descrição de singularidades na escrita de surdos - DSpace/UFPB ...
descrição de singularidades na escrita de surdos - DSpace/UFPB ...
descrição de singularidades na escrita de surdos - DSpace/UFPB ...
You also want an ePaper? Increase the reach of your titles
YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.
Na sentença seguinte, [MARIAb] JOÃOa [aENVIARb] CARTA fica<br />
caracterizado o tópico MARIA, como uma marca especial, que é apresentado como o<br />
referente ‘b’, percebido durante a si<strong>na</strong>lização pela presença <strong>de</strong> traços, tais quais<br />
apontação, direção do olhar ou si<strong>na</strong>lização do nome pessoal. O sujeito JOÃO, o<br />
referente ‘a’, é apontado em direção oposta e parte <strong>de</strong>le a continuida<strong>de</strong> da frase, pois é<br />
JOÃO quem ENVIA. A direção que o verbo toma é do índice ‘a’ para o índice ‘b’. No<br />
entanto, é MARIA quem surge em primeiro plano durante a si<strong>na</strong>lização como tópico da<br />
frase.<br />
Segundo Quadros (2000), as <strong>de</strong>mais combi<strong>na</strong>ções não se representam <strong>na</strong> Libras.<br />
Morfologia em Libras como em Língua Portuguesa é o “estudo da estrutura<br />
inter<strong>na</strong> das palavras ou dos si<strong>na</strong>is, assim como das regras que <strong>de</strong>termi<strong>na</strong>m a formação<br />
das palavras. Os morfemas são as unida<strong>de</strong>s mínimas <strong>de</strong> significado” (QUADROS,<br />
2004, p. 86). Na articulação <strong>de</strong> um ou mais parâmetros temos a palavra ou item lexical.<br />
Algumas palavras da Língua Brasileira <strong>de</strong> Si<strong>na</strong>is têm sua formação por:<br />
1. Empréstimo do léxico da Língua Portuguesa: quando a partir do léxico da<br />
Língua Portuguesa ou parte <strong>de</strong>sse léxico se produz uma palavra em Libras<br />
como: Família (que utiliza-se o F do alfabeto), M-A-I-O, N-U-N-C-A, D-I-A,<br />
P-A-I (a soletração ou datilologia da palavra toda), outubro (utiliza-se o O do<br />
alfabeto), QUeM (utiliza-se a soletração <strong>de</strong> parte da palavra Q-U-M), FeLiZ<br />
(utiliza-se a soletração <strong>de</strong> parte da palavra F-L-Z), SiM (utiliza-se uma parte da<br />
palavra S-M), e outras;<br />
2. Motivos icônicos e classificadores – quando a partir <strong>de</strong> ícones se forma um item<br />
lexical, um si<strong>na</strong>l em Libras. Segundo Felipe (2002, p. 8), “classificador é uma<br />
categoria semântica que se concretiza em itens lexicais ou em tipos <strong>de</strong> morfemas<br />
específicos para cada língua”. Classificadores são, portanto, configurações <strong>de</strong><br />
mãos que estabelecem uma relação <strong>de</strong> concordância com uma “categoria<br />
material” (FELIPE, 2002), objeto, pessoas ou animais: telefone, árvore(s), mesa,<br />
veado, máscara, andar, cartão <strong>de</strong> crédito, Dezembro/Natal, casa, etc.;<br />
3. Mímica – como <strong>na</strong>s línguas orais-auditivas são recursos icônicos incorporados à<br />
língua. Ex.: cafezinho, beber, telefo<strong>na</strong>r, macaco, roubar, doido, etc.;<br />
36