADO NA PLACA COM ALÇA DE DIGALSKI ...........................31<br />

FIGURA1 3: INTRODUÇÃO DE ÁGUA DESTILADA AUTOCLAVADA E DO ÓLEO ESSENCIAL NOS<br />

POÇOS NA PLACA DE PETRI.........................................................................................................32<br />

FIGURA 14: REPRESENTAÇÃO FOTOGRÁFICA DA AÇÃO ANTIMICROBIANA DO ÓLEO ESSENCIAL DE<br />

MELALEUCA NA COLÔNIA 157 ...................................................................................................33<br />

FIGURA 15: REPRESENTAÇÃO FOTOGRÁFICA DA AÇÃO ANTIMICROBIANA DO ÓLEO ESSENCIAL DE<br />

TOMILHO NA COLÔNIA 157........................................................................................................33<br />

FIGURA 16: SALA DE RECEPÇÃO E PREPARO ..............................................................................41<br />

FIGURA 17: SALA DE ANÁLISE...................................................................................................41<br />

FIGURA 18: SALA DE LIMPEZA...................................................................................................42


LISTA DE QUADROS E TABELAS<br />

QUADRO 1: PRINCIPIOS ATIVOS (ILUSTRADOS) ...........................................................................19<br />

QUADRO 2: CONSTITUINES PRESENTES NA MELALEUCA .............................................................24<br />

TABELA1:RESULTADOS DO TESTE DE DISCO DE DIFUSÃO EM ORIFÍCIOS O RESULTADO É EXPRESSO<br />

EM POSITIVO (OCORRÊNCIA DO HALO) OU NEGATIVO (A NÃO OCORRÊNCIA DO HALO)...............34


SUMÁRIO<br />

AGRADECIMENTOS .............................................................................................................5<br />

RESUMO...................................................................................................................................6<br />

LISTA DE FIGURAS...............................................................................................................7<br />

LISTA DE TABELAS E QUADROS .....................................................................................8<br />

1.0 INTRODUÇÃO ................................................................................................................10<br />

2.0 OBJETIVOS .....................................................................................................................11<br />

2.1 Objetivo Geral ....................................................................................................................11<br />

2. 2 Objetivos Específicos ........................................................................................................11<br />

3.0 LEVANTAMENTO BIBLIOGRÁFICO .......................................................................12<br />

3.1 CARCINICULTURA ...............................................................................................................12<br />

3. 2 A Carcinicultura no Brasil e o Cultivo da Espécie Litopenaues vannamei.......................13<br />

3.3 Os Víbrios na Carcinicultura ..............................................................................................15<br />

3.4 Plantas Bioativas ................................................................................................................17<br />

3.5 Plantas Medicinais..............................................................................................................18<br />

3.6 Óleos essenciais.................................................................................................................19<br />

3.6.1 Destilação por arraste a vapor .........................................................................................20<br />

3.6.2 Eufleurange .....................................................................................................................21<br />

3.6.3 Maceração........................................................................................................................21<br />

3.6.4 Prensagem........................................................................................................................22<br />

3.6.5 Extração com solvente.....................................................................................................22<br />

3.6.6 Extração com dióxi<strong>do</strong> <strong>de</strong> carbono supercrítico ...............................................................22


3.7 Melaleuca ...........................................................................................................................23<br />

3.8 Tomilho ..............................................................................................................................24<br />

4.0 JUSTIFICATIVA DA ATIVIDADE DESENVOLVIDA O PROBLEMA................26<br />

4.1 Meto<strong>do</strong>logia (Materiais e Méto<strong>do</strong>s) ...................................................................................28<br />

4.1.1 Sememadura <strong>de</strong> Presuntivos <strong>de</strong> víbrios na placa <strong>de</strong> petri com TCBS Tios<strong>sul</strong>fato Citrato<br />

<strong>de</strong> Sais <strong>de</strong> Bile).........................................................................................................................28<br />

4.1.2 Semeadura <strong>do</strong> inóculo em cal<strong>do</strong> <strong>de</strong> triptona com 2% <strong>de</strong> NaCl .......................................29<br />

5.0 TESTES IN VITRO .........................................................................................................29<br />

5.1.1 Méto<strong>do</strong> <strong>do</strong> disco <strong>de</strong> difusão em oríficios (Well fusion assay) .......................................29<br />

6.0 RESULTADOS.................................................................................................................32<br />

6.1 Méto<strong>do</strong> <strong>do</strong> disco <strong>de</strong> difusão em orifícios (Well fusion assay ) ..........................................33<br />

7.0 CONCLUSÕES E SUGESTÕES ....................................................................................35<br />

8.0 REFERÊNCIAS ...............................................................................................................36<br />

APÊNDICE A -A EMPRESA................................................................................................41


10<br />

1.0 INTRODUÇÃO<br />

O Brasil, a partir <strong>do</strong> final <strong>do</strong>s anos 90, apresentou um crescimento<br />

exponencial na produção <strong>de</strong> camarões cultiva<strong>do</strong>s. O sucesso e a lucrativida<strong>de</strong> na<br />

carcinicultura foram finalmente alcança<strong>do</strong>s após inúmeras tentativas frustadas <strong>de</strong><br />

cultivos comercialmente sustentáveis, iniciadas na década <strong>de</strong> 70. (PEREIRA et al<br />

2006). A espécie exótica cultivada é natural <strong>do</strong> oceano pacífico <strong>de</strong>nominada <strong>de</strong><br />

Litopenaeus vannamei, <strong>de</strong>monstrou um bom <strong>de</strong>sempenho em cultivo, rusticida<strong>de</strong>,<br />

possuin<strong>do</strong> tecnologia <strong>de</strong> produção e formulação <strong>de</strong> ração balanceada a<strong>de</strong>quada aos<br />

seus requerimentos nutricionais.<br />

Segun<strong>do</strong> (ANDRADE et al 2006), o Brasil <strong>de</strong>ntre outros países<br />

produtores <strong>de</strong> camarão marinho em cativeiro tem enfrenta<strong>do</strong>, nos últimos anos,<br />

vários impactos causa<strong>do</strong>s por enfermida<strong>de</strong>s que contribuíram para a queda <strong>do</strong>s<br />

índices <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento da carcinicultura. Sen<strong>do</strong> que essas enfermida<strong>de</strong>s<br />

po<strong>de</strong>m ser em relação a viroses, bactérias ou até mesmo por méto<strong>do</strong>s errôneos nos<br />

cultivos.<br />

O uso <strong>de</strong> antibióticos na carcinicultura não é regulamenta<strong>do</strong> pelo<br />

Ministério da Agricultura até a presente data no Brasil, pois o uso indiscrimina<strong>do</strong><br />

<strong>de</strong>ste produto apresenta diversos problemas para a carcinicultura,segun<strong>do</strong> países<br />

que fazem uso <strong>de</strong> antibióticos em rações, como México e Equa<strong>do</strong>r.<br />

Para o controle <strong>de</strong>ssas enfermida<strong>de</strong>s, em específico às causadas por<br />

bactérias <strong>do</strong> gênero Víbrios, foi proposto pelo Laboratório <strong>de</strong> Diagnóstico para a<br />

Aqüicultura - LADA testes in vitro com plantas bioativas em específico os óleos<br />

essenciais, que tenham ação antimicrobiana em relação a esses microorganismos.<br />

Será utiliza<strong>do</strong> o méto<strong>do</strong> <strong>do</strong> disco <strong>de</strong> difusão em orifícios, se houver re<strong>sul</strong>ta<strong>do</strong>s<br />

positivos preten<strong>de</strong>-se a dar continuida<strong>de</strong> a fim <strong>de</strong> realizar bioensaios verifican<strong>do</strong> a<br />

ação antimicrobiana <strong>de</strong>sses óleos em rações para camarão .


11<br />

2.0 OBJETIVOS<br />

2.1 OBJETIVO GERAL<br />

Avaliar a ação antimicrobiana in vitro <strong>do</strong>s óleos essências Melaleuca e<br />

Tomilho no combate <strong>de</strong> microorganismos (presuntivo <strong>de</strong> víbrios) no cultivo <strong>de</strong><br />

camarão marinho.<br />

2. 2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS<br />

Realizar técnicas microbiológicas:<br />

a) Repique <strong>de</strong> presuntivo <strong>de</strong> Víbrios em TCBS;<br />

b) Inocular presuntivo Víbrios em cal<strong>do</strong> <strong>de</strong> Triptona com 2% <strong>de</strong> NaCl;<br />

Realizar o méto<strong>do</strong> <strong>de</strong> disco <strong>de</strong> difusão em orifícios para verificar a ação<br />

antimicrobiana <strong>do</strong>s óleos essenciais <strong>de</strong> Melaleuca e Tomilho.


12<br />

3.0 LEVANTAMENTO BIBLIOGRÁFICO<br />

3.1 CARCINICULTURA<br />

Segun<strong>do</strong> PILLAY (1990), as diversas vertentes da aqüicultura são<br />

classificadas conforme o organismo que está sen<strong>do</strong> cultiva<strong>do</strong>, o ambiente no qual é<br />

implementa<strong>do</strong> (dulceaqüicula, marinho ou estuarino) e o tipo <strong>de</strong> sistema utiliza<strong>do</strong><br />

(extensivo, semi-extensivo, intensivo, etc...). Desta forma, a carcinicultua po<strong>de</strong>ria ser<br />

<strong>de</strong>finida como simplesmente sen<strong>do</strong> o cultivo <strong>de</strong> crustáceos, no entanto, esse termo<br />

passou a ser utiliza<strong>do</strong>, quase exclusivamente, para se referir ao cultivo <strong>de</strong> camarão,<br />

seja ele marinho ou não.<br />

A origem da carcinicultua se <strong>de</strong>u no Su<strong>de</strong>ste Asiático, on<strong>de</strong> fazen<strong>de</strong>iros<br />

durante séculos abasteciam viveiros escava<strong>do</strong>s com camarões provenientes <strong>do</strong> mar<br />

(SEIFFER et al. 2000). No entanto, o cultivo mo<strong>de</strong>rno <strong>de</strong> camarão marinho só teve<br />

sua origem em mea<strong>do</strong>s <strong>do</strong>s nos anos trinta, <strong>de</strong>pois que o pesquisa<strong>do</strong>r MOTOSAKU<br />

FUJINAGA obteve sucesso com a reprodução <strong>do</strong> camarão Penaeus japonicus em<br />

cativeiro (ROSENBERRY, 1992.;ROCHA & MAIA, 1998; SEIFFERT et al, 2000).<br />

Nos anos sessenta, ocorreu um <strong>de</strong>clínio <strong>de</strong> pesca <strong>de</strong> camarão marinho,<br />

isso fez com que os pesquisa<strong>do</strong>res, principalmente da França, da China e <strong>de</strong><br />

Taiwan, começassem a investigar mais a fun<strong>do</strong> o potencial <strong>do</strong> cultivo <strong>do</strong>s camarões<br />

marinhos em viveiros. Foi <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> a essas pesquisas que a ativida<strong>de</strong> começou a ser<br />

difundida pelo mun<strong>do</strong>, tornan<strong>do</strong>-se altamente rentável a partir da década <strong>de</strong> 70 em<br />

<strong>de</strong>corrência <strong>do</strong> fornecimento em larga escala <strong>de</strong> camarões juvenis por parte <strong>do</strong>s<br />

laboratórios. Os produtores, por sua vez aumentaram ainda mais suas produções<br />

com a <strong>de</strong>scoberta das técnicas <strong>de</strong> manejo, renovação <strong>de</strong> água e <strong>de</strong> alimentação<br />

(SEIFFERT et al, 2000).<br />

O crescimento da carcinicultua após esse perío<strong>do</strong> foi bastante acelera<strong>do</strong>.<br />

Segun<strong>do</strong> estimativas, a produção <strong>de</strong> camarões marinhos em viveiros em 1975 que<br />

estava em torno <strong>de</strong> 50,00 toneladas, passou para 200,00 toneladas em <strong>de</strong>z anos<br />

(SEIFFERT et al, 2000). Os da<strong>do</strong>s mais recentes da FAO (Food and Agriculture of<br />

the United Nations) indicam que a produção da carcinicultua está oscilan<strong>do</strong> em torno<br />

<strong>de</strong> 712,000 toneladas (FAO, 2002).


13<br />

3.2 A CARCINICULTURA NO BRASIL E O CULTIVO DA ESPÉCIE (LITOPENAEUS<br />

VANNAMEI)<br />

No Brasil, a carcinicultua iniciou-se nos anos 70, na região nor<strong>de</strong>ste <strong>do</strong><br />

país, com o cultivo da espécie nativa Farfante brasiliensis, e da espécie exótica<br />

Marsupenaeus japonicus. No entanto, na década <strong>de</strong> 80 passou-se a cultivar também<br />

o camarão branco <strong>do</strong> Pacífico (Litopenaeus vannamei). A introdução <strong>de</strong>ssa espécie<br />

exótica permitiu e vem permitin<strong>do</strong> um maior avanço da indústria camaroneira no país<br />

(WAINBERG & CAMARA, 1998).<br />

O camarão branco requer temperaturas na faixa <strong>de</strong> 24 a 32º C, po<strong>de</strong>n<strong>do</strong><br />

tolerar <strong>de</strong> 12 a 38º C. Apresentam gran<strong>de</strong> tolerância às variações <strong>de</strong> salinida<strong>de</strong>; <strong>de</strong> 0<br />

a 60%, embora prefiram salinida<strong>de</strong>s na faixa <strong>de</strong> 25 a 35%. É tolerante ao manuseio,<br />

apresenta boa taxa <strong>de</strong> conversão alimentar e o nível protéico da ração não precisa<br />

ser eleva<strong>do</strong> (20 a 25%) (SAINT-BRISSON, 1999). Apresentam boa sobrevivência e<br />

boa taxa <strong>de</strong> crescimento. Em 100 dias atingem 17g, no entanto são <strong>de</strong> larvicultura<br />

difíceis e susceptíveis ao ataque por bactérias (ARANA, 1999).<br />

Por ser uma espécie exótica, seu processo <strong>de</strong> adaptação, consolidação<br />

e disseminação, necessitou ser profundamente pesquisa<strong>do</strong>, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a produção <strong>de</strong><br />

pós-larvas, tipo <strong>de</strong> ração a ser fornecida para este animal, e transformações <strong>do</strong>s<br />

processos tecnológicos envolvi<strong>do</strong>s <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o manejo até o processamento <strong>do</strong> produto<br />

final (ANDREATTA, 1995).<br />

Figura 1: Litopenaeus vannamei<br />

Fonte: EPAGRI<br />

No ano <strong>de</strong> 2002, a ABCC (Associação Brasileira <strong>de</strong> Cria<strong>do</strong>res <strong>de</strong><br />

Camarão) contabilizou a existência <strong>de</strong> 680 fazendas <strong>de</strong> engorda e 35 laboratórios <strong>de</strong>


14<br />

larvicultura, totalizan<strong>do</strong> uma área <strong>de</strong> 11.016 hectares e alcançan<strong>do</strong> a produção <strong>de</strong><br />

60.128 toneladas. Neste mesmo ano, as exportações brasileiras <strong>de</strong> camarão<br />

cultiva<strong>do</strong> atingiram 37.800 toneladas, re<strong>sul</strong>tan<strong>do</strong> na arrecadação <strong>de</strong> US$ 115,0<br />

milhões para o país. A produção elevada colocou o Brasil no primeiro lugar <strong>de</strong><br />

produtivida<strong>de</strong> <strong>do</strong> mun<strong>do</strong> (5,5 ton/ha/ano) e como o maior produtor <strong>de</strong> camarão<br />

cultiva<strong>do</strong> <strong>do</strong> Hemisfério Oci<strong>de</strong>ntal, à frente <strong>do</strong> Equa<strong>do</strong>r e México, que<br />

tradicionalmente ocupavam as primeiras posições. No país, o nor<strong>de</strong>ste é<br />

responsável por 96,5% <strong>de</strong> toda produção nacional, sen<strong>do</strong> o Rio Gran<strong>de</strong> <strong>do</strong> Norte,<br />

Ceará, Bahia e Pernambuco os principais produtores (ROCHA & RODRIGUES,<br />

2003).<br />

Os principais merca<strong>do</strong>s <strong>do</strong> camarão <strong>de</strong> cativeiro <strong>do</strong> Brasil são: EUA,<br />

França, Espanha, Portugal e Japão. Cada um <strong>de</strong>sses merca<strong>do</strong>s tem preferência<br />

pela a apresentação <strong>do</strong> produto in<strong>do</strong> <strong>de</strong>s<strong>de</strong> camarão sem cabeça congela<strong>do</strong> até<br />

filetes <strong>de</strong> camarão.<br />

A ativida<strong>de</strong> da carcinicultura em Santa Catarina se iniciou segun<strong>do</strong><br />

ESPÍNDULA (2001) apud BNDR (2004), no ano <strong>de</strong> 1984 com a implantação <strong>do</strong><br />

Laboratório <strong>de</strong> Camarões Marinhos – LCM da Universida<strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral <strong>de</strong> Santa<br />

Catarina – UFSC, em Florianópolis. Houve a <strong>de</strong>dicação ao <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong><br />

tecnologias para reprodução e cultivo <strong>de</strong> espécies nativas, ten<strong>do</strong> alcança<strong>do</strong> o<br />

<strong>do</strong>mínio das espécies Litopenaeus shimitti e Farfantepenaeus paulensis, que<br />

mesmo apresentan<strong>do</strong> ótimos re<strong>sul</strong>ta<strong>do</strong>s reprodutivos não se mostraram<br />

economicamente viáveis nas fazendas <strong>de</strong> produção. No entanto, o potencial <strong>do</strong><br />

laboratório foi utiliza<strong>do</strong> em programas sociais, através <strong>do</strong> repovoamento <strong>de</strong> Lagoas<br />

Costeiras.<br />

Para a viabilização da ativida<strong>de</strong> <strong>de</strong> cultivo comercial <strong>de</strong> camarão marinho a<br />

Empresa <strong>de</strong> Pesquisa e Extensão Rural <strong>de</strong> Santa Catarina - EPAGRI S.A. e a<br />

UFSC, no segun<strong>do</strong> semestre <strong>de</strong> 1998, viabilizaram a produção <strong>de</strong> camarão marinho<br />

em cativeiro com o cultivo da espécie Litopenaeus Vannamei nas fazendas <strong>do</strong><br />

esta<strong>do</strong>. Era trazi<strong>do</strong> <strong>de</strong> países produtores localiza<strong>do</strong>s na orla <strong>do</strong> Pacífico (Equa<strong>do</strong>r,<br />

Peru, Panamá, etc.) (ANDREATTA, 1995).<br />

A área com potencial para a carcinicultua no litoral Catarinense é<br />

estimada em 5 a 6 mil hectares. Estes distribuí<strong>do</strong>s, principalmente ao re<strong>do</strong>r <strong>do</strong><br />

Complexo Lagunar Sul, nos municípios <strong>de</strong> Laguna, Jaguaruna, Imaruí, na Baía


15<br />

Norte no município <strong>de</strong> Biguaçú, na Baia <strong>de</strong> Tijucas, nos municípios <strong>de</strong> Governa<strong>do</strong>r<br />

Celso Ramos e Tijucas, na Baía da Babitonga e nos Municípios <strong>de</strong> São Francisco <strong>do</strong><br />

Sul, Araquarí e Barra <strong>do</strong> Sul.<br />

No ano <strong>de</strong> 2005 no mês <strong>de</strong> janeiro a situação confortável <strong>do</strong> esta<strong>do</strong><br />

mu<strong>do</strong>u drasticamente quan<strong>do</strong> se fez o primeiro diagnóstico da Doença da Mancha<br />

Branca (WSD), Síndrome <strong>do</strong> Vírus da Mancha Branca (WSSV) como é mais<br />

conhecida. As fazendas <strong>de</strong> cultivo <strong>de</strong> camarão a partir <strong>de</strong>sse momento no Complexo<br />

Lagunar passaram a estar com suas produções severamente comprometidas.<br />

3.3 OS VÍBRIOS NA CARCINICULTURA<br />

Nos últimos 20 anos (1983-2003), a taxa <strong>de</strong> crescimento mundial da<br />

carcinicultua aumentou a razão <strong>de</strong> 11,84% ao ano, entre os países produtores <strong>de</strong><br />

camarões <strong>de</strong> água <strong>do</strong>ce e salgada. Esse aumento po<strong>de</strong> proporcionar um gran<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>sequilíbrio <strong>de</strong> vários parâmetros <strong>do</strong> cultivo como, por exemplo, o <strong>de</strong>senvolvimento<br />

<strong>de</strong> <strong>do</strong>enças <strong>de</strong> etiologia diversas como vírus, bactérias, parasitas <strong>de</strong>ntre outros.<br />

Dentre os principais agentes causa<strong>do</strong>res das <strong>do</strong>enças <strong>de</strong>stacam-se as<br />

bactérias, por encontrarem normalmente nos ambientes aquáticos e serem capazes<br />

<strong>de</strong> <strong>de</strong>senca<strong>de</strong>ar infecções nos organismos cultiva<strong>do</strong>s. As bactérias encontradas no<br />

reino marinho são classificadas como halóficas (halo = sal, filo = amiza<strong>de</strong>)<br />

<strong>de</strong>stacan<strong>do</strong>-se a <strong>do</strong> gênero Víbrio.<br />

As bactérias <strong>do</strong> gênero Vibrio são próprias <strong>de</strong> ecossistemas aquáticos,<br />

quer <strong>de</strong> origem marinha e/ou estuarina, ocorren<strong>do</strong> em camarões <strong>de</strong> vida livre ou<br />

ainda nos cultiva<strong>do</strong>s (VANDERZANT et al., 1971). RUANGPON E KITAO (1991)<br />

citaram que os víbrios são incrimina<strong>do</strong>s como sen<strong>do</strong> os principais responsáveis pela<br />

maior parte das infecções bacterianas ocorridas nos camarões.<br />

Alguns víbrios possuem capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> fermentar a sacarose quan<strong>do</strong><br />

inocula<strong>do</strong>s em Ágar Tios<strong>sul</strong>fato Citrato <strong>de</strong> Sais <strong>de</strong> Bile (TCBS), sen<strong>do</strong> as colônias<br />

i<strong>de</strong>ntificadas pela coloração amarela. Já as que não fermentam a sacarose são<br />

macroscopicamente i<strong>de</strong>ntificadas pela coloração ver<strong>de</strong>. Algumas espécies po<strong>de</strong>m<br />

apresentar as duas colorações na mesma colônia, sen<strong>do</strong> capazes <strong>de</strong> fermentar<br />

“parcialmente” a sacarose, além <strong>de</strong> outras espécies apresentarem sorovares


16<br />

sacarose positiva e sorovares sacarose negativa (MENDES, EMIKO SHINOZAKI et<br />

al 2005).<br />

É importante ressaltar que esta capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> fermentar ou não a<br />

sacarose não está relacionada com a patogenicida<strong>de</strong> da bactéria e, portanto, a<br />

presença <strong>de</strong> um tipo ou <strong>de</strong> outro não indica a gravida<strong>de</strong> da situação (MENDES,<br />

EMIKO SHINOZAKI et al 2005).<br />

Figura 2: Víbrios semea<strong>do</strong>s em meio <strong>de</strong> TCBS<br />

Fonte: EPAGRI<br />

Não se po<strong>de</strong> tecnicamente usar o argumento “coloração das colônias”,<br />

para distinguir os víbrios quanto a sua patogenicida<strong>de</strong>, apesar <strong>de</strong> erroneamente se<br />

afirmar que “víbrios amarelos” não são preocupantes, por não serem danosos para o<br />

camarão. Costuma-se relacionar também o número <strong>de</strong> “víbrios amarelos” com os<br />

“víbrios ver<strong>de</strong>s”, como referência para uma ação corretiva através <strong>de</strong> prática <strong>de</strong><br />

manejo ou mesmo o uso <strong>de</strong> drogas, por se enten<strong>de</strong>r <strong>de</strong> forma errada esses<br />

conceitos (MENDES, EMIKO SHINOZAKI et al 2005).<br />

Para um diagnóstico confiável, faz-se necessário realizar provas<br />

bioquímicas para a i<strong>de</strong>ntificação da espécie. Quan<strong>do</strong> for necessário a<strong>do</strong>tar medidas<br />

emergências, o re<strong>sul</strong>ta<strong>do</strong> da incubação em ágar TCBS po<strong>de</strong> direcionar o manejo a<br />

ser a a<strong>do</strong>ta<strong>do</strong>, observan<strong>do</strong>-se o número <strong>de</strong> colônias e as suas características<br />

morfológicas, mas não <strong>de</strong>ve ser a única análise a ser efetuada (MENDES, EMIKO<br />

SHINOZAKI et al 2005).<br />

Entre as principais espécies <strong>do</strong> gênero que causam maiores prejuízos são<br />

o Víbrio harveyi, V. vulnificus, V. parahaemolyticus e V. alginolyticus. As vibrioses<br />

infecções oportunistas, atacan<strong>do</strong> to<strong>do</strong>s os estágios <strong>de</strong> vida <strong>do</strong> camarão (larval, pós-


17<br />

larval, juvenil e adulta). Problemas com vibriose ocorrem quan<strong>do</strong> condições <strong>de</strong><br />

estresse surgem no sistema <strong>de</strong> cultivo, tais como: queda <strong>de</strong> oxigênio; <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

estocagem (super povoamento); manuseio inapropria<strong>do</strong> <strong>do</strong> estoque (transferência,<br />

amostragem; lesões na cutícula <strong>do</strong>s camarões; subalimentação; altas concentrações<br />

<strong>de</strong> compostos nitrogena<strong>do</strong>s no ambiente <strong>do</strong> cultivo). O processo <strong>de</strong> infecção <strong>do</strong>s<br />

víbrios po<strong>de</strong>m ser cuticular, entérico (intestinal) e sistêmico (envolven<strong>do</strong> vários<br />

órgãos). Quan<strong>do</strong> localizada, apresenta lesões melanizadas na carapaça e (ou)<br />

abscessos pontuais no hepatopâncreas. O impacto da vibriose é variável, mas em<br />

alguns casos po<strong>de</strong> alcançar até 70% da espécie cultivada. Na vibriose crônica,<br />

camarões mortos ou moribun<strong>do</strong>s po<strong>de</strong>m ser canibaliza<strong>do</strong>s, rapidamente<br />

contaminan<strong>do</strong> outros indivíduos na população ( NUNES & MARTINS, 2002).<br />

Os camarões infecta<strong>do</strong>s internamente por víbrios apresentam sinais<br />

característicos quan<strong>do</strong> estão próximos da morte. Estes sinais incluem: fraqueza<br />

<strong>de</strong>masiada (camarões <strong>de</strong>itam no fun<strong>do</strong> <strong>do</strong> viveiro); na<strong>do</strong> <strong>de</strong>sorienta<strong>do</strong>; opacida<strong>de</strong> da<br />

musculatura ab<strong>do</strong>minal; aumento da pigmentação; grampo na cauda; e lesões<br />

escuras ou amarronzadas na cutícula. A ocorrência <strong>de</strong> vibrioses é comum em<br />

fazendas <strong>de</strong> camarão no Brasil (NUNES & MARTINS, 2002).<br />

3.4 PLANTAS BIOATIVAS<br />

Segun<strong>do</strong> REBELO (2005), as plantas bioativas são aquelas espécies<br />

vegetais cuja sua importância ou interesse <strong>de</strong> seu consumo, não se resumem as<br />

suas características energética proveniente <strong>de</strong> um alimento. Este grupo <strong>de</strong> plantas<br />

possui características em sua constituição que a torna medicinal, nutracêutica,<br />

aromática, condimentar e/ou biocida. Estas características são provenientes <strong>de</strong> sua<br />

constituição química especializada, ou seja, aquela além <strong>do</strong>s seus carboidratos,<br />

proteínas básicas, água e sais minerais em geral.<br />

Para assegurar a garantia da manutenção <strong>de</strong>sta bioativda<strong>de</strong>, após o<br />

cultivo <strong>de</strong> plantas bioativas o processamento não po<strong>de</strong> ser dispensa<strong>do</strong>. Este procura<br />

garantir que tanto a massa vegetal, quanto seus constituintes fitoquímicos, sejam<br />

conserva<strong>do</strong>s. Varian<strong>do</strong> então na forma e momento <strong>de</strong> colheita, secagem,<br />

armazenamento e até mesmo a extração. (MARTINS, 2005).


18<br />

3.5 PLANTAS MEDICINAIS<br />

Em síntese, uma planta é classificada como medicinal por possuir<br />

substâncias que têm ação farmacológica. Estas substâncias são <strong>de</strong>nominadas <strong>de</strong><br />

princípios ativos e, na maioria das vezes, não se sabe quais <strong>de</strong>stes realmente estão<br />

atuan<strong>do</strong>.( FURLAM ,1998),<br />

Segun<strong>do</strong> ROCHA (1998), as substâncias ativas das plantas medicinais<br />

são <strong>de</strong> <strong>do</strong>is tipos: os produtos <strong>do</strong> metabolismo primário (essencialmente<br />

sacarí<strong>de</strong>os), substâncias indispensáveis à vida da planta que se forma em todas as<br />

plantas ver<strong>de</strong>s graças à fotossíntese; o segun<strong>do</strong> tipo <strong>de</strong> substâncias é composto<br />

pelos produtos <strong>do</strong> metabolismo secundário, ou seja, processos que re<strong>sul</strong>tam<br />

essencialmente da assimilação <strong>do</strong> azoto (nitrogênio amínico). Estes produtos<br />

parecem freqüentemente ser inúteis à planta, mas os seus efeitos terapêuticos, em<br />

contrapartida, são notáveis. Trata-se <strong>de</strong>signadamente <strong>de</strong> óleos essenciais (ou<br />

essências naturais).<br />

Geralmente, estas substâncias não se encontram na planta em esta<strong>do</strong><br />

puro, mas sob a forma <strong>de</strong> complexos, cujos diferentes componentes se completam e<br />

reforçam na sua ação sobre o organismo. No entanto, mesmo quan<strong>do</strong> a planta<br />

medicinal só contém uma substância ativa, esta tem sobre o organismo humano um<br />

efeito mais benéfico que o produzi<strong>do</strong> pela mesma substância obtida por síntese<br />

química. Esta proprieda<strong>de</strong> apresenta um gran<strong>de</strong> interesse para a fitoterapia,<br />

tratamento através das plantas ou das substâncias <strong>de</strong> origem vegetal. A substância<br />

ativa não é unicamente um composto químico, mas apresenta também um equilíbrio<br />

fisiológico, é mais bem assimilada pelo organismo e não provoca efeitos nocivos. É<br />

nisso que resi<strong>de</strong> a gran<strong>de</strong> vantagem da medicina natural.<br />

O conhecimento sobre <strong>de</strong>terminadas espécies vegetais com proprieda<strong>de</strong>s<br />

antimicrobianas têm si<strong>do</strong> revisto e amplia<strong>do</strong>, <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> aos crescentes problemas<br />

associa<strong>do</strong>s ao uso <strong>de</strong> diversos antibióticos. Em ampla revisão concreta sobre a<br />

ativida<strong>de</strong> antimicrobiana <strong>de</strong> extratos, óleos essenciais e <strong>de</strong> substâncias obtidas <strong>de</strong><br />

espécies vegetais contra bactérias gram-prositivas, gram-negativas e espécies<br />

fúngicas. Quanto ao potencial antibiótico <strong>de</strong>stacaram-se os re<strong>sul</strong>ta<strong>do</strong>s obti<strong>do</strong>s com<br />

óleos essenciais, alcalói<strong>de</strong>s, cumarinas, triterpenos, citral, mirceno, timol, xantanol,<br />

áci<strong>do</strong> caurêmico, entre outros. Em baixas concentrações, estes exercem inibições<br />

sobre o crescimento <strong>de</strong> bactérias gram-positvas, gram negativas Mycobaterium,


19<br />

leveduras e fungos filamentosos, confirman<strong>do</strong> a gran<strong>de</strong> importância que tais<br />

produtos possuem como perspectivas para a produção <strong>de</strong> novos e eficinetes<br />

produtos farmacêuticos que possam ser usa<strong>do</strong>s na medicina para terapêutica <strong>de</strong><br />

processos infecciosos. (YUNES & COLIXTO, 2001).<br />

Quadro 1: Princípios Ativos (Ilustra<strong>do</strong>s)<br />

Fonte: Adapta<strong>do</strong> <strong>de</strong> Martins(1995).<br />

3.6 ÓLEOS ESSENCIAIS<br />

Óleos essenciais são metabólitos secundários <strong>de</strong> diversas espécies<br />

vegetais, voláteis, <strong>de</strong> consistência semelhante a óleo. São substâncias que além <strong>de</strong><br />

utilização medicinal, entram na composição <strong>de</strong> perfumes, aromatizantes e outros<br />

produtos. A composição química <strong>do</strong>s óleos essenciais é bastante complexa e o teor<br />

variável. Esta variação é <strong>de</strong>vida a fatores genéticos, ambientes e técnicos. Entre os<br />

fatores ambientais, o clima tem influência <strong>de</strong>cisiva na síntese <strong>de</strong>stes compostos<br />

pelas plantas (FURLAN, 1998; CORRÊA JR. et al., 1991).<br />

Os óleos essenciais po<strong>de</strong>m conter diversas moléculas diferentes e em<br />

proporções perfeitamente adaptadas umas às outras. As moléculas antibacterianas<br />

as mais potentes são: o carvacrol, o timol, o eugenol, o geraniol, o linalol, o terpineol<br />

e o mentol (COSTA, 1982). A química <strong>do</strong>s óleos essenciais é complexa, mas<br />

geralmente os mais ativos apresentam grupamentos álcoois, fenóis, ésteres, áci<strong>do</strong>s,<br />

al<strong>de</strong>í<strong>do</strong>s e terpenos (COSTA, 1982). A causticida<strong>de</strong> e a toxicida<strong>de</strong> <strong>do</strong>s óleos<br />

essenciais sobre os microorganismos justificam suas ações bactericidas e<br />

bacteriostáticas (WENER, 2002).


20<br />

Alguns <strong>do</strong>s méto<strong>do</strong>s industriais para a obtenção <strong>do</strong>s óleos essências são:<br />

<strong>de</strong>stilação por arraste a vapor, enfleurage, maceração, prensagem extração com<br />

solvente, extração com dióxi<strong>do</strong> <strong>de</strong> carbono hipercrítico.<br />

3.6.1 Destilação por arraste a vapor<br />

A extração por arraste a vapor po<strong>de</strong> ser aplicada na obtenção <strong>de</strong> to<strong>do</strong>s<br />

os óleos essenciais, fornecen<strong>do</strong> bom rendimento com boa qualida<strong>de</strong>. A extração<br />

po<strong>de</strong> ser feita por “vapor úmi<strong>do</strong>” e com “vapor seco”, encontran<strong>do</strong>-se material a<br />

tratar imerso ou não em água.<br />

A <strong>de</strong>stilação por arraste a vapor processa-se numa cal<strong>de</strong>ira <strong>de</strong> <strong>de</strong>stilação<br />

com um prato perfura<strong>do</strong>, sobre o qual se põe o material a <strong>de</strong>stilar, carregan<strong>do</strong>-se<br />

pela parte superior; a cal<strong>de</strong>ira fica quase repleta <strong>de</strong> água, sen<strong>do</strong> por isso fechada. A<br />

água entra em ebulição, mediante uma folha colocada sob a caleira o vapor gera<strong>do</strong><br />

pela vaporização da água da cal<strong>de</strong>ira arrasta a essência através <strong>de</strong> um condutor<br />

passan<strong>do</strong> por uma serpentina <strong>de</strong> resfriamento, con<strong>de</strong>nsan<strong>do</strong> uma mistura <strong>de</strong> óleoágua.<br />

Para a obtenção <strong>de</strong> óleos essenciais <strong>de</strong> alguns tipos <strong>de</strong> flores, a<br />

<strong>de</strong>stilação a vapor não é indicada, pois o produto <strong>de</strong>las re<strong>sul</strong>tante <strong>de</strong>compõe-se pela<br />

ação <strong>do</strong> calor. (ULLMANN’S, 2002).<br />

Figura 3: Destilação <strong>de</strong> óleo essencial por arraste a vapor<br />

Fonte: Aromalândia


21<br />

3.6.2 Enfleurage<br />

Os princípios da enfleurage são simples. Flores, como o jasmim, possuem<br />

proprieda<strong>de</strong>s fisiológicas <strong>de</strong> per<strong>de</strong>r seus perfumes sempre após serem colhidas à<br />

aplicação <strong>de</strong> gordura (graxa) possui<strong>do</strong>ra <strong>de</strong> alto po<strong>de</strong>r <strong>de</strong> absorção em contato com<br />

as flores aromáticas absorve o perfume emiti<strong>do</strong>.<br />

Este princípio, metodicamente aplica<strong>do</strong> em larga escala, constitui a<br />

enfleurage. Durante o perío<strong>do</strong> <strong>de</strong> colheita, nas últimas oito ou <strong>de</strong>z semanas, as<br />

flores cortadas <strong>de</strong> fresco são estendidas sobre a superfície <strong>de</strong> um prepara<strong>do</strong><br />

especial à base <strong>de</strong> gorduras, por <strong>de</strong>termina<strong>do</strong> tempo (24 horas no caso <strong>de</strong> jasmim),<br />

sen<strong>do</strong> substituí<strong>do</strong>, <strong>de</strong>pois, por flores frescas. Até o fim da colheita, a gordura não é<br />

removida, pois durante o processo torna-se completamente saturada com óleo <strong>de</strong><br />

flores. Por fim o óleo é extraí<strong>do</strong> da gordura por tratamento com álcool (MARQUES et<br />

al, 1973).<br />

Figura 4: Processo <strong>de</strong> Enfleurage<br />

Fonte: Aromalândia<br />

3.6.3 Maceração<br />

Os processos <strong>de</strong> maceração são análogos ao <strong>de</strong> enfleurage com a<br />

fundamental diferença <strong>de</strong> que no caso, da maceração, é emprega<strong>do</strong> gordura quente.<br />

O méto<strong>do</strong> <strong>de</strong> maceração, nos dias atuais é pouco emprega<strong>do</strong>. Entretanto,<br />

em tempos passa<strong>do</strong>s, foi consi<strong>de</strong>ra<strong>do</strong> como o melhor processo <strong>de</strong> extração <strong>de</strong><br />

óleos essenciais. (MARQUES et al, 1973).


22<br />

3.6.4 Prensagem<br />

A prensagem é um méto<strong>do</strong> físico pelo qual a planta é “espremida”,<br />

obten<strong>do</strong>-se <strong>de</strong>ste processo o óleo essencial. O exemplo <strong>de</strong>sse processo é a retirada<br />

<strong>de</strong> óleo essencial <strong>de</strong> plantas cítricas.<br />

3.6.5 Extração com solvente<br />

O princípio da extração com solvente volátil é simples: flores frescas são<br />

colocadas <strong>de</strong>ntro <strong>do</strong>s extratores em temperaturas a<strong>de</strong>quadas, com solventes<br />

(usualmente éter <strong>de</strong> petróleo). O solvente penetra nas flores e dissolve-lhes o<br />

perfume natural e também ceras e corantes.<br />

Comparan<strong>do</strong> os óleos essenciais obti<strong>do</strong>s por <strong>de</strong>stilação ao obti<strong>do</strong>s por<br />

extração com solventes, se verificam que os últimos reproduzem mais fielmente os<br />

perfumes naturais presentes nas flores. Apesar <strong>de</strong>ssa vantagem, o processo <strong>de</strong><br />

extração com solvente volátil, <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>n<strong>do</strong> <strong>do</strong> óleo essencial a ser extraí<strong>do</strong>, po<strong>de</strong><br />

tornar o processo inviável pelo alto custo, já que a aparelhagem é muito mais<br />

complexa.<br />

3.6.6 Extração com dióxi<strong>do</strong> <strong>de</strong> carbono hipercrítico<br />

No esta<strong>do</strong> hipercrítico, a temperatura <strong>de</strong> 33ºC, o dióxi<strong>do</strong> <strong>de</strong> carbono é um<br />

excelente solvente para as fragrâncias e substâncias aromáticas, com muitas<br />

vantagens sobre os outros méto<strong>do</strong>s <strong>de</strong> extração, à exceção <strong>do</strong> alto custo, pois os<br />

equipamentos para este processo mais recente <strong>de</strong> extração <strong>de</strong>vem ser muito<br />

resistentes (LAVABRE, 1992).


23<br />

Figura 5: Extração com dióxi<strong>do</strong> <strong>de</strong> carbono<br />

Fonte: Aromalândia<br />

3.7 MELALEUCA<br />

A Melaleuca é uma árvore australiana relativamente pequena com folhas<br />

pontiagudas também conhecidas pelo nome <strong>de</strong> “Tea Tree”, que cresce em solos<br />

arenosos às margens <strong>de</strong> rios. Nos anos 20 ganhou gran<strong>de</strong> importância durante a<br />

segunda guerra mundial, quan<strong>do</strong> fazia parte <strong>do</strong>s primeiros socorros <strong>do</strong>s solda<strong>do</strong>s<br />

australianos e ingleses. Nos anos 70 e 80, várias pesquisas mostraram sua ação<br />

antifúngica.<br />

Figura 6: Melaleuca Alternifólia<br />

Fonte: Rakuten


24<br />

Quadro 2: Constituintes presentes no melaleuca<br />

Constituintes (%)<br />

α-pineno 2,2 a 2,8<br />

δ-terpineno 2,74 a 7,5<br />

α-timoneno 1,0 a 4,0<br />

1,8-Cineól 5,6 a 16,5<br />

α-terpineno 7,5 a 11,54<br />

p-cimeno 3,0 a 11,42<br />

terpinoleno 1,0 a 3,1<br />

1-terpineno-4-ol 29,41 a 44,9<br />

α-terpineol 5,2<br />

aroma<strong>de</strong>ndreno 2,35 a 2,7<br />

Fonte: Herbarium (Compêndio da Fitoterapia)<br />

O óleo essencial <strong>de</strong> Melaleuca alternifolia possui comprovada ação<br />

antimicrobiana contra bactérias e bolores altera<strong>do</strong>s e/ou patogênicos (BELAICHE,<br />

1985). Tem si<strong>do</strong> utiliza<strong>do</strong> como anti-séptico <strong>de</strong>s<strong>de</strong> 1920, estan<strong>do</strong> presente em várias<br />

formulações <strong>de</strong> produtos, como shampoos, sabonetes, cremes <strong>de</strong>ntais, anti-sépticos<br />

bucais, repelentes <strong>de</strong> insetos e produtos veterinários <strong>de</strong>ntre outros (CARSSON &<br />

RILEY, 1993; RIEDL, 1997).<br />

3.8 TOMILHO<br />

O nome <strong>do</strong> tomilho remonta à Grécia Antiga, significan<strong>do</strong> "coragem"<br />

(thymon), por estimular os guerreiros. Devi<strong>do</strong> ao po<strong>de</strong>r <strong>de</strong> aumentar os senti<strong>do</strong>s e<br />

revigoramento, os solda<strong>do</strong>s romanos banhavam-se em água com tomilho. Por seus<br />

po<strong>de</strong>res anti-sépticos, no Egito Antigo e até hoje é usa<strong>do</strong> para embalsamar.<br />

Pequeno arbusto, altura <strong>de</strong> 20 a 30 cm, com poucos ramos, prostra<strong>do</strong>s ou<br />

eretos, duros e um pouco lignifica<strong>do</strong>s, levemente cobertos <strong>de</strong> pêlos brancos. As<br />

folhas são inteiras, pequenas, sésseis, <strong>de</strong> forma oval, ten<strong>do</strong> juntamente com os<br />

caules, o<strong>do</strong>r pareci<strong>do</strong> ao da hortelã. As flores são brancas ou lilases, dispostas em<br />

ro<strong>de</strong>las compactas na parte apical <strong>do</strong>s muitos ramos que formam a moita e


25<br />

constituem pequenas espigas ralas, <strong>de</strong>stacan<strong>do</strong>-se o ver<strong>de</strong>-cinzento das folhas.<br />

Apresentam frutos pequenos e duros, ovais, lisos (LORENZI & MATOS, 2002).<br />

Figura 7: Tomilho (Thymus vulgaris L.)<br />

Fonte: Cha<strong>de</strong>medicinais<br />

A sua constituição é extremamente rica, po<strong>de</strong>n<strong>do</strong>-se ainda incluir<br />

vitaminas <strong>do</strong> complexo B, vitamina C, magnésio, entre outros minerais. Possui<br />

também os princípios ativos timol e carvacrol (LORENZI e MATOS, 2002).<br />

O tomilho é muito emprega<strong>do</strong> na fitoterapia <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> a sua gran<strong>de</strong><br />

capacida<strong>de</strong> anti-séptica. Sua ação antimicótica já era conhecida há muito tempo.<br />

Também possui uma ação antiinflamatória, sen<strong>do</strong> indica<strong>do</strong> para <strong>do</strong>res musculares.<br />

O timol é muito emprega<strong>do</strong> pela indústria farmacêutica na elaboração <strong>de</strong><br />

medicamentos com ação antiinflamatória e analgésica. Também possui ação<br />

digestiva, carminativa, emenagoga, antiespasmódica, cicatrizante e até mesmo<br />

auxiliar no controle <strong>de</strong> vermes. Após as refeições po<strong>de</strong>-se preparar um infuso <strong>de</strong><br />

folhas <strong>de</strong> tomilho para quem tem problemas digestivos.


26<br />

4.0 JUSTIFICATIVA: ATIVIDADE DESENVOLVIDA – O PROBLEMA<br />

O estágio proposto foi realiza<strong>do</strong> na EPAGRI, no Laboratório <strong>de</strong><br />

Diagnóstico para a Aqüicultura (LADA), localiza<strong>do</strong> no Centro <strong>de</strong> Difusão <strong>de</strong><br />

Tecnologia Agrícola e <strong>de</strong> Treinamento <strong>de</strong> Agricultores e Pesca<strong>do</strong>res <strong>de</strong> Tubarão<br />

(CETUBA). O tema escolhi<strong>do</strong> foi apresenta<strong>do</strong> como uma alternativa <strong>de</strong> teste para<br />

substituir os antibióticos no controle <strong>de</strong> microorganismos patogênicos no cultivo <strong>de</strong><br />

camarões marinhos por plantas bioativas.<br />

O Brasil <strong>de</strong>ntre outros países produtores <strong>de</strong> camarão marinho em<br />

cativeiro tem enfrenta<strong>do</strong>, nos últimos anos vários impactos causa<strong>do</strong>s por<br />

enfermida<strong>de</strong>s que contribuíram para a queda <strong>do</strong>s índices <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento da<br />

carcinicultura. (ANDRADE et al.,2006).<br />

Gran<strong>de</strong> parte das bactérias patogênicas, como a <strong>do</strong> gênero Víbrio, são<br />

altamente adaptáveis a condições <strong>de</strong> baixa concentração <strong>de</strong> oxigênio dissolvi<strong>do</strong><br />

(MAEDA et al.,1997). Um sistema <strong>de</strong> aquicultura com falha no sistema <strong>de</strong><br />

oxigenação ou com gran<strong>de</strong> concentração <strong>de</strong> matéria orgânica po<strong>de</strong> promover o<br />

<strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong>stas bactérias. A utilização profilática e terapêutica <strong>de</strong><br />

antibióticos tem si<strong>do</strong> a estratégia mais utilizada na aquicultura em países como<br />

Equa<strong>do</strong>r, México no controle <strong>de</strong>stas enfermida<strong>de</strong>s (GOMES-GIL et al.,2000). Porém,<br />

o uso indiscrimina<strong>do</strong> <strong>de</strong>stes antibióticos é uma fonte <strong>de</strong> poluição ambiental (BOYD e<br />

MASSUNT, 1999) e as bactérias patogênicas po<strong>de</strong>m facilmente <strong>de</strong>senvolver<br />

resistência aos antibióticos. (SKJERMO e VADSTEIN, 1999).<br />

Durante a fase <strong>de</strong> engorda é utilizada uma mistura <strong>de</strong> antibióticos na<br />

ração. Muitas vezes esta mistura é incorporada numa <strong>do</strong>sagem exagerada e sem<br />

nenhum tipo <strong>de</strong> conhecimento quanto ao seu po<strong>de</strong>r bactericida. (ARANA, 1999).<br />

As plantas bioativas são aquelas capazes <strong>de</strong> gerarem compostos ou<br />

substâncias que interferem ou alteram o funcionamento orgânico <strong>de</strong> pessoas,<br />

animais ou outros vegetais. Dentro <strong>de</strong>ssa contextualização, seriam enquadradas<br />

como bioativas as chamadas plantas medicinais, aromáticas e condimentares, bem<br />

como as plantas tóxicas e aquelas utilizadas para a formulação <strong>de</strong> insumos para a<br />

agricultura <strong>de</strong> base ecológica e para a indústria.<br />

Segun<strong>do</strong> FURLAM (1998), uma planta é classificada como medicinal por<br />

possuir substâncias que têm ação farmacológica. Estas substâncias são


27<br />

<strong>de</strong>nominadas <strong>de</strong> princípios ativos e, na maioria das vezes, não se sabe quais <strong>de</strong>stes<br />

realmente estão atuan<strong>do</strong>.<br />

Óleos essencias são líqui<strong>do</strong>s voláteis, <strong>do</strong>ta<strong>do</strong>s <strong>de</strong> aroma forte quase<br />

sempre agradável, proveniente <strong>do</strong> metabolismo secundário, existentes em quase<br />

duas mil espécies <strong>de</strong> plantas distribuídas em sessenta famílias. Normalmente<br />

elabora<strong>do</strong>s nas folhas e armazena<strong>do</strong>s em espaços extracelulares, entre a cutícula e<br />

a parte da pare<strong>de</strong> celular, eles são constituí<strong>do</strong>s basicamente por terpenos,<br />

sintetiza<strong>do</strong>s pela rota <strong>do</strong> áci<strong>do</strong>-movalônico. Na fitoterapia, os óleos voláteis<br />

<strong>de</strong>stacam-se, em virtu<strong>de</strong> <strong>de</strong> suas proprieda<strong>de</strong>s antibacterianas, analgésicas,<br />

sedativas, expectorantes, estimulantes e estomáqicas. (SILVA & CASSALI, 2000).<br />

Os <strong>do</strong>is óleos essências utiliza<strong>do</strong>s para os testes foram , o óleo essencial<br />

<strong>de</strong> melaleuca (Tea Tree Oil). Seus princípios ativos incluem o terpineol, vários<br />

álcoois e monoterpenos, on<strong>de</strong> vários estu<strong>do</strong>s indicam que este óleo reduz a taxa <strong>de</strong><br />

reprodução <strong>de</strong> agentes patogênicos (bactérias, fungos, vírus), e intensifica a<br />

resistência a esses agressores.<br />

O óleo essencial <strong>de</strong> tomilho (Thymus vulgaris L) que apresenta ação<br />

antimicrobiana e a sua ação bacteriostática apresenta por sua vez, ação significante<br />

sobre bactérias Gram positivas e Gram negativas.


28<br />

4.1 METODOLOGIA (MATERIAIS E MÉTODOS)<br />

4.1.1 Repique <strong>de</strong> Presuntivos <strong>de</strong> Víbrios na placa <strong>de</strong> Petri com TCBS<br />

(Tios<strong>sul</strong>fato Citrato <strong>de</strong> Sais <strong>de</strong> Bile)<br />

O preparo <strong>do</strong> meio <strong>de</strong> cultura TCBS (Tios<strong>sul</strong>fa<strong>do</strong> Citrato <strong>de</strong> Sais <strong>de</strong> Bile)<br />

foi feito conforme (SILVA et al 2001).<br />

Os microorganismos são retira<strong>do</strong>s da hemolinfa <strong>do</strong> camarão e semea<strong>do</strong>s<br />

através <strong>do</strong> méto<strong>do</strong> <strong>de</strong> esgotamento no meio TCBS, em um perío<strong>do</strong> <strong>de</strong> 24h a uma<br />

temperatura <strong>de</strong> 35ºC as placas são colocadas em estufa <strong>de</strong> incubação.<br />

A leitura das placas é feita no dia posterior e haven<strong>do</strong> isolamento <strong>de</strong><br />

colônias semeai-se os microorganismos em tubos conten<strong>do</strong> Ágar Nutriente com 2%<br />

<strong>de</strong> NaCl após 24h em temperatura <strong>de</strong> 35ºC. Com o crescimento <strong>do</strong>s<br />

microorganismos as colônias são mantidas em temperatura ambiente ou na<br />

gela<strong>de</strong>ira. A meto<strong>do</strong>logia <strong>de</strong> repique é feita para manter os microorganismos vivos.<br />

A tampa da placa <strong>de</strong> Petri foi levantada o suficiente para permitir a<br />

introdução da alça <strong>de</strong> platina que transportou o presuntivo <strong>de</strong> víbrio .<br />

Esta foi <strong>de</strong>slizada pelo méto<strong>do</strong> <strong>de</strong> esgotamento na superfície <strong>do</strong> TCBS,<br />

<strong>de</strong> maneira a dar boa distribuição <strong>do</strong>s microorganismos com o objetivo <strong>de</strong> ter<br />

colônias isoladas. Colocou-se a placa em estufa <strong>de</strong> incubação a 35ºC no perío<strong>do</strong> <strong>de</strong><br />

24h. Para cada colônia repetiu-se o mesmo procedimento.<br />

Figura 8: Semeadura <strong>do</strong>s presuntivos <strong>de</strong> víbrios em TCBS<br />

Fonte: A autora


29<br />

Após o perío<strong>do</strong> <strong>de</strong> incubação, com o auxílio <strong>de</strong> uma alça <strong>de</strong> platina retirase<br />

a colônia isolada e semeai-se os microorganismos para o tubo conten<strong>do</strong> Ágar<br />

Nutriente com 2% <strong>de</strong> NaCl, <strong>de</strong>ixan<strong>do</strong> em estufa <strong>de</strong> incubação a 35ºC em um perío<strong>do</strong><br />

<strong>de</strong> 24h , após esse perío<strong>do</strong> as colônias são mantidas em temperatura ambiente. O<br />

processo foi repeti<strong>do</strong> para todas as colônias .<br />

Figura 9: Colônias com Presuntivo <strong>de</strong> víbrios inoculadas em Ágar Nutriente com 2%<br />

<strong>de</strong> NaCl<br />

Fonte: A autora<br />

4.1.2 Semeadura <strong>do</strong> inóculo em cal<strong>do</strong> <strong>de</strong> Triptona com 2% <strong>de</strong> NaCl<br />

O cal<strong>do</strong> <strong>de</strong> triptona foi prepara<strong>do</strong> segun<strong>do</strong> (SILVA et al 2001).<br />

• Com a bancada previamente limpa com álcool 70ºC, ligou-se bico <strong>de</strong><br />

Bunsen;<br />

• Com o alça <strong>de</strong> platina esterilizada no <strong>do</strong> bico <strong>de</strong> Bunsen, a<br />

extremida<strong>de</strong> <strong>do</strong> tubo com o presuntivo <strong>de</strong> víbrio foi passada na chama<br />

para eliminar qualquer contaminação;<br />

• Na seqüência com a alça <strong>de</strong> platina, retirou-se uma pequena porção<br />

<strong>do</strong> inóculo que estava no tubo com ágar nutriente com 2% <strong>de</strong> NaCl,


30<br />

em seguida foi introduzi<strong>do</strong> no tubo com cal<strong>do</strong> <strong>de</strong> triptona com 2% <strong>de</strong><br />

NaCl com a extremida<strong>de</strong> passada no bico <strong>de</strong> Bunsen.<br />

• Colcou-se em estufa <strong>de</strong> incubação a 35ºC no perío<strong>do</strong> <strong>de</strong> 24 h.<br />

• Repetiu-se o processo para todas as colônias.<br />

Figura 10: Presuntivo <strong>de</strong> víbrios semea<strong>do</strong>s em cal<strong>do</strong> <strong>de</strong> triptona com 2% <strong>de</strong> NaCl.<br />

Fonte: A autora<br />

5.0 TESTES<br />

5.1.1 TESTE IN VITRO<br />

5.1.1.1 Méto<strong>do</strong> da Difusão em Orifícios (well difusion assay).<br />

Semeou-se 100µL da cultura incubada a 35°C no perío<strong>do</strong> 24h <strong>do</strong><br />

presuntivo <strong>de</strong> víbrio em cal<strong>do</strong> <strong>de</strong> triptona com 2% <strong>de</strong> NaCl na placa conten<strong>do</strong> Ágar<br />

Mueller Hilton com 2% <strong>de</strong> NaCl sen<strong>do</strong> que o preparo <strong>do</strong> meio foi feito <strong>de</strong> acor<strong>do</strong><br />

com (SILVA et al 2001) espalhou-se uniformemente com alça <strong>de</strong> Drigalski. Em um<br />

volume <strong>de</strong> 10µL <strong>de</strong> óleo essencial <strong>de</strong> melaleuca e 10µL <strong>de</strong> óleo essencial <strong>de</strong> tomilho<br />

e 10µL <strong>de</strong> água <strong>de</strong>stilada autoclavada, introduziu-se em poços e incubou-se por um<br />

perío<strong>do</strong> <strong>de</strong> 24h a 35ºC. As ativida<strong>de</strong>s foram <strong>de</strong>finidas quan<strong>do</strong> o diâmetro da zona<br />

inibitória avançou em torno <strong>do</strong> poço. O experimento foi feito em duplicata. (LEWUS e<br />

MONTIVILLE apud MAZO, 2002).


31<br />

Figura 11: Placa <strong>de</strong> Petri com poços<br />

Fonte: A autora<br />

Figura 12: Inóculo sen<strong>do</strong> espalha<strong>do</strong> com a alça <strong>de</strong> Drigalski<br />

Fonte: A autora


32<br />

Figura 13: Introdução <strong>de</strong> água <strong>de</strong>stilada autoclavada e <strong>do</strong> produto nos poços na<br />

placa <strong>de</strong> Petri.<br />

Fonte: A autora<br />

6.0 RESULTADOS<br />

6.1 MÉTODO DA DIFUSÃO EM ORIFÍCIOS (WELL DIFUSION ASSAY).<br />

Após o tempo <strong>de</strong> incubação realizou-se a leitura <strong>de</strong> todas as placas e<br />

foram feitas as medidas <strong>do</strong>s halos <strong>de</strong> inibição, através <strong>de</strong> seu raio. Convém relatar<br />

que o experimento foi realiza<strong>do</strong> em duplicata para evitar interferências ou<br />

manipulação <strong>de</strong> re<strong>sul</strong>ta<strong>do</strong>s. A ação antimicrobiana nas colônias testadas <strong>do</strong>s óleos<br />

essenciais <strong>de</strong> Melaleuca e Tomilho po<strong>de</strong> ser vista através das fotos a seguir.


33<br />

Figura 14: Representação fotográfica da ação antimicrobiana <strong>do</strong> óleo essencial <strong>de</strong><br />

Melaleuca sobre a colônia 157.<br />

Fonte: A autora<br />

Figura 15: Representação fotográfica da ação antimicrobiana <strong>do</strong> óleo essencial <strong>de</strong><br />

Tomilho sobre colônia 157.<br />

Fonte: A autora


34<br />

Após a leitura das placas os re<strong>sul</strong>ta<strong>do</strong>s foram transferi<strong>do</strong>s para a tabela 1<br />

Tabela 1: Re<strong>sul</strong>ta<strong>do</strong>s <strong>do</strong> teste disco-difusão em orifícios, expresso em positivo<br />

(ocorrência <strong>de</strong> halo) e negativo (não ocorrência <strong>de</strong> halo).<br />

Colônias Óleo essencial <strong>de</strong> Melaleuca Óleo essencial <strong>de</strong> Tomilho<br />

Fonte: A autora<br />

11 Positivo Positivo<br />

19 Positivo Positivo<br />

30 Positivo Positivo<br />

37 Positivo Positivo<br />

38 Negativo Positivo<br />

39 Positivo Positivo<br />

44 Positivo Positivo<br />

47 Positivo Positivo<br />

48 Positivo Positivo<br />

62 Negativo Negativo<br />

72 Positivo Positivo<br />

134 Positivo Positivo<br />

137 Positivo Positivo<br />

139 Positivo Positivo<br />

143 Positivo Positivo<br />

157 Positivo Positivo<br />

158 Positivo Positivo<br />

179 Positivo Positivo<br />

186 Positivo Positivo<br />

231 Positivo Positivo<br />

304 Negativo Positivo<br />

Os testes foram feitos para 21 colônias. Os óleos essenciais <strong>de</strong> Melaleuca<br />

e <strong>de</strong> Tomilho apresentaram ação antimicrobiana para 18 colônias testadas. Para as<br />

colônias 38 e 304 o óleo essencial <strong>de</strong> Melaleuca apresentou re<strong>sul</strong>ta<strong>do</strong> negativo. E<br />

para a colônia 62 os óleos testa<strong>do</strong>s não apresentaram re<strong>sul</strong>ta<strong>do</strong>s positivos.


35<br />

7.0 CONCLUSÕES E SUGESTÕES<br />

Como os óleos essenciais são misturas complexas <strong>de</strong> várias substâncias,<br />

a ativida<strong>de</strong> antimicrobiana observada não po<strong>de</strong> ser atribuída a uma substância<br />

isolada, mas ao conjunto <strong>de</strong>las. De acor<strong>do</strong> com HOLLEY & PATEL (2005), a<br />

composição química bem como os grupos funcionais <strong>do</strong>s óleos têm um papel<br />

importante na ativida<strong>de</strong> antimicrobiana, e essa ativida<strong>de</strong> po<strong>de</strong> ser potencializada.<br />

Ficou comprova<strong>do</strong> através <strong>do</strong>s testes realiza<strong>do</strong>s que os óleos essenciais<br />

<strong>de</strong> Melaleuca e <strong>de</strong> Tomilho apresentaram ação antimicrobiana em microorganismos<br />

na carcinicultura. De acor<strong>do</strong> com os re<strong>sul</strong>ta<strong>do</strong>s 18 colônias apresentaram re<strong>sul</strong>ta<strong>do</strong>s<br />

positivos para os <strong>do</strong>is óleos em testes, 2 colônias apresentaram re<strong>sul</strong>ta<strong>do</strong>s positivos<br />

para o óleo essencial <strong>de</strong> tomilho e 1colônia não apresentou re<strong>sul</strong>ta<strong>do</strong>s para os <strong>do</strong>is<br />

óleos testa<strong>do</strong>s totalizan<strong>do</strong> 21 colônias testadas.<br />

Pelas observações experimentais, acredita-se que para melhores<br />

re<strong>sul</strong>ta<strong>do</strong>s, as colônias <strong>de</strong>veriam ser comprovadas através <strong>de</strong> testes bioquímicos<br />

quanto ao tipo <strong>de</strong> microorganismos. Sugere-se que novos testes com óleos<br />

essências que tenham uma maior ação antimicrobiana para as colônias que não se<br />

obteve re<strong>sul</strong>ta<strong>do</strong>s positivos quanto ao halo <strong>de</strong> inibição.<br />

O óleo essencial <strong>de</strong> Tomilho teve uma ação antimicrobiana em<br />

presuntivos <strong>de</strong> víbrios bem maiores que os <strong>de</strong> Melaleuca <strong>de</strong> acor<strong>do</strong> com o halo <strong>de</strong><br />

inibição, sen<strong>do</strong> assim, sugerem-se ainda que sejam feitas diluições com solventes<br />

a<strong>de</strong>qua<strong>do</strong>s ou testes com concentrações menores que a <strong>de</strong> 10µL.<br />

Como obteve-se re<strong>sul</strong>ta<strong>do</strong>s positivos, novos testes e méto<strong>do</strong>s serão<br />

feitos afim <strong>de</strong> se realizar bioensaios e verificar a ação antimicrobiana <strong>do</strong>s óleos<br />

essenciais aplica<strong>do</strong>s em rações <strong>de</strong> camarões.


36<br />

8.0 REFERÊNCIAS<br />

ABCC. O cultivo <strong>de</strong> camarão e o meio ambiente, Recife, 2003. Disponível em:<br />

. Acesso em: 20 <strong>de</strong> setembro 2007.<br />

ANDRADE, Thales Passos <strong>de</strong>; LIGHTNER, Donald V.; ROCHA, Itamar <strong>de</strong> Paiva.<br />

Enfermida<strong>de</strong>s da carcinicultura brasileira: méto<strong>do</strong>s <strong>de</strong> diagnóstico e prevenção.<br />

Panorama da Aquicultura, Botafogo, RJ, v. 16, n. 93, p. 25-33, jan./fev. 2006.<br />

ANDREATTA, E. R. O esta<strong>do</strong> <strong>do</strong> cultivo <strong>de</strong> camarões no Brasil. In: Congreso<br />

Latinoamericano <strong>de</strong> Ciências Del Mar, Resúmenes <strong>de</strong> las conferencias <strong>de</strong> los<br />

simposios. Mar <strong>de</strong>l Plata, 1995.<br />

ARANA, L.A.V. Aqüicultura e <strong>de</strong>senvolvimento sustentável: subsídios para a<br />

formulação <strong>de</strong> políticas <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento da aqüicultura brasileira. Florianópolis:<br />

Editora da UFSC, 1999.<br />

BELAICHE,P. Traitmente <strong>de</strong>s Infections Cutaneus par L huille essentielle <strong>de</strong> Melaleuca<br />

alternifolia. Phytotherapy, v.15, p.15-6,1985.<br />

CARSON, C.F, RILEY, T. V. Antimicrobial activity of the essential oil of Melaleuca<br />

alternifolia. Lette in Applied Microbiology, v.16, p.49-55,1993.<br />

acesso<strong>do</strong> em 03 <strong>de</strong> outubro <strong>de</strong> 2007.


37<br />

CORRÊA JÚNIOR, C.; MING, L.C. ; SCHEFFER, M.C. Cultivo <strong>de</strong> plantas medicinais,<br />

condimentares e aromáticas. Curitiba, Emater-PR, 1991. 151 p.<br />

COSTA AF. Farmacognosia I, II e III Volumes, Ed. Calouste Gulbenkiansboa. (1982-94).<br />

SILVA JÚNIOR, Antônio Amaury. Essentia herba : plantas bioativas. Florianópolis:<br />

EPAGRI, 2003. v.1<br />

FAO. State of World Fisheries and Aquaculture (SOFIA) Home Page. Disponível em:<br />

Acesso em: 03 <strong>de</strong> outubro <strong>de</strong> 2007.<br />

FURLAN, MARCOS ROBERTO. Cultivo <strong>de</strong> Plantas Medicinais. Coleção Agroindústria, 13.<br />

Edição SEBRAE - Cuiabá. Mato Grosso, 1998.137p.<br />

FURLAN, M.R. Ervas e temperos: cultivo e comercialização. Cuiabá: SEBRAE/MT, 1998.<br />

128 p.<br />

HOLLEY, R.A.; PATEL, D. Improvement in shelf-life and safety of perishable<br />

foods by plant essential oils and smoke antimicrobials. Food Microbiology, v.<br />

22, p. 273-292, 2005.<br />

LAVABRE,M. Aromaterapia-a cura pelos óleos essenciais. Rio <strong>de</strong> Janeiro: Record,1992.


38<br />

LORENZI, H.; MATOS, F. J. A. Plantas medicinais no Brasil: nativas e exóticas. Nova<br />

O<strong>de</strong>ssa: Plantarum, 2002. 512 p.<br />

MARTINS, ERNANE RONIE [et al]. Plantas Medicinais. Edição Imprensa Universitária -<br />

UFV. Viçosa. Minas Gerais. 1995. 220p.<br />

MARQUES, S.C. Enciclopédia das Ciências e Artes <strong>do</strong> Engenheiro e <strong>do</strong> Arquiteto.<br />

6.ed.Porto Alegre:Globo,1973.<br />

MENDES, Emiko Skinozaki et al. Os víbrios na carcinicultua. Panorama da<br />

Aquicultura, Botafogo, RJ , v. 15, n. 91 , p. 26-29, set./out. 2005.<br />

acessa<strong>do</strong> em 03 <strong>de</strong><br />

outubro <strong>de</strong> 2007.<br />

RIEDL, R.W. Pratical methods for using tea tree oil. Agro-Food Industry Hi-<br />

Techology.p.34-6 set/oct,1997.<br />

ROCHA, I.P.; RODRIGUES, J. A carcinicultura brasileira. 2002. Revista da ABCC, ano<br />

5,n. 1, p.30-45,2003.<br />

ROCHA, MARCO AURÉLIO. Fitoterapia. Internet. 1998. Disponível em:<br />

. Acessa<strong>do</strong> em 03 <strong>de</strong><br />

outubro <strong>de</strong> 2007.


39<br />

ROCHA, I. P.; MAIA, E. P. Desenvolvimento tecnológico e perspectivas <strong>de</strong> crescimento<br />

da carcinocultura marinha brasileira. Anais <strong>do</strong> Aquacultura Brasil98. Vol. 1. Recife<br />

Pe, 1998. Pp. 213 -235.<br />

ROSENBERRY, R. Aquaculture accounts for 28% of world shrimp production. Aquture<br />

Magazine, c.18, n1. 1992. Pp. 90-91.<br />

RUANGPON, L.; KITAO, T. Vibrio bactéria isolated from black tiger shrimp, Penaeus<br />

vannamei Fabricius. J. Fish Disease. v.14. .p.383-388. 1991.<br />

SAINT-BRISSON, S.C. Cultivo <strong>de</strong> camarões marinhos. Rio <strong>de</strong> Janeiro: 1999.<br />

SEIFFERT, W. Q.; BELTRAME, E.; ANDREATTA, E. R.. Aspectos relevantes sobre o cult<br />

ivo <strong>de</strong> camarões marinhos “Um panorama mundial, <strong>do</strong> Brasil e <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> Santa Ca<br />

tarina”. Laboratório <strong>de</strong> camarões marinhos Florianópolis. 2000. 22p.<br />

SILVA, Neusely; SILVEIRA, Neliane Ferraz <strong>de</strong> Arruda. Manual <strong>de</strong> méto<strong>do</strong>s <strong>de</strong> análise<br />

microbiológica <strong>de</strong> alimentos. 2. ed. rev. e atual. São Paulo: Varela, 2001. 317p.<br />

PEREIRA, Alitiene Moura Lemos; LEGAT, Angela Puchnick; LEGAT, Jefferson F. Alves. As<br />

enfermida<strong>de</strong>s ainda ameaçam: o sucesso da carcinicultura pressupõe boas práticas <strong>de</strong><br />

manejo. Panorama da Aquicultura, Botafogo, RJ , v. 16, n. 95 , p. 46-47, maio/jun. 2006.<br />

REBELO,Andrey Martinez . Processamento <strong>de</strong> plantas bioativas: Plantas Bioativas<br />

Curso zero. Gerências Regional <strong>de</strong> Itajaí. Centro <strong>de</strong> Treinamento <strong>de</strong> Itajaí,2005


40<br />

ULLMANN’S.Encyclopedia of Industrial Chemistry, WILW-VCH. 6.ed. CD-ROM 2002.<br />

VANDERZANT, C; NICKELSON, R.; JUDKINS, P.W. Microbial flora of pond-rearedbrown<br />

shrimp (Penaeus aztecus). Appl. Microbiol. v.21. p.916-921. Maio. 1971.<br />

Werner M. Les Huiles Essentielles. 2 ed. - Paris, Editions Vigot, 2002.<br />

YUNES, Rosen<strong>do</strong> Augusto; CALIXTO, João Batista. Plantas medicinais sob a ótica da<br />

química medicinal mo<strong>de</strong>rna: méto<strong>do</strong>s <strong>de</strong> estu<strong>do</strong>, fitoterápicos e fitofármacos, biotecnologia,<br />

patente. Chapecó: ARGOS, 2001. 523p.


41<br />

APÊNDICE A - A EMPRESA<br />

Com o objetivo <strong>de</strong> satisfazer as necessida<strong>de</strong>s da carcinicultura<br />

catarinense, que vem enfrentan<strong>do</strong> problemas no cultivo, quanto a viroses, bactérias,<br />

bem como méto<strong>do</strong>s errôneos no cultivo, foi inaugura<strong>do</strong> no dia 4 <strong>de</strong> setembro <strong>de</strong><br />

2006, na cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Tubarão pela EPAGRI S.A, o Laboratório <strong>de</strong> Diagnósticos<br />

Aquáticos (LADA).<br />

Neste laboratório são realizadas as análises a fresco, <strong>de</strong> água,<br />

microbiologia e futuramente histologia. O LADA consta <strong>de</strong> três salas, sen<strong>do</strong> elas a<br />

sala <strong>de</strong> recepção e preparo das amostras, sala <strong>de</strong> análise e área <strong>de</strong> limpeza.<br />

Figura 16: Sala <strong>de</strong> recepção e preparo.<br />

Fonte: EPAGRI<br />

Figura 17: Sala <strong>de</strong> análise<br />

Fonte: EPAGRI


42<br />

Figura 18: Sala <strong>de</strong> limpeza<br />

Fonte: EPAGRI<br />

Nome e Razão Social: EPAGRI S.A<br />

Cida<strong>de</strong>-Esta<strong>do</strong>: Tubarão - Santa Catarina<br />

Setor <strong>do</strong> estágio: LADA – Laboratório <strong>de</strong> Diagnósticos Aquáticos.<br />

Nome <strong>do</strong> Supervisor na Empresa: Msc. Engenheiro Agrônomo Paulo José Men<strong>do</strong>nça<br />

Padilha<br />

Perío<strong>do</strong> <strong>de</strong> Estágio: 10 <strong>de</strong> setembro a 30 <strong>de</strong> novembro <strong>de</strong> 2007.

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!